Entenda como lidar com o vício em redes sociais,
cultivando uma relação saudável e preservando o bem-estar mental
O vício nas redes sociais pode influenciar na
qualidade do sono, na ansiedade, na depressão. E, além disso, pode gerar
distorção da autoimagem, prejuízo nas interações sociais, cyberbullying e nos
danos à autoestima.
Alguns pontos podem estar relacionados à dificuldade
de desgrudar das telas, por exemplo:
Fuga da realidade: a pessoa evita o contato consigo
mesma e com a vida presente.
Entorpecimento: a busca inconsciente por prazer nas
redes sociais pode ser uma forma que a pessoa encontra para não sentir
desconfortos.
Vício químico: o uso de excessivo libera dopamina no
nosso corpo e, com isso, gera dependência, ou seja, gera vício nas redes
sociais.
Procrastinação: a busca por prazer imediato nas redes
sociais nos faz procrastinar e deixar para depois o que é importante.
Os Prejuízos do Vício em Redes Sociais
Pare um instante para refletir:
Quando você sai das redes, principalmente quando está
sozinha (o), o que você sente?
Quando você se conecta consigo, quais sensações
surgem?
Você consegue se conectar com a sua realidade?
Muitas vezes, o mergulho no virtual ocorre por uma
busca inconsciente em não sentir. Um contato mais profundo e conectado com você
pode trazer desconfortos e percepções de emoções e situações presentes
desagradáveis, mas isso é importante.
Questões mal elaboradas e a falta de costume em lidar
consigo mesma, bem como a vontade de não sentir determinadas emoções, podem
apontar para um caminho de entorpecimento pelas redes sociais.
Quando estamos nas telas, muitas vezes esquecemos até
que temos um corpo, perdendo o contato com a própria presença no mundo real.
Assim, o ambiente ao redor fica turvo, e apagado.
Desconectamo-nos do que se passa aqui para estarmos
lá, dentro do mundo virtual. Desse modo, o excesso pode tornar-se uma fuga da
realidade, uma forma de desconectar do contato com a vida presente,
possivelmente angustiante, e não querer lidar com ela.
Raízes do Vício: Entendendo a Dependência das Telas
Eu não estou buscando condenar o meio virtual como
algo que necessariamente adoece, mas quero, sim, levantar reflexões sobre o uso
excessivo e viciante.
Vivemos em uma sociedade cada vez mais habituada a
suprimir ao máximo os desconfortos. Ou seja, tudo o que gera incômodo, tentamos
anestesiar.
Há uma busca pela solução imediata da dor, mesmo que,
para isso, envolva não lidar com a causa da dor, mas sim adormecer os sintomas.
Da mesma forma, lidamos com as nossas questões e dores emocionais.
A ideia de não tocar para não sentir é equivocada.
Para remediar uma ferida, é preciso tocá-la e fazer o curativo. Quando nos
anestesiamos para não sofrer, apenas postergamos. Isso porque o sofrimento e a
dor seguem presentes, guiando a vida de forma inconsciente.
Outra forma de vício nas redes e uma grande
responsável pela procrastinação é a busca por prazer imediato. Assim como não
queremos lidar com os desconfortos, queremos sentir prazer o máximo possível.
Desse modo, abrir mão do prazer para lidar com a vida
presente, que pede compromissos, tarefas e rotinas muitas vezes maçantes, pode
fazer com que você não queira sair das telas.
Dopamina: a química do vício nas redes sociais
Estudos demonstraram que o uso das redes sociais
estimula a liberação de dopamina, um neurotransmissor essencial para o bom
funcionamento do cérebro e da motivação que atua no centro de recompensa.
Contudo, o uso excessivo daquilo que dispara a
dopamina gera uma hiperestimulação em sua produção.
Quando isso ocorre, aquilo que nos gerava prazer fica
menos estimulante e precisamos de mais estímulo para sentir o mesmo nível de
prazer, levando ao vício e, também, a certo anestesiamento.
Como ter uma relação mais saudável com as redes
sociais
Agora que você entendeu o problema, é hora de repensar
e redefinir seu relacionamento com as plataformas digitais.
Por isso, a partir daqui vamos explorar estratégias
para estabelecer uma conexão mais saudável com as redes sociais, buscando
equilíbrio entre o mundo virtual e a vida real, priorizando o bem-estar e a
presença consciente.
1 Mapeie o que está por trás do vício.
Para além do vício químico, qual é o motivador do
excesso de uso das redes? Qual o sistema de recompensa que é ativado no seu
corpo?
O que as redes sociais estão preenchendo na sua vida?
No mais profundo, do que você pode estar fugindo do contato para não sentir?
2 Analise profundamente sua rotina, escolhas e estilo
de vida
Seria possível modificar algo para o dia ser mais
prazeroso ou menos penoso? Ou então, o que você poderia incluir que te traga
mais bem-estar?
Se existe uma fuga ou busca de prazer imediato nas redes,
do que exatamente você está fugindo? Existe algo que possa melhorar essa
realidade?
3Trace estratégias que atuem nos pontos mapeados por
você
Se você reconhece do que esse comportamento busca
preencher, pode reconhecer algo que te supra na mesma questão.
Por exemplo, se o ponto for a busca por prazer
imediato: que tal se propor a, ao invés de procrastinar nas redes sociais, se
comprometer a terminar tudo o que tem para fazer o mais rápido possível para
que te sobre tempo para uma atividade realmente prazerosa?
Para isso, também vale se perguntar: O que te dá
prazer? Como você coloca o prazer em sua vida diária? Quanto de espaço no seu
dia você dedica a você e ao seu autocuidado e bem-estar? Mesmo com uma rotina
corrida, como seria possível reservar algum momento para você?
4 Qual é o seu contexto?
Cada pessoa tem uma realidade única e específica. Por
isso, é preciso olhar a fundo cada caso para compreender o contexto como um
todo.
O caminho de autoconhecimento e autocuidado é
essencial para encontrar compreensões, contornos e soluções viáveis para se
sentir bem sem precisar mergulhar excessivamente na realidade virtual que nos
tira da presença.
5 Faça terapia
A Psicoterapia é um suporte e orientação essenciais
para compreender a base do comportamento e encontrar caminhos de solução e
elaboração do vício e de sua base.
O psicólogo, junto a uma escuta ativa e um trabalho
verbal e vivencial, trará ferramentas para cuidar dessas questões com clareza,
acolhimento e segurança.
6 Inclua na rotina atividades offline e cultive
relacionamentos fora das redes
Estabeleça momentos de desconexão e limites no tempo
de uso de redes sociais. Essa é uma estratégia importante para equilibrar os
excessos, fortalecendo vínculos fora do digital e aumentando a capacidade de
estar presente, conectado consigo mesmo e com o seu redor.
Poder desacelerar, encontrar prazer em outras
atividades e criar esse equilíbrio saudável entre o virtual e o real é
fundamental para a manutenção da saúde e para lidar com o vício.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/boa-forma/2024-09-29/vicio-em-redes-sociais--sintomas-e-como-tratar.html
- Luisa Restelli
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
João 17:17