Fantasmas, casas mal-assombradas, demônios
possuidores de corpos. Há quem diga que isso não passa de ficção, de histórias
para assustar crianças ou coisa de filme. Mas há gente que jura que estas
coisas existem e que já viu, ou ouviu, acontecer um contato com estes seres. Se
os fantasmas e outras coisas do gênero não são reais, por que tantas pessoas
têm tanta certeza de que as viram?
A resposta pode estar na própria mente humana. Nosso
cérebro adora pregar peças em nós mesmos, nos fazendo acreditar em coisas que
não estão realmente lá. Há uma explicação científica para quase todas as coisas
estranhas que alguém já viu – e algumas delas são às vezes mais impressionantes
do que os mitos.
10. O Efeito Ideomotor – Como funciona uma placa
Ouija
Quando as pessoas colocam os dedos em um tabuleiro
Ouija e veem aquela pequena seta plástica se mexer, elas não estão vendo
coisas: ela realmente se mexe, mesmo que não haja nenhum brincalhão na roda que
a esteja empurrando para alguma direção. As pessoas que a tocam ficam sem
entender e realmente acreditam que não estão fazendo nenhum movimento.
Mas elas estão, sem perceber. Isso é fruto de algo
chamado “efeito ideomotor” e há um experimento interessante que é possível
fazer em casa para testá-lo: coloque um peso em uma corda, balance-a e tente
manter o braço completamente imóvel. Em seguida, faça a si mesmo perguntas e
diga a si mesmo que o peso girará no sentido horário se a resposta for “sim” e
no sentido anti-horário se “não”. Como por mágica, o peso deve mudar de direção
para responder às suas perguntas – e você realmente acreditará que você não é a
causa do movimento.
Isso acontece porque nossos corpos fazem pequenos
movimentos subconscientes. Quando você se faz uma pergunta, sua mente
subconsciente responde e sutilmente move seus músculos sem que você perceba.
Músculos pequenos se moverão em seus dedos para responder às suas perguntas, e
parecerá que o peso está se movendo por conta própria.
A mesma coisa acontece quando você usa um tabuleiro
Ouija. Seu subconsciente move sutilmente aquela pequena seta de plástico e,
para você, parece que ela está se movendo sozinha.
9. O experimento de Philip – Por que sessões
espíritas são tão intensas
Em 1972, uma equipe de psicólogos reuniu oito
pessoas, contou-lhes a história de vida de um homem chamado Philip Aylesford e
tentou convencê-los a convocá-lo através de uma sessão espírita. Eles
diminuíram as luzes, cantavam músicas e faziam perguntas – e, para sua
surpresa, algumas coisas estranhas aconteceram.
A mesa começou a se mexer, as luzes pareciam
cintilar e eles começaram a ouvir ruídos que eles acreditavam ser Philip
respondendo suas perguntas, e ele acertou todas as respostas. Teria sido uma
prova definitiva de que aquelas pessoas haviam invocado o fantasma de um homem
morto se não fosse por um pequeno detalhe: não existia nenhum Philip Aylesford.
Os psicólogos haviam criado Philip. Cada detalhe sobre sua vida era fictício, e
ainda assim o grupo foi capaz de se convencer de que eles invocaram seu
fantasma.
Alguns truques psicológicos estavam em jogo, mas
muito do que aconteceu foi também causado pelo efeito ideomotor. O grupo havia
movido a mesa por pura força de vontade subconsciente.
Este foi um experimento replicável. Os psicólogos
publicaram seus resultados e outros laboratórios em outros países os copiaram,
e eles também conseguiram fazer sessões completas com uma sala cheia de pessoas
convencidas de que haviam invocado um fantasma inventado.
8. O Placebo de Henri IV – Como funcionam os
exorcismos
Durante anos, as pessoas interpretaram males como a
esquizofrenia, a epilepsia e uma infinidade de outros problemas mentais como
casos de possessão demoníaca. Mas se esse é o caso, como explicar os
exorcismos? Se todas essas pessoas possuídas eram apenas esquizofrênicas, por que
sacerdotes falando palavras em latim eram capazes de curá-las?
Parece que a resposta também está na mente humana.
No final do século 16, o rei Henri IV contratou uma comissão de pessoas para
fazer uma experiência com uma mulher que afirmava estar possuída por demônios.
Disseram a ela que eram padres que lhe dariam um exorcismo. Então os sacerdotes
fingiram – e funcionou.
Primeiro, eles lhe deram água benta de uma igreja.
Eles colocaram em um frasco normal e deram a ela, fingindo que era apenas água
normal. A verdadeira água benta não teve efeito sobre ela. Mas quando eles
derramaram água comum sobre a mulher e lhe disseram que era água benta da
igreja, a mulher convulsionou de dor.
Então eles colocaram um pedaço de ferro nela e
disseram que era uma relíquia da verdadeira cruz. Ela começou a rolar no chão
em agonia. Eles também leram um livro em latim e fingiram que era a Bíblia.
Mais uma vez, eles fizeram com que ela surtasse, mesmo que eles estivessem
lendo a Eneida de Virgil.
A mulher não estava necessariamente fingindo suas
reações. Estava tudo em sua mente. E quase qualquer um pode estar convencido de
que esse tipo de coisa está causando algum efeito sobre si. Mais recentemente,
um grupo de psicólogos sentou-se com os céticos e tentou convencê-los de que a
possessão demoníaca era real. No final, 18% dos participantes não apenas
acreditavam em demônios, mas estavam convencidos de que haviam sido possuídos.
7. O efeito Forer – Por que as pessoas acreditam em
seus horóscopos
Um homem chamado Michael Gauquelin uma vez publicou
um anúncio que oferecia uma análise individual e gratuita da personalidade de
qualquer pessoa baseada apenas em seu signo astrológico. Tudo o que você tinha
que fazer era enviar sua data de nascimento, e ele retornaria uma análise completa
da pessoa que você realmente era. Inacreditavelmente, 94% das pessoas que se
inscreveram disseram que ele as descreveu perfeitamente.
O curioso é que Gauquelin enviou exatamente a mesma
análise para todas as pessoas que entraram em contato. Seus insights sobre
personalidades não eram realmente baseados em seus horóscopos. Ele usou apenas
algumas linhas vagas e genéricas, e foi o suficiente para impressionar quase
todos que escreveram.
A disposição da mente humana para acreditar que dois
eventos não relacionados estão relacionados é chamada de “efeito Forer”. O nome
vem de Bertram R. Forer, um psicólogo que conduziu um experimento semelhante.
Em 1948, Forer deu um teste de personalidade para cada um de seus alunos. Ele
disse a eles que cada um receberia uma análise de personalidade única, baseada
nos resultados do teste, e deveria classificar esta análise em uma escala de 0
(muito ruim) a 5 (excelente), medindo quão bem ela se aplicava a eles.
Na realidade, cada aluno recebeu exatamente a mesma
análise. Em média, a classificação que eles deram para essa mesma análise
genérica foi de 4,26 em 5 (ou seja, os alunos consideraram sua análise
“pessoal” como 85% precisa).
A análise de personalidade dizia coisas como: “Você
tem uma grande necessidade de que outras pessoas gostem e admirem você” e
“Disciplinado e autocontrolado por fora, você tende a ser preocupado e inseguro
por dentro”.
6. O Paradigma da Falsa Fama – Por que as pessoas
acreditam em vidas passadas
A razão pela qual algumas pessoas estão convencidas
de que podem lembrar-se de ser Joana d’Arc ou de um antigo trabalhador egípcio
pode ser algo incrivelmente simples: elas só têm memórias bem ruins.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de
Maastricht, na Holanda, aplicou um teste chamado “paradigma da falsa fama” a um
grupo de pessoas que estavam convencidas de que podiam se lembrar de suas vidas
passadas. Os participantes precisavam ler uma lista de nomes inventados. Então,
no dia seguinte, eles leram uma nova lista com uma mistura de nomes de pessoas
famosas e os nomes que tinham lido anteriormente. As pessoas que acreditavam
poder lembrar-se de vidas passadas insistiam que esses nomes inventados eram
apelidos de celebridades famosas.
Em outras palavras, as lembranças desses
participantes foram facilmente confundidas. Quando eles não conseguiam se
lembrar de onde tinham visto um nome que parecia familiar, seus cérebros
inventavam histórias para explicar quem eram essas pessoas falsas. Acredita-se
que a mesma coisa aconteça quando eles inventam histórias sobre vidas passadas.
5. A Experiência do Sentimento de Presença – Por que
as pessoas sentem as más presenças?
Aqui está um bom exemplo de uma experiência estranha
com resultados ainda mais estranhos. Um grupo de cientistas vendou algumas
pessoas e colocou-as entre dois robôs. Os dedos das pessoas estavam presos ao
robô na frente delas. As máquinas eram montadas de modo que sempre que os
humanos moviam as mãos, os robôs atrás delas imitavam seus movimentos.
No começo, a experiência não teve muitos resultados.
As pessoas mexiam seus dedos e sentiam um dedo de robô batendo da mesma maneira
em suas costas, mas isso não os assustou.
Algo realmente estranho aconteceu, no entanto,
quando os pesquisadores adicionaram um atraso ao sistema. Quando fizeram o dedo
do robô esperar meio segundo antes de copiar os movimentos humanos nas costas
da pessoa, a pessoa começou a sentir que havia uma estranha presença atrás de
si. Alguns até se sentiram cercados por pessoas invisíveis, e alguns ficaram
tão assustados que pediram para deixar o experimento.
Os pesquisadores acreditam que isso aconteceu porque
eles quebraram o senso de controle dos participantes. Quando eles adicionaram o
atraso, as pessoas não se sentiam mais responsáveis pelos movimentos. Em
nossos cérebros assustados, essa incapacidade de ter o controle dos nossos
movimentos nos faz sentir como se houvesse uma presença estranha por perto.
Os pesquisadores acham que isso é o que acontece com
pessoas esquizofrênicas e com pessoas que estão sob extremo estresse ou
exaustão. Elas perdem a capacidade de rastrear os elos entre suas mentes e seus
movimentos, e isso os faz sentir como se alguém estivesse na sala.
4. O experimento de identificação do alvo – Por que
as pessoas têm experiências fora do corpo?
Há muitos relatos na medicina de pessoas que tiveram
uma experiência fora do corpo – aquela sensação estranha de que você está
flutuando acima de você mesmo, olhando para baixo. É especialmente comum durante
uma experiência de quase morte. Mas isso está realmente acontecendo, ou está
tudo apenas em nossas imaginações?
Para descobrir, um grupo de pesquisadores escreveu
uma mensagem em um cartão e colocou-a em cima de uma máquina em um quarto de
hospital. Então, sempre que um paciente era liberado e deixava o quarto, eles
perguntavam a essa pessoa se ela tinha tido uma experiência fora do corpo e, em
caso afirmativo, o que o cartão dizia. Três pessoas relataram que tiveram
experiências fora do corpo, mas nenhuma delas viu o cartão.
O estranho é que as pessoas não estão fingindo essas
coisas. Outro grupo recebeu uma mulher que alegou ser capaz de ter “viagens
astrais” fora do corpo à vontade. Eles a conectaram a uma máquina para estudar
sua atividade cerebral e pediram que ela deixasse seu corpo para ver como isso
afetava seu cérebro.
Seu córtex visual foi quase completamente
desativado, e as partes do cérebro associadas a imagens mentais surgiram – o
que significa que ela não estava exatamente mentindo. Ela realmente começou a
se ver do lado de fora de seu corpo. Mas, com base em suas ondas cerebrais, seu
poder real não era a capacidade de fazer viagens astrais, mas sim a capacidade
de se fazer alucinar à vontade.
3. As viúvas de luto – Por que as pessoas vêem
fantasmas?
Nem todo mundo que diz ter visto um fantasma está
mentindo. Algumas pessoas realmente acham que viram pessoas mortas de pé em
frente a elas ou viram Deus descer e falar com elas – e nem sempre são
esquizofrênicas.
É algo um pouco difícil de explicar, mas os
psicólogos que investigam as pessoas que tiveram essas experiências descobriram
algo muito esclarecedor. Na maioria dos grupos de pessoas, encontrar alguém que
tenha visto um fantasma é raro – a menos que você converse com viúvas idosas. De
acordo com uma pesquisa, quase 50% dos americanos idosos viúvos tiveram uma
alucinação do cônjuge morto.
Essas viúvas estão geralmente isoladas em um
ambiente incomum quando isso acontece, e elas estão passando por um período de
estresse extremo. Aliás, esse é geralmente o caso quando outras pessoas também
vêem fantasmas. Elas estão quase sempre sozinhas em um ambiente incomum e sob
estresse extremo.
Os psicólogos pensam que essa é a verdadeira razão
pela qual essas pessoas vêem fantasmas. Não é que os maridos mortos passem para
ver suas esposas, mas sim o estresse extremo e a solidão provocando
alucinações.
2. O teste do sonho lúcido – Por que as pessoas
pensam que foram abduzidas
A razão pela qual tantas pessoas pensam que foram
abduzidas por alienígenas durante a noite pode ser muito mais simples do que
você imagina. De acordo com um experimento, elas apenas sonharam.
Em um estudo, pesquisadores reuniram um grupo de 20
pessoas que dominavam o sonho lúcido (a capacidade real de controlar seus
sonhos) e disseram-lhes para realizar uma experiência enquanto dormiam. Quando
elas tomavam o controle de seus sonhos, elas deveriam procurar por OVNIs.
10 mistérios aterrorizantes que você não conhecia
Dessas pessoas, 35% viram aliens chegando a suas
camas e tentando abduzi-las. Tudo o que tinham que fazer era pensar em
alienígenas, e seus cérebros associavam isso a uma história de abdução
alienígena.
Acredita-se que isso seja provavelmente o que
acontece com as pessoas que acreditam que foram abduzidas: elas estão sonhando.
Outra possível razão em muitos casos é que as abduções sejam apenas pessoas que
sofrem de paralisia do sono, uma condição ligada à capacidade de ter sonhos
lúcidos e que, além de impedir seus movimentos, faz com que você tenha
alucinações de que intrusos estão chegando à sua cama.
Algumas centenas de anos atrás, pessoas com
paralisia do sono relatavam ter visto demônios católicos atacando-as durante a
noite. Hoje, os demônios estão fora de moda, então as pessoas vêem
extraterrestres.
1. Infra-sons – Por que as casas parecem estar
assombradas?
Um cientista chamado Vic Tandy teve uma experiência
estranha enquanto trabalhava em uma fábrica que se dizia ser assombrada. Ele
foi dominado por um súbito frio e uma sensação de tristeza. Então, com o canto
do olho, ele viu uma figura cinzenta olhando para ele. Toda a experiência foi
tão estranha que levou algum tempo para criar coragem e olhar diretamente para
a figura. Quando ele finalmente fez isso, a aparição desapareceu.
A maioria das pessoas teria corrido do lugar, mas
Tandy é um cientista, então ele testou uma teoria. Ele tinha quase certeza de
que sua estranha experiência havia sido causada por infra-sons, sons com
frequência menor do que a que o ouvido humano pode ouvir.
Ele procurou a possível fonte do barulho e desligou
um ventilador suspeito. Depois que o ventilador estava desligado, todas as
estranhas experiências paranormais na fábrica pararam.
Alguns anos mais tarde, alguns pesquisadores
seguiram a teoria de Tandy fazendo com que as pessoas passassem por passagens
sinuosas, algumas delas enquanto um infra-som tocava e outras sem o ruído. As
pessoas que ouviram o infra-som sentiram a mudança de temperatura e, em alguns
casos, viram aparições estranhas, mas aqueles que não ouviram o barulho não
viram nada.
Isso é pelo menos parte do motivo. A razão mais
provável pela qual Tandy viu um fantasma é que as pessoas disseram que a
fábrica era assombrada. De todas as causas que já foram relacionadas a uma
experiência estranha e paranormal, a explicação mais comum é que as pessoas
estavam esperando pelos sustos. [Listverse]