Atividades físicas aliadas a uma boa alimentação são
medidas fundamentais
Ao falarmos em perda de memória, logo nos vem à
cabeça o Alzheimer, doença generativa do cérebro, que acomete cerca de um
milhão de pessoas no Brasil, especialmente, entre os 60 a 90 anos.
Mas, conforme destaca Ivan Okamoto, neurologista do
Núcleo de Memória do Hospital Albert Einstein, é importante entender a
diferença entre a doença e a “perda de memória” própria da idade, que é
decorrente do envelhecimento. “Na verdade, não devemos chamar de uma ‘perda’ de
memória, mas sim de uma ‘mudança’ de memória, que passa a ser processada mais
lentamente, a partir dos 60 a 65 anos”, diz. Neste segundo caso, não há sentido
falar de métodos preventivos, já este que é um processo natural.
Em relação à doença de Alzheimer, Ivan Okamoto
destaca que ainda não existe nada totalmente comprovado, mas alguns estudos
sugerem que alguns hábitos (citados abaixo) parecem estar relacionados à sua
prevenção:
1. Atividades físicas
Entre os vários benefícios que as atividades físicas
oferecem está também o fato de manter o nosso cérebro saudável.
“Muitos estudos indicaram que a prevenção da doença
esteja relacionada à prática de atividades físicas aeróbicas, no mínimo, três
vezes por semana”, explica o neurologista Okamoto.
2. Alimentação balanceada
Ainda de acordo com o médico, manter uma alimentação
bem balanceada – com a presença equilibrada de carboidratos, proteínas,
gorduras, vitaminas etc. – parece importante para prevenir a doença de
Alzheimer.
“Acredita-se que associar as atividades físicas a
uma boa alimentação, com a presença de legumes e peixes – que contêm ômega 3 -,
sem abusar de carboidratos e outros alimentos, é importante para a prevenção da
doença”, destaca Ivan Okamoto.
3. Prevenção de fatores de riscos vasculares
O neurologista acrescenta que, pessoas que “se
protegem” contra diabetes, hipertensão, obesidade e colesterol – considerados fatores
de riscos vasculares – também estão no caminho de tentar prevenir a doença de
Alzheimer.
Para isso, além de uma alimentação balanceada
associada a atividades físicas, é muito importante fazer visitas regulares a
médicos e realizar todos os exames pedidos pelos profissionais.
4. Manter a atividade intelectual ativa
Você já deve ter ouvido falar que fazer palavras
cruzadas e jogar xadrez são medidas importantes, que podem ajudar a prevenir a
perda de memória. O neurologista Ivan Okamoto explica que este não é mito, mas
que esta dentro de uma ideia mais ampla: de manter a atividade intelectual
ativa, balanceada com o lazer.
“Palavras cruzadas, xadrez, jogos de videogame podem
até ajudar. Mas sugiro ainda ir ao cinema, ler, assistir a espetáculos no teatro.
Tudo isso está dentro da ideia de manter a atividade intelectual”, explica o
médico.
5. Tratar corretamente um caso de depressão
De acordo com o neurologista Okamoto, uma depressão
não curada pode estar associada a queixas de falta de concentração e,
posteriormente, de memória.
Portanto, em casos de depressão, o problema deve ser
tratado com acompanhamento médico e a pessoa nunca deverá ignorar essa questão
e muito menos se automedicar.
6. Dormir bem
“É durante o sono que a gente consolida nossas
memórias. Ou seja, ela é construída, organizada neste período”, explica o
neurologista Okamoto. Por isso é muito importante ter boas noites de sono.
O que evitar?
Ivan Okamoto destaca que é fundamental evitar
álcool, drogas e algumas medicações. Inclusive, o ato de se automedicar. Pois
esses hábitos interferem na capacidade de concentração e podem estar
relacionados à perda de memória.
Doença de Alzheimer: sintomas, diagnóstico e
tratamento
Os primeiros sinais da doença de Alzheimer são a
perda de memória e o comportamento alterado do indivíduo. Mas vale destacar que
não é qualquer perda de memória que é preocupante, mas, sim, aquela que se
repete e começa a comprometer o dia a dia da pessoa.
O diagnóstico se dá com a entrevista médica e a
exclusão de outras doenças, por meio de exames de sangue e de imagem
(tomografia ou ressonância magnética).
Quanto ao tratamento, existem, atualmente,
medicações que estabilizam a doença ou diminuem a velocidade de perda funcional
em cerca de cinco anos ou mais, podendo, assim, oferecer mais tempo com
qualidade de vida ao paciente e aos familiares.
Agora você já sabe mais sobre a doença e,
principalmente, que uma alimentação bem balanceada, associada à prevenção de
fatores de riscos vasculares (hipertensão, diabetes, obesidade) e à prática de
atividades físicas aeróbicas, no mínimo, três vezes por semana, é a melhor
maneira de se tentar prevenir a doença.