quarta-feira, 24 de junho de 2020

18 coisas que acreditávamos sobre o coronavírus que não são verdade


Quando as primeiras notícias sobre casos da “nova pneumonia” na China começam a circular, em janeiro de 2020, todos queriam respostas sobre o que estava por trás daquilo e como resolver o problema.

Infelizmente, a demanda por respostas imediatas causou uma avalanche de supostas curas milagrosas e teorias da conspiração. A constante atualização de recomendações oficiais dos órgãos de saúde também contribuiu para desinformação generalizada. 

Confira 18 mitos e recomendações ultrapassadas que circularam ou ainda estão passeando pelos grupos de WhatsApp:

18. Mito: quem já teve COVID-19 está a salvo
Ainda não sabemos se ter o vírus uma vez garante imunidade vitalícia, então mesmo quem já se recuperou do vírus deve se cuidar e se comportar como se não tivesse imunidade.

17. Mito: o verão acaba com o problema
Como a epidemia do SARS-CoV-2 começou no inverno na China, muitos especularam que se tratava de um vírus típico de clima frio e úmido, e que o verão faria o problema desaparecer.
Esse mito se sustentou por mais tempo do que deveria, em partes porque as transmissões comunitárias demoraram um pouco para se iniciar na América do Sul e na África. Esse atraso está mais relacionado à conexão dessas áreas com a China: há um trânsito entre a China e a América do Sul muito menor do que entre a China e a Europa.


Estudos das cepas do vírus que se espalharam pelo planeta mostraram que as cepas dominantes no Brasil vieram da Europa e Estados Unidos, e não diretamente da China. Esse caminho em zigue-zague atrasou a transmissão por aqui, mas agora que as Américas são responsáveis por metade dos casos globais diários confirmados, ninguém mais tem dúvida da transmissibilidade do vírus no calor.

16. Mito: máscaras são inúteis
No início da pandemia houve uma grande discussão sobre quem, quando e onde deveria usar máscaras para prevenir a transmissão do vírus. Em alguns momentos a recomendação era apenas tampar a boca com o cotovelo ao tossir ou espirrar, além de lavar as mãos com frequência. Em outros, a orientação era que apenas as pessoas doentes deveriam usar máscara, enquanto mais tarde ficou definido que todas as pessoas maiores de dois anos devem usá-la quando saem de casa.
A máscara do público geral deve ser de tecido, para que as cirúrgicas e os respiradores fiquem reservados aos profissionais de saúde. É importante trocar de máscara a cada quatro horas de uso caso você não esteja conversando ou a cada duas horas se estiver falando bastante. Portanto, não se esqueça de levar dois saquinhos quando sair de casa: um com as máscaras limpas e outro para guardar as que já foram usadas até o momento de lavá-las.

15. Mito: máscaras garantem que você não vá pegar o vírus
As máscaras atrasam a transmissão do vírus em populações, mas isso por si só não é garantia de que o vírus não passe de uma pessoa para outra. As outras medidas como higienização frequente das mãos, distanciamento social e evitar tocar o seu rosto são importantes.

14. Mito: o vírus foi feito em laboratório
No início da crise muitos acusaram a China de ter desenvolvido o vírus em laboratório e tê-lo liberado de propósito ou sem querer no mercado perto de um laboratório que estuda patógenos em Wuhan. Mas várias pesquisas já confirmaram que o vírus é resultado de evolução natural, e não foi feito em laboratório.

13. Mito: pacotes transmitem o vírus
A compra de produtos pela internet aumentou com o fechamento de várias lojas no início do isolamento, e muitos se perguntaram se os produtos transportados dentro das caixas e envelopes estariam contaminados. É muito improvável que o vírus do Covid sobreviva a dias ou semanas em superfícies, portanto não há razão para imaginar que o vírus pegou carona dentro das caixas de entrega. Quanto à superfície externa, você pode usar uma luva ou passar um álcool na hora de abrir a caixa.
Mesmo compras recentes ou entrega de comida são consideradas seguras, já que a transmissão por superfícies é relativamente baixa.

12. Mito: ingerir água sanitária mata o vírus
Depois da fala do presidente americano Donald Trump sobre o uso interno de água sanitária para matar o vírus, dezenas de pacientes chamaram o serviço de ambulância de diferentes cidades por terem ingerido o produto desinfetante. Beber, injetar ou espirrar água sanitária em uma pessoa é extremamente perigoso, nunca faça isso.

11. Mito: crianças são imunes ao vírus
A Organização Mundial da Saúde destaca que pessoas mais velhas e com problemas de saúde pré-existentes têm mais chance de desenvolver sintomas piores da doença, mas pessoas de todas as idades podem ter o vírus. Até recém-nascidos já tiveram Covid-19.
Apesar de a maioria das crianças ter sintomas leves da doença, algumas têm uma síndrome inflamatória multissistêmica que é considerada grave. Órgãos diferentes do corpo podem ter inflamação, como coração, pulmão, rins, cérebro, olhos e órgãos gastrointestinais.

10. Mito: pets espalham o vírus
No início do ano muitos questionaram se cachorros e gatos poderiam contrair e transmitir o vírus entre pessoas da mesma casa ou entre outros animais de estimação. Estudos mostraram que esse risco é muito baixo, mas a recomendação oficial ainda é se isolar até dos animais de estimação caso a pessoa tenha o vírus.

9. Mito: Ibuprofeno piora os sintomas
Durante o mês de março esse medicamento contra dor foi atacado por supostamente piorar os sintomas da doença. Mas não foram encontradas evidências científicas disso.

8. Mito: se você não tem sintomas, você não tem o vírus
Os sintomas do Covid-19 são variados e incluem febre, tosse, dificuldade para respirar, fadiga, dores musculares, dor de cabeça, perda de paladar ou de olfato, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia.
Mas mesmo pessoas sem esses sintomas pode ter e transmitir o vírus. É possível ser assintomático durante a doença toda ou passar por um período anterior ao aparecimento dos sintomas. Esse segundo grupo é o que mais transmite o vírus.

7. Mito: beber álcool mata o vírus
Não existe nenhuma evidência que comprove essa afirmativa. Pelo contrário, o consumo de álcool aumenta a chance de se ter problemas de saúde.

6. Mito: câmeras de temperatura detectam o vírus
Esses sensores detectam apenas a febre, mas esse sintoma pode ser indicação de centenas de problemas de saúde diferentes, não necessariamente ligados ao vírus. Por outro lado, também é possível que uma pessoa contaminada pelo covid-19 não apresente febre porque está pré-sintomático, assintomático ou simplesmente porque tomou medicamento antitérmico.
Portanto, as câmeras térmicas são apenas uma precaução para tentar identificar pessoas que possam estar com o vírus e que ainda não perceberam que estão com febre.

5. Mito: antibióticos podem prevenir e matar o vírus
Antibióticos matam bactérias, e não vírus. Eles até podem ser usados no tratamento contra algumas complicações do Covid-14, mas não são a solução para todos que contraem o vírus.

4. Mito: redes 5G espalham o vírus
As redes de 5G são o alvo favorito de alguns grupos que gostam de teorias da conspiração. Eles colocam a culpa de todos os problemas do mundo nessas redes, afirmando que a radiação originada dela causaria o vírus.
Outras mentes mais criativas ainda dizem que o lockdown de algumas regiões foi uma mentira contada pelo governo para que ninguém testemunhasse a instalação de torres de 5G.

3. Mito: se você puder prender a respiração por 5 segundos, você não tem o vírus
Durante o mês de março a afirmação de que quem conseguiria segurar a respiração sem tossir estaria livre do vírus circulou nas redes sociais. Esse suposto “autodiagnóstico” instantâneo na realidade é inútil, uma vez que são necessários exames médicos, de imagem ou de laboratório para isso.

2. Mito: tomar um banho quente mata o vírus
Tanto a água quente quanto a água gelada são incapazes de matar o vírus por si só. É necessário usar sabão para matá-lo, mas se o vírus já estiver dentro do corpo, lavar a pele com água e sabão não vai impedir a infecção que já está em curso.

1. Mito: secadores de mão matam o vírus
Secadores de mão não matam o vírus mas há notícias promissoras sobre a luz UV para desinfecção de superfícies. Entre as opções de secar as mãos com papel descartável ou com secador de mão em um banheiro público, escolha o papel, e seque bem as dobrinhas. Mãos molhadas transmitem com mais facilidade vírus e bactérias. [Huffpost]


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