quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Como combater a obesidade de cães e gatos


Muitos donos resistem à prevenção à obesidade temendo perder o afeto dos animais ao restringir a comida. Como sair desse dilema?

Pare pra pensar: se você soubesse de algo que encurtaria a expectativa e a qualidade de vida do seu cão ou gato, não tentaria fazer o possível para evitar que esse risco virasse realidade? Pois não sucumbir aos apelos por petiscos e exageros na ração ou à preguiça do bicho de ficar horas e horas deitadão é uma forma de prevenir a morte precoce que vem na esteira da obesidade. O excesso de peso entre os animais de estimação avança e já preocupa na mesma proporção que a epidemia em humanos.

Na virada dos anos 1990 para os 2000, o sobrepeso era uma realidade para 20% dos cães na capital paulista. Mas um estudo recente, publicado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), revelou uma cifra muito mais preocupante: 40% de 286 cães avaliados tinham problemas com a balança na cidade. A situação seria parecida em outras capitais do país, acreditam os especialistas.

Os quilos a mais têm potencial para reduzir em cerca de 15% a expectativa de vida de um cão, o que representa menos dois anos e um mês para raças com média de vida de 14 anos, por exemplo. Além disso, traz impactos negativos para a saúde como um todo, alimentando processos inflamatórios que atingem coração, fígado e articulações, entre outros órgãos.

“Hoje já se sabe que certos tumores também são mais prevalentes em animais com excesso de peso, assim como doenças de pele e respiratórias”, explica Álan Pöppl, vice-presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária.


Da mesma forma que acontece com a gente, o sobrepeso em cães e gatos é uma combinação de ingestão calórica excessiva e pouca atividade física — embora fatores como castração e o avanço da idade também pesem na balança.

“Existem casos relacionados a disfunções hormonais, como o hipotireoidismo”, observa, ainda, a veterinária Carolina Zaghi Cavalcante, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

A grande diferença, porém, é que cães e gatos domésticos não podem escolher sozinhos quanto vão comer e se mexer. Precisam contar com os tutores tanto na prevenção como no controle da obesidade. E é aí que mora o maior desafio para os veterinários que lidam com esse fenômeno.

“Tem uma questão cultural muito forte envolvida, porque o dono expressa afeto para o animal por meio dos alimentos e isso influencia no ganho de peso”, analisa Pöppl.

Com os séculos de convivência, os animais também herdaram nossos (maus) hábitos. À medida que os bichos foram deixando os pátios para se refestelarem nos sofás, eles passaram a compartilhar não só o ambiente, mas o apetite por alimentos calóricos e a preguiça para a atividade física.

A ciência já sabe, inclusive, que regiões com maior prevalência de sedentarismo e dieta desequilibrada afetam tanto a balança dos humanos como a dos bichos. Na Espanha, pesquisadores constataram índices de disfunção metabólica parecidos entre humanos e cães obesos que habitam uma localidade considerada pró-obesidade.

Já em São Paulo, a pesquisa da USP desvendou que mais de 75% dos bichos obesos viviam com pessoas que também têm o hábito de beliscar.

O exagero nos snacks próprios para pets ou até comida mesmo está entre os principais patrocinadores do ganho de peso. Vai dizer que você nunca deu um pedaço de queijo ou carne para o animal que fica ao seu lado com cara de pidão?

Só que especialmente os alimentos do cardápio humano escondem armadilhas: um muffin, por exemplo, excede em 32% o total de calorias que um cão necessita por dia. Para um gato, representa um excesso de 130% na energia que ele deve ingerir diariamente — é como se você devorasse 13 pedaços de pizza no intervalo entre o almoço e o jantar. E bolos, biscoitos e afins são mais oferecidos aos bichos do que se imagina.

O que a obesidade pode fazer com órgãos e outros cantos do organismo
Focinho: os animais obesos têm mais dificuldade para respirar, especialmente se possuem focinho achatado. Há risco, inclusive, de colapso da traqueia.

Boca: a doença periodontal, marcada por mau hálito, é mais frequente em animais sem controle da dieta.

Tireoide: numa via de mão dupla, o excesso de peso pode ser causado por disfunções hormonais ou agravá-las. Alguns bichos têm hipotireoidismo.

Articulações: os quilos extras sobrecarregam as juntas e levam à artrose.

Coração: problemas cardiovasculares são bem mais frequentes em animais com sobrepeso.

Fígado: o mais comum é o aparecimento de uma inflamação que compromete esse órgão.

Estômago: diversos tumores estão relacionados ao excesso de gordura no organismo animal.

Sistema urinário: há maior risco de problemas ali, inclusive no controle da urina.

Os fatores de risco da obesidade animal
O problema da falta de conscientização dos tutores é tamanho que raras vezes aparece alguém preocupado com o peso do seu animal de companhia nas clínicas veterinárias.

“Normalmente, eles o trazem para a consulta não para tratar a obesidade, mas porque existem sintomas de doenças associadas, como problemas osteoarticulares ou diabetes”, revela a veterinária Naiana Perobelli, especialista em nutrição e fundadora da marca Bicho Balanceado, que desenvolve dietas sob medida para animais domésticos e tem sede em Porto Alegre e Barueri, na Grande São Paulo.

É preciso estar atento aos fatores que predispõem a engorda, sobretudo com o envelhecimento do pet, já que o metabolismo muda e a tendência a acumular gordura se acentua. Nesse contexto, também exigem cuidados os animais castrados, principalmente as cadelas e os gatos de modo geral. Em ambos os casos, rações especiais podem ser requisitadas para driblar a tendência.

Como deve ser a alimentação dos pets
É diante desse cenário de crescimento da obesidade que se tornaram mais frequentes e necessários os programas veterinários de redução do peso. Fazem parte deles as rações especiais, disponíveis no mercado, cujas fórmulas são de baixa caloria e incluem maior quantidade de proteínas e fibras.

Mas não bastaria usar a ração normal, só que moderando na porção? “Não dá para pegar o alimento comum e reduzir quantidades porque é preciso garantir o aporte correto de nutrientes”, esclarece Ana Cristina Pinheiro, gerente de marketing da Royal Canin Brasil. A marca lançou recentemente a linha Satiety, cuja densidade mais aerada promove a sensação de barriga cheia nos animais.

Saciar a fome sem ultrapassar a quantia estabelecida do alimento nem sempre é simples. Novamente, a postura dos donos influencia bastante, especialmente se o animal é daqueles que abocanham vorazmente um prato de comida ou implora por alimento, passando a impressão de que vive faminto.

“É comum que tutores abandonem o tratamento antes dos seis meses porque acham que o animal vai deixar de gostar deles se reduzirem a oferta de comida”, aponta a professora Carolina, que já experimentou convidar psicólogos para atender pessoas que não conseguem manter seus companheiros nas dietas prescritas.

O uso de comedouros que tornam mais lenta a obtenção da comida também pode ser uma boa saída para aumentar o tempo de ingestão diante da mesma porção. Há vários tipos no mercado, com saliências de alturas diferentes onde se escondem os grãos de ração, que devem então ser caçados pelo cachorro.

Gatos podem achar divertido ter que correr atrás de um brinquedinho onde esteja alojado o alimento. “Assim eles acabam gastando mais energia também”, assinala Pöppl.

A alimentação natural também pode ser uma opção para reduzir a ansiedade nos tutores. Por ser um alimento fresco e não desidratado como a ração, acaba tendo maior volume mesmo em dietas de restrição alimentar.

Mas atenção: nada de montar o prato de seu bicho com dicas da internet ou do livro de receitas da vovó. A prescrição por veterinário ou zootecnista é importante porque o menu natural exige complementação nutricional, cujas fórmulas podem ser manipuladas em farmácias ou compradas prontas.

A decisão sobre a quantidade de comida envolve os objetivos da dieta: quantos quilos a perder e o prazo para atingir a meta. Segundo os experts, a porcentagem ideal de redução de peso recomendada varia de 2 a 5% por mês, mas isso depende de raça, idade e condição do animal.

“O emagrecimento muito rápido pode causar problemas hepáticos, por exemplo. Especialmente para os gatos, a perda de peso tem que ser gradativa”, avisa Naiana.

Outros cuidados para vencer a obesidade
Mudar o hábito de fornecer alimento de forma constante é outro desafio quando o assunto é evitar ou reverter o ganho de peso. Além de contar (se possível) com uma balança para dosar a quantidade, é recomendável estipular porções e horas fixas para oferecer a comida e pôr fim ao hábito dos petiscos.

“Em vez de fornecer um pãozinho ou pedacinho de queijo ou de bolo, sugiro primeiro substituir por algo como um snack zero gordura para pet. Depois, o ideal é retirar”, orienta a professora da PUC-PR.

A proprietária da Bicho Balanceado, Naiana Perobelli, acrescenta que é possível oferecer petiscos vegetais de baixa caloria, como fatias de abobrinha ou chuchu. Outra possibilidade, sugerida pela gerente de marketing da Royal Canin, é utilizar a versão úmida das rações desenhadas para dar mais saciedade como substituto do petisco.

“O animal que sempre comeu ração seca vai entender o novo alimento como algo adicional, e a dose poderá ser calculada dentro da necessidade calórica de cada um”, justifica Ana Cristina.

Além da dieta, estimular o bicho a se mexer é decisivo. Para cães, incrementar as caminhadas diárias ajuda muito. E, pensando nos cachorros pequenos, por vezes até brincadeiras dentro de casa já servem para torrar as calorias. Enquanto isso, os gatos merecem uma repaginada no ambiente, como a inclusão de brinquedos para escalar e se movimentar dentro de casa.

Mesmo animais idosos devem ser estimulados, recorrendo, por exemplo, à hidroterapia. Se o pet estiver muito acima do peso, o veterinário poderá orientar como incluir a atividade física na rotina sem impor riscos.

Outro pilar essencial nessa história é o carinho. De verdade. “Quando o animal pede atenção, imediatamente achamos que está com fome ou deseja comer. Mas não é isso necessariamente. Se já foi fornecida a quantidade de comida necessária, não é fome. O que ele quer é brincar, interagir, receber um afago”, diz Carolina. Eis um convite para surpreender seu amigo com algo que pode ser mais gostoso que um petisco.

O que fazer — e não fazer — para deixar seu pet em forma

Acompanhe o desenvolvimento físico do seu animal com um veterinário desde filhote.
Animais castrados podem exigir dieta especial, pois o metabolismo muda e há tendência ao sobrepeso.
Forneça uma alimentação de qualidade, balanceada e supervisionada por veterinário ou zootecnista.
Estabeleça horários e porções regulares de alimento para cada animal.
Substitua petiscos por atenção, carinho, escovação dos pelos… Desvie a atenção da comida.
Se for impossível não oferecer um petisco, opte por pedacinhos de legumes ou snacks zero gordura.
Nos casos mais complexos, pese a comida antes de servir para evitar excessos.
Recrute os cães para caminhadas regulares; para os gatos, espalhe brinquedos pela casa.
Restrinja petiscos e alimentação fora de hora.
Animais idosos ou com mobilidade reduzida se beneficiam de fisioterapia e hidroterapia.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/como-combater-a-obesidade-de-caes-e-gatos/ - Por Naira Hofmeister - Ilustração: Amanda Talhari/SAÚDE é Vital

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Hábitos que engordam: 9 atitudes que fazem ganhar peso


Faz dieta? Não toma café da manhã? A rotina do dia a dia pode estar afetando mais o seu corpo do que você pensa

Engordar não está só relacionado com o que a gente come. Existem muito mais fatores afetando o seu peso do que pode parecer. Alguns hábitos que engordam são comuns e passam despercebido durante o dia a dia, mas deixam o metabolismo lento e promovem o ganho de peso indesejado.

Portanto, quem deseja ser saudável ou emagrecer precisa redobrar a atenção no próprio corpo. Confira a lista de costumes que engordam e descubra como deixar seus hábitos saudáveis:

1 - Comer fazendo outra coisa
Quando se assiste televisão ou se faz alguma atividade enquanto se alimenta, por exemplo, o ato de comer se torna apenas um reflexo. Por isso, é comum o indivíduo exagerar na quantidade de comida e continuar comendo mesmo já estando satisfeito.

2 - Dormir pouco
Privação de sono pode ter um grande impacto no controle de peso. Isso porque, quando se dorme pouco, os níveis de cortisol (o hormônio responsável por regular a fome) aumentam. E quando a sua quantidade é alta, a pessoa come mais do que o necessário.

3 - Ficar estressado
A glândulas suprarrenais também elevam a quantidade de alguns "hormônios", como o cortisol, que faz com que a pessoa coma mais por instinto. Além disso, o estresse também diminui a serotonina, o neurotransmissor "da felicidade".

4 - Dietas radicais
De acordo com a especialista em nutrição Anita Sachs, optar por dietas malucas e extremas, que pulam refeições ou cortam alimentos, por exemplo, pode ter o efeito oposto do esperado. Isso porque pode provocar deficiência de nutrientes e afetar o metabolismo.

5 - Beber demais
Bebidas alcóolicas podem possuir um alto teor calórico e, por muitos, são consumidas sem nenhum cuidado. Quando se ingere calorias líquidas assim, é possível engordar mesmo com o resto da alimentação balanceada.

6 - Refeições grandes
É preciso ter cuidado em relação à quantidade de comida no prato, porque ela pode ser um problema. Muita gente exagera na hora de pegar comida no self service e quer colocar tudo. Alguns restaurantes e redes de fast-food também ultrapassam a quantidade de comida recomendada para uma pessoa, então vale ficar atento.

7 - Pular o café da manhã
O café da manhã é importante para o nosso organismo "acordar". Isso porque, durante a noite, o nosso metabolismo fica mais lento, e, geralmente, é a partir de uma primeira refeição nutritiva que ele retoma o ritmo.

8 - Comer depois do jantar
Depois do jantar, frequentemente as pessoas acabam comendo um doce ou ou coisa do tipo altamente calórico antes de dormir. Metabolizar esse tipo de alimento durante a noite é um consumo de energia que seu corpo não necessita e, por isso, promove o ganho de peso.

9 - Maionese na comida
Óleo vegetal e gema de ovo cru são basicamente do que a maionese é composta, portanto são altamente calóricos e gordurosos. O ideal é que se tome cuidado com a quantidade, ou se opte por versões alternativas e mais saudáveis do alimento, como a maionese de kefir.

Fonte: https://www.minhavida.com.br/fitness/noticias/35438-habitos-que-engordam-9-atitudes-que-fazem-ganhar-peso  - Escrito por Redação Minha Vida - Foto: Foto: Nomad_Soul/Shutterstock / Minha Vida

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Exercícios, diabetes, obesidade e hipertensão: tem relação?


Entenda por que praticar atividade física é tão importante no tratamento de doenças metabólicas e qual a indicação

Doenças metabólicas como obesidade, diabetes, hipertensão, e outras fazem parte da chamada síndrome metabólica, que atualmente se configura como uma epidemia em diversos países.

Conceitualmente, ela é composta por hipertensão arterial sistêmica, glicemia alterada, aumento de triglicerídeos e redução do colesterol bom associado a gordura visceral (aumento da circunferência abdominal).

Sua abordagem de tratamento inclui modificações dos hábitos de vida, fármacos (anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, antidiabéticos, ansiolíticos e etc.), tudo isso associado a prática de exercícios físicos. Daí a relação importante entre eles.

Benefícios da prática de atividade física
A atividade física é um importante aliado no tratamento devido ao seu baixo custo. Além disso, os benefícios da prática regular de exercícios são diversos:

Redução do peso corporal e da gordura visceral
Normalização dos níveis da pressão
Efeito anti-inflamatório, reduzindo o estresse oxidativo e a resistência à insulina
Reduz a glicemia
Melhora o perfil lipídico com redução de triglicérides e LDL considerados "colesteróis ruins"
Melhora os níveis de HDL considerado "colesterol bom"
Ajuda a desenvolver autoestima e maior interação social.

As maiores dificuldades estão relacionadas à adesão e à aplicação prática em alguns pacientes com determinadas limitações físicas. Lembrando que o exercício físico deve ser prescrito de maneira individualizada, sob supervisão de uma equipe multidisciplinar.

Quanto praticar?
A recomendação geral é que atividades físicas aeróbicas moderadas devem ser realizadas em torno de 150 minutos semanais e as consideradas intensas 75 minutos semanais.

Em relação aos exercícios resistidos, recomenda-se 2 a 3 vezes por semana, séries de 8 a 10 repetições. Exercícios de equilíbrio e coordenação motora são recomendados, principalmente para a população mais idosa. O importante é que não se deve permanecer mais do que 2 dias consecutivos inativo.

Exercício para obesidade
No tratamento da obesidade, o exercício físico será efetivo para redução de peso quando tiver um aumento do gasto energético e induzir lipólise (quebra de gordura) - o que só ocorrerá quando não houver aumento compensatório da ingestão calórica.

Para perder peso, recomenda-se exercícios de moderada a alta intensidade, num volume maior (de 5 a 7 vezes por semana, de 60 minutos). Atividades aeróbicas e anaeróbicas podem ser combinadas. Um ponto importante é que o exercício físico é de suma importância para evitar o reganho de peso.

Fonte: https://www.minhavida.com.br/fitness/materias/35455-exercicios-diabetes-obesidade-e-hipertensao-tem-relacao - Escrito por Carla Tamanini Ferrari - Créditos: Ratmaner/Shutterstock

domingo, 27 de outubro de 2019

Quais são os principais problemas oculares infantis e como detectá-los


Segundo a Organização Mundial da Saúde, dá para prevenir e tratar de 60% a 80% das doenças oculares.

Infelizmente, não dá para se proteger de todas as condições de saúde com vacinas. Mas uma iniciativa tomou emprestada a ideia da caderneta de vacinação para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce de problemas oftalmológicos em crianças. Esse é o projeto Caderneta de Visão: um movimento pela saúde ocular infantil.

Criada pela agência Artplan, a ação incluiu a impressão de várias cadernetas onde é possível anotar as idas ao médico para cuidar dos olhos. Esse material está sendo distribuído pela rede Óticas Carol (também dá para baixá-lo no site da campanha). Tendo um registro dos exames em mãos, fica mais fácil de fazer o controle das avaliações visuais.

O Conselho de Oftalmologia Brasileiro (COB) estima que mais de 250 mil jovens de 5 a 15 anos têm dificuldade para enxergar no nosso país. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60% a 80% dos casos são evitáveis ou tratáveis.

Para a oftalmologista Claudia Faria, da clínica Belfort, em São Paulo, qualquer iniciativa que promova visitas de meninos e meninas ao consultório é válida. Normalmente, eles só buscam apoio quando reclamam de não conseguir ler na escola.

“No Brasil, falta orientação preventiva. Muitas doenças só são bem tratadas durante a infância”, pontua a especialista. De olho nisso, SAÚDE compilou informações importantes para você saber como cuidar direito da visão da criançada. Confira:

As principais doenças oculares em crianças
De acordo com Claudia, os erros refrativos são as condições que mais embaçam a vista na infância. Estamos falando dos famosos astigmatismo, miopia e hipermetropia.

Até certo ponto, é natural que o pequeno possua um grau baixo de hipermetropia (dificuldade para enxergar objetos de perto), porque o olho está se desenvolvendo. Com o tempo, ele cresce e a visão tende a ganhar nitidez.

No entanto, a oftalmologista conta que graus elevados de alguma dessas encrencas, quando não diagnosticados, podem levar à ambliopia. Estamos falando de uma dificuldade do próprio sistema nervoso de compreender o que é uma imagem nítida — se não corrigida, ela gera uma dependência de óculos para o resto da vida. “O tratamento só funciona até, mais ou menos, 8 ou 9 anos de idade. Muitas vezes, ele consiste apenas em usar óculos por um período”, complementa a profissional.

Além dos erros refrativos, a conjuntivite é bem comum na infância. “Existe a suspeita de que ela altere a córnea e leve ao astigmatismo. Mas não há evidências científicas suficientes para provar essa hipótese”, informa Claudia. De qualquer forma, o quadro precisa ser tratado por causa dos incômodos que provoca.

Vale mencionar também o estrabismo. É até normal que os bebês fiquem um pouco vesgos, porque seus olhos estão em pleno desenvolvimento. “Episódios de desvio do olhar para dentro ocorrem até os 4 meses e, para fora, até os 6. Agora, se o olho ficar torto o tempo inteiro, é estrabismo”, arremata a expert.

Outra complicação é a catarata congênita. “Após o diagnóstico, o bebê tem que ser operado nas primeiras semanas de vida. Se não, nunca vai conseguir enxergar”, alerta a oftalmologista.

Quais exames oftalmológicos toda criança deve fazer
“O mais importante é o teste do reflexo vermelho, feito assim que a pessoa nasce”, orienta a médica. Conhecido como teste do olhinho, ele sinaliza a presença de catarata e retinoblastoma (um tipo de câncer), entre outras coisas. Na rede pública, é obrigatório realizá-lo antes de sair da maternidade. Caso note algo suspeito, o doutor vai pedir exames complementares.

Quem nasce sem problemas oftalmológicos precisa ser avaliado de novo antes dos 3 anos. Dessa vez, o pequeno passa por um check-up completo, com exames de acuidade visual (aquele em que você tenta discernir as letras no quadro) e de fundo do olho.

Se tudo estiver certo, Claudia sugere repetir esses procedimentos a cada um ou dois anos. “Isso até a criança completar 9 anos de idade, quando o período de desenvolvimento dos olhos acaba”, afirma. Vale conversar com o pediatra sobre a eventual necessidade de marcar uma consulta com oftalmologistas.

E fique tranquilo: mesmo quando a molecada ainda não aprendeu a ler ou falar, dá para realizar todos os exames. O teste de acuidade visual, por exemplo, pode ser adaptado para as crianças não alfabetizadas. Aí, letras e números são trocados por figuras. “Mas é importante fazer o exame em locais com experiência nesse público”, recomenda Claudia.


sábado, 26 de outubro de 2019

Itabaiana sagrou-se campeã da 3ª Copinha O Saber de Futsal


No período de 30 de março a 26 de outubro, o Colégio O Saber realizou a 3ª Copinha de futsal masculino envolvendo os alunos do 4º ao 7º ano. Quatro equipes disputaram a competição em dois turnos: Itabaiana, Confiança, Sergipe e Lagarto. A equipe do Itabaiana venceu o 1º turno e a do Confiança venceu o 2º turno. Na grande final realizada neste sábado, a equipe do Itabaiana sagrou-se campeã ao vencer na final o Confiança pelo placar de 5 a 3. Na disputa do 3º e 4º lugar, a equipe do Lagarto venceu a do Sergipe por 8 a 5.

A equipe do Itabaiana venceu 5 jogos, perdeu 2 e empatou 2. Os campeões são: Sérgio, Luiz Fernando, Ismael, Guilherme, Neto, Antoni, Gustavo e Talisson.

Marcos Sergio, da equipe Itabaiana, foi o Artilheiro da copinha com 17 gols. Lucas, da equipe Confiança, foi o Goleiro Destaque da competição. A Copinha foi desenvolvida pelos professores John Brito e José Costa.

É por meio do esporte, que crianças e jovens na companhia de amigos e com a ajuda de professores qualificados, vão descobrir uma série de valores aplicáveis no dia a dia de suas vidas.

Por Professor José Costa

Manchas na pele: quais cores são preocupantes?


Especialistas explicam quais são as manchas na pele mais comuns e como identificar o câncer de pele

A pele é o maior órgão do corpo humano e, ao longo da vida, pode sofrer com o surgimento de diversas manchas ou até algum tumor pela intensa exposição ao sol. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil. Por isso, é necessário saber identificar as manchas e investir em um cuidado constante com a pele.

Segundo a dermatologista Patrícia Ormiga, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as manchas são qualquer alteração na cor da pele. Por isso, os diversos tipos de manchas são divididos por cores. Conheça cada uma delas:

Manchas marrons ou castanhas

Melanose solar
As mais comuns são as melanoses solares. Popularmente conhecidas como mancha senil, são aquelas manchinhas marrons que surgem no dorso das mãos e braços.
A dermatologista Eduarda Porello, do Duo+, explica que essas manchas aparecem mais em pacientes idosos, por isso ficou conhecida como mancha senil. Porém, esse termo caiu em desuso, já que foi comprovado que a mancha não tem relação com a idade e sim com a exposição ao sol de muitos anos.

Hiperpigmentação pós inflamatória
Esse tipo de mancha surge a partir de alguma lesão na pele.
"Assim, durante a cicatrização, pode ocorrer a hiperpigmentação e se desenvolver uma mancha no lugar onde havia aquela lesão. Isso pode piorar com a exposição solar", explica a dermatologista Patrícia Ormiga.

Melasma
Os melasmas estão relacionados a uma mistura de exposição solar com a influência do hormônio feminino. Por isso, estão mais associadas à gestação e ao uso de anticoncepcionais, além de algumas medicações.
São manchas que surgem também devido ao Sol, porém são maiores que a melanose solar e encontram-se nas regiões do colo, braço e, principalmente, rosto. Quando ela aparece na gravidez, é chamada de cloasma.
"Ele surge nas áreas convexas ou protuberantes da face: bochechas, testa, queixo e área do bigode", explica a dermatologista Tatiana Gabbi, membro das Sociedades Brasileiras de Dermatologia (SBD) e Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Sardas
As sardas são manchas decorrentes da exposição solar que normalmente aparecem na infância e adolescência, sendo mais comum em pessoas de pele clara. No geral, elas não são perigosas, mas podem indicar que a pessoa está se expondo mais ao sol do que deveria.
"Se a pele absorvesse a energia solar uniformemente, ficaria bronzeada por igual, mas, nessas pessoas, alguns lugares têm maior poder de absorção que os outros, fazendo com que essas manchas apareçam", explica a dermatologista Tatiana Gabbi.

Manchas vermelhas ou arroxeadas
Essas manchas podem surgir por alguma lesão ou hematoma causados por traumas ou até algum tipo de doença no sangue como coagulopatia.

Rosácea
Essa condição causa manchas vermelhas na na região do rosto, que podem confundidas com acne ou outros problemas de pele, e é mais frequente em mulheres acima dos trinta anos com peles e olhos mais claros.
O quadro decorre de um processo inflamatório associado a uma alteração vascular. A rosácea tem uma nítida predisposição familiar, mas a causa da doença permanece desconhecida.
Tratamentos como antibióticos ou medicamentos anti-acne podem controlar e reduzir os sintomas.

Manchas brancas
Popularmente conhecidas como sardas brancas, essas manchas surgem em áreas expostas ao sol e ocorrem pelo dano cumulativo, causado pelos raios ultravioleta ao longo da vida.

Vitiligo
Trata-se de uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. Devido à diminuição ou à ausência da célula responsável pela formação da melanina, os melanócitos, surgem manchas brancas na pele de tamanhos variados.
O tratamento do vitiligo varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente, sendo necessária a orientação e acompanhamento de um dermatologista.

Manchas pretas
Nevos
Nevo é o termo médico para a mancha popularmente conhecida como pinta ou sinal. Essas manchas podem ser congênitas, observadas no momento do nascimento, ou também podem ser adquiridas no transcorrer da vida.
Geralmente, encontram-se em áreas do corpo mais expostas ao sol e são benignos, não havendo a necessidade de um tratamento.

Melanoma
Trata-se do câncer de pele mais agressivo. Um terço dos melanomas são originários de um nevo (pinta) pré-existente. A dermatologista Patrícia Ormiga explica um método para identificar um melanoma:

É a técnica do ABCDE, que considera as seguintes características:

A: a lesão é assimétrica?

B: tem bordas irregulares?

C: tem mais de uma cor?

D: tem de diâmetro maior que 6 milímetros?

E: tem evolução na mancha (como coceira, sangramento ou outro sintoma que não havia antes)?

"Se sua mancha possuir todas essas características, procure um dermatologista", recomenda a médica.

Como evitar
Nos casos das manchas que não são causadas por nenhuma doença e não apresentam grandes riscos, somente pela exposição ao sol, a dermatologista Patrícia Ormiga explica que é necessário sempre utilizar a fotoproteção.

"Use protetor solar indicado por um dermatologista, roupa com proteção UV, bonés e óculos. Além disso, sempre que tiver um machucado, evite exposição ao sol e procure um dermatologista", recomenda Patrícia.


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Final da 3ª Copinha O Saber de futsal masculino 2019


Sábado, 26 de outubro, a partir das 8 horas, na Quadra Esportiva Emílio de Oliveira

- Decisão do 3º e 4º lugar
Lagarto         X        Sergipe

- Decisão do 1º e 2º lugar
Itabaiana (campeão do 1º turno)     x    Confiança (campeão do 2º turno)

- Premiação

     A criança pode começar a iniciação esportiva desde cedo, caso ela não se transforme em um atleta de alto nível, com certeza vai se tornar um bom cidadão, pela aquisição de valores que são aprendidos com o esporte.

Professor José Costa

O que comer para envelhecer bem


Uma das formas de garantir disposição e saúde lá na frente é olhar para o seu prato hoje mesmo. Conheça os alimentos e hábitos que ajudam nesse processo

“Para você, o que é um envelhecimento bem-sucedido?” Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revisaram 28 estudos para entender como as pessoas com mais de 60 anos respondiam a essa questão. Das 29 definições encontradas, a maior parte se referia à ideia de não encarar limitações físicas lá na frente.

No fundo, a verdade é que ninguém quer se tornar mais vulnerável e dependente para as atividades básicas do dia a dia. “Para um bom envelhecimento, nosso grande objetivo é de fato manter a capacidade funcional do indivíduo”, resume o geriatra Fábio Campos Leonel, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Durante o último Ganepão, um dos maiores congressos de nutrição da América Latina, ocorrido em junho na capital paulista, o especialista frisou que não adianta só conquistarmos anos extras de vida — algo que o avanço da tecnologia e da medicina vem nos proporcionando. “O mais importante é que eles sejam aproveitados com qualidade”, enfatiza.

Embora as informações contidas no DNA sejam importantes para definir se alguém chegará inteirão aos 100 anos, elas não seguram a bronca sozinhas. “Se observarmos irmãos gêmeos, com a mesma genética, mas em dois tipos de ambiente e seguindo comportamentos diferentes, notaremos que cada um envelhecerá de um jeito”, descreve Leonel.

Em outras palavras, nossa rotina desde a infância diz muito sobre o tipo de idoso que seremos. E entre os hábitos mais impactantes nesse aspecto está a alimentação.

O que vai no prato na juventude e na fase adulta é essencial para assegurar a capacidade física, tão cara na maturidade. Nossa maneira de comer influencia, por exemplo, a formação das massas óssea e muscular, determinantes para envelhecer com a mobilidade preservada. “Cabe lembrar que o declínio funcional começa ainda por volta dos 30, 40 anos”, pontua o geriatra.

Também é consenso que o perfil da dieta tem tudo a ver com o surgimento (ou a prevenção) de problemas de saúde como obesidade, colesterol alto, hipertensão e diabetes. Falamos de condições que sabotam a qualidade e a expectativa de vida.

“Quando essas doenças aparecem, é maior a chance de precisar tomar um monte de remédio”, avisa a nutricionista Simone Fiebrantz Pinto, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). E o pior é que uma porção de gente nem sequer vai fazer uso dos medicamentos direito.

A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pondera que algumas condições são até esperadas com o tempo — artrose, osteoporose e falhas na visão entram na lista. “Mas esses quadros podem demorar mais a surgir se pensarmos no envelhecimento desde cedo. O que não pode é deixar para fazer isso depois dos 60”, reforça.

Então que tal começar com uma nova atitude à mesa? Conheça, a seguir, recomendações e ingredientes indispensáveis para uma maturidade gostosa e vigorosa.

1) Fuja das dietas radicais
Na busca pelo emagrecimento, tem gente que embarca em dietas restritivas, baseadas na eliminação de certos grupos alimentares — carboidratos e lácteos costumam ser os alvos.
“Acontece que elas levam a importantes deficiências nutricionais, principalmente de minerais e vitaminas”, ensina a nutricionista Natália Lopes, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conferencista no Ganepão. “Uma prova disso é que há vários relatos de queda de cabelo e unhas fracas após os períodos de dieta.”
Lá por volta dos 40, os efeitos dessa tática tendem a ser preocupantes. É que nessa fase a regeneração óssea anda mais lenta e a perda de músculos já está em marcha. A carência de nutrientes pode, então, acelerar esses processos.
“O envelhecimento bacana é aquele sem desnutrição, o que mantém a quantidade certa de gordura e músculos no corpo para a realização de atividades como o caminhar”, ressalta a nutricionista Myrian Najas, professora da Unifesp. Mesmo se for preciso perder peso, ela garante que dá para comer de tudo — basta diminuir as quantidades.

Menos calorias para viver mais tempo?

Uma linha de pesquisa defende que é possível aumentar a longevidade ao fazer uma restrição calórica relevante — veja bem, fala-se em reduzir a porção de comida, mas sem déficit de nutrientes. “Só que são necessários estudos de longo prazo para provar esse benefício”, avalia Natália.

2) Garanta as proteínas
“Elas são fundamentais para a formação, a manutenção e a reposição de uma boa massa muscular”, resume a nutricionista Liliane Pacheco, coordenadora do Projeto de Promoção da Saúde e Envelhecimento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Por isso, precisamos do nutriente desde que nascemos. Mas ele acaba assumindo papel-chave mesmo por volta dos 40 anos, quando os músculos começam a minguar. “E devemos manter uma reserva para, no futuro, ficarmos protegidos de doenças crônicas e quedas, muito prevalentes nos idosos”, informa Liliane.
Os alimentos de origem animal (carne, frango, peixes e ovo) são considerados as melhores fontes porque ofertam todos os aminoácidos que o corpo não fabrica. No reino vegetal dá para achar as proteínas em leguminosas como feijão, ervilha e lentilha.
Porém, Myrian avisa que os teores são menores. Por isso, caso você não coma alimentos de origem animal, vale a pena aprender as combinações mais adequadas. “Para formar músculo, o ideal é distribuir as fontes de proteína em todas as refeições”, aconselha a nutricionista especializada em gerontologia Maristela Strufaldi, de São Paulo.

Onde tem proteína

1 bife de filé-mignon: 32,8 g
1 ovo cozido: 5,9 g
1 coxa de frango: 10,7 g
1 concha de feijão-preto: 6,3 g
1 colher de sopa de lentilha: 1,1 g

3) Não exagere na carne vermelha
Apesar de ela carregar proteínas valiosíssimas, além de muito ferro, o abuso pode trazer repercussões desfavoráveis. Quem viu isso de perto foi o nutricionista Jyrki Virtanen, da Universidade da Finlândia Oriental.
Em estudo, ele calculou a ingestão proteica de 2 641 homens de 42 a 60 anos e percebeu, após quase duas décadas, que quem consumia mais de 200 gramas de carne por dia — coisa de dois bifes médios — exibia um risco 23% maior de morrer durante o período do que aqueles que não passavam dos 100 gramas.
“É provável que a explicação não tenha a ver com um único fator”, interpreta. Ele cita o tipo de gordura presente no alimento — a saturada, cujo excesso aumenta o risco cardiovascular — e substâncias formadas durante o preparo. Sem falar que quem se entope de carne costuma deixar de lado os vegetais, cheios de nutrientes.
Para uma vida longa, Virtanen sugere comer bife no máximo duas vezes por semana. “Priorize outras fontes proteicas, como peixes, ovos, lácteos, leguminosas e castanhas”, orienta. Na hora de se render à carne, a dica é optar por cortes magros cozidos, assados ou grelhados.

Na velhice é diferente

Problemas digestivos e de mastigação podem deixar o idoso carente de proteínas. Aí, o certo é individualizar o consumo de carne. Em geral, recomenda-se que o bife tenha o tamanho equivalente ao da palma da mão.

4) Tome cuidado com o refrigerante
Acredite: o que vai ao copo também tem a ver com a longevidade. Para a nutricionista Cindy Leung, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, seria ótimo evitar os refrigerantes. Ela descobriu que o consumo de cerca de 600 mililitros da bebida por dia deixa uma pessoa 4,6 anos mais velha do que sua idade real — impacto similar ao do cigarro.
Para chegar a essa conclusão, Cindy avaliou os hábitos de 5 309 indivíduos de 20 a 65 anos e mediu o comprimento de seus telômeros — a extremidade dos cromossomos, os pacotes onde estão contidas as fitas de DNA. Essas estruturas protegem o material genético e, com o tempo, ficam menores mesmo. O problema é quando o encurtamento ocorre precocemente.
“Acreditamos que a associação entre o refrigerante e o envelhecimento celular passa pela resistência à ação da insulina e por uma inflamação sistêmica”, diz Cindy. Esses mesmos fatores estão atrelados a obesidade, diabetes e problemas do coração.
Quem também oferta basicamente calorias são as bebidas alcoólicas. “O exagero culmina em doenças que se agravarão na velhice”, aponta Liliane.

Tomou água?

Segundo Simone, muita gente perde a percepção da sede com a idade. E tem quem troque a água por sucos, refris e afins. Mas nada bate o líquido natural em matéria de hidratação.

“Não bebê-lo pode levar a confusão mental e infecção urinária”, cita Simone. Até a pele fica mais envelhecida. “Não adianta passar creme no rosto e esquecer de beber água.”

5) Priorize as fontes de cálcio
A tão desejada capacidade funcional depende do binômio músculos mais ossos. E, para formar um esqueleto forte, não dá para ignorar o cálcio — maior constituinte desse tecido. Ainda mais na fase adulta, já que o pico de formação de massa óssea ocorre por volta dos 25, 30 anos. Esse momento tem que render porque lá pelos 45 anos começa uma perda gradativa mesmo.
Para chegar a essa fase com uma boa reserva, Maristela afirma que são indicados mil miligramas do mineral por dia. É possível encontrá-lo em vegetais, sobretudo os verde-escuros. Mas suas fontes primordiais são leite e derivados — itens que são jogados para escanteio em algumas dietas por causa da lactose.
Myrian esclarece que é natural, com o avançar dos anos, sentir estufamento ao consumi-los, porque há uma redução na produção da lactase, a enzima que quebra o açúcar do leite. “Mas não precisamos excluir esses produtos, só fazer ajustes”, pondera.
Para quem já partiu para as bebidas vegetais (de amêndoa, coco, arroz etc.), Simone indica priorizar as versões que são fortificadas com cálcio.

Alimentos que trazem cálcio na medida

Leite: 2 copos (200 ml cada um) já fornecem 500 mg do mineral.
Iogurte: 1 pote (170 g) oferta cerca de 250 mg de cálcio.
Queijo: Uma fatia e meia do minas frescal traz 280 mg.

6) Pense na qualidade das gorduras
A membrana que reveste nossas células é constituída basicamente de gordura. Logo, não dá para dispensá-la do menu. Mas há gorduras e gorduras. Mantê-las em equilíbrio é um dos segredos para se tornar um verdadeiro superlongevo.
O primeiro passo é entender que, entre os tipos poli-insaturados, há um cujo consumo anda elevado demais. É o ômega-6, fornecido pelos óleos vegetais. Por outro lado, a ingestão de ômega-3 deixa a desejar — ele é ofertado por peixes de águas frias e sementes.
Tal desbalanço torna o organismo mais suscetível a inflamações. “Não precisamos trocar um pelo outro. Para promover o equilíbrio, basta aumentar o consumo de ômega-3”, prescreve Natália.
Além de estar associada à prevenção de inúmeras doenças, essa gordura parece evitar o tal encurtamento dos telômeros.
Agora, um tipo que exige parcimônia é a gordura saturada, de carnes, lácteos e itens industrializados. Perder a linha diante dela representa maior risco de enfrentar doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares. Já a trans, ou parcialmente hidrogenada, não deve ter vez: ela sobe o colesterol ruim e faz o bom cair. Ainda está presente em alguns alimentos industrializados.

Invista no ômega-3

Sardinha (pode ser em lata)
Salmão
Atum
Semente de linhaça
Semente de chia
Maneire no ômega-6

Óleo de milho
Óleo de girassol
Óleo de soja
Óleo de cártamo

7) Não se esqueça da vitamina D
“Não é só de cálcio que se faz um osso”, repara Maristela. Sem vitamina D, o esqueleto padece, porque é ela que auxilia a fixação do cálcio na massa óssea. Aí, sim, o tecido fica duro na queda. A substância ainda contribui para a formação de músculos. “Não adianta dar um monte de proteínas se a vitamina D continuar baixa”, avisa Myrian.
Só que poucos alimentos são redutos do nutriente. A principal via para obtê-lo é se expondo ao sol. E, embora a gente viva em um país tropical, a deficiência da substância é notória por aqui.
Diante disso, muitas vezes a suplementação por meio de cápsulas e gotas se faz bem-vinda. Mas só compre com a indicação de um especialista. “A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, não é eliminada pelo corpo. Por isso, tem que dosá-la e suplementar só o necessário”, recomenda Maristela.
Para adultos, o objetivo deve ser atingir pelo menos 20 nanogramas da vitamina por mililitro de sangue. Assim, a perda óssea tende a não ter impacto tão negativo. A partir dos 45 anos, estima-se que 0,5% de massa desapareça por ano. Nas mulheres, com a menopausa, o valor chega a 1%.

As fontes alimentares

Óleo de fígado de bacalhau
Salmão grelhado
Sardinha em lata
Ovo cozido
Shiitake cozido
Leite integral

8) Consuma menos alimentos industrializados
Passamos uma considerável parte da vida adulta correndo para vencer uma rotina maluca de trabalho, trânsito e cuidados com a casa. No meio disso, alimentos ultraprocessados, fáceis de comer, nos seduzem — falamos de salgadinhos, congelados, macarrão instantâneo e companhia. Mas a rapidez pode se traduzir em menos aniversários adiante.
Uma equipe da Universidade de Navarra, na Espanha, acompanhou 19 899 adultos por 15 anos e detectou que um alto consumo desses itens (mais de quatro porções ao dia) resultava em uma probabilidade 62% maior de morrer mais precocemente por qualquer causa.
A nutricionista Erica Fernanda, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, explica que eles são ricos em gorduras, açúcar, carboidratos simples, sódio e aditivos químicos. “Além disso, têm déficit de vitaminas, minerais e fibras.” Ou seja, um balanço pra lá de nocivo.
Não por acaso, esses produtos já são acusados de patrocinar o ganho de peso e males como diabetes e doenças cardiovasculares. “Eles devem ser evitados sempre”, avalia Liliane. “Precisamos incentivar o consumo de comida de verdade, com ingredientes naturais ou minimamente processados”, orienta a nutricionista da Uerj.

Identificando um ultraprocessado

Leva cinco ou mais ingredientes.
Carrega aditivos conhecidos como cosméticos, já que têm como função alterar aroma e cor, por exemplo.
Reúne ingredientes que não estão disponíveis para usarmos na cozinha de casa — só aparecem na indústria.

9) Valorize o magnésio
É difícil alguém apresentar carência desse mineral, que está distribuído em uma legião de alimentos — sobretudo as oleaginosas, caso de amêndoas e castanhas. Mesmo assim, ele merece ter suas habilidades reconhecidas.
Myrian Najas acha incrível como o pouco que ingerimos dele tem participação decisiva no desenvolvimento da massa muscular. “O magnésio ainda é fundamental para a contração dos músculos”, descreve Simone.
A nutricionista da SBGG ainda lembra que o mineral, assim como a vitamina D, atua em favor da fixação do cálcio nos ossos, o que garante o fortalecimento do esqueleto. E, por falar em vitamina D, investigações recentes têm mostrado que a presença de magnésio é imprescindível para que ela atue no organismo como manda o figurino. Ao que tudo indica, o mineral participa de reações responsáveis por ativar a vitamina obtida por meio do sol.
Enquanto homens adultos precisam de 420 miligramas de magnésio por dia, o valor é de 320 para as mulheres.

Onde ele aparece

30 g de amêndoas (um punhado): 66 mg
30 g de linhaça (2 col. de sopa): 104 mg
2 conchas de feijão-carioca: 84 mg
1 unidade de banana-nanica: 39,2 mg
1 copo (200 ml) de leite: 20 mg

10) Bote em ação os antioxidantes
Todo santo dia nosso corpo produz moléculas instáveis chamadas radicais livres — trata-se de um processo natural. Só que o caldo pode desandar. É que fatores como poluição, estresse e (olha ela aí!) má alimentação levam à fabricação exagerada dessas substâncias.
Moral da história: elas agridem nossas células e nos deixam a caminho de um envelhecimento precoce. Sem falar no aumento da inflamação e no perigo de encarar doenças.
Segundo a nutricionista Isabel Jereissati, do Rio de Janeiro, um dos melhores recursos para neutralizar os radicais livres é apostar em antioxidantes. “Essas substâncias estão principalmente em verduras, legumes e frutas”, relata. Ela explica que os alimentos as produzem enquanto crescem para se defender de insetos, vento, chuva…
“Ao comê-los, nós também saímos ganhando”, afirma. “Eles combatem o excesso de radicais livres e previnem o encurtamento dos telômeros”, descreve Natália. Ou seja, até os genes saem resguardados.
Para tirar proveito de diversos tipos de antioxidante, a dica é colorir o menu com os vegetais — cada tom entrega ingredientes específicos e protetores.

Não se esqueça destes cinco tons nas refeições

Branco: maçã, pera, couve-flor, banana
Roxo: uva, açaí, amora, berinjela, ameixa
Verde: brócolis, espinafre, couve, rúcula, alface
Laranja: cenoura, damasco, laranja, manga, abóbora
Vermelho: tomate, goiaba, melancia, pimentão, morango

Outros lembretes importantes para envelhecer bem
Exercício é decisivo: para ser aquele idoso firme e ágil, tem que praticar atividade física ao longo da vida. “Não precisa ser exercício de alta intensidade”, avisa Paulo Farinatti, educador físico da Uerj.

Segundo o professor, o primordial é focar na regularidade. Manter-se ativo assegura, mais tarde, maior eficácia e segurança para realizar qualquer movimento — subir escadas, pegar os netos no colo ou carregar uma sacola.

O sedentarismo, por sua vez, cobra um preço alto. “Quando não damos estímulos a músculos, ossos e sistema cardiovascular, a tendência é comprometer suas funções”, alerta o expert.

Cultive os laços sociais: Tom Jobim (1927-1994) já cantava a bola em Wave, quando dizia que é impossível ser feliz sozinho. Mas, se o compositor fazia referência a uma relação amorosa, aqui cabe uma adaptação: para uma maturidade tranquila, fortaleça os vínculos também com amigos e familiares — quanto antes criar uma rede de apoio, melhor.

“No futuro, esses laços mudam toda a vida. Você percebe que está vivo”, reflete a geriatra Maisa Kairalla. Com gente por perto, o idoso passeia mais, fica motivado para fazer exercícios e mantém uma troca de ideias — tudo coopera para uma ótima saúde mental.

O poder da felicidade: na Universidade de Utah, nos Estados Unidos, cientistas analisaram 150 estudos e concluíram que, sim, se sentir feliz tem efeito real na saúde. Há até fortes suspeitas de que vivenciar o bem-estar blinde nossos genes, ampliando, assim, a expectativa de vida.

Para a geriatra Maisa Kairalla, os achados não surpreendem. Na visão dela, quem é otimista também envelhece melhor. Então, fora mirar na alimentação e nos exercícios, cuidar das emoções entra no pacote para uma bem-aventurada maturidade.

Nunca é tarde para mudar: mesmo quem já se considera idoso vai arrecadar benefícios ao revisitar certos hábitos. “Em qualquer fase da vida uma mudança de comportamento é positiva”, ressalta Maristela. Isso vale para o prato ou para a rotina de exercícios.

O educador físico Paulo Farinatti conta que, quanto mais destreinada é a pessoa, mais rápido é o ganho. Em seu laboratório de pesquisa, ele já viu idosos de 90 anos turbinarem em 200% a força das pernas em duas semanas — claro que os exercícios devem ser adaptados.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/o-que-comer-para-envelhecer-bem/ - Por Thaís Manarini - Foto: Akepong Srichaichana/Eyeen/Getty Images / Ilustração: Daniel Almeida/SAÚDE é Vital