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sábado, 23 de setembro de 2017

12 mitos populares sobre o funcionamento do cérebro

O livro "Caçadores de Neuromitos" explica, tim-tim por tim-tim, por que muitas coisas que ouvimos sobre a massa cinzenta são falsas

A maneira como nosso cérebro trabalha ainda é cercada de mistérios. E isso faz com que muitas lendas e notícias falsas circulem por aí. Selecionamos algumas das mais comuns, devidamente desbancadas em um livro publicado por cientistas brasileiros.

1. “Usamos só 10% da capacidade mental”
Eis uma das frases mais famosas – e erradas! – que ouvimos sobre a central do pensamento. Não à toa, ela é uma das primeiras apresentadas em Caçadores de Neuromitos, obra organizada pelos psicólogos Larissa Zeggio, Roberta Ekuni e Orlando Francisco Bueno, que se conheceram na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A origem da história dos 10%, como boa parte das outras mentiras, vem da interpretação equivocada de evidências científicas. “Não faz sentido do ponto de vista evolutivo ter um cérebro que demanda tanta energia para utilizar só um pedacinho”, desvenda a neurocientista Karina Possa Abrahao, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Concorda que seria um desperdício danado? Hoje se sabe que todos os neurônios estão ativos em algum momento do dia – inclusive quando dormimos.

2. “O neurônio é a única célula que importa no sistema nervoso”
Neurônios são muito importantes, mas não moram sozinhos no crânio. Eles dividem espaço com as células da glia, um grupo variado e cheio de habilidades. Durante muito tempo, essas unidades foram consideradas apenas uma cola que mantinha a massa cinzenta intacta. “Descobrimos recentemente que elas têm um papel primordial e estão relacionadas até com a formação das memórias“, revela o biólogo Michael Rocha, fundador do Glia News, um site de difusão de novidades sobre essas ilustres desconhecidas. O mau funcionamento dessas células estaria ligado a doenças como depressão, esquizofrenia, Parkinson e Alzheimer.

OS TIPOS DE CÉLULAS GLIA
Astrócitos
Fazem o meio de campo entre os neurônios, conectando-os. Interagem com diversos neurotransmissores.
Oligo-dendrócitos
Responsáveis pela estrutura da bainha de mielina, capa que protege a cauda dos neurônios e facilita a troca de impulsos.
Microglias
Integram o sistema imunológico. Impedem a invasão de agentes infecciosos e matam as células defeituosas.

3. “Há coisas que aprendemos até os 3 anos de idade. Depois não tem mais jeito”
Por muitos anos, acreditou-se que esse seria um período crítico para a aquisição de conhecimentos básicos, como a linguagem. A ideia surgiu da observação de que, após o terceiro ano de vida, ocorre uma queda no número de sinapses, as conexões entre os neurônios. “Porém, nada impede um indivíduo de aprender algo ao fim da primeira infância”, afirma a psicóloga argentina Julia Hermida, da Unidade de Neurobiologia Aplicada, em Buenos Aires. Tanto é que, com esforço, adquirimos novas capacidades em todas as faixas etárias. O corte nas ligações neurais é um processo para otimizar o uso de energia pelo cérebro.

O ESTÍMULO PARA SEU FILHO
Como ajudar a criança pequena a ter um bom desenvolvimento cerebral? Para Julia Hermida, não há tanto segredo. “É preciso acompanhá-la nas brincadeiras, oferecendo desafios que não sejam nem muito fáceis nem muito difíceis para a idade”, diz.

4. “O teste de QI é a única maneira de medir a inteligência de alguém”
Ele reina há um século como símbolo máximo de status intelectual. No imaginário popular, estar acima dos 100 pontos é sinal de mente iluminada. Ficar abaixo dos 70 torna-se uma sentença de fracasso. Mas a ciência vem mudando seus conceitos sobre o teste. “Ele é válido apenas se aplicado junto a outras avaliações e no contexto certo, como na detecção da dislexia”, ilustra a psicóloga Carolina Nikaedo, pós-doutoranda da Universidade de Luxemburgo. Hoje se valorizam muito mais outros aspectos, como a inteligência emocional — e não só o raciocínio lógico.

5. “É possível obter novas habilidades durante o sono”
As estratégias para “aproveitar melhor” a noite começaram em 1900 — na época, achava-se uma perda de tempo passar tantas horas deitado. Experts criaram máquinas para ensinar matemática ou geografia na madrugada. “O problema é que nenhuma delas funcionou pra valer nos estudos”, relata o biólogo Francisco Dubiela, da Universidade do Estado de Santa Catarina. Aqui não carecemos de tecnologia: o bom e velho sono ajuda a consolidar tudo que aprendemos quando estamos acordados.

6. “O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) não existe de verdade”
Marcado por agitação, falta de foco e prejuízos na escola, o TDAH ainda gera acalorados debates. Há quem acuse a indústria farmacêutica de ter inventado o distúrbio para incrementar a venda de remédios. Pura balela. “Os primeiros relatos sobre a condição foram publicados em 1902, antes de os laboratórios possuírem um tratamento adequado”, desmitifica o psiquiatra Luis Augusto Rohde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para evitar diagnósticos errados, é importante recorrer a uma equipe multiprofissional, formada por pediatra, psicólogo, neurologista e psiquiatra.

TEM CONTROLE?
Os médicos lançam mão de remédios e terapia cognitivo-comportamental contra o TDAH. “Nós estabelecemos medidas para que o paciente lide com as dificuldades do dia a dia e até conseguimos diminuir a dose dos fármacos com o tempo”, esclarece a neuropsicóloga Mônica Miranda, da Unifesp.

7. “Todo esquecimento já é sinal de demência”
Mais de 36 milhões de pessoas têm Alzheimer no mundo, taxa que vai dobrar em 20 anos. É compreensível que as falhas de memória deixem qualquer um desconfiado. Mas tenha calma. “O envelhecimento envolve um processo de atrofia do cérebro. Portanto, um grau de esquecimento é normal”, explica a neurocientista Liane de Vargas, da Universidade Federal do Pampa (RS). Para aliviar isso, é necessário estimular os neurônios. Vale ler livro, fazer palavra cruzada, viajar… Caso as falhas se tornem frequentes, consultar o médico é a atitude número um. O neurocientista argentino Ricardo Allegri, do Instituto de Investigações Neurológicas de Buenos Aires, deu uma aula sobre o tópico no Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções (Brain 2017), recém-ocorrido em Porto Alegre. Veja abaixo como ele diferencia os “brancos” inofensivos de uma demência.


COMO DISTINGUIR
Normal
Demora em aprender fatos novos e se recordar dos detalhes de uma situação antiga. A queixa vem da própria pessoa.
Doença
Passa aperto para se localizar, seguir direções, se lembrar de datas e eventos recentes. Família e amigos notam antes.

8. “Os lados direito e esquerdo do cérebro têm poderes distintos”
Existem, sim, variações de processamento entre as duas porções do cérebro. “Na maioria da população, a linguagem se concentra no hemisfério esquerdo”, exemplifica o neurologista Newton Canteras, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Mas não dá pra dizer que alguns usam mais a parte esquerda ou a direita e isso estaria por trás de dotes matemáticos ou artísticos exacerbados, como vira e mexe aparece nas redes sociais. A massa cinzenta está completamente interconectada e muitas de suas funções dependem de estruturas nos dois lados.

9. “Ser assassino é apenas um desvio de caráter”
Nem sempre. Infringir a lei pode ter a ver com falhas na cabeça. Quem garante é o psicólogo britânico Adrian Raine, da Universidade da Pensilvânia (EUA). Em seus trabalhos, ele descobriu que psicopatas costumam ter um córtex pré-frontal menor. Essa região do cérebro responde por regulação de impulsos e empatia. “Somado a fatores ambientais, como morar num bairro ruim, esse defeito leva a ações violentas”, ensina Raine, que também esteve no Brain 2017. O especialista acredita ser possível impedir futuros casos de assassinato com políticas para reduzir a pobreza e melhorar a saúde de todos os estratos sociais.


10. “Maconha mata neurônios”
“Essa acusação se iniciou com um estudo malfeito, encomendado para justificar a guerra às drogas nos anos 1960 e 1970”, contextualiza o psicofarmacologista Fabrício Pamplona, diretor científico do laboratório Entourage, de São Paulo. Na experiência, macacos foram expostos a quantidades absurdas de Cannabis sativa — algo em torno de 60 cigarros por dia. Isso transformou a planta em tema tabu até hoje. A neurociência indica que a maconha não mata neurônios, mas o uso crônico pode incitar, se houver propensão, alguns transtornos psiquiátricos. Na contramão, compostos da planta são estudados pelo potencial de tratar esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson…

11. “Videogame faz mal à cabeça”

Ele foi encarado por muitos anos como vilão — ainda mais depois daqueles massacres americanos, em que jovens entravam em escolas atirando nos alunos e nos professores. Sempre saíam reportagens dizendo que o infrator era influenciado por um jogo qualquer. “Mas é muito simplista apontar o dedo para o videogame diante de problemas de violência. Eles envolvem inúmeros fatores”, defende o psiquiatra Felipe Picon, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. As pesquisas atuais mostram, aliás, o inverso: os jogos eletrônicos fazem bem ao cérebro e dão uma força no combate e na recuperação de condições como depressão, autismo, TDAH e estresse pós-traumático.

ATÉ QUE PONTO?
Aposte no bom senso. Não é legal passar várias horas seguidas na frente de uma tela. O limite varia de acordo com o caso. Crianças e adolescentes precisam ser supervisionados pelos pais. Por lei, todos os games têm uma classificação etária. Não dá pra permitir que um pequeno de 5 anos brinque com um produto destinado a maiores de 18.

12. “Ginástica cerebral é 100% eficaz”
Da mesma forma que vamos à academia para fortalecer os músculos, deveríamos fazer exercícios mentais para deixar a cabeça afiada. Há inclusive empresas que vendem esse tipo de serviço, baseado nos achados científicos de treinamentos que aumentam as sinapses. “As redes de neurônios ficam mais fortes à medida que as utilizamos”, reflete o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná. O dilema é que não está comprovado que a tal ginástica traria benefícios reais para o dia a dia ou se tornaria o praticante bom em uma tarefa específica. “Ela não vai servir para curar doenças sérias, como o Alzheimer”, frisa Louzada. O recado é manter o cérebro ativo e cheio de estímulos durante a vida toda.

HÁBITOS BONS PARA A CUCA
Coma…
Peixes, grãos integrais, folhas verde-escuras e frutas vermelhas são uma boa pedida.
Mexa-se…
Investir em um esporte incrementa a chegada de oxigênio e nutrientes à cabeça.
Estude…
O aprendizado é enriquecedor em vários sentidos e cria novas conexões entre os neurônios.


Fonte: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/12-mitos-populares-sobre-o-funcionamento-do-cerebro/- Por André Biernath - Ilustração: Fido Nesti/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

7 passos (incrivelmente simples) para cuidar bem do seu corpo e da sua mente

Fazer atividades físicas, cuidar bem da alimentação e usar medicamentos de forma responsável são alguns dos pilares do autocuidado; conheça todos e os inclua na sua rotina

Dar atenção à própria saúde é algo que todos fazem em alguma medida no dia a dia, independentemente do estilo de vida. O autocuidado nada mais é do que cuidar da saúde 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de tomadas de decisões que dizem respeito a questões de rotina, como higiene pessoal, nutrição, prática de atividades físicas e uso consciente de medicamentos.

O autocuidado assegurado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um direito do cidadão e apoiado ao redor do planeta por diversas associações, como a ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) no Brasil, está diretamente ligado a um tratamento multidisciplinar adotado para manter a saúde e prevenir doenças. Ele envolve o uso consciente de medicamentos isentos de prescrição, os MIPs, aqueles que não precisam de receita para serem comprados, e é baseado em sete pilares extremamente simples.

Conheça os sete pilares do autocuidado a seguir e certifique-se de que todos façam parte de sua rotina. É simples, poderoso e pode ajudar a prevenir doenças não transmissíveis, como diabetes e colesterol. Confira:

1. Ser bem informado sobre saúde
Vale para qualquer assunto: para tomar boas decisões, é preciso estar bem informado. No caso da saúde, ler e pesquisar em fontes confiáveis, conversar com médicos especializados e trocar ideias responsáveis é o primeiro passo para desenvolver e fortalecer as noções de cuidados com a saúde física e mental. E, claro, nunca ajude a disseminar informações falsas dentro do seu círculo de amizade. Informação de saúde é coisa séria e mitos podem prejudicar a vida das pessoas.

2. Ter consciência das próprias condições físicas e mentais
Conhecer seu próprio corpo é fundamental quando o assunto é cuidar da própria saúde. Fazer autoexames simples com frequência e dar atenção aos sinais do organismo são atitudes indispensáveis para estar plenamente consciente de como andam suas condições e poder agir para mantê-las ou melhorá-las. No caso de qualquer alteração, converse com seu médico para que ele possa fazer uma avaliação mais completa do que está acontecendo.

3. Fazer atividades físicas
Deixar o sedentarismo de lado e adotar atividades físicas moderadas é importante para cuidar bem do corpo e da mente, melhorar o funcionamento do organismo e prevenir doenças.
Não precisa virar triatleta da noite para o dia: pode ser uma caminhada diária ou substituir o elevador pela escada. O importante é colocar o corpo em movimento.

4. Ter uma alimentação saudável
Já diz o ditado: você é o que você come. Ao escolher alimentos saudáveis, naturais e ricos em nutrientes para suas refeições, o corpo fica munido das vitaminas e dos elementos necessários para a manutenção da saúde.
Além de prevenir doenças, a alimentação saudável proporciona bem-estar. Por isso, vale a pena dar uma atenção extra ao que vai ao prato.

5. Evitar riscos para a saúde
Cigarros, bebidas alcoólicas em excesso e alimentos artificiais e ultraprocessados só fazem mal e colocam a saúde em risco. Por isso, devem ser evitados ou, de preferência, eliminados da rotina de quem queira ter plenas condições físicas e mentais para viver melhor.
Sempre que você detectar um risco para sua saúde, evite. A consciência do que faz bem e do que faz mal deve ser uma companheira constante em todas as atividades do seu dia.

6. Ter bons hábitos de higiene
As atitudes higiênicas muitas vezes são automáticas em nossas vidas, mas não custa lembrar que elas são essenciais para proteger o organismo e evitar a disseminação de doenças.
Lavar as mãos depois de usar o banheiro e de dirigir ou usar o transporte público, escovar os dentes após as refeições e trocar as escovas de dentes a cada dois meses são alguns dos bons hábitos que devem ser parte da rotina.

7. Usar medicamentos de forma responsável
O uso consciente de medicamentos é fundamental em uma rotina de autocuidado com a saúde e bem-estar. Estar corretamente informado e conhecer bem seu organismo são itens importantes para fazer escolhas seguras e eficazes. Isso engloba entender também as diferenças entre os medicamentos disponíveis na farmácia.
Os medicamentos com tarja preta e vermelha, assim como seus genéricos e similares, precisam de receita médica para serem comprados e ingeridos. Quando o paciente usa essa medicação sem a orientação médica sobre aplicação e dosagem correta pode se expor a diversos efeitos adversos. A automedicação dos medicamentos que exigem prescrição é bastante perigosa.
Os medicamentos isentos de prescrição, os chamados MIPs, podem ser comprados e consumidos mesmo sem a apresentação de receituário médico. Esse acesso consciente aos remédios sem prescrição faz parte da rotina de autocuidado. Eles permitem que todos façam uso de tratamentos com segurança, qualidade e eficácia comprovada para tratar sintomas e males menores já diagnosticados e conhecidos, como dores de cabeça, gripe e má digestão.
Mas é importante entender que mesmo assim é preciso ter responsabilidade no uso dos medicamentos isentos de prescrição médica. Eles devem ser escolhidos com o auxílio de um farmacêutico e suas aplicações e posologias precisam ter sido explicadas anteriormente por um médico especializado.
Também é indispensável ler as informações do produto na embalagem e só adotá-lo se ele for registrado na ANVISA. Por fim, o médico deve ser consultado caso os sintomas persistam.

Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/materias/31418-7-passos-incrivelmente-simples-para-cuidar-bem-do-seu-corpo-e-da-sua-mente

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Atividade física turbina o cérebro – em qualquer fase da vida

Além de ajudar a prevenir encrencas lá na frente, os exercícios deixam nossos neurônios mais capacitados para responder aos desafios do dia a dia

Raciocínio mais rápido do que os piques de Usain Bolt. Memória mais precisa do que os arremessos de Oscar Schmidt, o Mão Santa do basquete brasileiro… Pode escolher a analogia esportiva de sua preferência para ilustrar a seguinte notícia: mexer o corpo fortalece tanto a massa muscular quanto a cinzenta.

“As revisões científicas apontam que a prática diminui o risco de comprometimento cognitivo leve em 35% e o de Alzheimer em 51%”, contextualiza Andrea Camaz Deslandes, profissional de educação física e coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Mas não se trata apenas de prevenir doenças, embora isso já seja valioso. Hoje sabemos que a atividade física aprimora também o funcionamento de um cérebro considerado saudável”, arremata.

Dito de outra maneira, as células nervosas – assim como o bíceps ou a musculatura da coxa – ganham potência ao serem estimuladas por uma vida movimentada. Em uma análise de oito estudos com voluntários acima de 40 anos, pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, concluíram que o fato de a pessoa não gastar o dia inteiro sentada já está associado a uma melhor performance em testes cognitivos (e a uma probabilidade reduzida de demência).

“Com base no achado, sugerimos que todos os adultos deveriam evitar o excesso de comportamentos sedentários”, afirma a neurocientista Teresa Liu-Ambrose, orientadora do levantamento. Segundo ela, singelas medidas bombariam as nossas faculdades mentais. São elas: levantar-se da cadeira a cada 30 minutos para dar alguns passos, valorizar as atividades leves, como subir escadas ou ir até a mesa do colega em vez de enviar um e-mail, e checar se não é possível cumprir determinadas tarefas em pé ou mesmo andando – já pensou em uma reunião itinerante?

Mas Teresa e seus colegas não se deram por satisfeitos. Após investigar o efeito de um cotidiano menos parado, eles se debruçaram sobre os exercícios físicos estruturados – aqueles em que a gente reserva tempo na agenda para fazer. A partir de outra revisão de artigos, concluíram que tanto modalidades aeróbicas (caminhada, bicicleta…) quanto a musculação conferem destreza à cabeça. E, apesar de as primeiras parecerem ligeiramente mais eficazes, a combinação das duas trouxe melhores resultados.

“Ainda é cedo para determinarmos um protocolo de exercícios”, pondera Andrea. Atualmente, os experts estão correndo para definir a intensidade e a frequência ideais. Fora isso, será que certos esportes se mostram mais benéficos do que outros?

Especula-se, só para citar um caso, que práticas que exigem reflexo rápido, improviso e uma maior interação com o meio – futebol, vôlei, caratê, tênis… – incitariam mais os neurônios em comparação com bicicleta ergométrica ou esteira, por exemplo. “Essas questões são importantes, porém o indivíduo precisa, antes de tudo, de liberdade para optar pelo que lhe agrada e se encaixa no seu calendário. Qualquer movimentação ajuda”, diz a professora.

Vantagens para todas as idades
Não é porque aqueles estudos canadenses se concentraram em participantes com 40 anos ou mais que as virtudes de abandonar o sofá serão perceptíveis somente nessa faixa etária. Em 2003, a educadora física Hanna Karen Moreira Antunes, hoje coordenadora do Curso de Educação Física da Universidade Federal de São Paulo, avaliou o desempenho cognitivo de vários adolescentes.
“Os que se exercitavam bastante no ambiente escolar alcançavam as maiores pontuações”, lembra. Mais recentemente, Andrea Deslandes começou a verificar o impacto de aulas de capoeira na performance de crianças de 6 a 12 anos. De lá pra cá, ela e seus colegas de laboratório revelaram que o contato com essa arte marcial tipicamente brasileira contribuiu para notas mais altas na escola. “Os estudos mostram vantagens da infância à terceira idade“, assegura a expert carioca.
A segunda parte dessa afirmação condiz com um experimento feito em Caeté, uma cidade de 40 mil habitantes do interior de Minas Gerais. Coordenados pelo neurologista Paulo Caramelli, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais registraram ao longo do tempo o estilo de vida e a saúde mental de 639 idosos. Das diversas análises que estão pipocando a partir desse trabalho, uma, ainda em fase preliminar, voltou-se para os senhores que envelhecem especialmente bem – apesar de estarem na casa dos 80 anos, eles possuem uma memória comparável a de pessoas duas décadas mais jovens.
“Percebemos que esse grupo tendia a fazer mais atividade física do que os outros”, relata Caramelli. O estudo, cabe ressaltar, não permite cravar uma relação de causa e efeito, entre outras coisas porque esse pessoal também comia mais vegetais in natura. “É possível que a combinação de hábitos saudáveis tenha contribuído para os dados encontrados”, avalia Caramelli.
Até agora, abordamos as benfeitorias que dão as caras com sessões regulares de malhação. Entretanto, uma única dose também acarreta vantagens, embora efêmeras. Numa pesquisa ainda não publicada, Hanna Karen recrutou voluntários entre 18 e 25 anos e os submeteu a diferentes tipos de treinamento (de moderados e longos a curtos e estafantes). Com base em testes cognitivos realizados antes, logo após a prática e meia hora depois, ela observou que todos ficaram, digamos, mais espertos em comparação com quem permanecia imóvel.
“Me surpreendeu o fato de que até os exercícios bem cansativos trouxeram benefícios”, conta a educadora física. E, aqui, pedimos um momento da sua atenção para o depoimento pessoal de um especialista: “Nos dias em que treino, tenho a impressão de alcançar um nível de alerta bem maior”, diz Caramelli. “Já ouvi muitos pacientes com histórico de Alzheimer na família dizerem o mesmo”, completa.
Veja também

Por dentro do cérebro malhado
Aquela história de que o número de neurônios não muda na fase adulta é balela. E as aulas de ginástica são prova disso. “Elas fazem aumentar a quantidade de células nervosas no cérebro“, atesta Sonia Brucki, neurologista da Universidade de São Paulo. Além disso, essas unidades passam a receber um aporte sanguíneo extra e ganham ramificações para se comunicarem com eficácia. São mudanças que ajudam a explicar o fato de o sedentarismo ser o terceiro maior fator de risco passível de intervenção para demências, atrás apenas do nível educacional baixo e do tabagismo.
Também não dá para desvalorizarmos os benefícios comportamentais das modalidades esportivas. Disciplina, concentração, resiliência e trabalho em equipe estão entre os valores que auxiliam a sobrepujar desafios mentais. “Só não vale achar que uma corrida substitui a leitura”, brinca Hanna Karen. Não há recorde mundial que garanta, sem um bocado de estudo, uma cabeça realmente ativa. 

Habilidades mais aprimoradas pela atividade física
Controle inibitório
É a capacidade de segurar ímpetos irracionais e a de ignorar estímulos irrelevantes enquanto dedicamos atenção ao que interessa.

Flexibilidade cognitiva
Se uma estratégia não está dando certo ou se surgiu um imprevisto, você consegue se adaptar e resolver o desafio.

Memória
Em primeiro lugar, suar a camisa reforça a memória de trabalho, ou a competência em recorrer a informações já registradas quando elas são vitais para uma tarefa qualquer – você entende o fim do livro porque o começo dele está fresquinho na cabeça. Isso sem contar que ajuda a armazenar lembranças de curto e, em menor escala, de longo prazo.

Treino para os neurônios
De que maneira o esforço físico repercute na massa cinzenta
1. Mexer o corpo eleva a produção de uma molécula batizada de fator neurotrófico derivado do cérebro, conhecido pela sigla em inglês BDNF.
2. O BDNF promove a multiplicação de neurônios e a ramificação dos axônios, facilitando a passagem e o armazenamento de informações.
3. Outra substância produzida em maior escala ao suarmos a camisa atende pelo nome de fator de crescimento endotelial vascular, ou VEGF.
4. Como no resto do corpo, o VEGF fomenta a criação de vasos na cabeça. Eles, então, abastecem as células nervosas com sangue suficiente para atuarem a pleno vapor.


Fonte: http://saude.abril.com.br/fitness/atividade-fisica-turbina-o-cerebro/ - Por Theo Ruprecht  - Grivina/iStock

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Os 3 tipos de inteligência que você precisa conquistar

Como você sabe se uma pessoa é inteligente? Você avalia se ela é boa em resolver problemas de matemática ou se tem notas boas na escola? Para o psicólogo e professor da Cornell University (EUA) Robert Sternberg, a inteligência não é tão simples assim. A inteligência é resultado da interação entre os aspectos analíticos, práticos e criativos da mente. Isso é chamado de “teoria triádica da inteligência”.

1. Inteligência analítica
Este é o poder puro do cérebro com o qual você processa as informações. Ele é exigido quando você precisa analisar alguma coisa ou resolver problemas. Este tipo de inteligência é medido através de testes como de QI. Por isso, Sternberg aponta que esses testes são totalmente inadequados para medir a inteligência geral, já que focam em apenas uma parte dela.

2. Inteligência criativa
Ela é utilizada quando a pessoa precisa pensar de forma criativa para se ajustar a situações novas. Esse tipo de inteligência também é responsável por sintetizar informações e fornecer insights. É também ter a habilidade de usar o conhecimento e habilidades que a pessoa já tinha para lidar com situações fora do comum.

3. Inteligência prática
Esse tipo de inteligência envolve a habilidade de lidar com tarefas do dia a dia no mundo real. ou seja, testes de QI definitivamente não medem esse tipo de inteligência. Ela mostra como uma pessoa lida com o ambiente externo. Ela também é usada para adaptar ou transformar o mundo ao seu redor. “Comportamento inteligente envolve adaptação ao ambiente, mudar seu ambiente ou selecionar um ambiente melhor”, explica Sternberg.

Quando esse tipo de inteligência é medido, também são analisados fatores como a parte emocional e o temperamento da pessoa, que também influenciam como uma pessoa toma decisões. Um líder, aquele que tem habilidade em entender e motivar as pessoas além de delegar responsabilidades para os indivíduos ideais conseguem notas altas nesse tipo de test.

Um aspecto importante da inteligência prática é a habilidade de aprender. Para adquirir conhecimento, não é suficiente ter experiências, mas aprender com elas para conseguir informações importantes que podem ser adaptadas para outras situações.

Sternberg classifica uma pessoa como inteligente se ela conseguir encontrar o equilíbrio ideal entre as diferentes habilidades mentais quando enfrenta problemas. Ele também acredita que é possível ser ótimo em mais de um tipo de inteligência. Muitas pessoas usam as três ao mesmo tempo, de forma intensa. Esse pode ser um dos motivos para que elas atinjam sucesso na vida.

 “Prefiro me referir a isso como ‘inteligência de sucesso’. E o motivo para isso é na ênfase do uso da inteligência para atingir o sucesso na vida. Então eu defino isso como uma habilidade em atingir o que você deseja dentro do seu contexto sociocultural. Isso significa que pessoas têm diferentes objetivos para si mesmas, e para algumas é conseguir boas notas na escola e ir bem nas provas, e para outros é ser um ótimo jogador de basquete ou ser um músico ou atriz”, explica ele.

Para quem ainda não chegou lá, o psicólogo diz que é importante tentar identificar as áreas que precisam ser trabalhadas e tentar procurar ajuda para superar essas deficiências.

Outro fator importante é saber quando desistir. “Ter inteligência de sucesso significa saber quando você está no lugar errado no momento errado. No emprego errado, no relacionamento errado, vivendo no local errado”, exemplifica ele. [Bigthink]


sábado, 3 de junho de 2017

9 estratégias certeiras para treinar sua memória

Use e abuse destas dicas para deixar sua mente mais afiada!

E o seu sono, como anda? “Quem dorme mal perde duas vezes, pois deixa de organizar as memórias do dia anterior e baixa a performance cerebral para as atividades do dia seguinte”, explica o neurologista Leandro Teles, autor do livro Antes Que Eu Me Esqueça (Ed. Alaúde). Além de cuidar da alimentação, fazer exercício e dormir bem, o médico sugere outras dicas para você manter sua mente sempre com uma boa performance:

1. FAÇA UMA COISA DE CADA VEZ
O modo multitarefa prejudica a atenção e o rendimento da memória. Quanto mais atividades realizadas ao mesmo tempo, maior a taxa de erros e falhas de fixação.

2. CONTROLE A ANSIEDADE
Esse estado emocional faz com que você foque o futuro e deixe de absorver as informações do presente. Aí, fica dispersa e com dificuldade de organizar e relembrar o que acabou de “aprender”.

3. DESACELERE
As vivências rápidas e superficiais são um prato cheio para o esquecimento. Uma boa memória depende da interação de um estímulo apropriado (intenso, relevante e repetido) com um cérebro capacitado (engajado e emocionalmente equilibrado).

4. DESLIGUE O PILOTO AUTOMÁTICO
É importante você interagir ativamente com a informação. Avise seu cérebro que aquilo precisa ser memorizado: crie links mentais para uma futura evocação, escreva, circule o que é relevante.

5. APRENDA UM NOVO IDIOMA
Ao estudar uma língua diferente ou aprender a tocar um instrumento, você obriga o cérebro a criar novas conexões para reter essas informações.

6. TENHA UM HOBBY
Pinte, cozinhe, fotografe. Trabalhar o lado criativo diminui em 73% o risco de a memória ficar menos ágil.

7. DESAFIE SEU CÉREBRO
Faça sudoku, palavras cruzadas, quebra-cabeças. Esses jogos funcionam como uma musculação para seu raciocínio.

8. REVISE
Tudo o que vê pela segunda vez, o cérebro considera relevante. O melhor momento para a primeira revisão é dentro das primeiras 24 horas do primeiro contato com a informação, quando ela ainda está acessível ao cérebro.

9. CABEÇA FIT
Ter uma #AtitudeBoaForma conta muito para a memória. Quem se exercita com frequência antes dos 40 anos preserva o volume cerebral intacto décadas depois: movimentar o corpo faz com que o coração bombeie mais sangue e oxigene melhor a cabeça. Andar já ajuda. Praticar 40 minutos por dia, três vezes por semana, aumenta em um ano, segundo estudo do Instituto Nacional de Envelhecimento, nos EUA, em 2% o hipocampo – aquela área que armazena as informações recentes, lembra?


Fonte: http://boaforma.abril.com.br/saude/9-estrategias-certeiras-para-treinar-sua-memoria/ - Por Manuela Biz (colaboradora) - m-imagephotography/Thinkstock/Getty Images

quarta-feira, 31 de maio de 2017

6 alimentos que melhoram a memória para entrar no seu cardápio já

Confira quais são os aliados da dieta que vão deixar sua mente afiada!

Esquecer o menu do café da manhã de ontem é sinal de que você não tem o hábito de oferecer ao cérebro os nutrientes de que ele necessita. A nutricionista funcional Sara Bragança, do Rio de Janeiro, indica os alimentos que não podem faltar no seu cardápio para alimentar sua mente.

1. SALMÃO
É rico em DHA – um tipo de ômega-3 com ação anti-inflamatória. Adultos de meia-idade com um nível elevado dessa substância no sangue apresentam um melhor desempenho em testes de lógica. Outras boas fontes: sardinha, atum, linguado e bacalhau. Coma no mínimo uma porção uma vez por semana.

2. FOLHAS VERDE-ESCURAS
Essa família é rica em magnésio, mineral indispensável para uma boa memória. Em um estudo da Universidade Rush, nos Estados Unidos, os participantes que consumiam esses vegetais com frequência mostraram a mesma habilidade cognitiva das pessoas mais jovens – com até 11 anos menos. Boas fontes: escarola, couve e espinafre. Inclua até duas porções no seu cardápio diário.

3. CASTANHAS
Ricas em gorduras boas, as oleaginosas melhoram a memória e o raciocínio, segundo um estudo da Universidade Harvard, nos EUA. Consuma cinco porções por semana.
4. MIRTILO
Fonte de antioxidantes capazes de combater os processos inflamatórios no cérebro. Outras boas opções: a maioria das frutinhas vermelhas (morango, amora, framboesa). O ideal é comer 2 xícaras (chá) por dia.

5. AZEITE EXTRAVIRGEM
Contém ativos antioxidantes e anti-inflamatórios que, segundo pesquisadores do Hospital Clínico de Barcelona, na Espanha, diminuem o risco de demência. Use 2 colheres (sopa) por dia (na salada, no peixe…).

6. GEMA DE OVO
É fonte natural de colina – uma das poucas substâncias produzidas pelo nosso corpo e fornecidas na dieta que passam diretamente para as células do cérebro e, por isso, capaz de estimular o raciocínio. Coma cinco unidades por semana.


Fonte: http://boaforma.abril.com.br/saude/6-alimentos-que-melhoram-a-memoria-para-entrar-no-seu-cardapio-ja/ - Por Manuela Biz (colaboradora) - jaroszpilewski/Thinkstock/Getty Images

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

25 razões poderosas pelas quais você deveria começar a se exercitar hoje

Você já sabe que praticar atividades físicas regularmente faz bem, ajuda a emagrecer e protege o corpo contra doenças. Mas se nunca parou para listar os benefícios dos exercícios, pode se surpreender ao conhecer as razões poderosas pelas quais você deveria começar a se mexer ainda hoje.

Benefícios dos exercícios para o corpo e para a mente

1. Praticar exercícios regularmente melhora o humor.

2. Mantém o cérebro saudável e melhora o aprendizado e a concentração.

3. Reduz estresse e ansiedade.

4. Se exercitar regularmente contribui para a performance sexual.

5. Estimula hormônios que provocam bem-estar.

6. Melhorar a sua autoestima

7. Combate o envelhecimento precoce.

8. Fazer exercícios compensa efeito deletério do álcool.

9. Exercícios emagrecem e mantêm o corpo em forma.

10. Turbina o sistema imunológico, evitando doenças como gripes e resfriados.

11. Faz bem para a saúde da pele.

12. Promove sono de maior qualidade.

13. Se exercitar também ajuda a evitar derrames.

14. Melhora a força muscular

15. Aumenta a produtividade no trabalho e nos estudos

16. Estimula o pensamento criativo

17. Deixa você mais confiante e seguro.

18. Praticar atividades físicas protege o corpo de 13 tipos de cânceres.

19. Afasta o sedentarismo e os riscos de obesidade.

20. Aumenta a longevidade.

21. Exercícios comprovadamente fortalecem o coração.

22. Melhora a saúde dos ossos.

23. Regula os níveis de colesterol.

24. A prática regular de atividades reduz a pressão arterial.

25. Aumenta a energia e a resistência.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Saiba os benefícios da ioga para o corpo e a mente

Confira como a ioga pode beneficiar sua saúde. Acredite, a lista é longa!

Mestre de ioga com anos de experiência na Índia e criador do método superioga (um tipo de hatha mais dinâmico), o professor Paulo Junqueira, da academia Bodytech, em São Paulo, enumera os benefícios da modalidade: “Do ponto de vista físico, trabalha os músculos, ajuda a emagrecer, aumenta a flexibilidade e melhora a postura. No que diz respeito ao mental, desenvolve foco e equilíbrio pelo fato de exigir concentração total na execução das posturas, além de levar o praticante ao autoconhecimento. É uma atividade completa, que transforma o corpo e o comportamento”, resume.

Palavra de quem pratica

“Comecei a praticar ioga há seis anos e meio e, mais recentemente, conheci a superioga. O meu objetivo principal era reduzir o stress e a ansiedade. No entanto, a cada aula sinto um ganho excepcional de força e definição muscular, além de mais serenidade e sensação de plenitude. Em uma hora de atividade, trabalho o condicionamento físico, a flexibilidade, a consciência corporal, a respiração e a concentração. Tudo isso ajuda a manter a minha rotina equilibrada”, Priscila Gelain D’Addio, 50 anos, empresária.


Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1497408163488092501#overviewstats - Texto Yara Achôa | Adaptação Ana Paula Ferreira - Foto Shutterstock

sábado, 20 de agosto de 2016

Exercícios físicos e mentais geram diferentes benefícios cerebrais

Um exercício para cada coisa

Se a prática leva à perfeição ou não, o fato é que diferentes tipos de exercícios fazem bem ao cérebro - cada um a seu modo.

O treinamento cognitivo melhora a função executiva do cérebro, enquanto a atividade física aeróbica melhora a memória.

Experimentos realizados com adultos saudáveis comprovaram que exercícios mentais - o treinamento cognitivo - geraram mudanças positivas na função executiva cerebral, bem como um aumento de 7,9% no fluxo cerebral global, em comparação com os adultos que participaram de um programa de exercícios aeróbicos.

Mas a memória só melhorou para aqueles que praticaram exercícios físicos.

Todos os participantes eram adultos sedentários, com idades entre 56 e 75 anos, e foram sorteados para participar ou do treinamento cognitivo ou do treinamento físico. Ambos consistiam em exercícios três horas por semana durante 12 semanas.

Recuperando a saúde cerebral

O grupo de exercício aeróbico registrou melhorias na memória, tanto imediata quanto de longo prazo, que não foram vistas no grupo de treinamento cognitivo.

O grupo dos exercícios mentais e de raciocínio apresentou melhoras em funções executivas do cérebro, como atenção, raciocínio integrativo e solução de problemas.

"Nós podemos perder de 1 a 2 por cento do fluxo sanguíneo cerebral global a cada década, a partir dos 20 anos. Ver um aumento de quase 8% no fluxo sanguíneo cerebral no grupo de treinamento cognitivo pode ser visto como recuperar décadas de saúde do cérebro, já que o fluxo de sangue está associado à saúde neural," disse a Dra. Sandra Bond Chapman, da Universidade do Texas em Dallas (EUA), principal autora do estudo.

O estudo foi publicado na revista Frontiers in Human Neuroscience.


domingo, 14 de agosto de 2016

8 exercícios simples e eficazes para a memória que todo mundo deveria fazer

Coloque o cérebro para funcionar com atividades que podem ser feitas no dia a dia e amplie sua capacidade de memorização

Esquecer onde estão as chaves, não lembrar o horário no dentista ou de um aniversário importante: você sente que cada vez está mais esquecida? Saiba que não está sozinha. Conforme estudos, mulheres tendem a ter uma memória melhor que os homens. No entanto, nos tornamos mais deslembradas com o tempo – e não se sabe ao certo o motivo.

Conforme Martin Portner, Neurologista e Mestre em Neurociência pela Universidade de Oxford, as células do hipocampo, onde se localizam as pastas da memória humana, diminuem com o avançar dos anos. O estresse é outro fator que pode contribuir para esses lapsos de memória: “O excesso de cortisol circulante, um hormônio produzido no estresse crônico, acentua de forma drástica essa redução das células”, comenta.

Porém, não há motivos para o desespero. “A memória exige acima de tudo uma vida boa – que consiste em uma adequada reunião entre comer bem, fazer algum exercício, retornar constantemente ao presente e dormir muitas horas”, afirma Martin Portner. Além disso, através da mudança de alguns hábitos é possível ampliar a capacidade cerebral. Sair do piloto automático é um dos primeiros passos para manter os neurônios ativos.

8 práticas fáceis para fortalecer a memória

Vanessa Müller conta que tanto exercícios físicos quanto mentais são fundamentais para estimular a criação de novos neurônios e induzir neuroplasticidade. A neurologista indica pequenas atividades que podem ser realizados no dia a dia. São formas de potencializar a capacitação mental, estimular as habilidades cognitivas, melhorar a retenção provisória de informações na mente e colocar o cérebro para praticar a “neuróbica” – sim, ele também precisa de exercícios.

1. Jogo das fotos: peça a alguém para colocar 10 fotos de pessoas desconhecidas com nome e sobrenome. Tente memorizar seus nomes na íntegra.

2. Cálculos: pegue o livro de matemática de seu filho, faça aquelas contas matemáticas – das mais simples as mais complexas de cabeça. Não vale roubar usando a calculadora, hein?

3. Ordem alfabética: pegue palavras aleatórias em uma revista e jornal e coloque-as em ordem alfabética.

4. Decorando trechos de revistas: leia um parágrafo de uma revista por 2 minutos. Tente decorar e falar em voz alta exatamente o que você leu. Conseguiu? Não? Tente até conseguir!

5. Soletrando: soletre 20 palavras de trás para frente. Esse exercício ajuda a melhorar a concentração e você pode ir evoluindo de forma gradual: se ficar muito fácil, passe para 30 o número de palavras soletradas.

6. Caça ao tesouro: pegue dois mapas (imprima do Google Maps, por exemplo). Tente localizar e decorar 20 nomes de ruas do primeiro mapa. Depois disso, marque com um X cada lugar no outro mapa.

7. Ponto fixo: coloque na sua frente um objeto de aproximadamente 5 centímetros de diâmetro. Vale colocar em cima da mesa, prender na parede ou usar algo que já esteja lá, como um relógio. Foque sua atenção somente nesse objeto durante 3 minutos. A concentração é importante para a memorização.

8. Meditação: habitue-se a fazer uma mini-meditação de 20 minutos, com respirações lentas. Aprenda a fazer exercícios de presentação (mindfulness, o ato de estar no presente).

Hábitos saudáveis para a mente

Pessoas que fazem algum tipo de exercício possuem memória melhor do que os sedentários. 20 minutos diários de atividade já contribuem.

A chamada Dieta Mediterrânea é, de acordo com Portner, feita sob medida para a memória. Proteína (carnes, aves, peixes), saladas verdes, legumes (cenoura, brócolis, couve-flor, rabanete), batata doce, chá verde, azeite de oliva, chocolate 70% cacau e vinho tinto (os últimos dois em níveis moderados) são alguns dos melhores alimentos.

De acordo com Vanessa Müller, neurologista e diretora médica da VTM Neurodiagnóstico, o café – que muitas vezes é considerado vilão – pode ser benéfico para combater o esquecimento. “Atualmente o que se sabe é que quando ingerido até 200ml de cafeína por dia, aumenta a capacidade de atenção, concentração e memória”, afirma.

Ler pelo menos dois livros por ano e comentar o conteúdo com alguém é garantia de turbinar os neurônios memoráveis do hipocampo. “Leia. Bastante. Depois, procure alguém para fazer uma sinopse ao vivo. Fale sobre tudo que se lembrar, mas esconda o grand finale”, ensina Portner.

Vale lembrar que você acaba exercitando a sua memória a partir de pequenas atitudes no dia a dia. “O simples fato de mudar a rotina, andar por uma rua não habitual, carregar a bolsa do lado contrário ao de costume, sentar em uma posição diferente na sala de jantar, em suma, realizar atividades diferentes, você já está praticando neuróbica”, afirma Vanessa Müller.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

10 exercícios para estimular a mente

Manter a mente ativa é fundamental para deixar a saúde em dia, por isso um neurologista formulou 10 exercícios para melhorar o desempenho

Manter ativo um dos mais importantes músculos do corpo é fundamental para deixar a saúde em dia. E é aí que surge a neuróbica, uma ginástica para a mente que a desafia a sair da rotina, estimulando e melhorando o seu desempenho global.

“O método consiste em alterar atividades do dia a dia com exercícios mentais que aceleram processos cerebrais. Sempre que o órgão for estimulado a lançar uma nova visão e solução criativa, ele estará se exercitando”, reforça Leandro Teles, neurologista (SP). Quer experimentar? Então, tente esses exercícios propostos pelo expert!

1. Mude os caminhos entre locais que costuma ir com frequência.

2. Inverta os talheres de mão sempre que possível.

3. Tome banho no escuro. Isso estimula a sua parte sensorial.

4. Use o mouse com a mão que você tem menos habilidades.

5. Quando ouvir uma palavra diferente, pense em outras cinco que começam com a mesma letra.

6. Ande de costas dentro de casa, mas tome cuidado com os móveis.

7. Suba a escada contando os degraus em progressão aritmética (somando, por exemplo, quatro unidades para cada degrau).

8. Tente se vestir usando só o braço que você menos usa.

9. Troque o relógio de mão e tente ver o horário com a imagem do objeto refletida no espelho.

10. Ao andar por aí, imagine com quem as pessoas se parecem. Pode ser alguém famoso ou um conhecido seu.


Fonte: http://corpoacorpo.uol.com.br/blogs/mulher-de-corpo/10-exercicios-para-estimular-a-mente/4359 - Por Redação Corpo a Corpo | Adaptação: Nathália Henrique - Foto: Shutterstock