Lavar o nariz, usar tecidos naturais e turbinar a
dieta são dicas valiosas
Quem sofre com alergias sabe que o tempo frio ou as
mudanças bruscas de temperatura são um prelúdio para sintomas como tosse seca,
olhos e nariz irritados, dificuldade para respirar e espirros. Dados da
Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) indicam que 30% dos
brasileiros sofrem com algum tipo de reação alérgica, sendo que rinite,
bronquite e asma são predominantes.
Por sorte, existem diversas medidas que podem ser
tomadas para evitar ou mesmo aliviar esses sintomas. "Devemos lembrar que
os tratamentos naturais não eliminam o uso de medicamentos, e que cada caso
deve ser avaliado por um médico", diz o alergista Gustavo Falbo Wandalsen,
diretor da ASBAI.
Ele também afirma que evitar o contato com os
causadores da alergia, como poeira e animais, é o primeiro passo para evitar as
crises, mas que alguns cuidados são mais do que bem-vindos. No Dia Nacional de
Prevenção à Alergia e no Dia Mundial da Asma, comemorados no dia 7 de maio,
confira os conselhos dos especialistas para evitar crises alérgicas:
1. Evite produtos com cheiro forte
De acordo com Gustavo Falbo Wandalsen, produtos com
odores muito acentuados, como perfumes, cremes e produtos de limpeza, não são
necessariamente as causas de uma alergia, mas podem provocar irritações e
agravar os sintomas.
"Dessa forma, é importante que a pessoa evite
ficar em constante contato com esse tipo de produto, principalmente nas épocas
em que as crises são mais frequentes", explica. Portanto, prefira
sabonetes neutros ou cosméticos que tenham odores mais suaves, dando uma folga
para o seu nariz.
2. Turbine a dieta com quercetina
Presente principalmente na maçã, na cebola e no
brócolis, a quercetina é um antioxidante capaz de diminuir a produção de
histamina no corpo. "Essa substância, por sua vez, é a responsável por
aumentar a dilatação dos nossos vasos sanguíneos e iniciar um processo
alérgico", diz o nutrólogo Roberto Navarro, da Associação Brasileira de
Nutrologia.
Ele afirma que o consumo diário desse nutriente pode
ajudar, inclusive, a diminuir as chances de uma crise. "É possível obter a
quercetina na forma de cápsula, sob receita médica, conforme o andamento do
quadro alérgico", acrescenta o especialista.
3. Não se esqueça da limpeza nasal
"Essa é uma das formas indicadas pelos médicos
para evitar irritações causadas principalmente pela rinite alérgica", diz
o alergista Gustavo. Para fazer a limpeza nasal, que deve ser feita duas vezes
por dia, você coloca soro fisiológico em seringas ou conta gotas e pinga o
líquido diretamente no nariz.
Existem também produtos comerciais em spray, por
exemplo, que são específicos para essa função. "Tudo o que a gente respira
fica grudado na mucosa do nariz, e quando você faz a limpeza, retira esses
corpos estranhos e diminui também as crostas de secreção nasal que a rinite
produz, facilitando inclusive a respiração", diz o especialista.
4. Aumente a umidade do ar
Quando a umidade do ar está entre 20% e 30%, surge o
estado de atenção; entre 12% e 20%, estado de alerta; e abaixo de 12%, surge o
estado de emergência. Esse cenário deixa as vias aéreas ressecadas,
comprometendo a secreção líquida que funciona como proteção natural do nariz.
"Com isso, as vias nasais ficam livres para a entrada de vírus, bactérias
e agentes alergênicos", explica a pneumologista Valéria Martins, diretora
da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Além disso, o tempo seco dificulta a dispersão da
poluição e da poeira, que ficam suspensas no ar e passíveis de inalação.
"Dessa forma, umidificadores, bacias com água, toalhas e panos molhados e
até mesmo algumas plantas cultivadas no ambiente podem ajudar a equilibrar os
níveis de umidade durante as estações mais secas e ajudar nas crises
alérgicas", complementa.
5. Lave os olhos com soro fisiológico
Um dos sintomas de alergia é a irritação nos olhos,
que podem coçar e lacrimejar. Pessoas que sofrem desse problema com mais
frequência podem roubar a dica do nariz e fazer uma lavagem diária dos olhos
com soro fisiológico. "Essa limpeza é eficaz não só para prevenir os
sintomas, mas também para aliviar uma irritação já instalada", afirma o
alergista Gustavo.
De acordo com o médico, é importante ressaltar que,
durante uma crise, é essencial evitar sabonetes e outros produtos com potencial
irritante para lavar os olhos, pois só irá agravar o problema.
6. Fique de olho na vitamina D baixa
De acordo com a nutricionista Hellen Fernandes,
consultora da farmácia de manipulação Galgani, a falta de vitamina D no
organismo pode contribuir para o aumento da massa muscular nos brônquios,
fazendo com que eles se contraiam mais, tornando a respiração mais difícil.
"Outro problema é a deficiência do nutriente em
pessoas com asma, pois o uso de corticoides para o tratamento da doença pode
diminuir os níveis de vitamina D, sendo necessária a suplementação",
completa. Ela afirma ainda que a vitamina D só deve ser suplementada em
asmáticos com deficiência confirmada por exame de laboratório e a dose ideal de
reposição será receitada pelo médico.
Mas se você quer acrescentar mais doses de vitamina
D ao organismo para melhorar a respiração, boas fontes do nutriente são gema de
ovo, fígado, manteiga e alguns tipos de peixes, como cavala, salmão e arenque.
"Além disso, tomar sol de 15 a 20 minutos por dia, em horários de baixa
exposição, é a melhor maneira de sintetizar o nutriente", afirma a especialista.
7. Use tecidos naturais
Já notou como a poeira parece sempre ficar grudada
na tela da TV? Isso se dá porque o aparelho acumula uma carga elétrica que
atrai as pequenas partículas que flutuam pelo ar. Com as roupas de materiais
sintéticos, a lógica não é muito diferente.
Quando esses materiais se atritam uns com os outros,
constroem uma carga elétrica que atrai a poeira para si - transformando você em
uma espécie de agente irritante. Isso é o que afirmam pesquisadores da
Philadelphia's Jefferson Medical College Hospital, que analisaram a relação
entre alergias a pólen e o uso de tecidos como nylon e poliéster.
Sendo assim, o melhor é optar por tecidos naturais,
como algodão, principalmente quando o tempo está mais seco - e a poeira mais
concentrada.
8. Mantenha-se hidratado
"A mucosa tanto do pulmão quanto da via aérea
superior funciona melhor quando você está hidratado", afirma o alergista
Gustavo. Ele ressalta, no entanto, que essa é uma recomendação mais genérica,
mais de prevenção do de que tratamento para uma crise instalada.
"Perdemos água na respiração e na
transpiração", explica a pneumologista Valéria Martins. "Por isso,
precisamos beber água o dia inteiro, além de lavar as vias respiratórias com
soro fisiológico", acrescenta.
Consuma ômega 3
"A ingestão de ômega 3 irá inibir a produção de
prostaglandina, uma substância broncoconstritora associada a alergias
respiratórias", diz a nutricionista Hellen. Por conta disso, esse
nutriente combate as inflamações e melhora a função respiratória.
Boas fontes de ômega 3 são as oleaginosas, como
nozes e castanhas, e peixes de água fria, como salmão, arenque, atum e
sardinha.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/16309-9-formas-naturais-de-aliviar-os-sintomas-de-alergias
- Escrito por Carolina Serpejante