quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

5 condições de saúde que influenciam no aumento ou na perda de peso


Saiba mais sobre essas doenças que causam mudanças corporais sem razões aparentes

Algumas condições de saúde são silenciosas e, por isso, mais difíceis de serem diagnosticadas. Porém, um sintoma em comum pode ser um alerta na hora de identificá-las: a perda ou o ganho de peso sem razão aparente. Abaixo, veja cinco doenças que causam essa alteração e as opções de tratamento para elas. E lembre-se: sempre consulte um médico para fazer o diagnóstico e receitar os melhores cuidados para você.

Hipotireoidismo
A tireoide é uma das principais glândulas secretoras de hormônios do organismo. Ela produz o T3 e o T4, que influenciam em diversas funções do corpo. Porém, quando há algum problema que impede a produção da quantidade necessária dessas substâncias, ocorre o chamado hipotireoidismo. Essa condição causa a diminuição da atividade corporal, podendo influenciar no raciocínio, frequência cardíaca, trabalho intestinal e na lentidão do metabolismo no geral. “Com a velocidade reduzida do metabolismo, o organismo acaba gastando menos energia, o que favorece o aumento de peso”, explica o endocrinologista Antônio Carlos do Nascimento.

O hipotireoidismo pode ocorrer por uma agressão autoimune à glândula da tireoide, que acontece quando o sistema imunológico entende que algo está errado naquela área e passa a atacá-la. Além disso, pode ser uma condição congênita, quadro que deve ser identificado pelo exame do pezinho aplicado em recém-nascidos. O tratamento para essa doença é feito com a reposição hormonal, que deve começar assim que o problema for diagnosticado.

Hipertireoidismo
Se o hipotireoidismo é causado pela presença reduzida dos hormônios da tireoide, o hipertireoidismo ocorre justamente pela condição contrária, que é a secreção em excesso dessas substâncias. Esse problema leva ao aumento das funções metabólicas do organismo, que gera a aceleração do ritmo cardíaco, tremor nas extremidades, insônia, olhos esbugalhados e elevação geral das atividades corporais. Devido a essa aceleração exagerada do corpo, o hipertireoidismo pode ser responsável por um emagrecimento excessivo.


“Uma das causas mais comuns desta condição é uma doença autoimune que pode se manifestar ao longo da vida. Nesse caso, o sistema imunológico passa a produzir um anticorpo que é exatamente igual ao hormônio estimulador da tireoide, o que faz com que a glândula passe a trabalhar de maneira desenfreada”, diz Antônio Carlos. O tratamento para o hipertireoidismo inclui o uso de medicamentos que interferem na produção da tireoide, fazendo com que ela diminua a secreção dos hormônios.

Síndrome do ovário policístico
Essa condição é um distúrbio hormonal que gera várias alterações no organismo das mulheres, inclusive o aumento do ovário e o aparecimento de pequenos cistos. Ainda não há confirmação exata sobre as causas dessa síndrome, porém ela está constantemente associada a fatores de risco como a resistência à insulina, que ocorre quando as células não absorvem da maneira correta essa substância.

“Quem possui a síndrome do ovário policístico pode apresentar uma elevação do hormônio masculino no corpo, o que causa o aparecimento de pelos, acne e irregularidade na menstruação. Além disso, o acúmulo de peso, principalmente na região abdominal, também é uma das características da doença. Para o tratamento, uma das opções é utilizar medicamentos que controlam os sintomas, como anticoncepcional hormonal e remédios que auxiliam na ação da insulina”, indica o ginecologista Alfonso Massaguer. 

Diabetes
O diabetes ocorre quando há uma deficiência na produção de insulina. Existem duas versões da doença, o tipo 1, que também é conhecida como diabetes juvenil e apresenta uma falta total de insulina no organismo, e o tipo 2, que ocorre quando há uma disfunção na produção insulínica e a quantidade secretada não é suficiente. Uma das causas mais comuns do segundo tipo é a obesidade, que faz com que a insulina produzida não seja capaz de abaixar o índice glicêmico. Já o tipo 1 pode ocorrer devido ao desenvolvimento de uma doença autoimune que destrói as células produtoras da substância no pâncreas.

“O tratamento da diabetes tipo 1 ocorre pela aplicação da insulina. Essa versão da doença faz com que o paciente perca bastante peso, pois sem a insulina necessária para absorver a glicose, o corpo passa a quebrar a gordura e músculos para gerar energia. Outros sintomas que também são comuns a ela são urinar em excesso e ter muita sede. Quando pensamos no tipo 2, o tratamento acontece, a princípio, por medicamentos orais que estimulam a produção do pâncreas e pelo emagrecimento. Alguns dos sintomas dessa versão são o aumento de peso, mesmo para pessoas que já são obesas, e a elevação do índice glicêmico rapidamente”, diz Antônio Carlos.

Doença celíaca
Essa condição ocorre quando há uma intolerância permanente ao glúten causada por uma doença autoimune. “Quando o paciente celíaco consome a substância, acontece uma lesão na mucosa do intestino delgado, órgão responsável pela absorção dos alimentos. Esse machucado, que é chamado de ‘atrofia vilositária’, leva à má captação dos nutrientes e, consequentemente, a perda de peso”, explica a médica assessora em gastroenterologia Márcia Wehba Cavichio, do Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo.

A principal maneira de controlar a doença é evitar o consumo de glúten, o composto proteico presente em pães e massas no geral. O indicado é sempre prestar atenção aos rótulos para ter certeza de que os alimentos não possuem essa substância, pois as lesões da mucosa podem ocorrer mesmo quando não há sintomas aparentes. “Como toda dieta restritiva, o paciente necessita do acompanhamento de um nutricionista para entender quais são as alternativas para suprir as comidas que deverão ser eliminadas da dieta”, completa Márcia.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Novas modalidades que prometem deixar a rotina de exercícios mais animada


Confira as novidades que foram ou ainda serão lançadas para turbinar a malhação durante o verão

Descobrir novas modalidades é uma ótima maneira de dar mais fôlego à motivação na hora de se exercitar, além de ser a chance de testar algo diferente e poder se apaixonar por um outro esporte. Pensando em quem adora uma novidade, reunimos abaixo 4 aulas que foram lançadas nos últimos meses – ou que ainda serão – e que prometem bombar a rotina de exercícios. Confira!

Spin 360
Aulas que integram diferentes exercícios e trabalham várias partes do corpo de maneira dinâmica estão cada vez mais em alta. A Spin 360, modalidade apresentada em setembro deste ano pela academia de indoor spinning Spin’n Soul, em São Paulo, é uma dessas práticas.
A modalidade usa todo o espaço do estúdio de bike – incluindo a escada, corredores e áreas comuns – para criar um circuito funcional combinado às sessões de spinning. Com foco na alta intensidade, a série de exercícios traz elásticos, pesos e movimentos com o peso do próprio corpo, além dos exercícios nas bikes, alternados em quatro blocos de 15 minutos cada. Em média, a aula pode gastar entre 500 a 700 calorias.

Triathlon
Cada vez mais popular, a modalidade que une natação, pedalada e corrida agora ganha espaço também nas academias. A partir de janeiro de 2019, a rede Bodytech lança aulas de Triathlon com as três atividades em sequência e suas transições, o que totalizará em 1 hora e 15 minutos de duração para cada sessão.
As aulas coletivas serão compostas pelas três atividades e reservarão de 10 a 30 minutos para cada uma delas, alternando o tempo a cada dia. As práticas ocorrerão em espaços específicos, como a área reservada para natação, bicicleta indoor e a sala de corrida. Além disso, a técnica de cada modalidade será ensinada com ênfase durante a aula em que ela ocupar o maior espaço de tempo.

A modalidade é majoritariamente aeróbica e ajuda no condicionamento cardiorrespiratório do atleta. A perda calórica pode chegar a 550 calorias por aula. Para quem busca desafios e treinos cheios de gás e energia, essa é uma ótima opção.

Les Mills GRIT
A técnica HIIT (High Intensity Interval Training), que trabalha curtos períodos de exercícios com alta intensidade, virou tendência nos últimos tempos e, entrando nessa onda, a academia Companhia Athletica lançou a sua versão da prática com a aula Les Mills GRIT.
Inaugurada no mês de outubro, a modalidade exercita os principais grupos musculares em 30 minutos. O início de cada aula é reservado para o aquecimento, com músicas que vão aumentando o ritmo de acordo com os exercícios praticados. Em seguida, começa a parte mais intensa, na qual a frequência cardíaca dos participantes pode atingir entre 84% e 91% de sua máxima e o gasto calórico durante o treino pode chegar a 450 calorias.
A aula está disponível em duas versões: Grit Cardio e Grit Strength. Na primeira, é usado apenas o peso do corpo durante os exercícios e o foco é na elevação da frequência cardíaca dos participantes. A segunda opção usa barras e anilhas e tem foco na força e explosão.

Slide Disc
Um pequeno disco de PVC é a estrela da aula de Slide Disc, que estreou no mês de novembro no estúdio Jiwa, em São Paulo. A ferramenta é usada durante uma série de 30 minutos de exercícios que fortalecem o core e tonificam os braços, peito, glúteos e pernas.
Movimentos como agachamento, prancha, flexão e afundo são feitos usando o disco. O atrito gerado entre a ferramenta e o chão durante os exercícios cria uma resistência, que tensiona os músculos e exige força e equilíbrio do aluno. Com foco no fortalecimento muscular, a modalidade pode gastar, em média, 200 calorias por aula.
A atividade é de baixo impacto, porém tem alta intensidade e elevação do cardio. Aula perfeita para quem quer trabalhar o corpo todo de maneira rápida e vigorosa.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

9 dicas para lidar com os excessos nas confraternizações de final de ano


As comidas gordurosas e cheias de açúcar são presenças confirmadas nessas ocasiões. Mas é possível manter o equilíbrio durante o período

Festa da empresa, amigo secreto, Natal, Ano Novo… São tantos eventos que fica difícil escapar do exagero das comidas gordurosas nessa época do ano. Como ninguém é de ferro e tudo bem sair da dieta vez ou outra, conversamos com a nutricionista Viviane Moura, do Rio de Janeiro, e a nutróloga Bruna Elisa Resende, da clínica Mais Excelência Médica, de São Paulo, para reunir dicas certeiras de como encontrar o equilíbrio durante esse período e se manter saudável mesmo com tantas opções de alimentos. Vem ver!

1.Decida o que vale a pena comer
Não é preciso deixar de aproveitar as delícias que são servidas durante as festas de final de ano. Porém, a dica é refletir quais pratos valem a pena. “Eu sempre aconselho meus pacientes a preferirem comidas que são típicas desse período. Chocolate você pode comer o ano todo, porém um prato tradicional de Natal, por exemplo, dificilmente você encontrará em outra ocasião. Além disso, nada de provar os alimentos e depois se arrepender. Comer se lamentando não mudará em nada na maneira como os nutrientes serão absorvidos pelo corpo, então aproveite para se deliciar, mas sempre de forma consciente”, indica a nutróloga Bruna Resende.

2.Faça um lanchinho antes da confraternização
Ir para os eventos com fome pode não ser a melhor escolha, afinal, chegando lá a chance de acabar comendo mais do que gostaria é grande. Por isso, faça um lanche saudável antes de sair para saciar o apetite.

3.Pegue mais leve nas outras refeições
 “O ideal para esse período festivo é encontrar um equilíbrio. Quando você já sabe que vai comer comidas mais gordurosas em um evento à noite, por exemplo, prefira alimentos leves e saudáveis nas outras refeições. Inclua legumes, verduras e frutas para manter os nutrientes em dia e a saciedade sem pesar nos carboidratos e gorduras”, aconselha a nutricionista Viviane Moura.

4.Durma bem
É enquanto dormimos que muitos processos importantíssimos para o nosso organismo ocorrem, como a desintoxicação corporal de substâncias que não devem ser absorvidas e o ciclo de vários hormônios. Por isso, é tão importante manter a qualidade e as horas necessárias de sono em dia.

5.Não abandone a rotina de exercícios
“Tentar manter a rotina esportiva é muito importante nessa época, pois o exercício ajuda no equilíbrio corporal. Mesmo que não seja possível se exercitar por uma hora, vá e pratique esportes pelo tempo que você tiver disponível”, indica Bruna.

6.Beba muita água
Além de ajudar a desinchar o organismo, ingerir bastante água também auxilia nas funções corporais, como a digestão, que acaba sendo mais complexa para os alimentos ricos em carboidratos e açúcares. Além disso, a água é essencial para um bom funcionamento do intestino, que também merece atenção durante o período.

7.Cuidado com o álcool
 “O álcool libera muitos fatores inflamatórios no organismo e, hoje, sabemos que vários problemas de saúde estão ligados a essas inflamações. A bebida alcoólica diminui a queima de gordura, dificulta a formação de massa magra e influencia na piora da acne e da rosácea”, esclarece Bruna.

8.Invista nos alimentos diuréticos
“O excesso de sódio nas comidas industrializadas ou nas preparações mais temperadas que costumam aparecer durante as festas pode causar a retenção de líquido e o inchaço corporal. Nesse período, adicione à dieta chás e sucos diuréticos que vão ajudar a desinchar o organismo”, indica Viviane.

9.Fique de olho no intestino
O nosso intestino não foi feito para digerir quantidades excessivas de açúcar. Quando exageramos no consumo de doces e carboidratos, ele acaba sofrendo. Essa ingestão em grande quantidade prejudica a flora intestinal e pode acabar destruindo as bactérias que fazem parte dela e auxiliam no trato digestório. Para contornar essa situação, além de maneirar no carboidrato, é preciso também ingerir fibras e beber bastante líquido.


domingo, 9 de dezembro de 2018

Os 5 fatores que levam a uma vida mais longa


Cuidar da saúde e ter uma vida longa e próspera pode não ser tão complicado assim. Embora muito do que gostamos de comer e beber possa nos fazer mal, as regras para ter uma vida longa não são mais complexas do que seguir alguns passos bem conhecidos. Um estudo feito pela Universidade de Harvard neste ano, por exemplo, comprova: cinco simples passos são necessários para prolongar nossa vida por mais de uma década. São eles ter uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, manter um peso saudável, não beber muito álcool e não fumar. Nada de novo embaixo do sol.

Participantes do estudo que mantinham este estilo de vida mais saudável ​​tinham 82% menos probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares e 65% menos de morrer de câncer quando comparados a aqueles com estilos de vida menos saudáveis ​​durante os mais de 30 anos de duração da pesquisa.

Os pesquisadores examinaram 34 anos de dados de 78.865 mulheres e 27 anos de 44.354 homens participantes. A ideia era ver como estes cinco fatores de estilo de vida de baixo risco poderiam afetar a mortalidade.

Para os participantes do estudo que não adotaram nenhum destes hábitos, os pesquisadores estimaram que a expectativa de vida aos 50 anos era de mais 29 anos para as mulheres e 25,5 anos para os homens. Para aqueles que tinham todos os cinco hábitos, a expectativa de vida aos 50 anos foi projetada para 43,1 anos para as mulheres e 37,6 anos para os homens. “Em outras palavras, as mulheres que mantiveram os cinco hábitos saudáveis ​​ganharam, em média, 14 anos de vida, e os homens que o fizeram ganharam 12 anos, em comparação com aqueles que não mantiveram hábitos saudáveis”, diz texto publicado a respeito do estudo no site da Universidade de Harvard.

Em comparação com aqueles que não seguiram nenhum dos hábitos de vida saudável, aqueles que acompanharam os cinco tiveram 74% menos probabilidade de morrer durante o período do estudo. Os pesquisadores também descobriram que havia uma relação entre a quantidade de cada um dos comportamentos saudáveis e um risco reduzido de morte prematura, e que a combinação de todos os cinco comportamentos saudáveis ​​estava ligada aos anos adicionais de vida.

Este estudo de Harvard está de acordo com outras análises feitas por especialistas a respeito da longevidade humana. Uma pesquisa feita sobre os lugares do mundo onde as pessoas vivem mais também mostra que estes hábitos saudáveis são importantes, mas inclui outros fatores relacionados ao convívio social que também parecem ser essenciais para uma vida mais longa e saudável. Estar incluído em grupos sociais que promovem estes hábitos saudáveis, por exemplo, é um fator importante para se viver mais. [Inc., Harvard News]


sábado, 8 de dezembro de 2018

Sexo seguro não tem limite de idade


Nossa colunista traz à tona um sério motivo para falar de sexualidade: os casos de HIV na população mais velha continuam em alta

Fazer sexo depois dos 60, dos 70, dos 80 anos… exige os mesmos cuidados indicados às demais parcelas da população ativa. Parece óbvio, não? E, de fato, seria, se não houvesse um alto índice de transmissão do vírus da imunodeficiência humana, o HIV, entre os idosos. Na última década foi registrado um aumento de 103% no número de casos, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se o ritmo de propagação nessa população se mantiver como está, dentro de dez anos poderemos ter um mundo em que sete em cada dez idosos correm o risco de contrair a infecção. Como você deve saber, sem diagnóstico e tratamento, esse quadro evolui para a aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Embora ainda não se tenha uma vacina ou cura, a prevenção, por meio do uso da camisinha, é uma arma eficiente para combater a transmissão do vírus e coibir novos casos de aids. É preciso ter consciência de que a idade não é fator protetor contra o HIV. O que isso significa? Ser idoso não caracteriza estar isento de risco. Todo mundo com uma vida sexual desprotegida pode entrar na mira do vírus.

Vamos falar de sexo na velhice?
Ainda que muita gente insista em ligar a velhice a impotência e perda de apetite sexual, o fato é que hoje o mundo é bem diferente daquele de algumas décadas atrás. A oferta de estimulantes sexuais, lubrificantes e mesmo o surgimento de aplicativos de relacionamento fez mudar drasticamente certos comportamentos. Isso vem impactando no número de parceiros sexuais, na manutenção da libido e na oportunidade de realizar-se na cama e, de alguma maneira, socialmente.


O que ficou para trás foi a educação sexual. Muitos dos idosos de hoje não foram orientados a utilizar camisinha e, com isso, se tornaram vulneráveis. Nessa faixa etária existem pessoas que ainda ligam o HIV a uma doença de jovem e de “grupos de risco”, conceito que caiu por terra faz tempo.

Muitos que hoje estão com mais de 60 ou 70 anos não viveram sua juventude em uma época de alta propagação da doença. A epidemia de HIV teve início nos anos 1980 e 1990. Por não terem vivido essa realidade, é comum que entre os idosos persista a ideia de que, nessa fase, o preservativo é dispensável nas relações sexuais.

Não é à toa que defendo a necessidade de investir em campanhas de sensibilização voltadas a esse público — não apenas aos mais jovens, como ainda é corrente.

Um ponto que influencia essa história toda é que falar de sexo na velhice às vezes ganha ares de tabu. Ao silenciar discussões e orientações a respeito, os mais velhos continuam transando, só que suscetíveis não só ao HIV como a outras infecções sexualmente transmissíveis, caso de sífilis, gonorreia, clamídia e herpes genital.

Falta diálogo, mesmo por parte de profissionais da área da saúde, sobre sexo seguro nessa etapa da vida. O desejo sexual não pode ser desencorajado. Pelo contrário. Conversar com o idoso sobre sexo pode, além de auxiliar na prevenção de doenças, contribuir para que ele lide de maneira natural com a sexualidade e ganhe ainda mais qualidade de vida.

Outro comportamento, infelizmente comum, é o de familiares não aprovarem que idosos do seu círculo tenham parceiros ou que, até mesmo, namorem. É sempre bom lembrar que a libido tem grande importância na produção de hormônios que fazem bem à saúde de todos. Por isso, quando bem orientada, a prática sexual é vantajosa e gera melhor condicionamento para aqueles que se mantém ativos.

 “O tempo não para”
Se o cantor e compositor Cazuza (1958-1990) estivesse vivo hoje, estaria entre os mais maduros com HIV. Na época em que ele foi diagnosticado soropositivo, o tema ainda era obscuro em termos de tratamento e mesmo sobre os agravos e as perspectivas ao paciente. Infelizmente, para ele o fim chegou mais rápido.

A boa notícia é que hoje a sociedade dispõe de um tratamento capaz de controlar a doença. Com isso, as pessoas  com o vírus vivem bem e com a carga viral indetectável. O coquetel terapêutico é inclusive fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Independentemente de ser jovem ou idoso, conviver com o HIV exige que o paciente leve a sério o tratamento. Além do bem-estar próprio, a carga viral indetectável, resultado do uso contínuo e correto dos remédios, impede que o indivíduo manifeste sintomas ou transmita o vírus. Foi-se mesmo o tempo em que a infecção remetia a uma sentença de morte.

Volto a insistir:  o vírus da imunodeficiência humana não escolhe idade, cor, raça, crença, tampouco faz distinção socioeconômica. Pelo contrário, a infecção pode alcançar qualquer pessoa que pratique sexo sem proteção. Entre idosos, trata-se de um hábito tão natural quanto em outras idades. Afinal, jamais se é velho demais para tirar proveito de uma vida sexual ativa, saudável e feliz.

Estamos no #DezembroVermelho, o mês do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Que tal aproveitar para incluir a camisinha como um item tão essencial na sua rotina quanto a água que você bebe? Já pensou em fazer um simples teste de HIV? As pessoas não param de fazer sexo porque ficam velhas. Então, cuide-se!

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/sexo-seguro-nao-tem-limite-de-idade/ - Por Dra. Maisa Kairalla - Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital