Mostrando postagens com marcador Medicamentos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Medicamentos. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de julho de 2021

Entenda os riscos de misturar álcool e medicamentos


A interação pode ocorrer até com analgésicos: veja quais são os possíveis efeitos colaterais

 

Você provavelmente já viu um alerta sobre o uso de bebidas alcoólicas com algum remédio que tomou. O perigo é real: misturar álcool com certas medicações pode causar vômito, dor de cabeça, perda da coordenação motora, sonolência ou desmaio. Além desses prejuízos, o álcool pode alterar a eficácia de um medicamento.

 

Em linhas gerais, tal interação pode ocorrer com muitos remédios, prescritos ou até naturais. Entretanto, como cada medicamento tem um perfil particular de efeitos colaterais e metabolização, é preciso analisar como cada um deles especificamente interage com o álcool.

 

Vale lembrar que algumas interações podem ser mais acentuadas em pessoas idosas, uma vez que o envelhecimento pode diminuir a tolerância do corpo ao álcool devido a alterações fisiológicas, como menor teor de água no organismo e eliminação renal prejudicada. Assim, elas se tornam mais vulneráveis para efeitos como sonolência ou danos hepáticos.

 

Interações por tipo de medicamentos

Analgésicos: muitos dos medicamentos para controle de dores podem ser comprados sem a necessidade de receita médica, mas isso não significa que não há riscos ao serem utilizados concomitantemente com bebidas alcoólicas. Antitérmicos e anti-inflamatórios, que tenham em sua composição ibuprofeno, naproxeno e acetaminofeno, podem interagir com o álcool e provocar dor no estômago, problemas no fígado e taquicardia, dependendo da dosagem do medicamento e da quantidade de álcool consumida. No caso dos relaxantes musculares, as consequências estendem-se da sonolência e tontura a problemas mais perigosos, como risco aumentado para convulsões, prejuízo de memória, diminuição da frequência respiratória e dificuldade de respirar.

 

Antibióticos: o uso de bebida alcoólica concomitante a alguns antibióticos, como metronidazol, cloranfenicol e sulfas, é contraindicado, pois pode resultar em reação similar ao "efeito antabuse". Esse efeito é caracterizado por: falta de ar, dor de cabeça, dor no peito, enrubescimento da pele, aumento da frequência cardíaca, tontura, náuseas e vômitos. Recomenda-se permanecer sem consumir bebidas alcoólicas de 48h a 72h após o término do tratamento com as medicações citadas, por conta do tempo de metabolização dos remédios.

 

Anticonvulsivantes, antidepressivos, sedativos ou ansiolíticos: sua utilização pode apresentar interações sinérgicas com o álcool, acentuando efeitos como sedação, diminuição da coordenação motora e comprometimento da memória, risco de quedas, entre outros.

 

Não poderia encerrar esse artigo sem alertar para o risco da automedicação. Se não houver indicação médica para o uso de medicamentos, evite! E, se houver, lembre-se que misturar álcool e remédio pode colocar as pessoas em risco de reações perigosas. Converse com seu médico e verifique se a medicação pode interagir com o álcool. Na dúvida, prefira abster-se da bebida.

 

Fonte; https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37694-entenda-os-riscos-de-misturar-alcool-e-medicamentos - Escrito por Arthur Guerra de Andrade

sábado, 3 de julho de 2021

Dois medicamentos podem curar covid-19 em menos de cinco dias


A descoberta representa uma esperança real de um tratamento eficaz para aqueles que contraírem o vírus mesmo após a vacinação.

 

Tratamento para covid-19

 

Experimentos pré-clínicos mostraram que os medicamentos cefarantina e nelfinavir, já aprovados e em uso, podem ser tratamentos eficazes contra a covid-19.

 

Embora hipotéticos cuidados preventivos com a covid-19 tenham produzido muito barulho antes do lançamento das vacinas, as taxas crescentes de infecção indicam que, mesmo após a vacinação de toda a população, é urgente o desenvolvimento de tratamentos eficazes para aqueles que continuarão fatalmente a se contaminar com o vírus.

 

Usando células cultivadas para estudar infecções por SARS-CoV-2, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade de Ciência de Tóquio (Japão) descobriu que os medicamentos cefarantina e nelfinavir são eficazes no combate ao vírus, com o primeiro impedindo que o vírus entre nas células e o segundo prevenindo que o vírus se replique.

 

Os pesquisadores primeiro estabeleceram um sistema experimental para triagem de drogas que poderiam ajudar a controlar as infecções. Este sistema usa um tipo de célula chamada VeroE6/TMPRSS2, neste caso manipuladas para serem infectadas com eficiência e permitir que o SARS-CoV-2 se replicasse.

 

"Para determinar se um medicamento de interesse poderia ajudar a combater a infecção por SARS-CoV-2, simplesmente tínhamos que expor as células VeroE6/TMPRSS2 ao medicamento e ao SARS-CoV-2 e, em seguida, observar se a presença do medicamento servia para impedir o vírus de infectar as células," explicou o professor Koichi Watashi.

 

Cefarantina e Nelfinavir

 

A equipe usou esse sistema experimental para avaliar uma gama de medicamentos já aprovados para uso clínico, incluindo medicamentos como remdesivir e cloroquina, que já foram aprovados ou estão sendo testados como tratamentos para covid-19.

 

Mas os melhores efeitos vieram com dois medicamentos que se mostraram capazes de suprimir o SARS-CoV-2: a cefarantina, que é usada para tratar inflamação, e o nelfinavir, que é aprovado para o tratamento da infecção pelo HIV.

 

A cefarantina inibiu a entrada do vírus nas células, impedindo que ele se ligasse à proteína espícula, na membrana celular, que ele usa como porta de entrada. Por outro lado, o nelfinavir funcionou para evitar que o vírus se replicasse no interior da célula, inibindo uma proteína da qual o vírus depende para sua replicação.

 

Como esses dois medicamentos têm mecanismos antivirais distintos, o uso dos dois juntos pode ser especialmente eficaz para os pacientes, com modelos computacionais prevendo que a terapia combinada de cefarantina/nelfinavir poderia levar à eliminação do SARS-CoV-2 dos pulmões de um paciente em apenas 4,9 dias.

 

O próximo passo será avaliar o uso do tratamento em pacientes internados com a covid-19.

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Potential anti-covid-19 agents, cepharanthine and nelfinavir, and their usage for combination treatment

Autores: Hirofumi Ohashi, Koichi Watashi, Wakana Saso, Kaho Shionoya, Shoya Iwanami, Takatsugu Hirokawa, Tsuyoshi Shirai, Shigehiko Kanaya, Yusuke Ito, Kwang Su Kim, Takao Nomura, Tateki Suzuki, Kazane Nishioka, Shuji Ando, Keisuke Ejima, Yoshiki Koizumi, Tomohiro Tanaka, Shin Aoki, Kouji Kuramochi, Tadaki Suzuki, Takao Hashiguchi, Katsumi Maenaka, Tetsuro Matano, Masamichi Muramatsu, Masayuki Saijo, Kazuyuki Aihara, Shingo Iwami, Makoto Takeda, Jane A. McKeating, Takaji Wakita

Publicação: iScience

DOI: 10.1016/j.isci.2021.102367

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=dois-medicamentos-curar-covid-19-menos-cinco-dias&id=14773 - Redação do Diário da Saúde - Imagem: Hirofumi Ohashi et al. - 10.1016/j.isci.2021.102367

domingo, 7 de junho de 2020

Dez fitoterápicos que trazem benefícios à saúde


Chá-verde, carqueja e arnica estão entre os fitoterápicos reconhecidos pela Anvisa

Os fitoterápicos são medicamentos que têm como princípio ativo drogas vegetais, popularmente conhecidas como plantas medicinais. "Esses compostos agem sobre o organismo, proporcionando ações específicas como melhora de enjoo e náuseas, aumento da saciedade, melhora do funcionamento intestinal, entre outros benefícios", explica a nutricionista Alessandra Coelho, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.

"Na fitoterapia, os medicamentos são produzidos a partir de partes das plantas, não possuindo apenas uma substância isolada e sim uma série delas", explica Célia Von Linsingen, Gerente de Marketing Institucional e Consumo do Herbarium, empresa de fitoterápicos. Essa ação conjunta torna o tratamento mais suave e reduz os efeitos colaterais.

Há por volta de 66 plantas fitoterápicas reconhecidas pela Anvisa. Conheça algumas delas e saiba qual é a indicação:

Chá de Mil Folhas
"Esse fitoterápico pode ser encontrado em forma de chá, feito de um a dois gramas em 160 miligramas de água e tomado três vezes ao dia, para adultos", explica a professora Marcelle Machado, do curso de Naturologia da Anhembi Morumbi. É indicado para pessoas com falta de apetite, cólicas, complicações digestivas, febre, inflamação, entre outros problemas. Já a contraindicação é para pessoas com úlcera gástrica.

Carqueja
Indicada para distúrbios digestivos e problemas no fígado. "Apesar de existir na forma de chá, é comum a utilização desse fitoterápico em forma de tintura, ou seja, um composto da erva concentrada em álcool, feito em uma farmácia manipulada", conta Marcelle Machado. O uso não pode ser feito por grávidas, pois pode promover contrações uterinas.

Chapéu-de-couro
Também conhecido como chá-da-campanha, erva-do-brejo e erva-do-pântano, esse fitoterápico é usado para combater retenção de líquido e edemas corporais e ajudar no controle da pressão arterial. Um estudo do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz investigou os efeitos farmacológicos do extrato da planta e constatou um potente efeito vasodilatador do composto, semelhante ao atingido pelo tratamento crônico tradicional da hipertensão arterial.
Segundo a professora de Naturologia Marcelle, a contraindicação dessa erva é para pessoas que possuem insuficiência cardíaca ou renal, uma vez que o chá aumenta o trabalho dos rins e a exigência do coração.

Erva-cidreira
Ela é indicada para combater cólicas intestinais e uterinas e quadros leves de ansiedade e insônia, como um verdadeiro calmante. Fácil de ser encontrada na forma de chá, não precisa de prescrição médica. A recomendação é de usar uma xícara de chá de duas a três vezes ao dia.

Arnica
Vendida sob a forma de extrato (tintura) sem necessidade de prescrição médica, a arnica é ótima para tratar contusões e hematomas. O uso é tópico e deve ser evitado em ferimentos abertos. A compressa pode ser aplicada na área afetada de duas a três vezes ao dia.

Calêndula
Esse fitoterápico é encontrado na forma de pomada em farmácias de manipulação e tem poder cicatrizante e anti-inflamatório, indicada para tratar inflamações, lesões, contusões e queimaduras. O uso também pode ser feito por meio de compressas do chá, três vezes ao dia. Não é preciso prescrição médica para obter esse fitoterápico.

Aloe Vera (babosa)
O extrato obtido pelo gel da planta babosa é tão eficiente que é distribuído gratuitamente pelo SUS. O efeito é de cicatrizante nas lesões provocadas por queimaduras térmicas (primeiro e segundo grau) e radiação, além de ajudar a tratar feridas de psoríase. Não precisa de prescrição médica.

Salix Alba (Salgueiro)
Outro fitoterápico disponibilizado pelo SUS, o salgueiro é indicado contra dores lombares, febre, gripe e resfriado. Ele é de uso oral, tem poder antitérmico, anti-inflamatório e analgésico e dispensa prescrição médica. A recomendação é de uma xícara do chá de duas a três vezes ao dia.

Chá verde em cápsulas
Esse fitoterápico apresenta um antioxidante chamado catequina, o flavonoide que tem uma ação vascular, a cafeína que traz melhoras nas partes cognitiva e cardíaca, a vitamina K e as vitaminas do complexo B. Pesquisas indicam que esses nutrientes podem trazer benefícios para a imunidade e ajudar no combate ao câncer. Alguns estudos também apontam o potencial do chá verde para acelerar o emagrecimento. Um deles foi desenvolvido na Escola Superior de Agricultura da USP e indicou que o chá pode ser um aliado alimentar tanto para a perda de peso quanto a diminuição de gordura corporal e a redução dos níveis de triglicérides, entre outros benefícios.
No entanto, os médicos lembram que ele não faz milagre sozinho - é preciso adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e controle do peso. Vale lembrar, também, que a venda de chá verde injetável para emagrecer é proibida pela Anvisa, sendo liberada apenas a venda de fitoterápicos via oral com chá verde que tenham registro na Vigilância Sanitária.

Isoflavona de soja
Este fitoterápico é um ótimo coadjuvante para aliviar os sintomas de mulheres que estão na fase da menopausa. Um estudo realizado pela Universidade de Delaware, nos Estado Unidos, indica que a soja pode reduzir a frequência e a severidade das ondas de calor comuns do período em até 26%. Os resultados, publicados no periódico Menopause: The Journal of the North American Menopause Association foram baseados na análise 19 estudos anteriores que envolveram mais de 1.200 mulheres ao todo.


quarta-feira, 20 de maio de 2020

5 dicas para armazenar seus remédios de forma segura


Manter as medicações em local correto e protegido evita riscos à saúde

Não é de hoje que muitas pessoas têm o hábito de manter um estoque de medicamentos em casa. Seja quem precisa tomar remédios de forma periódica ou quem apenas tenha uma precaução para os casos de dor de cabeça e cólica, o hábito de conservar uma "mini farmácia" caseira é algo que vem de gerações e acontece em toda parte.

Porém, é preciso ter cuidado e atenção ao realizar essa prática. Alguns locais da casa podem não só comprometer a eficácia dos medicamentos, como gerar uma contaminação dos mesmos, colocando a saúde em risco. Portanto, confira algumas dicas para armazenar os remédios da forma correta:

1- Mantenha a embalagem original
O farmacêutico homeopata Jamar Tejada explica que guardar os medicamentos em sua embalagem original mantém a integridade e ajuda a conservá-los. "A embalagem foi projetada para evitar grandes variações de temperatura, umidade, exposição à luz, poeira e microrganismos que contaminam os mesmos. Além disso, nelas, você pode identificar o nome correto, o lote, a validade do produto e ler a bula", explica o especialista.

2- Escolha locais frescos e arejados
Guardar um medicamento na cozinha ou no banheiro pode não ser uma boa ideia. Por serem locais com grande mudança de temperatura e umidade, a conservação dos remédios pode ser prejudicada, aumentando as chances de proliferação de bactérias e de desintegração de suas propriedades.
Por isso, é indicado que os medicamentos sejam guardados em locais frescos, arejados, secos e que não sofram mudanças térmicas, longe da exposição à luz solar. Os especialistas também recomendam que os remédios sejam mantidos separados dos produtos de limpeza.

3- Evite estojos de armazenamento
Muitas pessoas guardam os medicamentos em estojos ou caixinhas que separam os comprimidos que devem ser tomados durante a semana. Apesar de parecer uma forma de organizar a rotina, essa prática pode ser muito perigosa.
Jamar explica que, além de prejudicar a identificação dos medicamentos, isso pode levar a confusão e erros no momento do uso, trazendo consequências como a superdosagem, por exemplo.
"A estabilidade do medicamento pode sofrer alterações, uma vez que essas caixinhas não possuem vedação como a da embalagem original, além de sofrer ações diretas da luz, já que a maioria das caixinhas ou estojos são transparentes", conta o farmacêutico.

4- Cuidados durante viagens
Durante as férias ou viagens a trabalho, o modo de se guardar medicações também deve ter a atenção e cuidados necessários. "O mais indicado é utilizar embalagens térmicas, pois pode ser necessário o uso de algum resfriamento no medicamento, caso houver muita variação de temperatura entre meio externo e interno", explica Jamar.
De acordo com o especialista, quando a viagem for feita de carro, também é indicado o uso de gelo reutilizável para preservação do remédio, pois não há derretimento, já que são acondicionados em embalagens plásticas. Assim, é possível manter a medicação em sua embalagem original e garantir uma boa temperatura, sem riscos de umidade.

5- Cuidado com as crianças
Além dos cuidados para a preservação dos medicamentos, também é preciso se atentar com a segurança das crianças na hora de guardar os remédios. Dê preferência a ambientes que estejam fora de alcance dos pequenos, garantindo que apenas adultos possam ter acesso ao local.

Outros cuidados com medicamentos
Algumas outras orientações também devem ser seguidas ao se manter medicamentos em casa. É importante lembrar que cada pessoa pode apresentar uma reação diferente para cada remédio, logo, a automedicação nunca é indicada. Procure um médico para saber quais são os tipos de comprimidos mais indicados para o seu quadro e sua condição de saúde.

Leia a bula e respeite sempre o prazo de validade para cada medicação, evitando complicações adversas na hora de ingerir os remédios. Caso seja necessário o descarte desses produtos, nunca os jogue em lixos ou privadas, pois essas práticas podem causar a contaminação do solo e da água. Logo, a maneira correta de descartar um medicamento é procurar por farmácias, drogarias e postos de saúde que façam esse serviço de forma segura.


sexta-feira, 7 de junho de 2019

Remédios podem ser guardados fora da embalagem original?


Estojos e caixinhas para armazenar comprimidos trazem praticidade para o dia a dia, mas não são a melhor escolha

Para simplificar a rotina do uso de medicamentos, pacientes podem lançar mão de estojos de plásticos para guardar comprimidos, cápsulas ou drágeas. Isso é comum especialmente entre os portadores de doenças crônicas, que precisam dos remédios todos os dias. Mas será que o produto não estraga?

A dúvida foi levantada por nossa leitora Giovana Feix. Para resolver essa questão, SAÚDE conversou com o farmacêutico Wagner Ricardo Montor, professor adjunto do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O especialista afirma que nunca devemos remover cápsulas e afins da cartela ou de frascos que contenham algum sistema de controle de umidade, como aqueles que vêm com sachês de sílica.

“É preciso lembrar que a embalagem também foi elaborada pela indústria farmacêutica para garantir a melhor condição de conservação. O ideal é mantê-la”, resume Montor.

O professor frisa que esses estojos que separam o remédio por dia da semana não ficam fechados tão perfeitamente quanto o blister no qual ele é vendido.

O que você pode fazer é tirar as cartelas ou os frascos daquela caixa de papelão e deixá-los em outro local maior, ou até em uma gaveta — desde que permaneçam em condições adequadas de temperatura, umidade e exposição à luz. Você encontra essas instruções específicas na embalagem.

“Recomenda-se guardá-los em locais frescos e arejados para evitar problemas de umidade. Isso significa que eles não devem ser armazenados no banheiro, já que a água do chuveiro é capaz de condensá-los”, orienta o especialista.

De qualquer forma, Montor não aconselha tirar os medicamentos da caixa original de papelão — mesmo que você os mantenha nas condições ideais. Isso porque é possível confundir as cartelas se elas ficarem todas juntas.

“Fora que, guardando na própria embalagem do fabricante, você mantém a bula. E o acesso ao número do lote e à validade também é facilitado”, acrescenta o professor da Santa Casa.

O que fazer quando o tratamento acaba e o remédio não
Nesses casos, o ideal é descartar aqueles que sobram. Segundo Montor, é arriscado mantê-los em casa porque, se os sintomas surgem de novo ou um familiar apresenta sinais semelhantes, as pessoas tendem a usar as mesmas drogas sem consultar um médico.

“Só que nem sempre sintomas parecidos são causados por uma mesma doença. E o uso de medicamentos errados pode piorar o quadro”, alerta o expert. “Além disso, há o risco de utilizar remédios vencidos ou que não tenham sido armazenados da melhor forma”, adiciona.

Na hora de descartar, não se esqueça de fazê-lo da forma correta. Ou seja: nada de jogar no vaso sanitário! Postos de saúde e algumas farmácias coletam os medicamentos restantes. O portal e-Cycle, em parceria com a farmacêutica Roche, disponibiliza uma ferramenta online que busca os pontos de coleta mais próximos da sua localização.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/boa-pergunta/remedios-podem-ser-guardados-fora-da-embalagem-original/ - Por Maria Tereza Santos - Foto: Deborah Maxx/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

As perigosas interações do álcool com vários tipos de remédio

Não é mito – e o alerta não vai só para quem está tomando antibiótico! A bebida pode causar estragos quando consumida junto a alguns medicamentos

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o consumo de álcool per capita no Brasil excede a média internacional – tendo chegado a quase 9 litros em 2016, em comparação aos 6,4 do resto do planeta. E quatro dias específicos do calendário brasileiro dão um empurrãozinho para a nossa elevada média etílica: o carnaval.

Durante o feriado, milhares de foliões pelo país estarão bebendo. E, enquanto muitos dos abstêmios podem encontrar no uso de antibióticos a justificativa para recusar uma cerveja gelada, pouco se fala sobre a interação das bebidas alcoólicas com outros tipos de remédio.

Nesse sentido, os dias de folia merecem atenção especial. Justamente por isso, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo preparou uma material com as principais interações entre medicamentos e a bebida, que SAÚDE adaptou para você:

Álcool + dipirona
O efeito do álcool pode ser potencializado.

Álcool + paracetamol
Maior risco de hepatite medicamentosa.

Álcool + ácido acetilsalicílico
Maior risco de sangramentos no estômago, já que o ácido acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal.

Álcool + antibióticos
É possível que leve a vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória e até morte. Esse tipo de reação seria mais comum com as substâncias metronidazol; trimetoprim-sulfametoxazol, tinidazole e griseofulvin.

Já outros antibióticos – como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida – tampouco devem ser tomados com cerveja e afins pelo risco de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática.

Álcool + anti-inflamatórios
Maior risco de úlcera gástrica e sangramentos.

Álcool + antidepressivos
Aumento nas reações adversas e no efeito sedativo, além da diminuição na eficácia do medicamento.

Álcool + calmantes (ansiolíticos)
Aumento no efeito sedativo. Há ainda uma maior probabilidade de coma e insuficiência respiratória. Um exemplo disso é a substância benzodiazepina.

Álcool + inibidores de apetite
Tontura, vertigem, fraqueza, síncope, confusão mental e outros sintomas ligados aos sistema nervoso central se tornam mais comuns.

Álcool + anticonvulsivantes
Maiores efeitos colaterais e risco de intoxicação. Também há uma diminuição na eficácia contra as crises de epilepsia.


domingo, 30 de abril de 2017

10 tipos de medicamentos que fazem você ganhar peso sem saber

Um efeito colateral bastante indesejado de vários grupos de medicamentos é o ganho de peso. Descubra se você toma algum deles

Se você está tentando perder peso, você provavelmente sabe que precisa ter uma alimentação equilibrada, rica em verduras, legumes e frutas e pobre em farinha branca, açúcar a gordura.

Além disso, todo mundo que já tentou perder alguns quilinhos sabe que os melhores resultados são obtidos quando associamos a dieta adequada a uma rotina de exercícios físicos, que aumenta o gasto calórico.

Porém, muitas vezes acabamos nos esquecendo de um fator que pode influenciar e muito no nosso peso: os medicamentos que consumimos.

Além de ajudar nosso corpo a combater infecções, dores, inflamações e doenças emocionais, entre outras patologias, essas substâncias apresentam efeitos colaterais, e o ganho de peso pode ser uma delas.

Medicamentos inimigos da balança
Muitas vezes, na intenção de combater um problema de saúde, acabamos gerando outro por causa dos efeitos secundários dos medicamentos. Porém, antes de procurar os medicamentos que você usa na lista abaixo, tenha em mente que nunca devemos interromper um tratamento sem conversar com o médico.

1. Antidepressivos
Enquanto a maior parte dos inibidores seletivos da receptação da serotonina (ISRS) não exercem efeitos colaterais sobre o peso, o Paxil® (paroxetine) é conhecido por estimular o acúmulo de alguns quilos a mais.
O Prozac® (fluoxetina), por sua vez, tem um efeito se saciedade nas primeiras semanas de uso, mas algumas pesquisas mostram que, em uso prolongado por mais de 6 meses, os pacientes voltam a engordar.
Os antidepressivos tricíclicos, como o Tryptanol® (amitriptilina), são ainda mais associados ao ganho de peso do que a classe dos ISRS. Outra categoria a se considerar é a dos antidepressivos tetracíclicos, como o Remeron® (mirtazapina), que algumas vezes é prescrito como estimulante do apetite para pacientes idosos.

2. Corticosteroides
Os corticosteroides por via oral ou injetável, como o Predicorten® (prednisona) e o Predsin® (prednisolona), são famosos pelo efeito colateral de aumento de peso quando usados em altas doses ou por longos períodos. Em geral, esses medicamentos são prescritos para tratar processos inflamatórios e autoimunes.

3. Estabilizadores de humor
Utilizados para tratar o transtorno bipolar, a esquizofrenia e outros distúrbios, os estabilizadores de humor podem ter o aumento do peso como efeito colateral.
Dois medicamentos dessa classe que costumam ser relacionados ao ganho de alguns quilos são o Carbolitium® (lítio) e o Depakote® (ácido valproico/valproato). Alguns medicamentos dessa classe também podem ser prescritos como anticonvulsivantes.

4. Anti-histamínicos
Tomar alguns comprimidos de anti-histamínico durante dois ou três dias para combater uma alergia simples não vão fazer você ganhar peso, mas o tratamento prolongado com Zyrtec® (cetirizina), Allegra® (fexofenadina) e Claritin® (loratadina) podem se favorecer que você acumule alguns quilos a mais.
Isso acontece porque, ao bloquear a ação da histamina no seu cérebro, esses medicamentos atrapalham a regulação do consumo de alimentos, desregulando a fome e a saciedade.

5. Medicamentos para diabetes
O tratamento da diabetes tipo 2 com Diabinese® (clorpropamida), Starlix® (nateglinida) e Novonorm® (replaglinida) tem como objetivo regular os níveis de insulina no organismo, o que acaba afetando também o apetite. Assim, uma das consequências do uso desses medicamentos pode ser o ganho de peso. O próprio tratamento com insulina pode fazer com que o paciente engorde.

6. Anticoncepcionais
Embora a maior parte das pílulas anticoncepcionais possa causar um aumento de peso por promovera a retenção de líquido, o Depo-Prova® (acetato de medroxiprogesterona), que é um anticoncepcional injetável, pode levar ao ganho de peso real.

7. Betabloqueadores
Os betabloqueadores são os medicamentos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão. A desvantagem é que alguns deles, principalmente os mais antigos, podem causar aumento de peso.
Entre eles, estão o Inderal® (propranolol), Lopressor® (metropolol) e Angipress® (Atenolol), que podem diminuir a queima de calorias e levar ao sobrepeso.

8. Tratamento da enxaqueca
Os medicamentos destinados ao tratamento da enxaqueca, como os já citados antidepressivos das categorias ISRS e tricíclicos, o Depakote (ácido valproico/valproato) e o Neurotin® (gabapentina) também podem levar ao ganho de peso.

9. Bloqueadores dos canais de cálcio
Utilizados no tratamento de doenças cardiovasculares como taquiarritmia, angina e hipertensão, os bloqueadores de canais de cálcio como Sibelium® (flunarizina) e Dilacoron® (verapamil) podem contribuir para a subida do ponteiro da balança.

10. Tratamento de combate ao câncer
Os pacientes que lutam contra o câncer costumam fazer uso de medicamentos como Miantrex® (metotrexato), Genuxal® (ciclofosfamida), Nolvadex® (tamoxifeno), Efurix® (5-fluoruracila) e os inibidores da aromatase (Aromasin® ou exemestano), que, entre outros efeitos colaterais, ainda favorecem o ganho de peso.

Os riscos de suspender um medicamento sem orientação vão desde o retorno dos sintomas até infecções ainda mais fortes e síndrome de abstinência. Por isso, se você acha que algum dos seus medicamentos está contribuindo para que você engorde, não deixe de conversar com o médico sobre isso. Existem outras opções de tratamento e ele poderá orientá-la nesse processo.


Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/medicamentos-que-fazem-voce-ganhar-peso/ - por Raquel Praconi Pinzon - Foto: iStock

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

15 medicamentos que você usa sem prescrição, mas podem ser perigosos


Analgésico, anti-inflamatório, relaxante muscular, antitérmico e antiácido são os medicamentos isentos de prescrição mais utilizados

Na maioria das vezes, quando sentem uma dor de cabeça, cólica, estão com febre ou dor muscular, por exemplo, as pessoas vão a uma farmácia em busca dos chamados MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição). Eles são aprovados pelas autoridades sanitárias e têm o objetivo de tratar sintomas menores. A venda é possível sem prescrição ou receita médica.

Porém, isso não significa que eles possam ser utilizados sempre e de qualquer maneira. São medicamentos, e baseando-se nas características peculiares, os MIPs também podem causar problemas de saúde, seja pelo uso excessivo ou inadequado. O cuidado deve ser ainda maior no caso de crianças, idosos, gestantes e pessoas com alguma doença.

Priscila Vautier, farmacêutica, Mestre em Farmácia, docente em curso de Farmácia e Diretora no Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, comenta que os medicamento isentos de prescrição mais utilizados pelas pessoas são os analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, antitérmicos e antiácidos.

Vale destacar que os MIPs, ainda que sejam considerados de baixo risco, podem causar, em alguns casos, reações adversas, intoxicações e interações medicamentosas. Por exemplo, se não houver uma orientação correta, a pessoa pode cometer a subdosagem (o que não aliviará os sintomas desejados), ou ainda, pode haver a superdosagem, levando a uma intoxicação. Também há o risco de se usar dois medicamentos com o mesmo princípio ativo, o que também pode levar à intoxicação; além da possibilidade do paciente já consumir um medicamento de uso crônico que, por sua vez, interage com o fármaco presente nos MIPs.

15 classes de medicamentos que não se deve tomar indiscriminadamente
Nos tópicos abaixo você confere quais são os principais riscos de se utilizar determinados grupos de remédios, que parecem inofensivos, mas que, quando utilizados de forma exagerada ou inadequada, podem se tornar perigosos.

1. Hormônios e anticoncepcionais
Priscila destaca que o uso indevido pode levar ao descontrole hormonal do organismo. “E o uso contínuo pode aumentar o risco de aumento de pressão arterial, trombose profunda (principalmente quando associada ao cigarro) e enxaqueca”, diz.
Amouni Mourad, assessora técnica do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia), ressalta que vários estudos epidemiológicos demonstram associação clara entre o uso de contraceptivos orais combinados e o aumento de risco para trombose venosa e arterial.

2. Absorventes e antifiséticos intestinais (simeticona)
Amouni comenta que um exemplo dessa classe de medicamentos é a simeticona. “É um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que alivia o mal-estar gástrico causado pelo excesso de gases.”
A assessora técnica explica que a simeticona não é absorvida pelo organismo, e atua somente dentro do aparelho digestivo, sendo totalmente eliminada nas fezes. “Embora reações indesejáveis sejam pouco prováveis, são relatados: eczema de contato (reação inflamatória que ocorre devido ao contato da pele com um agente irritativo ou que cause alergia); e, em casos raros, reações imediatas como urticária (lesões vermelhas na pele que coçam muito)”.
Luftal também é um conhecido antifisético intestinal e utilizado muitas vezes por pacientes com excesso de gases. Vale destacar que ele alivia os sintomas, mas não “resolve o problema”. Não costuma causar efeitos colaterais, mas podem ocorrer em casos raros: inflamação na pele ou alergia da pele.
Priscila destaca que o uso inadequado desse tipo de medicamento pode, em alguns casos, levar à constipação temporária.

3. Analgésicos e antitérmicos (AAS, Dipirona, Paracetamol)
Priscila explica que Paracetamol é um anti-inflamatório não esteroidal: “o uso crônico pode levar a uma hepatotoxicidade (dano no fígado causado por substâncias químicas chamadas hepatotoxinas)”.
Amouni destaca que, embora Paracetamol possa ser utilizado durante a gravidez, o médico deverá ser consultado antes disso. “Além disso, ele não deve ser administrado por mais de 10 dias para dor ou para febre por mais de 3 dias”, diz.
AAS, conforme explica Priscila, pode ocasionar sangramento gástrico e é contraindicado em caso de dengue.
“Dipirona, quando utilizado inadequadamente, pode causar hipotermia, reações na pele, inflamação de tecido renal”, destaca Priscila.
“Quando tais medicamentos são ingeridos junto com álcool, podem ocorrer úlceras, distúrbios gastrointestinais e hemorragias”, acrescenta a farmacêutica Priscila.

4. Antiácidos
Amouni comenta que a maioria dos antiácidos contém um ou mais dos quatro componentes principais: sais de alumínio, sais de magnésio, carbonato de cálcio e bicarbonato de sódio.
“Eles podem ter interações com muitos fármacos de prescrição médica, por isso, é muito importante consultar um farmacêutico sobre as interações entre os medicamentos antes de tomá-los. Além disso, especialmente as pessoas com afecções cardíacas, hipertensão ou problemas renais devem consultar o médico antes de tomar um antiácido”, acrescenta a assessora técnica.
Priscila destaca como principais riscos/problemas do uso exagerado ou do uso indevido desse tipo de medicamento: deficiência na absorção de alimentos e medicamentos; constipação e diarreias.

5. Antialérgicos e anti-histamínicos (dexclorofeniramina, loratadina)
Amouni comenta que Dexclorofeniramina, Hidroxizina, Prometazina e Ciproeptadina são os antialérgicos mais antigos e conhecidos, pois foram os primeiros a serem usados no tratamento das doenças alérgicas. “O efeito colateral mais comum e incômodo é a sedação. Podem ainda ocorrer sonolência (ou agitação), diminuição da concentração, alterações de memória e da coordenação psicomotora, além de boca seca, visão turva, retenção da urina, aumento de apetite e ganho de peso. Até pela possibilidade desses efeitos colaterais, esse tipo de medicamento deve ser evitado em motoristas, pilotos ou em trabalhadores em risco de acidente”, diz.
Loratadina, Desloratadina, Cetirizina, Levocetirizina, Ebastina e Fexofenadina são os antialérgicos chamados de “segunda geração”, considerados mais modernos. “Proporcionam alívio dos sintomas causando pouca sedação e mínimos efeitos na atividade psicomotora. Em alguns casos, pode ocorrer dor de cabeça (cefaleia), sendo este o efeito colateral mais significativo”, diz Amouni.
A farmacêutica Priscila destaca como principais problemas do uso exagerado ou inadequado dos antialérgicos: sonolência, engrossamento ou adensamento do muco.

6. Antieméticos
Metoclopramida é um exemplo de antiemético, que age nas funções digestivas comuns como náuseas e vômitos.
Priscila diz que, em grupos de risco (idosos, crianças, diabéticos), esse tipo de medicamento tem vários efeitos adversos. “Abuso pode causar ansiedade e agitação e, às vezes, sonolência”, acrescenta.
De acordo com informações da bula do medicamento, as reações adversas mais frequentes são: inquietação, sonolência, fadiga e lassidão/exaustão (ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes). Com menor frequência: insônia, dor de cabeça, tontura, náuseas, galactorreia, ginecomastia, erupções cutâneas, incluindo urticária ou distúrbios intestinais.
Ainda segundo a bula do medicamento, reações como inquietude, movimentos involuntários, fala enrolada etc. podem ser mais frequentes em crianças e adultos jovens; enquanto que movimentos anormais ou perturbados são comuns em idosos sob tratamentos prolongados.

7. Antiespasmódicos (Buscopan)
Buscopan (brometo de N-butilescopolamina) é um exemplo desse tipo de medicamento. É indicado para tratamento dos sintomas de cólicas gastrintestinais, cólicas e movimentos involuntários anormais das vias biliares e cólicas dos órgãos sexuais e urinários.
“O abuso pode levar à secura da boca e sonolência, visão turva e taquicardia”, diz Priscila.
“Quando associado a analgésicos (Dipirona, por exemplo) é necessário ter ainda mais cuidados. Doses altas de escopolamina podem causar delírio, confusão mental, paralisia, estupor e até mesmo morte”, acrescenta a farmacêutica.

8. Antifúngicos e antimicóticos
Os antimicóticos ou antifúngicos são basicamente farmacêuticos utilizados para tratar e/ou prevenir micoses, como “pé de atleta”, dermatofitoses (micoses superficiais que ocorrem em pelos, unhas e pele), candidíase, infecções sistêmicas como meningite etc.
Muitos desses medicamentos são vendidos somente com prescrição médica, mas alguns estão disponíveis como medicamentos de venda livre.
O uso inadequado deste tipo de medicamento, de acordo Priscila, pode causar: resistência ao tratamento, vermelhidão e sensação de queimadura.

9. Anti-inflamatórios e antirreumáticos (diclofenaco, nimesulida)
Diclofenacos, Nimesulida, Piroxicam, Tenoxicam são exemplos de medicamentos da classe.
Priscila explica que, com o uso exagerado/inadequado, o paciente pode ter: dor de estômago, azia, náuseas, vômitos, desenvolvimento de úlceras que causarão sangramento ou perfuração (estômago e duodeno), problemas hepáticos (cirrose medicamentosa), nefrite (comprometimento dos rins), anemia e problemas cardíacos.

10. Antiulcerosos
Omeprazol é um exemplo conhecido dessa classe de medicamentos. É indicado para tratar esofagite de refluxo, gastrite, úlcera gástrica e úlcera duodenal, além de funcionar como um “protetor gástrico” para quem vai usar medicamentos que “machucam” o estômago.
Embora Omeprazol seja um medicamento que exija prescrição médica, muitas pessoas acabam conseguindo comprá-lo sem receita médica. Mas, vale reforçar: o uso exagerado e inadequado pode causar problemas à saúde.
“O abuso pode mascarar outras doenças como câncer de estômago, problemas de fígado e vesícula. Pode inibir a absorção de algumas vitaminas e minerais, podendo causar efeitos como câimbras e problemas cardíacos”, explica a farmacêutica Priscila.

11. Expectorantes (xaropes)
Esse é um tipo de medicamento bastante utilizado quando a pessoa tem muita tosse com catarro.
O expectorante tem como ação, resumidamente, aumentar a quantidade de catarro e reduzir a viscosidade das secreções, promovendo consequente remoção das vias aéreas.
Amouni diz que um exemplo de expectorante é o cloridrato de bromexina, que, geralmente, é bem tolerado. “Podem se observar, porém, diarreia, náusea, vômito e outras manifestações gastrintestinais leves. Já foram relatadas também reações alérgicas, incluindo erupções cutâneas, urticária, broncoespasmo, angioedema e anafilaxia”, diz.
Priscila destaca como principais problemas do uso inadequado de expectorantes os distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômito).

12. Relaxantes musculares (carisoprodol)
Exemplo de relaxante muscular, de acordo com Amouni, é o Carisoprodol. “O relaxante muscular produz relaxamento muscular e também sedação como reações mais comuns (ocorrem em pelo menos 10% dos pacientes). Pode ocorrer ainda queda de pressão, sonolência e tontura”, diz.
Priscila ressalta que o abuso de relaxantes, como Carisoprodol, “pode levar à dependência e tolerância, desenvolvendo confusão mental, ansiedade, falta de coordenação e equilíbrio”.
Vale destacar ainda que, se utilizado simultaneamente com álcool ou outro depressor do sistema nervoso central, pode causar problemas mais graves, como depressão.

13. Soluções oftálmicas
Os colírios são as chamadas soluções oftálmicas e, se usados de forma inadequada, sem orientação médica, podem causar problemas sérios.
“O abuso pode ser caracterizado quando se muda a posologia indicada ou utiliza-se de colírios sem prescrição médica”, esclarece Priscila. “Nestes casos, danos à saúde ocular podem ocorrer, como: alteração da secreção lacrimal, lesão ocular, infecção ocular, glaucoma. Além disso, o uso pode causar confusão mental, crises hipertensivas”, explica a farmacêutica.

14. Repositores eletrolíticos
Os repositores eletrolíticos são geralmente utilizados por atletas, para ajudar na hidratação e na reposição dos sais (sódio, potássio, magnésio) perdidos por meio do suor em atividades de longa duração.
Costumam vir na forma de pastilhas efervescentes, que devem ser diluídas em água, sempre de acordo com as orientações do produto.
Priscila explica, porém, que, no preparo incorreto, com menos água do que o recomendado, podem ocorrer, como consequências mais graves de overdose: hipernatremia (excesso de sódio no sangue) e/ou hipercalemia (grande quantidade de potássio no sangue).

15. Descongestionantes nasais
Priscila explica que, com o uso frequente e prolongado de descongestionantes nasais, pode ocorrer congestão nasal rebote (rinite medicamentosa), que aumentada (ou rebote) leva o paciente a usar mais e mais o descongestionante. “Por isso, eles não devem ser usados por mais de 5 dias seguidos e nem em menores de 5 anos”, diz.
“Alguns podem ainda aumentar a pressão sanguínea e aumentar a glicemia em diabéticos”, acrescenta a farmacêutica.

Esses são apenas exemplos de tipos de medicamentos que, muitas vezes, são utilizados de forma inadequada. Vale destacar que algumas pessoas chegam até mesmo a se automedicarem com remédios que exigem prescrição médica (que não são MIPs), quando, por exemplo, utilizam um medicamento de outra pessoa da casa, de um amigo etc.
Por isso, de forma geral, é sempre bom lembrar que a automedicação é muito perigosa. Para Priscila, “é de extrema importância que as pessoas se conscientizem de que todos os medicamentos, isentos ou não de prescrição, podem oferecer risco à saúde”.
De acordo com Amouni, a única forma de o consumidor fazer uma administração segura do medicamento é a partir de uma efetiva orientação. “A farmácia deve atender ao previsto na lei e manter farmacêutico presente no local durante todo período de funcionamento, garantido assim o direito do consumidor ser atendido e orientado por um profissional habilitado.”
“Vale a pena salientar que qualquer que seja o medicamento o uso inadequado poderá acarretar riscos à saúde do paciente, portanto todo medicamento deverá ser utilizado mediante prescrição e principalmente com orientação precisa”, finaliza Amouni.
Lembre-se: com saúde (e medicamentos!) não se brinca. Utilize remédios somente quando houver orientação médica.