domingo, 8 de dezembro de 2019

A ciência é extremamente clara: você deve priorizar o sono


Às vezes, quando temos muita coisa para fazer ou para aproveitar, dormir parece desperdício de tempo. Vou te contar: não é.

Dormir é tão essencial para a saúde que cada vez mais estudos têm se debruçado sobre a função do sono e feito apelos para as pessoas se conscientizarem da importância de passar uma noite inteira descansando bem.

A ciência já concluiu que dormir bem:

fortalece o sistema imune;
ajuda a regular o metabolismo;
limpa toxinas que se acumulam no cérebro, prevenindo doenças neurodegenerativas;
ajuda a fixar a memória e o aprendizado.

Sono nos animais
O sono é essencial para todos os animais, mas tem características diferentes em cada espécie.

Por exemplo, girafas só precisam dormir 30 minutos por dia. Os cientistas acreditam que esses animais desenvolveram uma maneira mais eficiente de fazer a mesma “restauração cerebral” que os humanos fazem, só que em bem menos tempo.

Isso porque as girafas não podem se dar ao luxo de passar muitas horas desacordadas – afinal de contas, elas vivem em savanas africanas ao lado de predadores como leões, hienas e leopardos.

Já os golfinhos precisam de uma solução diferente no que diz respeito ao sono: enquanto vivem (e dormem) debaixo d’água, precisam ir até à superfície para respirar. Então como fazem para não sufocar quando querem tirar uma soneca?

Bom, na verdade, golfinhos só descansam metade do cérebro por vez, trocando o “sono” de lado a cada quatro horas. Assim, podem continuar nadando e respirando.

Tipos de sono
Os seres humanos possuem dois “tipos” ou estados distintos de sono: o mais lento, chamado de “sono não REM”, e o com atividade cerebral mais rápida, chamado de “sono REM”. REM é uma sigla em inglês para “movimento rápido dos olhos”.
Em um indivíduo normal, o sono não REM e o REM alternam-se ciclicamente. O REM, caracterizado pela atividade cerebral mais rápida com relaxamento muscular máximo, é a fase onde ocorrem os sonhos.

Já o não REM é dividido em três estágios, segundo a progressão da sua profundidade (N-1, N-2 e N-3, sendo o último o mais profundo).

De acordo com o cientista Aric Prather, da Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), ambos os tipos são importantes para a saúde porque desempenham funções diferentes no organismo.

Os riscos de dormir pouco
Nem sempre é fácil ter uma boa noite de sono. Diversos fatores desempenham um papel nessa atividade, incluindo ritmos circadianos, hormônios como melatonina e neurotransmissores como dopamina.
Para indivíduos de 18 a 65 anos, os especialistas acreditam que a quantidade de sono ideal seja de sete a nove horas por noite, sendo sete o mínimo.

E você deveria se esforçar para conseguir todas essas sete horinhas: as pesquisas têm mostrado muitos ricos de saúde associados a uma noite de sono curta, especialmente para pessoas que dormem cinco horas ou menos.

Dormir pouco ou mal tem um impacto muito negativo no cérebro, exercendo um papel em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Por exemplo, indivíduos com apneia do sono possuem um risco 26% maior de desenvolver Alzheimer.

Prather explica que o sono pode atuar como um “lava-louças” do cérebro, evitando o acumulo de proteínas que causam demências. Novas formas de tratamento dessas condições, inclusive, podem abarcar a promoção de ciclos mais naturais de sono. “Estou animado com o futuro da medicina do sono”, disse o especialista. [Wired, InstitutodoSono]


sábado, 7 de dezembro de 2019

Alimentos embutidos elevam o risco de câncer de mama


Não é de hoje que salsicha, salame e afins estão na mira dos oncologistas. E uma nova pesquisa confirma sua ligação com os tumores nos seios

Há dois anos, a Organização Mundial da Saúde colocou os alimentos embutidos na lista de fatores de risco para o câncer. Segundo a entidade, esses itens contribuem para o surgimento da doença no intestino.

Agora, cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, apontam um elo entre esse grupo alimentar e o câncer de mama. Na investigação, feita com base em informações de 262 195 mulheres de 40 a 69 anos, o consumo de apenas 9 gramas de embutidos ao dia (cerca de três fatias de salame) aumentou em 21% a probabilidade de ter esse tumor.

 “É um risco pequeno, bem menor do que o registrado para câncer de intestino“, compara Renato Cagnacci, cirurgião oncológico do Departamento de Mastologia do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. Porém, vale notar também que a quantidade de embutido considerada perigosa foi mínima.

“O resultado do trabalho sugere que é melhor nem comer esse tipo de alimento”, diz Cagnacci. Se não der para resistir, o médico recomenda deixar apenas para ocasiões especiais.

Alimentos industrializados causam câncer

Embutidos: de salsicha a linguiça
Segundo a nutricionista Thais Manfrinato Miola, do A.C.Camargo, a carne processada é aquela que passa por uma transformação com fermentação ou sal, podendo ser curada ou defumada. As substâncias usadas no processo são capazes de predispor ao câncer. Elas estão em:

Salsicha
Bacon
Salame
Presunto
Linguiça
Peito de peru
Rosbife
Mortadela


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Os cômodos da casa com maior perigo de queda para os idosos


Ao contrário do que se pensa, uma pesquisa sugere que o local mais associado a tombos entre pessoas acima de 60 anos não é o banheiro

Fechado e escorregadio, o banheiro sempre foi visto como um local onde as quedas acontecem com frequência, especialmente entre os idosos, que já estão mais sujeitos a cair. Pois uma nova pesquisa indica que o cômodo mais propício para tombos é, na verdade, o quarto.

O trabalho foi conduzido pela TeleHelp, uma empresa especializada em assistência à terceira idade, que oferece um botão de emergência para ocorrências como as quedas.

Dos 600 chamados do tipo atendidos entre janeiro e setembro de 2019, 34% foram para ajudar pessoas que caíram no próprio dormitório. A sala ficou com 16% dos pedidos de socorro, seguida pelo banheiro, com 12%. Cozinha, corredor e áreas externas responderam por 9%, 3% e 3%, respectivamente.

“Quartos e salas podem ser perigosos quando têm tapetes escorregadios, objetos que impedem a circulação e móveis que demandam muito esforço da pessoa para se acomodar ou levantar”, explicou o CEO da Telehelp, Bruno Mouco, em comunicado à imprensa.

O levantamento apontou ainda que esses acidentes acontecem com maior frequência em dois horários: às 11h e às 19h.

Como evitar as quedas
Prejuízos na massa muscular, visão e equilíbrio fazem com que os tombos sejam mais comuns depois dos 60 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 35% dos indivíduos nessa faixa etária sofrem pelo menos uma queda por ano. O número sobe para 42% na turma acima dos 70 anos.

Como cair é uma ameaça à qualidade e à expectativa de vida — por causa das fraturas —, os especialistas recomendam fazer adaptações na casa para impedir uma ocorrência do tipo.

No quarto, por exemplo, evite deixar tapetes (exceto os antiderrapantes), mantenha uma fonte luz por perto e tenha um criado-mudo firme para servir de apoio, caso seja necessário. Escadas precisam ter corrimão, iluminação e degraus bem sinalizados.

Já a sala, segunda colocada naquele ranking inglório, deve ser um ambiente fácil de se movimentar, sem mesas de centro e outros objetos que fiquem no meio do caminho. O banheiro exige planejamento especial, com colocação de barras de apoio e pisos que evitem derrapadas.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/os-comodos-da-casa-com-maior-perigo-de-queda-para-os-idosos/ - Por Chloé Pinheiro - Ilustração: Barlavento Estúdio/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Médicos recomendam parar de tomar aspirina preventivamente


Já se sabia que o uso regular de aspirina pode fazer mais mal do que bem e que o uso constante e diário da aspirina costuma provocar complicações gastrointestinais graves. Também há preocupações com o maior risco das aspirinas para as pessoas mais velhas.

Risco de hemorragias graves

Se você nunca teve um ataque cardíaco ou derrame, provavelmente não deve tomar aspirina para evitá-los, de acordo com uma nova pesquisa sobre esse tema controverso - como já havia sido demonstrado que a aspirina não previne ataques cardíacos em todos os pacientes e há prós e contras em tomar aspirina preventivamente contra câncer.

Os pesquisadores revisaram três grandes estudos randomizados, controlados por placebo, publicados em 2018, que mostraram que o aumento no risco de sangramento interno associado à ingestão de aspirina diariamente é maior do que qualquer benefício preventivo.

"Esta é a evidência de mudança de prática mais significativa que foi publicada nestes últimos doze meses," disse o professor Michael Kolber, da Universidade de Alberta (Canadá), que fez a revisão de procedimentos com seu colega Paul Fritsch, da Universidade de Calgary.

"Estes não são sangramentos nasais ou gengivas que sangram. São sangramentos internos sérios, onde os pacientes precisam de hospitalização e talvez uma transfusão de sangue, por isso são de grande importância clínica e também pessoal," acrescentou Fritsch.

Um dos ensaios clínicos também revelou um aumento nas mortes por todas as causas e, em particular, pelas mortes por câncer, entre os pacientes que tomaram aspirina preventivamente em doses diárias, embora não tenham estabelecido uma relação causal.

Quem deve e quem não deve tomar aspirina preventivamente

O conselho de tomar uma aspirina diária para prevenir doenças cardíacas tornou-se dogma nos anos 90, mas foi baseado em pesquisas falhas, ressalta Kolber.

Ele reconhece, contudo, que a aspirina ainda é considerada benéfica para quem tem doenças cardíacas.

"Realmente vemos um hiato [nos efeitos] da aspirina," disse Kolber. "Há muitas pessoas que tomam aspirina para prevenção primária que não precisam dela, e há um grupo de pessoas que já tem doenças cardiovasculares que não estão tomando, e deveriam tomar."

O conselho de Kolber é que pessoas que nunca tiveram problemas cardíacos usem outras medidas preventivas.

"Em vez de apenas tomar uma aspirina diária como ensinamos há uma geração, recomendamos que os pacientes parem de fumar, se exercitem, controlem a pressão arterial e considerem a dieta mediterrânea," afirmou.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Para ter boa saúde, comece dormindo bem


A relação entre sono e boa saúde é complexa e tem efeitos complexos: Por exemplo, várias doenças autoimunes afetam mais as mulheres devido a diferenças nas bactérias intestinais.

Sono, microbioma e saúde

Se você anda com preocupações que lhe vêm tirando o sono, é melhor deixar para pensar nelas somente durante o dia.

Cientistas constataram que um sono ruim afeta negativamente o microbioma intestinal, o que, por sua vez, pode levar a problemas adicionais de saúde.

"Dada a forte comunicação bidirecional entre cérebro e intestino, eles têm possibilidade de se influenciarem [mutuamente]", disse o professor Jaime Tartar, da Universidade Nova Sudeste (EUA). "Com base em relatórios anteriores, acreditamos que um sono ruim provavelmente exerce um forte efeito negativo sobre a saúde intestinal e a diversidade do microbioma".

O que você pode estar se perguntando é: "Que negócio é esse de microbioma intestinal?" Simplificando, são todos os microrganismos - bactérias, vírus, protozoários e fungos - e seu material genético encontrados no trato gastrointestinal.

Diversidade do microbioma

Sim, todos nós temos tudo isso em nosso sistema gastrointestinal, mas nem todos nos mesmos níveis - há diferenças pessoais nessa diversidade.

E é justamente essa diversidade que pode ser a chave para a nossa saúde.

Então, o que determina o microbioma intestinal de alguém? Existem alguns fatores que entram em jogo.

Uma é a genética, algumas pessoas parecem estar predispostas em nível genético a ter um microbioma intestinal mais diversificado do que seus amigos e vizinhos. Outro fator são os medicamentos - certos medicamentos, incluindo antibióticos, podem afetar, neste caso negativamente, a diversidade do microbioma intestinal. A dieta, é claro, também desempenha um fator.

Sono bom melhora diversidade do microbioma e garante saúde melhor
As bactérias comensais, ou bactérias benéficas variam de indivíduo para indivíduo, ou seja, cada pessoa tem seu próprio time de bactérias saudáveis.

Microbioma e sono

Para este estudo, os voluntários usaram o que o professor Tartar chamou de "relógio inteligente com esteroides" na cama, um conjunto de equipamentos que monitorava todos os tipos de sinais vitais. Dessa forma, foi possível determinar o quão eles dormiam a noite toda. De manhã, seus microbiomas intestinais eram avaliados por exames de fezes e urina.

Os voluntários que dormiam bem apresentaram sistematicamente um microbioma intestinal mais diversificado - ou "melhor".

Tartar lembra que a diversidade do microbioma intestinal, ou a falta dela, está associada a outros problemas de saúde, como a doença de Parkinson (Parkinson pode ir do intestino ao cérebro pelo nervo vago) e doenças autoimunes, além da saúde psicológica (ansiedade e depressão). Quanto mais diverso o microbioma intestinal de alguém, maior a probabilidade de que ele tenha melhor saúde geral.

"Sabemos que o sono é praticamente o canivete suíço da saúde," disse Tartar. "Dormir uma boa noite de sono pode levar à melhoria da saúde e a falta de sono pode ter efeitos prejudiciais. Todos nós vimos os relatórios [artigos científicos] que mostram que a falta de sono adequado pode levar a problemas de saúde de curto prazo (estresse, problemas psicossociais) e longo prazo (doenças cardiovasculares, câncer). Sabemos que [esses efeitos ocorrem] nos estágios mais profundos do sono quando o cérebro 'retira o lixo', uma vez que o cérebro e o intestino se comunicam. O sono de qualidade afeta muitas outras facetas da saúde humana."