O estilo contemporâneo criou novos gatilhos que
provocam o incômodo. Mas ajudamos você a identificar cinco deles – e a se
prevenir também!
Você está sempre conectada nas mídias sociais?
Costuma cobrar perfeição em tudo o que faz? Mora em uma cidade barulhenta? Se
respondeu sim a alguma (ou todas) dessas perguntas, quer dizer que você pode
ser a mais nova refém dos principais gatilhos que provocam dor de cabeça no
mundo cotidiano, segundo a pesquisa O Futuro da Dor de Cabeça, realizada pela
WGSN e encomendada pela Neosaldina. “Apesar de muita gente não perceber, a
tecnologia tem um papel fundamental como desencadeador do incômodo”, diz a
médica Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Abaixo,
mostramos como evitar cinco hábitos que aumentam o desconforto.
1. A era da ansiedade
No Brasil, estima-se que 9,3% da população sofra de
ansiedade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso quer dizer
que lideramos o ranking mundial no assunto. “Geralmente, essas pessoas vivem
pensando no futuro de um modo quase sempre pessimista, como se temessem
fracassar”, diz a psicóloga Juliane Peres Mercante. A ansiedade, inclusive, foi
adicionada como patologia na 3ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtorno Mentais (DSM), uma espécie de enciclopédia da psiquiatria.
Essa angústia ainda causa interrupções no sono,
compulsão alimentar e problemas de concentração. “Você também pode sentir falta
de ar, suor em excesso e tensão muscular”, diz Célia – e , tudo isso, aumenta
as chances de desenvolver dor de cabeça.
Coloque em prática: E, como toda essa sensação de
urgência é acentuada pela internet, o site internacional Time to Log Off ensina
táticas para você se desconectar um pouco – experimente usar uma câmera digital
em vez do celular para tirar fotos em viagens. Já o Dumb Phone, que vem se
espalhando pela Europa e pelos Estados Unidos, não possui aplicativos e serve
apenas para ligação e SMS. “Algumas vezes por dia, faça respirações profundas e
um pouco de meditação, inclusive com técnicas de mindfulness”, orienta Juliane.
2. Esgotamento cerebral
Fato: as pessoas estão sempre online e a todo
momento novas informações chegam aos nossos olhos e ouvidos. Essa sobrecarga
acaba criando uma cultura de distração, na qual você tenta prestar atenção em
tudo ao mesmo tempo, mas não consegue estar concentrada em nada, efetivamente.
“As consequências são picos de stress e cansaço mental”, diz Célia.
A cobrança em cima das mulheres é ainda pior, já que
precisamos ser supermães, superprofissionais e superfitness. “Dividir as
tarefas com os colegas e o parceiro é fundamental para reduzir a ansiedade e,
consequentemente, a possibilidade de desenvolver dor de cabeça”, diz Célia.
Coloque em prática: Quão difícil é responder um
e-mail ou ler um livro sem ser interrompida por outra tarefa? Se quem a
atrapalha são as mídias sociais, baixe o aplicativo Moment ou o Watermelon
Sugar, que calculam quanto tempo você perde lendo fake news e atualizando seu
feed (o segundo até cria um bichinho virtual que adoece conforme você perde
hora nas redes).
3. A dor da pós-verdade
Com certeza você já escutou história de pessoas que
deixaram de se falar por causa de discussões na internet. “Hoje, somos mais
influenciados pelos sentimentos do que pelos fatos e tendemos a acreditar
naquilo com o qual concordamos”, diz Luís, diretor da WGSN. Assim, as
informações falsas e as opiniões extremistas ganham força, causando stress e
suspeita – em 2017, o estudo global Edelman Trust Barometer revelou a maior
queda já registrada na confiança em todas as instituições (empresas, governo,
ONGs e mídia).
Coloque em prática: Para fugir da pós-verdade –
termo escolhido como uma das palavras do ano pelo dicionário de Oxford –,
certifique-se de onde vem a informação que você está lendo e fuja da bolha das
mídias sociais (o Facebook, por exemplo, tende a mostrar apenas as opiniões que
são parecidas com as suas).
4. Autoexigência
Você acorda, abre o Instagram e vê que metade dos
seus amigos já foi à academia. Os outros 50% parecem tão felizes que você se
sente dentro de um comercial de margarina. “A cultura do perfeito não permite
que a gente erre, o que gera uma falta de empatia com nós mesmos. Não há
autocompaixão”, diz Juliane. Outra situação comum: a sensação de que precisa
lotar a agenda com compromissos. “Sucesso e produtividade não deveriam estar
associados com excesso de atividade e de trabalho, o que também aumenta os
episódios de dor de cabeça.”
O problema é que a ansiedade e a frustração
impulsionadas por essa autocobrança quase sempre acaba no garfo – e não só no
exagero de chocolate e carboidrato. “As pessoas acham que se alimentar de forma
saudável tem a ver com a imposição de seguir diversas restrições”, diz a
nutricionista Marcia Daskal. “Na verdade, você precisa consumir o que gosta com
equilíbrio. Se eliminar muitos nutrientes, o intestino terá um mau
funcionamento, o que pode desencadear cefaleia.”
5. Barulho 2.0
Você pode não perceber, mas está rodeada de ruídos
que aumentam sua cefaleia: buzinas, liquidificador, televisão, conversas altas…
“A gente não consegue ficar em silêncio porque dá a sensação de solidão, como
se não estivéssemos fazendo nada”, diz Célia. Mas vale o esforço porque as
consequências podem ser ainda piores: na Europa, 3% dos ataques cardíacos
fatais foram causados pela poluição sonora do trânsito, de acordo com a OMS.
Fonte: https://boaforma.abril.com.br/saude/5-habitos-da-vida-moderna-que-provocam-dor-de-cabeca-e-como-evita-los/
- Por Daniela Bernardi - dolgachov/Thinkstock/Getty Images
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