sexta-feira, 26 de julho de 2019

As 7 atitudes que previnem o infarto


Programa desenvolvido por uma importante instituição de cardiologia reúne cuidados primordiais para dar vida longa ao músculo cardíaco.

Era um desses encontros pra entrar para a história: depois de horas de reunião, um grupo de renomados cardiologistas americanos chegava, enfim, à lista dos dez fatores que mais influenciavam a saúde cardiovascular. Desses, três são elementos imutáveis, ou seja, não há hábito ou remédio capaz de anular seus efeitos – falamos da idade, do sexo e da carga genética.

Os outros sete (e aí vem a boa notícia!) são passíveis de mudança. Isso significa que, ao atuar sobre eles, podemos minimizar nossa exposição a infartos e AVCs, dupla de males que são a principal causa de morte no Brasil. Entram nesse rol a alimentação, o grau de atividade física, o peso, a medida da pressão, o colesterol…

Surgia, assim, o Life’s Simple 7, conjunto de metas e medidas para prevenir sustos ao peito da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês). A iniciativa é encarada com tanta seriedade nos Estados Unidos que virou uma das principais estratégias para atingir o objetivo da entidade: reduzir em 20% o número de eventos cardiovasculares até 2020. “A ideia é focar nas mudanças no estilo de vida e trazer benefícios de longo prazo à população”, defende a nutricionista Rachel Johnson, consultora da AHA.

Após quatro anos da implementação do Life’s Simple 7, os cientistas (e a própria sociedade) começam a colher seus frutos. Uma revisão de estudos da Universidade Johns Hopkins constatou uma queda significativa nos índices de ataques cardíacos e derrames entre pessoas que adotaram as premissas do programa.

Outra investigação, assinada pela Universidade de Minnesota e baseada em dados de 13 mil pessoas ao longo de três décadas, registrou uma menor probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca entre os sujeitos que seguiam as recomendações depois reunidas pela AHA. “Isso só reforça a importância de adotar hábitos saudáveis mais cedo a fim de prevenir o problema”, diz o epidemiologista Aaron Folsom. Chegou a hora de os brasileiros conhecerem e botarem em prática os mandamentos em prol do coração.

Controlarás a pressão

“A hipertensão é a doença crônica que mais mata no globo”, sentencia o cardiologista Luiz Bortolotto, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. A pressão alta causa um aperto nos vasos, o que exige esforço extra do músculo cardíaco para bombear o sangue. Se a situação persiste por anos a fio, ela cobra seu preço na forma de infarto, derrame, falência renal… Não à toa, conservar as medidas de pressão dentro dos parâmetros é um dos pilares do Life’s Simple 7.
Nesse sentido, o Instituto Nacional do Coração, dos Pulmões e do Sangue dos Estados Unidos testou até que ponto os valores deveriam baixar em 9 mil hipertensos. Metade tinha que reduzi-los para 13 por 9 – valor aceitável atualmente – enquanto a outra parcela passou por um tratamento agressivo a fim de derrubar a medição para 12 por 8. O estudo precisou ser interrompido no meio porque o grupo da terapia intensiva teve o risco de um ataque cardíaco ou um AVC subtraído em um terço – o mesmo efeito não foi visto nos outros voluntários. “Em pacientes mais velhos com problemas associados, limites mais rígidos de pressão também trazem benefício”, diz Bortolotto.

Metas
Valor ótimo:   Menor que 12 por 8
Valor normal:  Menor que 13 por 8,5
Hipertensão estágio 1 14 a 15,9 por 9 a 9,9
Hipertensão estágio 2 16 a 17,9 por 10 a 10,9
Hipertensão grave      maior que 18 por 11
O que fazer?

Ingerir menos sal e perder alguns quilos ajudam a domar a pressão. Se essas atitudes iniciais não forem suficientes, remédios são convocados.

Baixarás o colesterol

O colesterol que trafega pelo corpo é essencial para a membrana das células, a produção de vitamina D, a fabricação dos hormônios sexuais e uma série de outros processos cruciais ao organismo. O chato é quando ele se encontra em excesso. “Daí, pode se depositar nas artérias e dar início à formação de placas”, conta o médico André Faludi, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Se entupir, já viu… A tendência de endurecer as metas de colesterol chegou com tudo por aqui: um dos tópicos mais debatidos nos congressos da área é justamente até que ponto o LDL, o colesterol ruim, deve baixar. A orientação hoje é mantê-lo abaixo dos 100 mg/dl de sangue, ou 70 mg/dl para sujeitos com alto risco cardiovascular.
Porém, muitos especialistas já defendem que as próximas diretrizes sugiram níveis abaixo de 50 mg/dl para todo mundo! Isso se tornou possível com a chegada de novos medicamentos para os casos difíceis de tratar. “De acordo com evidências recentes, quanto mais baixo estiver o LDL, menor o índice de eventos cardiovasculares”, conta o cardiologista Marcio Miname, da Unidade Clínica de Lípides do InCor.

Metas – colesterol LDL (em mg/DL)
Ótimo: menor que 100 (70 para os de alto risco)
Desejável        entre 100 e 129
Limítrofe        entre 130 e 159
Alto     entre 160 e 189
Muito alto       maior ou igual a 190
Metas – Colesterol total (em mg/DL)

Desejável        menor que 200
Limítrofe        entre 200 e 239
Alto     maior ou igual a 240
O que fazer?

Manter uma dieta balanceada e praticar exercícios regularmente são pré-requisitos para controlar o colesterol total e suas frações. Se muitos familiares possuem níveis altos, vale verificar se não há um fundo genético. As estatinas são a principal classe de fármacos para baixar o LDL.

Colesterol do prato não para nos vasos?

A história é recente e ainda gera confusão. Mas, pelo que a ciência sabe até o momento, os teores de colesterol da comida não se convertem necessariamente em colesterol na corrente sanguínea. A quantidade de LDL circulando é determinada, em sua maioria, pela fabricação da molécula no próprio fígado. Quem incentiva o órgão a liberar a substância em demasia seria a gordura saturada, presente na coxa de frango com pele, no queijo amarelo, no bacon, na manteiga e na costela suína. A recomendação é não ultrapassar 20 gramas desse tipo por dia.

Domarás o diabetes

Uma edição do periódico científico The Lancet trouxe um enorme retrato do diabetes já realizado. Com a colaboração de pesquisadores de todo o mundo, a publicação analisou as informações de saúde de 4 milhões de pessoas de 146 países diferentes. Os resultados mostram que o número de adultos diabéticos pulou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. “O envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo contribuem para esse agravamento”, afirma o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, da Sociedade Brasileira de Diabetes. Ter açúcar demais nos vasos promove um pacote de maldades ao coração. Primeiro, o sangue fica viscoso e transita com lentidão, o que facilita o surgimento de coágulos. Em segundo lugar, a insulina, responsável por colocar a glicose para dentro das células, também tem a função de relaxar as artérias. Como o hormônio não trabalha direito, a pressão tende a subir. Por fim, muitos diabéticos enfrentam dilemas com a balança. E o excesso de gordura no abdômen está relacionado à presença de substâncias inflamatórias que prejudicam a circulação.

Metas (em mg/DL)
Normal            menor que 100
Alterada          entre 100 e 126
Diabetes          maior que 126
O que fazer?

Fique de olho na glicemia e mantenha hábitos saudáveis, que auxiliam a conter essas taxas.

Praticarás atividades físicas

Fazer algum exercício regular não só previne como é uma maneira reconhecida de controlar uma série de perrengues nos vasos. Por isso que muitos médicos preferem indicar nos casos menos severos um esporte (junto com uma dieta equilibrada) a fim de controlar a pressão, o colesterol e a glicose antes de partir para os remédios.
“Quanto melhor o preparo físico do indivíduo, menor é a mortalidade cardiovascular”, frisa o cardiologista Daniel Kopiler, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Quando mexemos o corpo, as câmaras cardíacas se contraem numa velocidade maior para levar oxigênio e nutrientes para os músculos. Isso aprimora a circulação sanguínea e deixa o coração preparado para ocasiões de estresse.
Além disso, a atividade física incentiva a liberação de óxido nítrico, que reduz a tensão dos vasos – boa pedida para quem é hipertenso. Até pacientes que se reabilitam de doenças da pesada, como insuficiência cardíaca, se beneficiam de uma prática esportiva mais intensa. “Desde que feito junto com um profissional, o treinamento tem um ótimo papel na recuperação”, observa Kopiler.

Metas
150 minutos de atividade física moderada por semana. Ou 75 minutos de exercício vigoroso por semana.

O que fazer?
Reserve algum momento do dia para praticar exercícios. Não vale gastar os 150 minutos de uma só vez! Outra boa dica é tomar atitudes contra o sedentarismo, como priorizar escadas fixas em vez das rolantes e dos elevadores.

Adotarás um cardápio saudável

Uma investigação da Universidade de Oxford, na Inglaterra, acompanhou 450 mil chineses por quatro anos para saber como era o consumo de frutas e hortaliças entre eles. Cerca de 18% dos participantes comiam esses alimentos frescos todos os dias. Quando comparados ao grupo de respondentes que afirmou não ingerir vegetais, eles apresentavam uma pressão arterial mais baixa e níveis de glicose sob rédeas curtas.
E olha que esses são apenas um dos itens da dieta ideal para a saúde do coração. “O ômega-3, encontrado em peixes de água fria como a sardinha e o salmão, e as fibras, presentes em grãos integrais, também atuam na prevenção das doenças cardiovasculares”, destaca a nutricionista Marcia Gowdak, diretora científica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
O Life’s Simple 7 ainda pede para maneirar no sódio e nas bebidas açucaradas. “O abuso no sal leva à hipertensão e estimula o apetite, o que faz a gente exagerar nas refeições”, explica Marcia. O açúcar de refrigerantes e sucos, por sua vez, abre as portas para o ganho de peso.

Metas
5 porções de frutas e verduras todos os dias
2 porções de peixes na semana, especialmente os ricos em ômega-3
3 porções de grãos ou cereais integrais por dia
Menos de 1 500 miligramas de sódio por dia
Menos de 450 calorias de bebidas açucaradas por semana

O que fazer?
Capriche na feira e aproveite frutas e hortaliças para criar receitas saborosas e variadas. Não coloque saleiros à mesa (tempere tudo antes) e prefira sucos naturais feitos em casa.

Perderás (ou manterás o peso)

O pelotão de cientistas que fez um levantamento sobre diabetes achou que tinha pouco trabalho e resolveram pesquisar a obesidade nos quatro cantos do planeta. Para isso, foram tabulados dados de 19,2 milhões de adultos de 186 nações entre 1975 e 2014. Eles descobriram que a média do Índice de Massa Corporal (IMC), cálculo utilizado para avaliar a forma física, passou de 21 nos anos 1970 para 24 na atualidade – tendência clara de engorda.
O número de obesos pulou de 105 milhões para 641 nesse meio tempo. Os autores estimam que a chance de atingirmos as metas de redução do sobrepeso nas próximas décadas é igual a zero. “O excesso de peso propicia o acúmulo de gordura no coração, colesterol e pressão elevados, descontrole da glicose e liberação de substâncias inflamatórias”, lista a endocrinologista Maria Edna de Melo, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, tudo o que faz mal ao peito.

Metas do IMC (peso/altura2)
Abaixo do peso          menos de 18,5
Peso ideal       entre 18,5 e 25
Sobrepeso       entre 25 e 30
Obesidade grau 1       entre 30 e 35
Obesidade grau 2       entre 35 e 40
Obesidade grau 3       mais que 40
O que fazer?

Não há nada melhor do que a velha fórmula exercício, alimentação saudável e dedicação para eliminar quilos extras. Nos casos graves, os médicos avaliam a indicação de remédios ou cirurgia.

Largarás o cigarro

O organismo de quem fuma vive num eterno estado de conflito, ou melhor, de inflamação. Não por menos, tabagistas sofrem de três a cinco vezes mais problemas cardíacos do que sujeitos que não possuem a dependência. Pra começar, a nicotina estreita veias e artérias.
“O cigarro contém uma enormidade de outros componentes que lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos”, detalha o cardiologista Abrão José Cury Junior, do Hospital do Coração, na capital paulista. Esses machucados nos tubos que levam o sangue são o lugar perfeito para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos. Isso sem contar que o tabaco atrapalha a ação dos remédios empregados no manejo da pressão, do colesterol, da glicemia… “Fumar é uma espécie de antídoto contra as medicações, o que é bastante perigoso”, compara Cury.

O que fazer?
Nunca é tarde para abandonar o vício. Familiares, grupos de apoio e tratamento médico são armas valiosas para vencer o cigarro.

Muito além do tabaco

Todo tipo de fumo é prejudicial para o peito. Isso vale para as versões eletrônicas, o charuto, o cachimbo e o narguilé (um cachimbo com água típico do Oriente que virou moda entre os jovens). O cigarro, por sua popularidade, acaba sendo objeto de muitos dos testes. Logo, suas ações malévolas são descritas com maior frequência.

O que não dá pra mudar
Três condições que impactam o bem-estar do coração não podem ser alteradas

Idade
O envelhecimento enfraquece o músculo cardíaco e favorece problemas que culminam em um maior risco ao órgão, como a pressão alta.

Genética
Mutações no DNA elevam a propensão a algumas doenças. É o caso da hipercolesterolemia familiar, quando o colesterol alto é culpa dos genes.

Sexo
Há diferenças estruturais entre o coração do homem e o da mulher. Além disso, o infarto, que afeta ambos, tem sintomas distintos neles e nelas.

Como medir a pressão?
Cinco dicas para utilizar corretamente os aparelhos domésticos – mas não vá entrar numa neura, hein?!

1. Escolha uma hora em que você esteja relaxado e fique sentado por um tempo.

2. Não tome café ou álcool nem fume ou converse antes ou durante a aferição.

3. Faça mais de uma tomada. Se os valores estiverem muito diferentes, o dispositivo pode estar com defeito.

4. Realize os testes sempre no mesmo horário do dia.

5. Se as taxas estiverem constantemente elevadas, procure um cardiologista quanto antes.


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Adolescentes que pulam o café da manhã podem desenvolver obesidade


Estudo brasileiro indica que, nos jovens, não fazer essa refeição está associado a um ganho de peso e no tamanho da cintura

Em um trabalho publicado na Scientific Reports, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e de seis países europeus investigaram comportamentos determinantes para o ganho de peso entre adolescentes. O estudo destaca que o hábito de muitos jovens de pular o café da manhã em suas casas antes de seguir para as escolas guarda relação direta com o aumento da circunferência abdominal e com o aumento no índice de massa corporal (IMC) nesse grupo etário.

“O principal achado de nosso estudo indica que pular o desjejum está associado a marcadores de adiposidade [métodos que medem a quantidade de gordura corporal] em adolescentes, independentemente de onde vivem, do tempo de sono ou do sexo”, disse Elsie Costa de Oliveira Forkert, epidemiologista e pesquisadora do Grupo de Pesquisa YCare do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

“Ao dispensar o café da manhã, milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo podem substituir uma alimentação mais saudável dentro de casa pelo consumo, em cafeterias e lanchonetes escolares, de alimentos industrializados muitas vezes hipercalóricos e de baixo valor nutricional, como salgadinhos, doces e refrigerantes, o que está diretamente ligado ao desenvolvimento da obesidade”, completou.

O artigo complementa o trabalho de pós-doutorado de Forkert, apoiado pela Fapesp, e contou com a colaboração de cientistas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Grécia e da Itália. Essa levantamento utilizou dados de dois grandes estudos, um europeu e outro brasileiro.

O de lá é o Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence Cross-Sectional Study (Helena-CSS), conduzido entre 2006 e 2007 e que acompanhou 3 528 adolescentes de 10 grandes cidades europeias. Todos foram estratificados por idade, sexo, região e status socioeconômico. Já a pesquisa brasileira, intitulada Saúde Cardiovascular do Adolescente Brasileiro (BRACAH Study), reuniu 991 adolescentes e foi conduzido em 2007 na cidade de Maringá (PR).

Os jovens foram avaliados quanto a fatores de risco cardiovascular e comportamentos relacionados à saúde. O estudo BRACAH foi coordenado pelo professor Augusto Cesar Ferreira de Moraes, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.

“Os comportamentos relacionados ao equilíbrio energético foram medidos por meio de questionário que avaliou, entre outros fatores, o nível de atividade física dos adolescentes, sendo que um mínimo de 60 minutos por dia era o considerado adequado”, explicou Forkert. Para averiguar o comportamento sedentário, foi considerado o tempo diário despendido na frente da televisão, do computador e do videogame. O sono dos adolescentes pesquisados também foi examinado.

Já o questionário de Escolhas e Preferências Alimentares, que explora atitudes e preocupações quanto a estilo de vida e alimentação saudável entre os adolescentes foi usado para avaliar o consumo do café da manhã.

A partir dessas informações, os cientistas analisaram se os jovens que dispensavem o desjejum apresentavam, em média, maior circunferência abdominal, peso etc. “Dos comportamentos relacionados ao equilíbrio energético, o que mais apresentou associação com os marcadores de obesidade foi o comportamento de pular o café da manhã”, garantiu Forkert.

“Verificamos um aumento médio na circunferência abdominal de 2,61 centímetros nos meninos europeus e de 2,13 centímetros nos brasileiros, quando esses têm o hábito de pular o café da manhã”, revelou Forkert. Mesmo dormindo oito horas por dia ou mais, eles tiveram uma elevação de 1,29 kg/m² a 1,69 kg/m² no índice de massa corporal.

“O mesmo ocorreu entre meninas europeias. Diante do comportamento de pular o café da manhã, mesmo dormindo adequadamente, houve uma associação positiva com os marcadores de obesidade geral e abdominal”, contou Forkert. “Por exemplo, a circunferência abdominal aumentou em média 1,97 centímetro e a relação cintura-altura 0,02”, atestou Forkert.

Este conteúdo é da Agência Fapesp.

Fonte: https://saude.abril.com.br/familia/adolescentes-que-pulam-o-cafe-da-manha-podem-desenvolver-obesidade/ - Por Peter Moon (Agência Fapesp) - Foto: Alex Silva/A2 Estúdio

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Ficar sentado vendo TV é pior do que fazer o mesmo trabalhando


Segundo uma pesquisa, o risco de problemas cardiovasculares e morte sobe quando ficamos no sofá em frente à televisão, mas não ao sentarmos no escritório

Ao que parece, passar horas sem se mexer em frente à TV faz mais mal ao corpo do que ficar sentado trabalhando. É o que indica uma investigação robusta, divulgada recentemente no Journal of the American Heart Association.

O trabalho analisou dados de 3 592 moradores do estado de Mississipi, envolvidas em um estudo maior sobre a saúde cardíaca dos negros norte-americanos. Eles passaram por entrevistas, exames clínicos e questionários sobre atividade física e o tempo sentado no trabalho e em casa. Todas essas avaliações eram repetidas periodicamente em um tempo médio de acompanhamento de oito anos.

Primeiro, os cientistas descobriram que o grupo que relatava assistir mais de quatro horas de televisão por dia tinha um risco 50% maior de desenvolver doenças cardiovasculares ou de morrer prematuramente, em comparação com quem gastava menos de duas horas ligado na tela.

A boa notícia: se eles suavam a camisa em intensidade moderada ou vigorosa por ao menos 150 minutos por semana, essa relação deixava de existir. Ou seja, a prática esportiva regular neutralizaria os efeitos deletérios do sofá, de acordo com o levantamento.

E o tempo sentado no trabalho?
Se ficar horas sentado em frente à TV é ruim, fazer o mesmo olhando para um computador no escritório não deveria ser diferente, certo? Parece que não é bem assim.

No estudo, mesmo quem declarou trabalhar a maior parte do dia sentado não apresentou um risco maior de sofrer piripaques. Os autores da investigação admitem que as razões para essa diferença não estão claras, mas provavelmente envolvem comportamentos que adotamos em casa ou no serviço.

“Geralmente assistimos mais TV no final do dia, quando tendemos a comer uma refeição mais pesada, e ficamos sedentários por horas ininterruptas até a hora de dormir”, explicou, em comunicado à imprensa, Jeanette Garcia, fisioterapeuta que liderou a investigação. Ou seja, a associação entre o tempo sentado e uma alimentação farta perto do momento de repousar seria um combo especialmente perigoso.

Outra hipótese é a de que os longos períodos diante da televisão dificilmente são quebrados por alguns minutos de movimentação. “Já no trabalho, as pessoas se levantam para conversar com algum colega, ir a uma reunião, tomar café”, completou Garcia. É um comportamento distinto daquele de encostar no sofá para maratonar uma série, por exemplo.

Apesar de não se saber ao certo as causas por trás dos resultados encontrados, essa pesquisa reforça outras evidências no mesmo sentido. Em outro trabalho, os longos períodos no sofá foram associados à aterosclerose – aquela formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos que leva a entupimentos. O mesmo não aconteceu com indivíduos que passavam o expediente na cadeira.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/ficar-sentado-vendo-tv-e-pior-do-que-fazer-o-mesmo-trabalhando/ - Por Chloé Pinheiro - Foto: divulgação/SAÚDE é Vital

terça-feira, 23 de julho de 2019

Televisão: vale a pena ver menos


Ficar mais de três horas por dia em frente à TV pode ser fatal. Isso porque o hábito é considerado pano de fundo para várias doenças

Desligue a TV e vá ler um livro. Ou melhor, pode continuar aqui lendo a SAÚDE. O importante mesmo é sair da frente da telinha. É que, apesar de soar inofensivo, o hábito de ficar muito tempo na frente do aparelho pode ser prejudicial à saúde. Exagero? Segundo uma nova revisão de estudos da Escola Norueguesa de Ciências do Esporte, assistir a três horas ou mais de televisão por dia está associado a um aumento de 93% no risco de morte por qualquer causa.

Esse dado é particularmente preocupante para nós brasileiros. Afinal, falamos do meio de comunicação e de entretenimento mais utilizado por aqui. A última Pesquisa Brasileira de Mídia, conduzida pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, mostrou que gastamos, em média, quatro horas por dia diante da TV.

O excesso de tempo sentado é o principal vilão nessa novela. E o objetivo inicial da equipe norueguesa era descobrir se a atividade física poderia amenizar, ou até eliminar, os riscos atrelados a esse comportamento. Os resultados apontaram que sim: é possível anular o perigo com, no mínimo, uma hora de exercícios todo santo dia. O surpreendente, no entanto, foi que mexer o esqueleto não diminuiu (muito menos fez desaparecer) a probabilidade de piripaques entre as pessoas que dedicavam várias horas a filmes, seriados e demais programas televisivos.

Foi aí que os cientistas notaram que o sofá não é o único inimigo – outros hábitos pioram a situação. “Sentar em frente à TV pode estimular atitudes ruins, como a ingestão de alimentos e bebidas pouco saudáveis“, exemplifica o epidemiologista Ulf Ekelund, um dos responsáveis pela revisão. Ou seja: três horinhas na sala ou no quarto olhando para o televisor parecem ser mais nocivas do que aquelas horas na cadeira do escritório.

“Ainda que pouco, no trabalho você acaba se movimentando para pegar um café, entregar um documento ou conversar com um colega. Isso dificilmente ocorre quando se está vendo TV”, compara o educador físico Raul Santos de Oliveira, da Universidade Federal de São Paulo. Para muita gente, só faz sentido levantar no meio de um episódio da série predileta se for para buscar um petisco – e, aí, o enredo se complica.

Outra agravante está no horário em que o corpo fica inerte e com olhos vidrados. Na maioria das vezes, à noite, logo após o jantar. Isso prejudica a ação de uma enzima chamada lipoproteína lipase, responsável por eliminar as moléculas de gordura dos vasos sanguíneos. Essa falha favorece o ganho de peso e torna o ambiente propício para um filme de terror no organismo, com direito a maior probabilidade de infarto no final.

O conteúdo publicitário veiculado nas telas também dá sua contribuição. Estudiosos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais, analisaram 239 propagandas de alimentos e notaram que 85% dos produtos anunciados eram doces e fontes de gorduras. Frutas, hortaliças e verduras nem sequer apareciam nos comerciais. “A questão é que a mídia exerce grande influência em relação àquilo que consumimos”, lembra o educador físico Grégore Mielke, da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Mas não tem jeito. Precisamos retomar aquela história de ficar horas a fio com as nádegas afundadas no sofá, já que o conflito todo para o nosso corpo começa justamente aí. Para uma porção de gente, esse comportamento faz parte da rotina e da profissão. Pode até parecer bastante confortável, mas a realidade é que cada célula do organismo está alvoroçada só esperando que você se mexa. “Nosso corpo foi feito para se movimentar”, ressalta a educadora física Cláudia Forjaz, da Universidade de São Paulo. O sedentarismo, de certo modo, vai contra a nossa natureza.

O sangue que corre pelas artérias, por exemplo, depende desse agito para viajar sem entraves. Logo, se permanecemos parados feito múmia de filme B, aumenta o perigo de um entupimento nessa rede. Não à toa, em uma pesquisa da Universidade Osaka, no Japão, o hábito elevou em 70% o risco de embolia pulmonar – condição marcada por um bloqueio nos vasos dos pulmões. “Apesar de não termos investigado a causa do problema, acreditamos que seja consequência da redução na velocidade da circulação sanguínea. E isso é resultado do tempo excessivo que as pessoas passam sentadas”, explica o epidemiologista Toru Shirakawa. “Fazer uma pausa, levantar e caminhar um pouco pelos arredores já ajuda a prevenir essas complicações”, aconselha.

Cláudia concorda e ainda ensina uma conta simples para usar no dia a dia. “Para cada meia hora na cadeira, o ideal é passar cinco minutos em pé”, diz. Se achar difícil adotar esse esquema imediatamente, ou estiver em uma semana atribuladíssima no trabalho, saiba que mexer um pouco as pernas faz diferença. Foi o que concluiu um experimento publicado recentemente no periódico American Journal of Physiology Heart and Circulatory Physiology. Depois de analisar a função vascular dos membros inferiores de 11 jovens saudáveis antes e depois de ficarem três horas na cadeira, os estudiosos concluíram que movimentar essa região do corpo, ainda que sentado, traz vantagens aos vasos.

“No entanto, a melhor saída para driblar os efeitos do comportamento sedentário é apostar na atividade física”, frisa o educador físico Rodrigo Reis, do Centro de Pesquisa em Prevenção da Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos. “Ela não só reduz a probabilidade de danos como traz benefícios extras”, complementa. “Nossos resultados sugerem que a prática diária de 60 a 75 minutos de exercícios elimina o risco de morte decorrente do excesso de tempo sentado”, reforça Ekelund, do trabalho norueguês.

Mas vale a pena ler de novo: além de suar a camisa, é crucial aproveitar o tempo de folga para investir em atividades que não incluam só ficar prostrado em frente à televisão. É isso que enterra de vez as chances de levar uma vida mais equilibrada. No lugar, que tal dar início a um curso de pintura? Ou, ainda, reunir-se mais com a família e os amigos? Também dá para intercalar um episódio da série do momento com capítulos de um livro – sempre lembrando de ficar em pé vez ou outra. Atitudes singelas podem tanto minimizar o drama ao longo do roteiro como ajudar a evitar finais infelizes.

Sentado e doente
Por que a inércia abala o corpo todo

Coluna indefesa
A postura dos sentados, em geral, é curvada, o que pode danificar os discos que ficam entre as vértebras.

Coração ferrado
Como o sangue não circula direito, os vasos correm maior risco de entupir e sobrecarregar o músculo cardíaco.

Cabeça de zumbi
Com menos oxigênio trafegando, o cérebro falha na missão de nos deixar alertas. Cai, portanto, nosso nível de concentração.

Cadê o fôlego?
A má postura deixa os pulmões sem espaço para expandir. Isso limita a quantidade de oxigênio que será enviada ao sangue.

Peso pesado
O sedentarismo, somado à ingestão de alimentos calóricos, leva ao acúmulo de gordura no organismo.

Doce veneno
A falta de movimento dificulta a conversão do açúcar presente na circulação em energia. É um passo para o diabete.

Por que levantar?
Os números confirmam: ficar sentado não é nada bom

13% é quanto sobe o risco de mortalidade por assistir à TV durante mais de duas horas.
5% é quanto aumenta a probabilidade de morrer a cada duas horas extras sentado.
4% das mortes no mundo seriam evitadas com três horas a menos na cadeira ou no sofá.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/televisao-vale-a-pena-ver-menos/ - Por Karolina Bergamo - Foto: Dulla

segunda-feira, 22 de julho de 2019

A maioria dos suplementos dietéticos não melhora a saúde nem o risco de morte: estudo


Uma nova pesquisa americana chegou à conclusão de que quase todo suplemento dietético, vitamínico ou mineral não traz benefícios para a saúde, como uma maior expectativa de vida ou um menor risco de doença cardíaca.

Metodologia
Os pesquisadores analisaram os resultados de 277 ensaios clínicos utilizando 24 tipos de intervenção diferentes que testaram 16 vitaminas ou outros suplementos, bem como oito dietas em relação a suas associações com mortalidade e condições como doenças cardíacas e derrame. No total, foram examinados os dados de 992.129 indivíduos.

Os suplementos revisados foram: antioxidantes, β-caroteno, vitaminas do complexo B, multivitaminas, selênio, vitamina A, vitamina B3/niacina, vitamina B6, vitamina C, vitamina E, vitamina D, cálcio, cálcio e vitamina D juntos, ácido fólico, ferro e ácido graxo ômega-3 (também conhecido como óleo de peixe).

As dietas revisadas foram: dieta mediterrânea; dieta baixa em gordura saturada; dieta baixa em gordura saturada ou com substituição de calorias por gorduras ou carboidratos mais insaturados; dieta baixa em gorduras; dieta baixa em sal em pessoas saudáveis e com hipertensão; dieta rica em ácido alfa linolênico (nozes, sementes e óleos vegetais); e dieta rica em ácidos graxos ômega-6 (nozes, sementes e óleos vegetais).

Resultados
No geral, os cientistas descobriram que os suplementos não faziam mal, mas também não tinham quase nenhum benefício de saúde.

Houve uma possível vantagem de saúde relacionada a uma dieta com pouco sal – 10% menos risco de morte para pessoas saudáveis, 33% menos risco para pessoas com hipertensão.

Algo semelhante ocorreu com estudos sobre suplementos de ácidos graxos ômega-3 – uma redução de 8% no risco de ataque cardíaco e 7% doença coronariana.

Estudos feitos na China com suplementos de ácido fólico foram ligados a um risco 20% de derrame, mas os resultados podem não ser tão relevantes em países que já consomem alimentos enriquecidos com ácido fólico, como os cereais comumente comercializados nos EUA.

Além disso, os pesquisadores descobriram que suplementos que combinam cálcio e vitamina D pode estar ligados a um risco ligeiramente maior de derrame – 17%. Tomados sozinhos, os suplementos não parecem gerar esse risco.

 “Nossa análise carrega uma mensagem simples de que, embora possa haver alguma evidência de que algumas intervenções têm impacto na morte e na saúde cardiovascular, a grande maioria das polivitaminas, minerais e diferentes tipos de dietas não tem efeito mensurável na sobrevivência ou redução do risco de doença cardiovascular”, resumiu o principal autor do estudo, Safi U. Khan, professor de medicina da Universidade de West Virginia (EUA).

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Annals of Internal Medicine. [ScienceDaily]


domingo, 21 de julho de 2019

Aulão integrativo gratuito


Topa um desafio?

Próxima quarta (24/07,) às 19h, teremos nosso Aulão Integrativo para trabalharmos juntos o corpo, mente e espírito!

A personal trainer @elainenunes84 e @budahmoderno para essa nova edição trarão novidades como o sorteio de vários brindes dos parceiros:

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O AULÃO É GRATUITO e você pode convidar todos os seus amigos!

A aula começa às 19h em ponto, por isso chegue cedo pra não perder nada, combinado?

Por Budah Moderno

Se você tem tendência à hipertensão, é melhor moderar no café

Café é bom para o coração, mas, em excesso, aumenta a chance de pressão alta em pessoas predispostas.

Predisposição à pressão alta

O hábito de consumir mais de três xícaras de café por dia aumenta em até quatro vezes a chance de indivíduos predispostos à hipertensão apresentarem níveis elevados de pressão arterial.

Não foi observada associação significativa entre a bebida e os níveis de pressão arterial no caso de pessoas que consumiam até três xícaras ao dia.

"Esses achados destacam a importância de moderar o consumo de café para a prevenção da pressão alta, particularmente em indivíduos geneticamente predispostos a este fator de risco cardiovascular," disse a pesquisadora Andreia Machado Miranda, da USP (Universidade de São Paulo).

Foram considerados como pressão arterial elevada valores acima de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Em um trabalho anterior, Andreia havia observado que o consumo moderado de café (de uma a três xícaras diárias) tem efeito benéfico sobre alguns fatores de risco cardiovascular - particularmente a pressão arterial e os níveis sanguíneos de homocisteína, aminoácido relacionado com o surgimento de alterações nos vasos sanguíneos, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Nessa primeira análise, não foram incluídos os dados genéticos.

"Decidimos, no estudo mais recente, investigar se, em indivíduos que apresentam fatores genéticos que predispõem à hipertensão, o consumo de café teria influência nos níveis de pressão arterial," disse Andreia.

Café e hipertensão

O consumo de café foi dividido em três categorias: menos de uma xícara ao dia; de uma a três; e mais de três xícaras diárias. "Fizemos uma análise de associação desses três fatores: escore genético de risco, consumo de café e valor da pressão arterial. Usando um método estatístico conhecido como regressão logística múltipla, incluímos outras variáveis de ajuste que poderiam influenciar o resultado, como idade, sexo, raça, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, índice de massa corporal, atividade física e uso de medicação anti-hipertensiva", explicou Andreia.

As análises estatísticas mostraram que, à medida que aumentava o escore de risco e a quantidade de café consumida, crescia também a chance de o indivíduo apresentar pressão alta. Nos voluntários com pontuação mais elevada e consumo diário superior a três xícaras, a chance de pressão alta foi quatro vezes maior que a de pessoas sem predisposição genética.

"Como a maior parte da população não tem ideia se é ou não predisposta a desenvolver hipertensão - para isso seria necessário sequenciar e analisar o genoma -, o ideal é que todos façam um consumo moderado de café que, ao que tudo indica, é benéfico à saúde do coração," disse Andreia.


sábado, 20 de julho de 2019

Dormir com alguma fonte de luz ligada pode facilitar ganho de peso


Segundo estudo, a claridade faria o ponteiro da balança subir e sabotaria tentativas de emagrecimento – mesmo que a pessoa pareça dormir normalmente

Dormir com alguma fonte de luz no quarto, em especial da televisão ou de lâmpadas, pode aumentar o risco de sobrepeso e obesidade em mulheres. É o que indica um estudo do National Institute of Environmental Health Sciences, órgão do governo do Estados Unidos, publicado recentemente no respeitado periódico científico JAMA.

A pesquisa avaliou dados sobre forma física, dieta, grau de sedentarismo, padrão de sono e hábitos noturnos de mais de 40 mil mulheres com idades entre 35 e 74 anos. Todas essas informações foram colhidas por meio de questionários e exames físicos aplicados a cada dois ou três anos. Em média, cada participante foi acompanhada por meia década.

Resultado: as voluntárias que caíam no sono com a TV ligada ou com uma lâmpada no quarto acesa estavam 17% mais propensas a ganhar no mínimo cinco quilos durante o período de acompanhamento. Isso quando comparadas com as que repousavam na escuridão total ou com uma máscara sobre os olhos.

Essa relação negativa ocorreu mesmo descartando outros fatores de risco para o desequilíbrio na balança, como inatividade física, sono ruim e alimentação de má qualidade.

Além da lâmpada no próprio quarto, foram consideradas outras fontes de claridade. As “luzes noturnas pequenas”, como os abajures de tomada infantis ou despertadores com display digital, não tiveram o mesmo efeito negativo. Já as externas, a exemplo de postes, outdoors luminosos e lâmpadas da parte de fora da casa, parecem interferir, mas de maneira modesta.

Por que a luz noturna pode engordar
O raciocínio é simples: as luzes artificiais reduziriam a qualidade e o tempo de descanso, o que, por sua vez, favorece o aumento de peso. O curioso é que o trabalho sugeriu que, mesmo quando o padrão de sono parecia intacto, a presença de luzes no quarto continuou associada aos quilos extras.

A hipótese para isso é a de que a iluminação atue em níveis mais profundos do repouso. “A exposição à claridade artificial durante a noite pode alterar hormônios e outros processos biológicos de maneiras que elevam o risco de condições de saúde como a obesidade”, teorizou, em comunicado à imprensa, a bióloga Chandra Jackson, coautora do trabalho.

Que fique claro, isso não foi avaliado por esse levantamento. Na lista de prováveis alterações provocadas pela claridade fora de hora que levariam ao excesso do peso estão:

A supressão na produção de melatonina, o hormônio do sono, que já foi vinculado ao gasto calórico corporal
Um desequilíbrio do ciclo circadiano, nosso relógio biológico
Mudanças no metabolismo e elevação dos níveis de hormônios do estresse

Limitações do estudo
Primeiro, ele só comparou a incidência do ganho de peso entre um grupo de pessoas com um provável fator de risco para o problema – nesse caso, a luz artificial. Nessas situações, não dá para saber se há uma razão escondida por trás dessa associação, entre outras coisas.

Outro ponto é que a investigação considerou apenas mulheres. Então é impossível dizer se o mesmo ocorreria com homens.

Mais trabalhos ajudarão a verificar se diminuir a claridade no quarto durante o sono pode mesmo afastar a obesidade – esse é o primeiro estudo epidemiológico a explorar o tópico.

Ainda assim, os autores estão otimistas. No texto do artigo científico, eles explicam que as duas estratégias mais comuns para prevenir o ganho de peso – ou seja, estimular uma dieta saudável e a prática regular de exercícios – enfrentam problemas de aceitação e até de acesso.

“O estudo destaca o impacto da iluminação à noite e dá às mulheres que dormem com luzes acesas ou com a televisão ligada uma estratégia simples para melhorar a saúde”, explicou, também em comunicado, o epidemiologista Young-Moon Park, autor principal do trabalho.

Ok, apagar um interruptor é mais fácil do que passar meia hora se mexendo, cinco dias na semana. Mas uma coisa não deve excluir a outra, combinado?


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Exercícios físicos podem aliviar dores da menstruação, aponta estudo


Mesmo uma simples caminhada, quando praticada com frequência, reduziria os desconfortos provocados mensalmente pelas cólicas

Cólicas e outras dores menstruais são comuns mesmo em mulheres sem quaisquer doenças ginecológicas. O tratamento padrão envolve tomar remédios analgésicos e deixar a vida social um pouco de lado. Pois uma nova pesquisa indica que exercícios regulares (com exceção dos momentos de crise) podem ajudar a devolver qualidade de vida a quem sofre mês a mês.

O trabalho, feito na Universidade Politécnica de Hong Kong, na China, é o primeiro estudo controlado randomizado a avaliar o efeito da atividade física em diversos campos afetados pelo quadro – o que dá mais confiabilidade aos resultados encontrados.

Participaram da investigação 70 mulheres entre 18 e 43 anos que enfrentavam a dismenorreia primária, termo médico para as dores menstruais. Elas foram divididas em dois grupos:

• Um seguiu a vida normalmente, recorrendo às medidas analgésicas costumeiras quando sofriam com cólicas e afins.
• O outro realizou quatro semanas de treinamento aeróbico em uma esteira elétrica, três vezes por semana. Depois, foi orientado a manter a rotina em casa. Os exercícios eram realizados a partir do último dia do período menstrual até que ela voltasse – na semana em que isso acontecia, elas não suavam a camisa.

Sete meses depois, as voluntárias foram questionadas sobre as dores que experimentavam durante a menstruação. As que treinaram relataram sentir 20% menos dor em comparação à turma que não mudou sua rotina. Elas também disseram alcançar uma maior qualidade de vida e produtividade – quem vive com cólica sabe como elas atrapalham os afazeres cotidianos.

Por que o exercício ajuda
Embora o trabalho não tenha avaliado esse ponto, muitos mecanismos já conhecidos explicam o potencial analgésico da atividade física. Entre os mencionados pelos próprios autores, há a liberação de opioides endógenos. Estamos falando de substâncias como a endorfina, que possui uma atuação semelhante às de medicamentos contra a dor.

A prática esportiva também estimula a produção, nos próprios músculos, de moléculas que atuam contra a inflamação no organismo. E processos inflamatórios exacerbados são ligados a desconfortos no período menstrual.

Agora, vale mencionar que as participantes dos dois grupos estavam liberadas para tomar analgésicos. E os possíveis comprimidos ingeridos durante o ciclo menstrual não foram analisados pelo trabalho. Sendo assim, não dá para cravar que a melhora ocorreu exclusivamente por causa das caminhadas.

Mas, considerando os célebres benefícios do exercício físico para a saúde como um todo, não custa experimentar essa estratégia contra as cólicas.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/exercicios-fisicos-podem-aliviar-dores-da-menstruacao-aponta-estudo/ - Por Chloé Pinheiro - Foto: Eduardo Svezia/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Estudiosos apontam técnica para descobrir se alguém está mentindo

Todos nós mentimos em algum ponto de nossas vidas, entretanto, é possível que outros possam identificar quando isso acontece

Desconfiar de outras pessoas é natural. Independente de nossos motivos, muitos de nós tem dificuldades em acreditar no próximo. E segundo um estudo publicado no periódico Consciousness and Cognition, uma forma de ter maior confiança no que o outro diz, é olhando diretamente em seus olhos.

Como o estudo foi feito
Contato visual é um inibidor natural de mentiras. Para comprovar a teoria, os cientistas realizaram um experimento onde 51 pessoas jogavam um jogo multiplayer de computador. Só que ao invés dos participantes jogarem entre si, eles jogavam com atores.

Antes do jogo iniciar, os participantes eram notificados que poderiam mentir para ganhar a rodada. Então, separados por uma parede de vidro tecnológica que poderia ter seus níveis de opacidade modificados, o game iniciava-se.

Quando algum participante fosse fazer um movimento contra seu oponente, a parede de vidro que os separava ficava transparente, permitindo que houvesse contato visual. Quando isso acontecia, as pessoas não conseguiam mentir para seus adversários.

Conclusões
Jonne Hietanen, autor do estudo, afirma em entrevista ao Bustle que o estudo é o primeiro a comprovar através de experimentos o impacto do contato visual.