terça-feira, 12 de setembro de 2017

8 sintomas comuns do infarto

Para grande parte das vítimas, o infarto chega de surpresa. Veja quais são os principais sintomas da emergência médica

Fique atento aos sintomas comuns do infarto

1. Dor ou desconforto no centro do peito, que pode se irradiar para o braço esquerdo, ombros, costas, abdome ou mandíbula e não passa em poucos instantes;

2. Formigamento no braço esquerdo;

3. Enjoo (com ou sem vômitos);

4. Falta de ar;

5. Palidez;

6. Suor frio;

7. Tontura;

8. Desmaio, ou sensação de que vai perder os sentidos.


Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/8-sintomas-comuns-do-infarto/6998/ - Por Tatiana Pronin | Foto 123RF | Adaptação Kelly Miyazzato.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Magnésio pode combater depressão em apenas duas semanas, revela estudo

Pesquisa mostra que o magnésio tem efeito direto sobre a saúde e o humor. Confira quais são os alimentos fonte natural de magnésio

Um mineral importante para o bom funcionamento de diferentes funções do corpo humano, o magnésio é reconhecido por oferecer diferentes benefícios: retarda o envelhecimento, diminui a fadiga muscular, contribui para o bom funcionamento do sistema cardiovascular e, um estudo científico realizado recentemente nos Estados Unidos, aponta que ele ajuda a combater os sintomas da depressão.

A pesquisa foi feita pela Universidade de Vermont e os resultados mostraram que comprimidos de magnésio podem ser a solução para a doença considerada “mal do século”.  Segundo o estudo, os comprimidos podem melhorar significativamente a depressão em um período de apenas duas semanas. E para quem se preocupa com os efeitos colaterais, saiba que eles são mínimos se comparados aos usados atualmente para tratamento.

Para a investigação, foram necessárias 126 pessoas adultas, com média de idade de 52 anos. E o principal é que elas tinham depressão entre leve e moderada. Os participantes foram divididos em dois grupos onde um tomava os comprimidos de magnésio e o outro não. Os pesquisadores concluíram que o benefício era efetivo independente da idade, sexo ou uso de medicamentos antidepressivos das pessoas envolvidas no estudo. Isso se deve a baixa dose do comprimido de magnésio, que foi ministrada em apenas 248 miligramas.

Não sabe o que é depressão? Na matéria Como a corrida pode curar a depressão você fica por dentro de tudo sobre o tema. Mas para você que já conhece a doença, vamos ajudá-lo a escolher boas fontes naturais de magnésio que podem auxiliar na prevenção da doença.

Confira abaixo alimentos que são excelentes fontes naturais de magnésio:

BANANA - contém 27 mg a cada 100 g (fonte: USDA)

ESPINAFRE - contém 79 mg a cada 100 g (fonte: USDA)

COUVE MANTEIGA (CRUA) - contém 34,7 mg a cada 100 gramas (fonte: USDA)

AMÊNDOAS - contém 80 mg a cada 100 g (fonte: USDA)

NOZES - contém 140 mg a cada 100 g (fonte: USDA)

CHOCOLATE AMARGO - contém 327 mg a cada 100 g (Fonte: Mundo Boa Forma)

SEMENTE DE ABÓBORA - contém 541 mg a cada 100 g (Fonte: Mundo Boa Forma)


Fonte: https://sportlife.com.br/magnesio-combater-depressao/ - Brenda Prestes - Foto: Getty Images

domingo, 10 de setembro de 2017

Bicicleta: confira 5 dicas de como pedalar de forma correta!

Seja para retas, subidas, distâncias curtas ou longas: encontre a posição adequada em sua bike e garanta um melhor desempenho na hora de pedalar!

A bike não parou de somar adeptos e é considerada por um grupo crescente de ativistas como alternativa ao caos instalado nos grandes centros urbanos, que sofrem com poluição e com um trânsito praticamente colapsado. Assim, nada melhor do que aprender a colocar-se sobre ela corretamente para que seu uso seja 100% saudável. Afinal, já é provado que não é tão “matemático” determinar a postura correta para pedalar. Alguns estudos, por exemplo, descartam a medição antropométrica como método eficaz para um ajuste padrão, já que as fórmulas não garantem uma posição correta sobre a bike.

Mais do que prender-se a regras fixas, a regulagem deve ser feita de modo dinâmico e ser resultado de testes que permitem avaliar como o ciclista se sente em cima da bicicleta. A chamada posição ótima para pedalar não só deve estar ligada a alguns aspectos relacionados com a ergonomia, para que os esforços desnecessários e lesivos sejam reduzidos, mas deve privilegiar a eficiência mecânica, sem esquecer a segurança e a comodidade do ciclista.

Confira as dicas e encontre a posição ideal para pedalar:

A posição do corpo: quanto mais inclinado o tórax estiver em relação ao guidão, menor a resistência ao deslocamento e maior o ganho de eficiência, já que o gasto energético cai. Por outro lado, sacrifica-se o conforto, já que a posição exige maior flexão da lombar e maior extensão da cervical. O importante é manter as costas o mais reto possível, conservando as curvaturas fisiológicas e mantendo como limite recomendável de flexão do corpo sobre o guidão um ângulo não maior que 90º entre o corpo e os braços. Uma inclinação maior do tronco aumenta de maneira significativa a atividade dos músculos eretores do tronco, sobrecarregando a lombar, fazendo recair mais peso sobre pulsos e braços, obrigando o pescoço a ficar mais estendido e estressando a cervical. A recomendação para a posição do tórax sobre a bike de MTB é que a perpendicular do eixo do pedal passe pela metade da escápula, como mostrado na imagem. Pedalar de pé proporciona maior transmissão de força sobre os pedais, graças à melhor disposição biomecânica, mas exige maior atividade muscular. Assim, é menos eficiente energeticamente que pedalar sentado. (Foto: Shutterstock)

Número de pedaladas por minuto: já se demonstrou que pedalar com uma cadência acima de 90 rpm por minuto rende mais que em cadências baixas, abaixo de 70 rpm por minuto, pois resulta em mais economia muscular. Ainda que para chegar lá seja necessário um período de adaptação progressiva, já que exige maior coordenação neuromuscular – em médio e longo prazos os benefícios são inegáveis.

Movimento das pernas: observe o movimento que os seus joelhos fazem. Ele deve ser o mais reto possível. Estudos biomecânicos mostraram que uma pedalada ótima é aquela em que as pernas sobem e descem perfeitamente alinhadas, como um pistão. Todo movimento que saia desse padrão leva a uma perda da força transmitida aos pedais, o que pode levar a lesões. Se as suas pernas ficam abertas para fora ou os seus joelhos tendem a “entrar” durante a pedalada, você estará gerando tensões desenecessárias nas articulações do joelho e do quadril, já que o movimento de pedalada é repetido cerca de 5 000 vezes por hora. Boa parte dos ciclistas têm as pernas arqueadas, o que está associado ao movimento de pronação do pé que, ao pedalar, tende a se equilibrar, levando os joelhos para dentro. Estabilizando a posição do pé sobre o pedal por meio do uso de palmilhas, por exemplo, ou por meio do uso de um calçado específico para ciclismo, consegue-se fazer uma correção biomecânica, alinhar as pernas e pedalar mais e de uma forma saudável.

Pé no pedal: usar calçado específico, de sola rígida, o ajudará a transmitir melhor as forças. Colocar corretamente os taquinhos e encaixá-los no pedal leva a uma melhora substancial da técnica. Para tanto, é importante que o centro do taquinho esteja alinhado e centralizado com o osso da “bola do pé”. Mas atenção, quem tem joelhos valgos, as chamadas pernas para dentro, ou em X, ou varos (pernas arqueadas), pode ter de fazer alguma correção na sapatilha a fim de equilibrar o pé, assegurando que ele fique bem disposto sobre o pedal.

Altura do selim: levar o selim baixo implica maior atividade muscular e maior desgaste articular dos joelhos. A medição do ângulo do joelho para determinar a altura do selim é um método muito mais adequado do que aplicar qualquer fórmula matemática que considere o comprimento das pernas, mas que não leve em conta outros parâmetros. O ângulo do joelho, estando o pé sobre o pedal e a biela alinhada com o tubo do selim, deve ser em torno de 150º, angulação média que otimiza o rendimento e ajuda a prevenir lesões.


Fonte: https://sportlife.com.br/5-dicas-pedalar/ - Redação Sport Life - Foto: Shutterstock

sábado, 9 de setembro de 2017

Exercício físico protege o coração - mesmo o coração doente

Sempre bom

Há poucos anos, ter uma doença cardíaca era virtualmente uma "condenação" a um repouso absoluto, fugindo de qualquer esforço físico que pudesse representar uma carga adicional para o coração.

Hoje, ao contrário, a prática regular de atividade física tem-se firmado como uma importante forma de tratamento para a insuficiência cardíaca - doença caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente.

Os benefícios vão desde prevenir a caquexia - perda severa de peso e massa muscular - até o controle da pressão arterial, a melhora da função cardíaca e o retardo do processo degenerativo que causa a morte progressiva das células do coração e leva à morte 70% dos afetados pela doença nos primeiros cinco anos.

Pesquisadores a Universidade de São Paulo (USP) descobriram agora uma parte dos mecanismos fisiológicos pelos quais o exercício aeróbico protege o coração doente.

"Basicamente, o que descobrimos é que o treinamento aeróbico facilita a remoção de mitocôndrias disfuncionais nas células cardíacas," contou Júlio César Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas que está orientando o trabalho da pesquisadora Juliane Cruz Campos.

As mitocôndrias são as organelas responsáveis por produzir energia para as células. "A remoção dessas organelas promove um aumento na oferta de ATP [adenosina trifosfato, molécula que armazena energia para a célula] e reduz a produção de moléculas tóxicas, como os radicais livres de oxigênio e os aldeídos reativos, que em excesso danificam as estruturas celulares", acrescentou.

Atividade física moderada é segura para pacientes cardíacos

Dois mecanismos de limpeza

Em uma pesquisa anterior, a equipe já havia mostrado por meio de experimentos com cobaias que o treinamento aeróbico combate a insuficiência cardíaca reativando um complexo intracelular conhecido como proteassoma - principal responsável pela degradação de proteínas danificadas.

Os resultados mostraram ainda que, no coração de portadores de insuficiência cardíaca, a atividade desse sistema de limpeza diminui mais de 50% e, consequentemente, proteínas altamente reativas começam a se acumular no citoplasma, interagindo com outras estruturas e causando a morte das células cardíacas.

Agora, eles descobriram que a atividade física também regula a atividade de outro mecanismo de limpeza celular conhecido como sistema de autofagia - cuja descoberta rendeu o Nobel de Medicina ao cientista japonês Yoshinori Ohsumi, em 2016.

"Em vez de degradar proteínas isoladas, esse sistema cria uma vesícula [autofagossomo] em volta de organelas disfuncionais e transporta todo esse material de uma só vez até uma espécie de incinerador, o lisossomo. Lá dentro, existem enzimas que destroem o lixo celular. No entanto, observamos que no coração de ratos com insuficiência cardíaca esse fluxo autofágico está interrompido, o que faz com que mitocôndrias disfuncionais comecem a se aglomerar", explicou Júlio César.

De acordo com o pesquisador, a mitocôndria chega a se dividir, isolando a parte danificada para facilitar sua remoção. Isso foi possível constatar ao analisar a atividade de proteínas relacionadas com o processo de divisão mitocondrial. Porém, o sistema que deveria transportar o material rejeitado até o lisossomo não consegue completar a tarefa.

Trocar exercício por remédio?

Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa no longo prazo é identificar alvos intracelulares que possam ser modulados por meio de fármacos para promover pelo menos parte dos benefícios cardíacos obtidos com a atividade física.

"Claro que não queremos criar a pílula do exercício, isso seria impossível, pois ele atua em muitos níveis e em todo o organismo. Mas talvez seja viável, por meio de um medicamento, mimetizar ou maximizar o efeito positivo da atividade física no coração.

"Nossos resultados mostram que a atividade física não só previne, como também reverte os danos causados pela insuficiência cardíaca. Nossa hipótese é que o treinamento físico module a expressão e/ou atividade de uma ou mais proteínas-chave envolvidas no processo denominado 'mitofagia', a autofagia mitocondrial, restaurando então sua atividade. É o que agora estamos tentando descobrir," comentou Júlio César.

De acordo com o pesquisador, quando identificados, esses genes e as proteínas por eles codificadas poderiam ser testados como alvos terapêuticos.


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Apneia do sono: o que é, como tratar e como prevenir

Ela ficou famosa por provocar roncos, mas faz muito mais do que isso. Das causas aos sintomas, conheça esse problema e os aparelhos que o combatem

A apneia do sono é caracterizada por ruídos e interrupções na respiração que se repetem, no mínimo, cinco vezes num período de 60 minutos. Não se trata de um simples ronco. Na apneia, a barulheira noturna é entrecortada por engasgos — e o duro é que muitas vezes o indivíduo nem os percebe enquanto dorme. Essas pequenas pausas na entrada de ar chegam a diminuir a concentração de oxigênio no sangue.

É daí que derivam as consequências mais sérias do distúrbio. A redução de oxigênio superativa o sistema nervoso, que eleva o ritmo dos batimentos cardíacos e estimula a contração dos vasos sanguíneos. E, com o tempo, isso se perpetua ao longo do dia. Daí o fato de a apneia do sono ser considerado um fator de risco para pressão alta e arritmia cardíaca.

Além disso, o quadro favorece o acúmulo de gordura abdominal e a resistência à insulina (hormônio que permite à glicose entrar nas células e gerar energia), condições que contribuem para o surgimento do diabete tipo 2.

A apneia obstrutiva do sono é a versão mais comum da doença. Nesses casos, o ar para de fluir para as vias aéreas em função de um bloqueio temporário causado pelo relaxamento dos músculos da garganta — questões anatômicas interferem aqui. Em crianças, o problema pode estar relacionado ao aumento das adenoides, glândulas localizadas no nariz, ou das amígdalas, estruturas que ficam na entrada da faringe. A apneia central do sono, por sua vez, é um tipo mais raro, ocasionado por uma alteração na região do cérebro que controla a respiração.

Sinais e sintomas
– Ronco
– Respiração ofegante
– Sensação de sufocamento ao dormir
– Sono agitado
– Sonolência ao longo do dia
– Dificuldade de concentração
– Dor de cabeça matinal

Fatores de risco
– Excesso de peso
– Maxilar inferior encurtado, o que empurra a língua muito para trás, tapando a garganta
– Tabagismo
– Álcool em excesso
– Uso exagerado ou equivocado de sedativos
– Aumento das amígdalas e adenoides
– Dormir de barriga para cima
– Tumores

A prevenção
Como o excesso de peso é um dos principais desencadeadores da apneia, um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e exercício físico, é essencial para se ver livre do problema.
Os fumantes devem fazer um esforço extra e deixar o cigarro de lado, uma vez que o hábito costuma agravar bastante a condição. Recomenda-se também maneirar nas doses de bebida alcóolica, que em excesso interfere no ciclo do sono e no relaxamento da musculature da garganta e se transforma em gatilho para o distúrbio.

O diagnóstico
O relato de sono agitado e ruidoso é o ponto de partida para a detecção da apneia — e, nesse sentido, a avaliação do parceiro (ou parceira) é muito bem-vinda. A confirmação e a análise da gravidade do distúrbio são feitas por meio de um exame chamado polissonografia.
Ele é realizado em um laboratório do sono de um hospital ou clínica especializada. O paciente passa a noite ligado a um aparelho que registra parâmetros como os batimentos cardíacos, a atividade cerebral, o movimento dos olhos, a respiração e o nível de oxigênio no sangue.
Também é possível fazer esse monitoramento com um dispositivo portátil, do tamanho de um relógio, que fica preso ao pulso e em dois dedos da mão. Colocado na hora de dormir, ele assinala as condições de sono. Depois, o aparelho é levado para o médico, que analisa os resultados na tela do computador.

O tratamento
Conhecer a origem do distúrbio é fundamental para o especialista determinar as medidas de controle. Se a pessoa for obesa, a recomendação inicial é a perda de peso, associada a exercícios fonoaudiológicos para tonificar os músculos da garganta.
Apneias mais leves, em geral provocadas pelo hábito de respirar pela boca, costumam ser tratadas com dilatadores de narinas.
Para quem tem mandíbula curta, aparelhos ortodônticos feitos sob medida projetam a ossatura ou abaixam a língua, facilitando a passagem de ar.
Uma das formas mais eficazes para resolver as pausas na respiração durante o sono é o uso de um mecanismo chamado CPAP — sigla para pressão positiva contínua nas vias aéreas, em inglês. Como o nome sugere, trata-se de uma máscara que cobre o nariz e a boca e joga o ar para as vias respiratórias. O CPAP é considerado o padrão-ouro no tratamento da apneia do sono. Quando a razão do problema é uma incorreção anatômica — na arquitetura da face ou nas amígdalas, por exemplo — indicam-se cirurgias.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/apneia-do-sono-o-que-e-como-tratar-e-como-prevenir/ - Por Goretti Tenorio e Chloé Pinheiro - GI/Getty Images

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Para cada doença, um jeito de malhar

Há incontáveis tipos de exercício que podem fazer parte de um treino de musculação. SAÚDE revela quais os mais indicados para combater uma dúzia de doenças

O remédio que doma a pressão dos hipertensos não é o mesmo que baixa a glicemia dos diabéticos, tampouco serve para proteger o esqueleto de pessoas com osteoporose. Isso mostra que não existe uma única estratégia capaz de contra-atacar todas as enfermidades ao mesmo tempo. E é mais ou menos esse conceito que você precisa ter em mente quando falamos do efeito de cada um dos exercícios de musculação em pessoas com problemas diferentes.

A ideia de utilizar e adaptar a malhação de acordo com o estado de saúde de seus praticantes começou a ganhar destaque no final da década de 1980, quando os pesquisadores lançaram um olhar mais apurado sobre o tema. A partir do ano de 1990, o exercício de força se tornou — e ainda é — o método de treinamento mais estudado, segundo dados do Pubmed, site do governo americano que concentra artigos publicados no mundo inteiro. Esse interesse da comunidade científica ajudou a acabar com o preconceito que cercava a musculação. Ela deixou de ser encarada como algo voltado apenas para fisiculturistas e virou uma importante aliada entre aqueles que buscam qualidade de vida.

Tal cenário veio seguido de um aumento significativo na quantidade de salas de ginástica por aí. Dados da Associação Brasileira de Academias mostram que, em 2010, havia 15 mil unidades espalhadas pelo país. Em 2014, o número dobrou. E, embora tenhamos que evoluir muito, há uma tendência de esses estabelecimentos passarem a oferecer profissionais especializados em determinadas condições de saúde. Ou seja, de pouco em pouco, os halteres se incorporam ao tratamento de muitas encrencas.

Agora, você vai entender como a musculação enfrenta 12 delas. Todas devidamente acompanhadas de orientações específicas para tirar o melhor proveito do levantamento de peso sem ameaçar o corpo. Contudo, antes de avançar, cabe uma ponderação: só pode fazer musculação ou qualquer atividade física estruturada quem estiver saudável ou com uma doença sob controle. Começar a puxar ferro da noite para o dia sem uma avaliação médica (e a supervisão do educador físico) é um risco que ninguém precisa correr.

Dois raios no mesmo lugar

Para certos quadros, como a fibromialgia, preconiza-se malhar em intensidade leve. Em outros, a exemplo da sarcopenia, o ideal é pegar um pouco mais pesado. Então, o que fazer se você sofre com ambos — ou com quaisquer problemas que cobram atitudes aparentemente contraditórias na academia? Nesses casos, é imprescindível bater um papo com os profissionais de modo a acertar o treinamento. Só não vale usar isso como desculpa para cair no sedentarismo.

1. Hipertensão
Décadas atrás, a musculação chegava a ser contraindicada para os hipertensos. E, de fato, durante sua execução, a pressão sobe, principalmente se a intensidade é elevada ou se o exercício for repetido à exaustão. Mas uma porção de experimentos deixa claro que, seguindo recomendações básicas, erguer peso não ameaça o sistema cardiovascular dessa turma. Embora não dê para confirmar que a modalidade aplaque a hipertensão ao longo dos meses — os estudos são controversos nesse sentido —, restam poucas dúvidas de que ela promove bem-estar aos seus portadores.
Recrutar poucos músculos por vez
Usar vários grupos musculares ao mesmo tempo comprime demais os vasos sanguíneos. Prefira, por exemplo, cumprir uma série com o braço esquerdo e, depois, outra com o direito.
Não prender a respiração
Em primeiro lugar, o ato de segurar o ar sugere que a carga do treino está pesada demais — o que, nesse pessoal, dispara a pressão. Isso sem contar que a atitude, por si só, aperta as veias e as artérias.
Descansar dois minutos entre uma série e outra
Esse tempo é necessário para que os níveis pressóricos retornem a um patamar seguro. Em comparação, um repouso de 30 a 45 segundos é suficiente para quem não tem hipertensão.

2. Diabetes
Em uma revisão de 14 pesquisas, experts da Universidade de Viena, na Áustria, descobriram que combinar o treino aeróbico com o de resistência é a estratégia perfeita para regular a glicemia em diabéticos do tipo 2. De um lado, corridas e pedaladas queimam glicose em larga escala. Do outro, os aparelhos da academia fortalecem bíceps, tríceps e companhia. Assim, eles conseguem estocar mais desse substrato, tirando-o da circulação.
Medir a glicemia antes, durante e depois
Quando as taxas estão estratosféricas ou mínimas, é bom pular a sessão. E, se caírem depressa durante ou após a ralação, recorra a isotônico, suco de laranja ou até sachês de glicose.
Entrosar o exercício com o tratamento
A regra vale sobretudo para os sujeitos que aplicam insulina. Em geral, os médicos diminuem a dose a ser injetada nos dias em que o diabético vai se mexer. Isso para afastar a hipoglicemia.

3. Obesidade
Já adiantamos: puxar ferro sem equilibrar a dieta não implicará um grande emagrecimento. Segundo a tese de doutorado da educadora física Valéria Bonganha, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista, cinco meses de exercícios de força, em conjunto com outros aeróbicos, não derrubaram o ponteiro da balança em 24 homens obesos. Eles apenas mantiveram mais ou menos os mesmos quilos, porém trocaram gordura por massa magra — e ficaram menos propensos a sofrer panes no coração.
Investir em treinos curtos e intensos
Após um período de adaptação, vale apostar em séries com menos repetições e cargas altas. Isso fortalece muito os músculos — e, vigorosos, eles queimam mais calorias.
Priorizar abdômen e costas
A barriga sobrecarrega a coluna, fomentando desvios posturais. Daí a importância de realizar atividades capazes de enrijecer a musculatura dorsal. Converse com seu treinador a respeito.

4. Fibromialgia
Pessoas com essa síndrome têm até medo de fazer ginástica. Isso porque a condição provoca incômodos dos pés à cabeça, que pioram quando se mexe além dos limites. Na contramão, práticas leves funcionam como um remédio para amenizar os sintomas da fibromialgia. Nesse contexto, a musculação, apesar de não ser prescrita no início do treinamento, auxilia a remover toxinas dos músculos, afastando as dores.
Levantar pesos leves e progredir lentamente
Nas primeiras vezes que pisa na academia, o fibromiálgico não raro apenas executa o gesto de um exercício, sem carregar carga alguma — a meta é não disparar sensações dolorosas.
Programar o horário
Boa parcela dos pacientes reclama de desconfortos logo depois de acordar e à noite. Uma tática interessante é agendar os treinos nos momentos em que as dores dão uma trégua.
Não forçar regiões sensibilizadas
Se o ombro está pegando durante uma sessão, deixe-o de lado e trabalhe outras partes do corpo. Quando ele parar de incomodar, você compensa.

5. Sarcopenia
Marcada pela degeneração das fibras musculares e mais frequente entre os idosos, a sarcopenia é rechaçada pelos halteres. Em uma revisão da Universidade Católica do Sagrado Coração, na Itália, constatou-se que eles não só abrandam a perda de massa magra como asseguram mais autonomia e afugentam as dores. Contudo, os exercícios devem ser conduzidos com cuidado redobrado e acompanhamento próximo.
Elevar a intensidade
Quanto mais peso na barra, maior o estímulo a fibras musculares do tipo 2 — as mais afetadas pela sarcopenia. Mas lembre-se: antes de pegar pesado, é vital passar pelo consultório.
Conversar sobre suplementação
Preparos como o whey protein, se combinados às sessões de malhação, colaboram para o fortalecimento muscular. Só não vale engolir os suplementos sem checar as reações adversas com o doutor.

6. Osteoporose
O risco de uma queda render fraturas cresce em gente com ossatura frágil. Felizmente, músculos de aço servem como amortecedores de impacto e trazem equilíbrio. Como se não bastasse, as atividades de resistência solidificam o esqueleto. Elas incitam o depósito de cálcio nos ossos. Um artigo da Universidade Walsh, nos Estados Unidos, demonstra ainda que sujeitos com osteoporose que vão à academia regularmente dependem menos de terceiros para cumprir tarefas do cotidiano.
Valorizar exercícios funcionais
Eles mobilizam os grupos musculares mais exigidos no dia a dia – graças a isso, incrementam a coordenação, o equilíbrio e a postura, fatores cruciais na prevenção de tropeços.
Reforçar as áreas enfraquecidas
As vértebras e o fêmur (localizado na coxa) entram na lista dos ossos mais comprometidos pela doença. A meta, então, é fortificar a musculatura que os sustenta.

7. Osteoartrite
Também conhecida como artrose, ela nada mais é do que um desgaste das juntas. E a musculação é um dos métodos mais eficazes para proteger as articulações, porque favorece a produção do líquido sinovial, que mantém as cartilagens nutridas e íntegras. Aliás, pernas torneadas também absorvem parte da sobrecarga imposta a joelhos, quadris e tornozelos — aí, as dores e a rigidez articular atrapalham menos. A única questão reside no fato de que indivíduos com osteoartrite costumam ser mais velhos e padecer com o excesso de peso, fatores que demandam atenção na hora de planejar o treino.
Reduzir as repetições e aumentar a carga
Desde que adotada com a orientação de um professor, essa técnica dá um gás a mais às fibras musculares que seguram o tranco imposto às juntas toda vez que damos um passo ou subimos a escada.
Dar foco à área abalada
Quem sofre com artrose de joelho, por exemplo, faz de tudo para não usar a perna afetada de apoio. Ocorre que o desuso enfraquece os músculos, abrindo as portas para mais incômodos. O jeito é dedicar tempo ao desenvolvimento do local debilitado.
Evitar a cadeira extensora
Fala-se muito do agachamento — e de fato é bom tomar cuidado com ele. Entretanto, a cadeira extensora traz um risco maior ao joelho com osteoartrite, pois concentra a sobrecarga em uma pequena região da cartilagem. Busque alternativas com o educador físico.

8. Lombalgia
A dor na base da coluna é uma velha conhecida dos brasileiros: corresponde a nove entre dez denúncias de desconforto nas costas. Para suavizar o incômodo, especialistas pedem para enrobustecer toda a musculatura do abdômen. É como colocar um apoio a mais para sustentar o telhado de uma casa.
Lançar mão do Core training
A prática emprega bolas suíças, elásticos e outros equipamentos para ativar músculos abdominais profundos que mal são recrutados com as máquinas tradicionais e ajudam a estabilizar a coluna. Pilates e exercícios funcionais são outras ótimas opções.
Não fazer levantamento terra e agachamento
Apesar de populares, esses exercícios pressionam os discos que se localizam entre uma vértebra e outra. Em uma lombar frouxa, isso é sinônimo de reclamações pós-treino.
Alongar
O estica e puxa alivia tensões na região lombar. Mas é necessário cautela e uma evolução gradual. Insistir em encostar as mãos na ponta dos pés com a perna reta pode gerar arrependimentos.

9. Parkinson
Na USP, a profissional de educação física Carla da Silva Batista e seus colegas vêm testando o efeito da musculação nos portadores dessa doença neurodegenerativa. Primeira conclusão: ela combate o enfraquecimento do corpo, uma das repercussões mais comuns do problema. E os treinos, dependendo de como são conduzidos, também amenizam os tremores. Recentemente, vimos que práticas que exigem coordenação motora e equilíbrio ofereceriam melhores resultados nesse sentido. Mas, ao recorrer a tais exercícios — os funcionais estão entre eles —, é imprescindível ter um profissional ao lado. Ele pode impedir quedas decorrentes de um gesto involuntário.
Executar o movimento completo
Se estiver no aparelho de leg press, por exemplo, estique as pernas completamente ao empurrar a carga. A tática, que vale para qualquer equipamento, evita a atrofia muscular típica do Parkinson. Outra coisa: sessões de alongamento são vitais.
Usar bola, elástico, corda — mas com alguém ao lado
Apetrechos como esses trazem um componente de instabilidade na ginástica, o que atenuaria os tremores. Mas, se não tiver um expert por perto, restrinja-se aos aparelhos tradicionais.
Malhar só depois de tomar o medicamento
As drogas contra o Parkinson demoram cerca de uma hora para surtir efeito. É nesse momento que a prática da musculação será mais segura e eficiente.

10. Asma
Não dá pra negar que as atividades aeróbicas, por botarem os pulmões para trabalhar, são as mais recomendadas a quem enfrenta esse perrengue. Todavia, elas podem disparar crises de falta de ar. Para quem sofre direto com ataques durante ou após a corrida, a musculação é uma alternativa, já que demanda menos do sistema respiratório. Aí, a intensidade tem de ser leve ou moderada. É verdade que ela não aperfeiçoa muito a capacidade de inspirar e expirar, porém revigora o tronco e os membros — o que é de grande valia em uma turma que tende a ficar sedentária e fraquinha.
Diminuir a carga e elevar o número de repetições
Trata-se de uma fórmula certeira para exigir menos dos pulmões sem abdicar da massa magra. Um treino muito vigoroso às vezes serve de gatilho para crises de falta de ar nas pessoas com a asma menos controlada.
Levar o inalador para a academia
Ao longo do treino, as crises eventualmente dão as caras – mesmo se a respiração não estiver ofegante. E, nessas emergências, uma bombinha no bolso faz enorme diferença. Nada de esquecê-la em casa!
Fortificar o peitoral e as costas
Em geral, os asmáticos apresentam uma anteriorização dos músculos da caixa torácica — ou seja, os ombros se inclinam pra frente. De modo a compensar o desvio, não se esqueça de trabalhar peito e costas.

11. Doença renal crônica
Quando os rins param de filtrar o sangue adequadamente, substâncias tóxicas sobram na circulação. Essas moléculas, por sua vez, disparam um processo inflamatório que arrasa panturrilha, glúteos… A malhação estimula a musculatura e contra-ataca sua degeneração, o que se traduz em maior qualidade de vida. Tonificar o corpo também mantém o diabetes e a hipertensão, dupla que danifica os rins, sob rédeas curtas. Com orientação, dá até pra se exercitar na hemodiálise.
Não mexer muito o braço com o acesso
Quase todo mundo que se submete à diálise passou por uma cirurgia para adaptar vasos do braço ao procedimento. Para não inviabilizar o acesso, deixe esse membro mais quieto.
Regular a ingestão de água
A doença renal crônica pode culminar em um acúmulo de líquidos. Principalmente quem faz hemodiálise deve discutir com o médico o jeito ideal de se hidratar durante a musculação.

12. Câncer
Entre as reações adversas de determinados quimioterápicos e da radioterapia está a perda de massa magra. Mas uma revisão da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, aponta que o treinamento de força faz com que os músculos não definhem. De quebra, movimentar-se durante a fase aguda do tratamento aumenta a disposição e pode até auxiliar na luta contra o tumor. Agora, o treinamento de alguém com câncer tem que ser obrigatoriamente supervisionado – até porque cada tipo requer cuidados específicos, que ainda variam de acordo com o paciente.
Reforçar regiões abaladas
As cirurgias que visam extirpar os esconderijos de células tumorais podem limitar a movimentação de um ou outro membro. Exercitá-lo com orientação minimiza as sequelas.
Mexer-se quando os sintomas somem
Se enjoo e cansaço surgem pra valer à tarde, que tal fazer ginástica de manhã? No início é mesmo difícil, mas o esforço com certeza será recompensado com mais ânimo e disposição nos dias seguintes.