quarta-feira, 18 de março de 2020

Pessoas curadas pelo coronavírus são contagiosas até 15 dias depois, diz a OMS

Ficar em casa, é claro, é uma regra estrita que se aplica a todos, mas mesmo as pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus ainda podem infectar, mesmo depois de não terem mais sintomas: é por isso que as medidas de proteção devem continuar por pelo menos mais duas semanas após o desaparecimento da doença de Covid-19.

É a recomendação que vem de Tedros Adhanom Ghebreyesu s, diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sublinhou em uma entrevista coletiva em Genebra que, mesmo depois de ser curado, o importante é não receber visitas nem ter contatos com todos os tipos .

Em seu discurso, Ghebreyesus também afirma que há ” mais casos e mortes no resto do mundo do que na China ”

As medidas de exclusão social podem ajudar a reduzir a transmissão e permitir que os sistemas de saúde possam lidar com ela.

A lavagem constante das mãos e espirro ou tosse no cotovelo podem reduzir o risco para si mesmas e para os outros. “ Mas, sozinhos, esses artifícios não são suficientes para extinguir essa pandemia. É a combinação que faz a diferença ” , diz o diretor geral da OMS, na total crença de que a maneira mais eficaz de prevenir infecções e salvar vidas é quebrar as cadeias de transmissão. E para fazer isso, se tiver que testar e isolar.

“Você não pode combater um incêndio com olhos vendados. E não podemos parar com esta pandemia se não soubermos quem está infectado . ”

“Temos uma mensagem simples para todos os países: teste, teste, teste – continua Ghebreyesus. E se forem positivos, isole-os e descubra com quem eles estavam em contato próximo por até 2 dias antes que os sintomas se desenvolvessem “.

Por esse motivo, a OMS enviou quase 1,5 milhão de testes para 120 países e recomenda isolar todos os casos confirmados, mesmo os leves, em unidades de saúde, para impedir a transmissão e fornecer atendimento adequado. Obviamente, sempre que possível. Em muitas situações, manter até casos leves no hospital é praticamente impossível, portanto, as prioridades terão necessariamente de ser seguidas.

O Coronavírus não poupa ninguém
Além disso, Tedros Adhanom Ghebreyesus não perde tempo em apontar que as evidências científicas sugerem que pessoas com mais de 60 anos estão em maior risco, mas isso não significa que os jovens, incluindo crianças, também estejam em perigo.

Até agora, temos visto epidemias em países com sistemas avançados de saúde. Mas eles também lutaram para encontrar soluções rápidas. E não apenas isso: “à medida que o vírus se desloca para países de baixa renda, estamos profundamente preocupados com o impacto que poderia ter entre populações com alta prevalência de HIV ou entre crianças desnutridas “.

É por isso que a OMS pede a todos os países e todos os indivíduos que façam todo o possível para interromper a transmissão.

Vamos repetir mais uma vez: lavar as mãos ajudará a reduzir o risco de infecção, mas também é um ato de grande solidariedade. Faça por si mesmo, faça pelos outros.


terça-feira, 17 de março de 2020

Veja como fortalecer seu sistema imunológico em tempos de coronavírus


Com tantas notícias em relação ao coronavírus, é fácil acabar envolto em uma atmosfera de medo. Diante desse cenário é importante se manter informado e tomar precauções como lavar as mãos e manter boa higiene respiratória. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as autoridades na China e outros países conseguiram diminuir ou parar o surto de COVID-19 com sucesso.

As pessoas com mais de 65 anos e com doenças preexistentes parecem desenvolver um quadro mais sério da doença do que os demais. Nesse sentido, um sistema imunológico forte pode tornar o corpo menos suscetível ao novo conronavírus e outros vírus. Por isso, é importante fortalecer as defesas do corpo, além das medidas de higiene e cuidado com os demais.

Alimentação equilibrada
Uma dieta rica em frutas, vegetais, gordura boa e grãos pode ajudar a manter o organismo pronto para se proteger. Ainda assim, há poucas pesquisas que provem a eficácia de vitaminas e minerais.
Os cientistas reconhecem que pessoas desnutridas são mais vulneráveis a doenças infecciosas, mas não está comprovado se o aumento na taxa de doenças é causado pelo efeito da desnutrição no sistema imunológico.
Há evidências de que a deficiência de micronutrientes como zinco, selênio, ferro, cobre, ácido fólico e vitaminas A, B6, C e E, altera a resposta imune em animais. Mas não está claro qual é o impacto dessas mudanças no sistema imunológico para a saúde dos animais. Ainda precisa ser avaliado o efeito de deficiências similares na resposta imune de humanos.
Portanto, é importante conversar com o seu médico sobre os níveis de vitaminas do organismo e a eventual necessidade de suplementação. Entre os alimentos saudáveis que podem ajudar o sistema imunológico estão frutas cítricas, alho, açafrão e espinafre.

Hábitos saudáveis
Fazer exercícios com regularidade ajuda a baixar a pressão sanguínea, melhora o sistema cardiovascular e assim contribui para a saúde de modo geral, também fortalecendo o sistema imunológico.
Por outro lado, fumar pode enfraquecer as defesas do sistema imunológico, o que deixa a pessoa mais suscetível a infecções. Além disso, quem fuma pode ficar mais propenso a desenvolver resposta imune a patógenos prejudicial. Como o novo coronavírus é uma doença respiratória, o hábito de fumar pode aumentar o risco de contágio.
Outros fatores também podem prejudicar o sistema nervoso como consumir bebidas alcoólicas em excesso, dormir pouco e elevados níveis de estresse. Diversos pesquisadores investigaram a relação entre estado mental e condição física. Eles identificaram que cuidar do estresse e ter relacionamentos de qualidade podem deixar as pessoas mais saudáveis.

Higiene
Simples e relevante, lavar as mãos é a atitude mais importante para a sua proteção. Como as mãos tocam diversas superfícies, elas podem carregar infecções. Portanto, é também importante não tocar olhos, nariz e boca. Para manter a higiene respiratória é essencial cobrir boca e nariz com o cotovelo dobrado ou um lenço quando tossir ou espirrar. Isso porque as gotículas liberadas nesse momento espalham vírus.
Para evitar essas gotículas, mantenha pelo menos um metro de distância das outras pessoas quando tossirem ou espirrarem. Se estiver muito próximo, pode respirar as gotículas e junto com elas vírus que, eventualmente, estejam presentes.
É preciso pensar no autocuidado, mas também nas demais pessoas. Por isso, ao sentir-se doente, além de consultar um médico, permaneça em casa. Essa é a atitude mais eficaz para não passar vírus para outras pessoas. [HuffPost, World Health Organization, Harvard Health Publishing, American Psychological Association, Ministério da Saúde]


segunda-feira, 16 de março de 2020

O que acontece com o coração durante as atividades físicas?


Cardiologista explica por que os batimentos ficam tão acelerados e quando eles podem ser saudáveis

A prática de atividades físicas mexe com diversas instâncias do nosso corpo físico e também mental. Mas você sabe o que acontece especialmente com o coração quando estamos nos exercitando?

De acordo com Hélio Castello, cardiologista e diretor do Grupo AngioCardio, ocorre um aumento da frequência cardíaca, principalmente da pressão sistólica, ou seja, a de maior valor, que depois se recupera assim que o exercício termina.

Isso acontece porque o corpo precisa de mais quantidade de sangue e oxigênio nos músculos. Mas será que isso é saudável?

Segundo o especialista, sim, porque o corpo acaba se adaptando a este momento. E quando o organismo é treinado de forma periódica, passamos a ter menor ação dos hormônios que elevam a pressão e a frequência cardíaca.

É justamente essa adaptação do organismo que faz com que o coração precise trabalhar menos para cumprir as exigências do corpo. Então, na verdade, trata-se de uma situação muito benéfica à saúde.

Mas é importante ficar atento, porque a aceleração muito rápida ou desaceleração dos batimentos pode ser um problema, pela falta de condicionamento físico ou até uma arritmia cardíaca. Por isso, é essencial ter o acompanhamento de profissionais.

Benefícios dos exercícios para o coração
A rotina de exercícios físicos faz o sangue fluir melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Esses fatores ainda trazem outros benefícios, como:

Previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, derrame e hipertensão
Promove maior controle da pressão arterial
Diminui a frequência cardíaca no exercício, consumindo menos oxigênio
Aumento do metabolismo de glicose e gorduras, facilitando o controle do diabetes e a perda de peso gordo, com ganho de massa magra.
Doenças e problemas de saúde evitados
Infarto do miocárdio
Acidente vascular cerebral - AVC
Insuficiência cardíaca
Diabetes mellitus
Hipertensão arterial
Dores osteo-musculares
Problemas de postura
Neoplasias, câncer (diminui a inflamação crônica)


domingo, 15 de março de 2020

Para manter a mente saudável, tenha atividades variadas


O estilo de vida altera até a forma como o cérebro armazena informações. Já quanto às lembranças, se você percebe que sua memória está piorando pode não haver motivos para maiores preocupações.

Variedade e consistência de atividades

Quando se trata do cérebro e da memória, o conhecido ditado "use ou perca" é tão importante nos seus 30 anos quanto nos adultos mais velhos.

Mas é como você se mantém ativo que mais afeta o declínio cognitivo.

Soomi Lee e colegas da Universidade do Sul da Flórida (EUA) encontraram uma peça fundamental para preservar a função cognitiva ao longo da vida adulta: Participar regularmente de atividades diversas.

Os pesquisadores se concentraram em sete atividades diárias comuns: trabalho remunerado, tempo com crianças, tarefas domésticas, lazer, atividade física, voluntariado e ajuda informal.

Eles revisaram dois conjuntos de dados de 732 pessoas, com idades entre 34 e 84 anos, coletados por uma pesquisa nacional. Todos os dias, durante oito dias consecutivos, cada participante informava se havia participado dessas atividades, o que gerou uma pontuação de diversidade de atividades que captura a amplitude (variedade) e a uniformidade (consistência) da participação em cada atividade. O mesmo grupo foi consultado dez anos depois.

Aqueles que aumentaram a diversidade de atividades ao longo da década apresentaram níveis mais altos de funcionamento cognitivo do que aqueles que mantiveram uma menor diversidade de atividades ou que diminuíram sua diversidade.

"Os resultados apoiam o ditado de 'usá-lo ou perdê-lo' e podem embasar intervenções futuras visando a promoção de estilos de vida ativos para incluir uma ampla variedade de atividades para seus participantes," disse Soomi Lee. "As descobertas sugerem que estilos de vida ativos e engajados, com atividades diversas e regulares, são essenciais para nossa saúde cognitiva".

Repertórios intelectuais

O engajamento diário em atividades variadas resultou em maior acúmulo de repertórios intelectuais e sociais.

Experiências de vida, como escolaridade, ou atividades de lazer, podem ajudar a compensar o progresso da doença de Alzheimer. Por outro lado, a falta de atividades ou comportamento passivo, como a compulsão de assistir TV, está associada a um declínio cognitivo.

Por outro lado, apesar de os participantes terem mantido uma mente mais afiada, Lee afirmou não ter encontrado uma correlação entre diversidade de atividades e memória episódica, conhecida por diminuir com a idade.


sábado, 14 de março de 2020

Gripe x coronavírus: saiba as diferenças e como se prevenir


A análise dos sintomas é essencial na hora de identificar o vírus; entenda como é feito o diagnóstico

O novo coronavírus tem se tornado um tema de grande repercussão nos últimos tempos. Com 60 casos confirmados no Brasil (até o dia 11 de março) e quase 120 mil ocorrências no mundo todo, o vírus ainda está sendo analisado e estudado por cientistas de diversos países.

A evolução da COVID-19, nome da doença causada pelo vírus, vem sendo observada, porém, o que já se sabe é que, em muitos casos, é possível que os sintomas de uma gripe comum se confundam com os sinais da enfermidade relacionada à nova epidemia.

Sintomas do coronavírus
Até o momento, os pacientes infectados pelo novo coronavírus apresentaram os seguintes sintomas:

Febre
Tosse
Dificuldade em respirar
Falta de ar

Por não possuir sinais específicos, em casos de suspeita, só é possível confirmar a contaminação pelo vírus através de testes feitos em laboratórios. Manuel Palácios, infectologista do Hospital Anchieta, explica como esse diagnóstico é feito:

"O teste para diagnóstico é feito pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) diante de uma definição de um quadro suspeito. No entanto, a rede particular, através dos laboratórios e grandes hospitais, também oferece o teste por biologia molecular para a detecção do agente SARS-CoV2, que é o agente causal do COVID-19", conta.

De acordo com o especialista, mesmo após a realização do exame laboratorial, é necessário que seja realizado um teste de contraprova pelo LACEN. "É a única forma de diagnóstico, apesar de termos alguns exames auxiliares que ajudam a definir os casos", complementa o infectologista.

Em caso de suspeita, é necessário procurar o hospital imediatamente para a realização de exames. Antes de receber o diagnóstico definitivo e em qualquer circunstância, o paciente deve evitar a automedicação e o auto diagnóstico.

Diferença entre gripe e coronavírus
A gripe, também chamada de influenza, é um dos tipos mais populares de infecção respiratória. Os sintomas da gripe são:

Febre acima de 38ºC
Músculos doloridos, especialmente nas costas, braços e pernas
Calafrios e suores
Dor de cabeça
Tosse seca e persistente
Fadiga e fraqueza
Congestão nasal
Dor de garganta.

Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'or, conta que, enquanto a influenza pode ser identificada dois dias após o seu surgimento, o novo coronavírus possui um quadro mais arrastado. Outra questão é que o SARS-CoV2 pode gerar mais casos graves do que a gripe.

Além disso, apesar da gripe apresentar sintomas muito semelhantes à Covid-19, o que levanta as suspeitas da infecção pelo novo coronavírus são alguns critérios epidemiológicos. Manuel Palácio explica quais são os fatores diferenciais avaliados na hora do diagnóstico:

Viagens: Ter viajado para fora do Brasil nos últimos 14 dias.
Contato com contaminados: Ter tido contato direto com pessoas diagnosticadas com COVID-19 nos últimos 14 dias.
Contato com suspeitos de contaminação: Ter tido contato com pessoas que estão em isolamento domiciliar com suspeita de COVID-19.
Alguns grupos de pessoas ainda apresentam maior possibilidade de evolução no quadro do novo vírus, exigindo um acompanhamento mais intenso da equipe médica. Nesse grupo estão: idosos, pacientes com comorbidades como doenças reumatológicas ou autoimunes, HIV, pacientes com neoplasias ou qualquer doença que mexa com o sistema imunitário.

Como se prevenir
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, algumas medidas preventivas devem ser tomadas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Os cuidados mais recomendados são:

Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel
Cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir
Evitar aglomerações se estiver doente
Manter os ambientes bem ventilados
Não compartilhar objetos pessoais, como garfos e copos

Ainda de acordo com o Ministério, apesar da contaminação ter se tornado um fator preocupante ao redor do mundo, 90% dos casos são considerados leves, ou seja, não apresentam sintomas graves e não exigem cuidados intensivos.