Pense em algumas pessoas que você gosta. O que nelas
fez você decidir que elas são boas pessoas? Talvez tenha sido o sorriso ou o
tipo de humor, ou então elas são simplesmente agradáveis.
A maioria das pessoas não fica pensando nisso. Mas
pesquisadores não são lá muito normais e gostam de descobrir tudo sobre um
determinado objeto de pesquisa que para outras pessoas acaba passando batido.
Confira abaixo 16 comportamentos que foram
comprovados em pesquisas científicas como capazes de fazer uma pessoa gostar de
outra mais rápido.
16. Imite a pessoa
Essa estratégia é chamada de espelhamento, e envolve
cópias sutis da linguagem corporal da outra pessoa. Quando você estiver falando
com alguém, tente copiar seus gestos e expressões faciais. Se a pessoa colocar
a mão na cintura, coloque também, se a pessoa passar a mão pelos cabelos, faça
o mesmo.
Em 1999, pesquisadores da Universidade de Nova York
documentaram o “efeito camaleão” que ocorre quando alguém copia a outra sem
querer. Essa sintonia entre as duas pessoas facilita que elas gostem uma da
outra.
No estudo, 72 homens e mulheres tiveram que
trabalhar em pares em uma tarefa. Havia atores infiltrados nesse grupo, que copiavam
os gestos do parceiro, ou evitavam esse espelhamento. Enquanto isso, os
pesquisadores gravavam as interações.
Ao final da interação, os pesquisadores pediram aos
participantes que dissessem se gostaram ou não de seus parceiros. Aqueles que
tinham como dupla um ator que os copiava disseram que seus parceiros eram
agradáveis.
15. Passe mais tempo com quem você quer ser amigo
As pessoas tendem a gostar de pessoas com as quais
estão familiarizadas.
Um estudo da Universidade de Pittsburgh colocou
quatro mulheres se passando por estudantes em uma aula de psicologia. Cada
mulher aparecia na aula com uma frequência diferente. Elas não interagiam com
nenhum aluno.
Ao final do experimento, os pesquisadores mostraram
aos alunos as fotos das quatro mulheres, e eles demonstraram maior afinidade
pelas mulheres que apareciam mais na aula, mesmo sem ter conversado com nenhuma
delas.
14. Elogie outras pessoas
As pessoas associam os adjetivos que você usa para
descrever outras pessoas com sua personalidade. Esse fenômeno é chamado
“transferência espontânea de características”.
Um estudo publicado na revista Journal of
Personality and Social Psychology apontou que este efeito acontece mesmo quando
as pessoas sabem que esses adjetivos não são fiéis à personalidade da pessoa.
Isso quer dizer que mesmo que você seja uma pessoa
com características positivas, caso fale muitas coisas negativas sobre outras
pessoas, ficará associada com esses adjetivos negativos ao invés da sua real
personalidade.
O inverso também acontece: se alguém descreve outras
pessoas como “queridas e educadas”, ele ficará associado com essas
características boas mesmo que isso não seja verdade.
13. Tente mostrar emoções positivas
O contágio emocional acontece quando pessoas são
influenciadas pelo humor dos outros. De acordo com um trabalho da Universidade
de Ohio e da Universidade do Havaí, as pessoas podem sentir sem querer as
mesmas emoções que as pessoas ao seu redor.
Isso está ligado ao item 16. Naturalmente copiamos
os gestos e expressões faciais dos outros, o que nos faz sentir a emoção
semelhante à da outra pessoa. Se você quer que os outros se sintam felizes ao
seu redor, faça o possível para comunicar emoções positivas.
12. Seja caloroso e competente
Psicólogos da Universidade de Princeton e seus
colegas propõem o “modelo do estereótipo competente”, uma teoria em que as
pessoas julgam os outros com base em sua competência e simpatia.
De acordo com o modelo, se você conseguir se
apresentar como caloroso – amigável e não-competitivo –, as pessoas vão sentir
que podem confiar em você. Se você parecer competente – com alto nível
educacional e sucesso nos negócios –, elas vão sentir respeito por você.
A psicóloga Amy Cuddy, da Universidade de Harvard,
diz que é importante demonstrar a simpatia antes e apenas depois a competência,
especialmente em ambientes de negócios.
“De um ponto de vista evolutivo, é crucial para
nossa sobrevivência saber se a outra pessoa merece nossa confiança”, diz Cuddy
em seu livro Presence.
11. Revele suas falhas ocasionalmente
De acordo com o efeito-deslize, pessoas gostam mais
de você se veem que você também comete erros – mas apenas se a considerarem uma
pessoa competente. Isso mostra que você também é um ser humano, e não um robô
inatingível.
O pesquisador Elliot Aronson, da Universidade de
Texas, observou este fenômeno pela primeira vez ao estudar como erros simples
podem afetar a atração de outros.
Ele pediu a alunos da Universidade de Minnesota que
vissem um vídeo de uma pessoa fazendo um teste oral. Quando as pessoas se saíam
bem no teste mas derrubavam café ao final da entrevista, os estudantes as
classificavam como mais agradável do que quando se saíam bem no teste mas não
derrubaram café ou quando tinham um resultado ruim no teste e derrubavam café.
10. Dê ênfase a valores compartilhados
De acordo com um estudo clássico de Theodore
Newcomb, as pessoas sentem mais atração por aqueles que são mais parecidos com
eles. Isso se chama efeito de atração por similaridade.
Neste experimento, Newcomb mediu as opiniões dos participantes
em tópicos controversos, como sexo e política, e depois os colocou em uma casa
pertencente à universidade para viverem juntos.
Ao final da estadia, os participantes acabaram se
aproximando mais dos colegas que tinham opiniões semelhantes no teste inicial.
9. Toque a pessoa casualmente
Toques sutis acontecem quando você toca alguém de
forma tão natural e discreta que ela mal nota. Alguns exemplos são encostar
levemente no braço ou nas costas de alguém. Isso pode fazer com que essa pessoa
sinta-se mais próxima de você.
Um experimento da Universidade de Mississippi e da
Faculdade Rhodes estudou os efeitos de toques leves na gorjeta de restaurantes.
Garçons tocavam levemente os clientes na mão ou no ombro quando devolviam o
troco para eles. O resultado foi que esses garçons ganhavam gorjetas
sensivelmente maiores do que aqueles que não encostavam em seus clientes.
Claro que a palavra-chave deste efeito é a sutileza.
Passar do limite aceitável pode provocar um efeito de repulsa.
8. Sorria
Um estudo da Universidade de Wyoming pediu que 100
mulheres jovens olhassem para fotografias de outras mulheres em uma das quatro
seguintes poses: sorrindo com uma postura aberta; sorrindo com uma postura
fechada; sem sorriso mas com uma postura aberta; ou sem sorriso mas com uma
postura fechada.
Os resultados sugerem que mulheres das fotos foram
consideradas mais agradáveis quando estavam sorrindo, independente da postura.
Um estudo mais recente da Universidade Stanford e da
Universidade de Duisburg-Essen mostram que alunos que interagem com os outros
por meio de avatares sentem uma impressão mais positiva do outro quando seu
avatar tinha sorrisos grandes.
7. Veja a outra pessoa como ela quer ser vista
As pessoas gostam de ser percebidas de forma que se
alinhe com sua própria visão de si mesma. Esse fenômeno é descrito pela teoria
de auto-verificação. Todo mundo busca confirmações de nossos pontos de vista
nas outras pessoas.
Uma série de estudos da Universidade de Stanford e
da Universidade do Arizona mostrou que participantes com percepções positivas
ou negativas de si mesmos interagiam com pessoas que tinham visões positivas ou
negativas delas.
Os participantes com visão positiva de si preferiam
aqueles que os admiravam, enquanto participantes com visão negativa de si
preferiam pessoas mais críticas em relação à ela.
Isso pode acontecer porque as pessoas tendem a
interagir com aqueles que oferecem um feedback consistente com a identidade que
elas acreditam ter. Outra explicação é que elas se sentem compreendidas pela
outra pessoa, e isso traz um conforto.
6. Conte um segredo seu
Abrir-se um pouco pode ser uma ótima técnica de
construção de relacionamento. Um estudo liderado por pesquisadores da
Universidade de Nova York, pela Universidade da Califórnia e pela Universidade
do Arizona colocou estudantes em pares e pediu que eles passassem 45 minutos
conversando para se conhecerem melhor.
Os pesquisadores deram uma série de perguntas para
alguns participantes usarem, que se tornavam mais e mais pessoais. Por exemplo,
uma pergunta intermediária era: “como você se sente em relação à sua mãe?”.
Outros participantes receberam perguntas mais
superficiais, como “quais foram suas férias favoritas?”.
Ao fim do experimento, aqueles que fizeram perguntas
pessoais relataram maior proximidade com seu par do que estudantes que fizeram
perguntas superficiais.
5. Mostre que você sabe guardar segredos
Dois experimentos feitos nas universidades da
Flórida, Estado do Arizona e de administração de Singapura mostram que pessoas
valorizam a confiança em seus relacionamentos.
Essa característica foi muito importante quando as
pessoas descreviam seus amigos ou funcionários ideais.
A confiança tem vários componentes: honestidade,
segurança e lealdade, sendo que os dois primeiros são mais importantes em um
relacionamento de sucesso, segundo a pesquisadora Suzzane Dagges-White, da
Universidade de Illinois.
4. Mostre senso de humor
Pesquisa da Universidade Estadual de Illinois e da
Universidade da Califórnia mostrou que o senso de humor é muito importante
quando as pessoas imaginam seus amigos ou seus parceiros românticos ideais.
Outro estudo de pesquisadores da Universidade DePaul
e Universidade Estadual de Illinois aponta que usar o bom-humor quando você
está conhecendo alguém pode fazer essa pessoa gostar mais de você.
Este estudo sugere que participar de uma atividade
divertida pode aumentar a atração romântica. Um exemplo é colocar uma venda na
outra pessoa quando a ensina a dançar, atividade que costuma arrancar
gargalhadas da maioria das pessoas.
3. Deixe que o outro fale de si
Enquanto se abrir pode ser interessante para a
aproximação das pessoas, deixar a outra pessoa se abrir é igualmente positivo.
Em um estudo de Harvard, participantes tinham que
trazer um amigo ou parente para o experimento. Os voluntários tinham que falar
sobre suas opiniões ou sobre de outra pessoa enquanto passavam por um exame de
ressonância magnética. Seus acompanhantes aguardavam fora da sala de exame, e
em alguns casos os participantes eram informados que suas respostas seriam
compartilhadas com o acompanhante, enquanto em outros casos suas respostas
seriam mantidas em segredo.
Os resultados mostraram que as regiões do cérebro
associadas com a motivação e senso de recompensa ficaram mais ativas quando
participantes compartilhavam a informação, mas também eram ativas quando elas
falavam de si mesmas mesmo sem ninguém estar escutando.
Em outras palavras, deixar alguém compartilhar
acontecimentos de sua vida ao invés de só falar sobre si mesmo pode trazer
memórias positivas para a outra pessoa sobre a interação.
2. Seja um pouco vulnerável
Jim Taylor, da Universidade de São Francisco,
argumenta que abertura emocional pode explicar porque duas pessoas se entendem
bem ou não.
“Abertura emocional, claro, pode vir com riscos que
envolvem torná-lo vulnerável e não saber se essa exposição emocional será
aceita e respondida ou se será rejeitada e ignorada”, explica ele.
Mas este risco pode valer a pena. O mesmo estudo do
item 4 mostra que abertura é desejável e importante em companheiros ideias.
1. Aja como se gostasse da pessoa
Quando achamos que alguém gosta de nós, tendemos a
gostar dessa pessoa também. Em um estudo de 1959 publicado na revista Human
Relations, participantes foram informados que certos membros do grupo
provavelmente gostariam deles. Esses membros foram escolhidos de forma
aleatória, e nem sabiam que estavam sendo citados pelos organizadores da
pesquisa.
Depois da discussão, participantes indicaram que as
pessoas que eles mais gostaram eram justamente aquelas que supostamente
gostaram deles.
Então mesmo se você não tiver certeza se a pessoa
gosta de você, aja como se você gostasse dela, que é provável que ela reaja da
mesma forma. [Science Alert]