O corpo humano é uma máquina forjada pela evolução
para sobreviver. Resistente, ele é capaz de sobreviver mesmo quando órgãos
vitais, como nosso próprio cérebro, são danificados e passam a funcionar em
partes. Mas isso todo mundo sabe. O que talvez nem todo mundo saiba é que nosso
corpo é capaz de sobreviver mesmo sem alguns órgãos que parecem bastante
essenciais. Aqui está uma lista de 7 órgãos que, mesmo muito importantes, em
última instância, são opcionais para nossa sobrevivência.
7. Baço
O baço é o maior órgão linfático do corpo humano e
desempenha uma importante função imunológica, produzindo anticorpos e
destruindo células velhas. Ele fica no lado esquerdo do abdômen, em direção à
parte de trás do corpo, sob as costelas. Por ser um órgão muito frágil, ele é
comumente removido como resultado de uma lesão – sua localização perto das
costelas o torna vulnerável a traumas abdominais.
O baço é envolvido por uma cápsula parecida com
papel de tecido, que facilmente rasga, permitindo que o sangue escape do baço
danificado. Se este problema não é diagnosticado e tratado, pode resultar em
morte.
Dentro do baço há duas cores notáveis. Uma cor
vermelha escura e pequenos bolsos de branco, e elas estão vinculadas às funções
do órgão. O vermelho está envolvido no armazenamento e reciclagem de glóbulos
vermelhos, enquanto o branco está ligado ao armazenamento de células brancas e
plaquetas.
É possível viver confortavelmente sem um baço. Isso
ocorre porque o fígado também desempenha um papel na reciclagem de glóbulos
vermelhos e seus componentes. Da mesma forma, outros tecidos linfóides no corpo
ajudam com a função imune do baço.
6. Estômago
Parece loucura viver sem um estômago, mas é
possível. O estômago desempenha quatro funções principais: digestão mecânica,
quando ele se contrai para destruir os alimentos; digestão química, liberando
ácido para ajudar a quebrar quimicamente os alimentos; e, em seguida, absorção
e secreção.
Às vezes, algumas pessoas precisam ter o estômago
completamente removido devido a um câncer ou um trauma. Em 2012, uma mulher
britânica teve que remover seu estômago depois de ingerir um coquetel que
continha nitrogênio líquido.
Quando o estômago é removido, os cirurgiões anexam o
esôfago diretamente ao intestino delgado. Com uma boa recuperação, e com
algumas adaptações – a quantidade de alimentos ingeridos, por exemplo, diminui,
já que o espaço de armazenamento também diminuiu – as pessoas podem comer uma
dieta normal, ao lado de suplementos vitamínicos, e ter uma vida saudável.
5. Órgãos reprodutores
Os órgãos reprodutores primários do sexo masculino e
feminino são os testículos e os ovários, respectivamente. As pessoas ainda
podem ter filhos com apenas um testículo ou um ovário em funcionamento.
Se ambos são removidos isso já não é possível, mas
eles não são essenciais para a nossa sobrevivência. A remoção de um ou ambos
testículos ou ovários são geralmente o resultado de câncer. Nos homens, a
remoção pode ocorrer também após um trauma, muitas vezes como resultado de
violência, esportes ou acidentes de trânsito.
Nas mulheres,
o útero também pode ser removido. Este procedimento, chamado de histerectomia
impede as mulheres de ter filhos e também interrompe o ciclo menstrual em
mulheres que ainda não chegaram na menopausa.
Pesquisas sugerem que as mulheres que têm seus
ovários removidos não têm uma expectativa de vida reduzida. Curiosamente, em
algumas populações masculinas, a remoção de ambos os testículos pode levar a um
aumento da expectativa de vida.
4. Intestino grosso
O intestino grosso é um tubo com quase dois metros
de comprimento que possui quatro partes: ascendente, transversal, descendente e
sigmóide. As principais funções são a absorção de água e o preparo das fezes,
compactando-as.
Novamente, o câncer ou outras doenças podem resultar
na necessidade de remover uma parte ou todo o órgão.
A maioria das pessoas recupera-se bem após esta
cirurgia, embora notem uma alteração nos hábitos intestinais. Uma dieta de
alimentos macios é inicialmente recomendada para ajudar o processo de
cicatrização, e pode ser preciso que um compartimento seja anexado ao corpo
para a coleta das fezes.
3. Vesícula biliar
A vesícula biliar fica sob o fígado no lado superior
direito do abdômen, logo abaixo das costelas. Ele armazena a bile, um líquido
constantemente produzido pelo fígado para ajudar a quebrar gorduras. Quando não
é necessário na digestão, a bile é armazenada na vesícula biliar.
Quando os intestinos detectam gorduras, um hormônio
é liberado fazendo com que a vesícula biliar se contraia, forçando a bile nos
intestinos a ajudar a digerir a gordura. No entanto, o excesso de colesterol na
bile pode formar cálculos biliares, o que pode bloquear os pequenos tubos que
se movem para a bile.
Quando isso acontece, as pessoas podem precisar
remover sua vesícula biliar. A cirurgia é conhecida como colecistectomia.
Quando uma pessoa passa a viver sem a vesícula biliar, é obrigada a ter uma
dieta livre de gorduras, já que o organismo perde a capacidade de quebrar
muitas gorduras, já que, apesar do fígado continuar produzindo a bile, o
organismo não tem mais onde armazená-la. Em 2015, uma mulher indiana tirou 12
mil cálculos – um recorde mundial.
2. Apêndice
O apêndice é provavelmente o órgão “removível” mais
famoso. Ele é uma pequena estrutura fechada localizada na junção dos intestinos
grosso e delgado.
Enquanto alguns ainda acreditam que o apêndice é um
órgão vestigial, que não possui nenhuma função no corpo humano, outros
especialistas apontam que ele pode ser uma espécie de “cofre” para as boas
bactérias do intestino, permitindo que elas o repovoem quando necessário.
Devido à natureza fechada do apêndice, quando
conteúdos intestinais entram nele, fica difícil de sair, o que pode fazer com
que o apêndice inflame. Isso é chamado de apendicite. Em casos graves, o
apêndice precisa ser removido cirurgicamente.
Mas só porque você teve seu apêndice retirado, não
significa que ele não pode voltar a causar dor. Existem alguns casos em que o
apêndice não pode ser completamente removido, e a parte que sobrou pode
inflamar novamente.
As pessoas que tiveram o apêndice removido não
notaram diferença em suas vidas.
1. Rins
A maioria das pessoas tem dois rins, mas você pode
sobreviver com apenas um – ou mesmo nenhum (com a ajuda de diálise).
O papel dos rins é filtrar o sangue para manter a
água e o equilíbrio dos eletrólitos, bem como o equilíbrio ácido-base do corpo.
Ele faz isso agindo como uma peneira, usando uma
variedade de processos para manter as coisas úteis, como proteínas, células e
nutrientes que o corpo precisa. Mais importante ainda, ele se livra de muitas
coisas que não precisamos, deixando-as passar pela sua peneira biológica na
forma de urina.
Há muitas razões pelas quais as pessoas têm que ter
um rim – ou ambos os rins – removidos: condições hereditárias, danos causados
por drogas e álcool, infecções, etc. Se ambos os rins falharem, a pessoa
precisa fazer diálise. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise
peritoneal.
A hemodiálise usa uma máquina contendo solução de
dextrose para limpar o sangue, enquanto a diálise peritoneal usa um cateter
especial inserido no abdômen para permitir que a solução de dextrose seja
passada para dentro e para fora manualmente. Ambos os métodos extraem as coisas
que não precisamos do corpo.
Se uma pessoa é colocada em diálise, sua expectativa
de vida depende de muitas coisas, incluindo o tipo de diálise, seu sexo, outras
doenças que a pessoa pode ter e sua idade. Pesquisas recentes mostraram que
alguém colocado em diálise aos 20 anos pode ter uma expectativa de vida de mais
16 a 18 anos, enquanto que alguém em seus 60 anos só pode viver por cinco anos
com diálise. O transplante de rim é necessário para evitar a morte em casos em
que a diálise já não é mais possível. [Science Alert]