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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Comer pimenta pode reduzir o risco de morte por ataque cardíaco e derrame


A pimenta é um ingrediente amado em muitos pratos ao redor do mundo. Quer você goste ou não do sabor, novas pesquisas sugerem que pode haver alguns benefícios médicos sérios para que você considere adicioná-la à sua próxima refeição.

O estudo, publicado no Journal of American College of Cardiology, examinou os efeitos do consumo regular de pimenta na mortalidade geral, revelando que aqueles que a incorporam em suas dietas têm menor risco de morte.

Realizado na Itália, onde a pimenta é um ingrediente comum, o estudo comparou o risco de morte entre 23.000 pessoas, algumas das quais comiam pimenta e outras não.

O estado de saúde e os hábitos alimentares dos participantes foram monitorados por oito anos, e os pesquisadores descobriram que o risco de morrer de um ataque cardíaco era 40% menor entre os que comem pimenta pelo menos quatro vezes por semana.

A morte por acidente vascular cerebral foi mais da metade, de acordo com resultados publicados segunda-feira no Journal of the American College of Cardiology.

“Um fato interessante é que a proteção contra o risco de mortalidade era independente do tipo de dieta seguida pelas pessoas”, disse Marialaura Bonaccio, autora do estudo, epidemiologista do Instituto Neurológico do Mediterrâneo (Neuromed).

“Em outras palavras, alguém pode seguir a dieta saudável do Mediterrâneo, alguém pode comer menos de maneira saudável, mas para todos eles a pimenta tem um efeito protetor”, disse ela.

A pesquisa utiliza dados do estudo Moli-Sani, que tem cerca de 25.000 participantes na região de Molise, no sul da Itália.

Licia Iacoviello, diretora do departamento de epidemiologia e prevenção da Neuromed e professora da Universidade de Insubria em Varese, explicou que as propriedades benéficas da pimenta foram passadas pela cultura alimentar italiana.

“E agora, como já observado na China e nos Estados Unidos, sabemos que as várias plantas da espécie capsicum, embora consumidas de maneiras diferentes em todo o mundo, podem exercer uma ação protetora em relação à nossa saúde”, afirmou Iacoviello.

A equipe agora planeja investigar os mecanismos bioquímicos que tornam a pimenta bom para a nossa saúde.

Especialistas externos elogiaram o estudo, apontando algumas limitações.

Duane Mellor, nutricionista e professora sênior da Aston Medical School no Reino Unido, disse que o artigo é “interessante”, mas “não mostra um nexo de causalidade” entre o consumo de pimenta e os benefícios à saúde.

Mellor disse que o efeito positivo do consumo de pimenta observado no estudo pode ser atribuído à maneira como as pimentas são usadas em uma dieta geral.

“São pessoas plausíveis que usam pimenta, pois os dados sugerem que também usaram mais ervas e especiarias e, como tal, provavelmente estão comendo mais alimentos frescos, incluindo vegetais”, disse ele.

“Portanto, embora a pimenta possa ser uma adição saborosa às nossas receitas e refeições, é provável que qualquer efeito direto seja pequeno e é mais provável que torne mais agradável o consumo de outros alimentos saudáveis”.

Ian Johnson, pesquisador de nutrição do Quadram Institute Bioscience em Norwich, Inglaterra, elogiou o “estudo observacional de alta qualidade” por seus “métodos robustos”.

No entanto, ele também apontou que nenhum mecanismo para o efeito protetor foi identificado, nem os cientistas descobriram que comer mais pimenta proporcionava benefícios adicionais à saúde.

“Esse tipo de relação sugere que a pimenta pode ser apenas um marcador de algum outro fator alimentar ou de estilo de vida que não foi considerado, mas, para ser justo, esse tipo de incerteza geralmente está presente em estudos epidemiológicos, e os autores reconhecem isso “, disse Johnson.


terça-feira, 30 de julho de 2019

Trabalho em excesso pode aumentar em 45% o risco de AVC, diz estudo


Os pesquisadores analisaram dados de 143.592 participantes voluntários com idade entre 18 e 69 anos

Trabalhar excessivamente pode trazer diversos problemas de saúde, como stress crônico, ansiedade e depressão. Agora, uma nova pesquisa, publicada na revista Stroke, indica que trabalhar demais aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com o estudo, quem trabalha mais de 10 horas diárias por 50 dias durante o ano está 29% mais propenso a sofrer AVC. O risco é ainda maior para quem mantém a rotina cansativa ao longo de 10 anos, chegando a 45%.

Além disso, os pesquisadores descobriram que esse risco parece ser maior para indivíduos com menos de 50 anos de idade, o que é uma surpresa, já que a população com maior propensão a sofrer AVC está acima dos 65 anos. A equipe acredita que esse resultado mostra porque as pessoas estão desenvolvendo a doença cada vez mais cedo.

Foi o caso de Jeff Hiserodt, de 42 anos. “Eu tive um coágulo de sangue atrás do meu olho direito. Fiquei paralisado do lado esquerdo e cego”, contou à ABC News. Ele revelou que dedicava 60 a 65 horas por semana (cerca de 10 horas por dia) em seu trabalho.

Embora os pesquisadores não tenham encontrado uma relação direta entre trabalho excessivo e o risco de AVC, eles acreditam que a associação possa ser explicada pelo tipo de trabalho, como os muito estressantes ou trabalhos noturnos, e os maus hábitos que as pessoas adquirem ao passar mais tempo trabalhando, como alimentação inadequada e falta de exercício físico.

E por que o trabalho pode aumentar o risco de AVC? Isso acontece porque o trabalho feito à noite, por exemplo, interfere no relógio biológico, responsável por regular diversas funções do organismo. Outros trabalhos mais estressantes, que afetam o estilo de vida, podem despertar hábitos nocivos – como maior consumo de álcool e cigarro – além de poder provocar insônia.

“Há uma modificação do comportamento ligada ao trabalho, principalmente ao excesso de trabalho a longo prazo, o que pode justamente, acarretar a ocorrência de um acidente cardiovascular”, explicou Alexis Descatha, principal autor do estudo, à Rádio França Internacional (RFI).

Metodologia
Os pesquisadores analisaram dados de 143.592 participantes voluntários com idade entre 18 e 69 anos. Entre eles, 42.542 relataram trabalhar mais de 10 horas por dia, enquanto 14.481 afirmaram ter trabalhado em excesso por 10 anos ou mais.

O estudo começou em 2012 e, ao longo dos anos, 1.224 participantes sofreram AVC. Após serem excluídos fatores de risco para a doença, como sexo, idade e tabagismo, a equipe concluiu que trabalhar demais eleva o risco de acidente vascular cerebral.

Como evitar?
No entanto, não há motivo para pânico. “Todo mundo tem diferentes situações sociais. Você não pode simplesmente dizer para alguém não trabalhar em determinada área ou empresa porque é estressante, afinal, todo trabalho é estressante. Mas se você perceber que o stress chega a um ponto em que não é saudável, então é uma história diferente. Você deveria reconsiderar o que faz.”, comentou Arbi Ohanian, do Huntington Hospital, nos Estados Unidos, à revista People.

As recomendações médicas para evitar um AVC é comer de forma saudável, se exercitar por pelo 30 menos trinta minutos por dia e cuidar da saúde. “Certifique-se de ser cuidadoso com fatores de risco como pressão alta, colesterol alto ou qualquer problema cardíaco”, disse Ohanian.


sábado, 23 de fevereiro de 2019

Levantar pesos protege contra infarto e AVC


E não adianta exagerar: Gastar mais de uma hora na sala de musculação com os mesmos exercícios não gerou nenhum benefício adicional.

Supino

Levantar pesos por menos de uma hora por semana pode reduzir o risco de ataque cardíaco ou de um derrame (AVC) entre 40 e 70%.

E não adianta exagerar: Gastar mais de uma hora na sala de musculação com os mesmos exercícios não gerou nenhum benefício adicional.

Os resultados mostram que os benefícios do treinamento de força são independentes da corrida, caminhada ou outras atividades aeróbicas, de acordo com o professor Duck-chul Lee, da Universidade do Estado de Iowa.

"As pessoas podem pensar que precisam gastar muito tempo levantando pesos, mas apenas dois conjuntos de supino que levam menos de 5 minutos podem ser eficazes," disse ele.

Lee e seus colegas analisaram dados de quase 13.000 adultos no Estudo Longitudinal do Centro de Aeróbica.

Eles mediram três desfechos de saúde: eventos cardiovasculares, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral que não resultaram em morte, todos os eventos cardiovasculares, incluindo morte, e qualquer tipo de morte.

O exercício de treinamento de força reduziu o risco para os três desfechos.

Os resultados mostram que os benefícios são obtidos quer a pessoa realize ou não atividades aeróbicas associadas.

Em outras palavras, você não precisa cumprir as diretrizes recomendadas para atividades físicas aeróbicas para diminuir seu risco - o treinamento com pesos é suficiente, garante a equipe em seu artigo, publicado na revista Medicine and Science in Sports and Exercise.

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=levantar-pesos-protege-contra-infarto-avc&id=13273&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde- Imagem: Universidade do Estado de Iowa

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Acidente Vascular Cerebral: sintomas, causas, tratamentos e riscos entre mais jovens


O neurocirurgião Felippe Saad alerta e explica a causa de indivíduos entre 35 e 40 anos sofrerem um AVC

Segundo dados de 2017 do Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a causa mais frequente de óbito da população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. Essas estatísticas alarmantes fazem do Brasil a quarta maior taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e Caribe.

Causas do Acidente Vascular Cerebral
Também conhecido como derrame, essa doença cerebral é causada, basicamente, pelo entupimento (isquêmico) ou extravasamento (hemorrágico) de uma ou mais artérias, impedindo, assim, que o sangue transporte oxigênio e nutrientes ao encéfalo.

Dentre os tipos de derrame existentes, o mais frequente é o isquêmico, cujo qual representa, ainda segundo informações do Ministério da Saúde, em torno de 85% dos casos.

“Os indivíduos que correm mais riscos são os hipertensos sem controle, os diabéticos sem tratamento, as pessoas com problemas de colesterol e gordura no sangue, os fumantes e os obesos. Importante salientar que, ultimamente, devido a hábitos como o alcoolismo e o uso de drogas ilícitas e de medicações que alteram a coagulação, como termogênicos e estimulantes, há uma incidência maior da doença em pessoas de 35 a 45 anos. Assim, pacientes com essas características, alteram a saúde de seus vasos sanguíneos, ocasionando entupimento ou ruptura”, explica Felippe Saad, coordenador da neurologia e neurocirurgia do Hospital Albert Sabin (HAS).

Os principais sinais indicativos da ocorrência de um Acidente Vascular Cerebral são fortes dores de cabeça, paralisia dos braços ou das pernas, desvio da boca, dificuldades de fala, sonolência excessiva, desorientação e falta de visão de um dos lados. “Apresentando alguns desses sintomas em casa, trabalho ou qualquer outro lugar fora do hospital, deve-se acionar imediatamente o serviço de remoção com a finalidade de levar o paciente ao pronto atendimento o mais rápido possível. Nessas situações, cada minuto conta para o salvamento e posterior diminuição das sequelas”, alerta Saad.

Tratamento do AVC
O tratamento para essas situações varia conforme o tipo de AVC sofrido. No isquêmico, com suporte de cuidados intensivos e medicações para tentar desobstruir o vaso cerebral. Para o hemorrágico, pode-se requerer cirurgia objetivando drenar o coágulo de dentro do cérebro.

“Cuidar da saúde controlando a pressão arterial, diabetes, peso, se exercitando e consultando frequentemente o seu médico são medidas que podem evitar o aparecimento dessa e de outras doenças”, finaliza Felippe.

Fonte: https://sportlife.com.br/acidente-vascular-cerebral-sintomas/ - Leonardo Guerino - Foto: Istock/Getty Images

quinta-feira, 26 de julho de 2018

A arritmia que não para de crescer no planeta


É a fibrilação atrial, que está ligada ao envelhecimento e a fatores do estilo de vida. Em entrevista, cardiologista explica como se proteger desse problema

Em ritmo caótico: é assim que bate um coração com fibrilação atrial, o tipo mais comum de arritmia. Calcula-se que 20% da população mais velha desenvolva a condição. Não bastasse o perigo para o músculo cardíaco em si, a fibrilação atrial eleva o risco de acidente vascular cerebral, o AVC.

Dá pra entender melhor o problema traduzindo seu nome do medicinês: fibrilação atrial significa que o átrio, uma das cavidades do coração, não consegue executar o movimento típico do batimento. Em vez de se contrair, o músculo cardíaco sofre uma espécie de tremor. Daí um pouco de sangue pode estacionar e coagular ali, gerando um trombo que ganha a circulação e vai parar lá no cérebro — é o estopim para um AVC.

O problema está ligado ao avançar da idade e a outros maus hábitos, como tabagismo, sedentarismo e dieta desequilibrada. Aproveitamos o Simpósio Internacional de Cardiologia da Rede D’Or São Luiz, que acontecerá no início de agosto no Rio de Janeiro, para entender melhor o que está por trás da doença e o que podemos fazer para preveni-la ou controlá-la. Para isso, conversamos com a médica Olga Ferreira de Souza, coordenadora do Serviço de Cardiologia e Arritmia da Rede D’Or São Luiz.

SAÚDE: A senhora pode explicar por que há um crescimento no número de casos de fibrilação atrial?
Olga Ferreira de Souza: O envelhecimento é a principal causa dessa arritmia. O que temos observado nos últimos anos é que, devido a programas de prevenção e aos avanços tecnológicos no diagnóstico e no tratamento das doenças cardiovasculares, as pessoas estão vivendo mais. Estima-se que no ano de 2050 o Brasil terá uma população de idosos superior à população de jovens. Além do envelhecimento, fatores como hipertensão e diabetes, além da presença de cardiopatias [problemas no coração], contribuem para a ocorrência da fibrilação atrial.

Quais os fatores do estilo de vida mais associados a esse problema?
São vários os fatores relacionados ao estilo de vida que aumentam o risco de fibrilação atrial: vida sedentária, alimentação rica em gorduras e carboidratos, obesidade, tabagismo, estresse, excesso no consumo de bebidas alcoólicas, uso de energéticos e estimulantes… Pessoas que roncam muito durante o sono podem ter apneia, condição que também favorece o desenvolvimento da fibrilação atrial.

Pode explicar o elo entre pressão alta e fibrilação atrial?
A hipertensão ocasiona uma alteração no músculo cardíaco e na parede dos vasos sanguíneos, levando a uma dilatação do coração e a uma dificuldade no esvaziamento do sangue ali. Isso gera alterações eletrofisiológicas nas células do coração, criando microcircuitos elétricos que iniciam o processo da fibrilação atrial.

Existem sintomas que deduram essa arritmia? O que deveríamos incluir no checkup para flagrá-la?
A fibrilação atrial pode ser silenciosa em 30 a 40% dos casos. Quando ocasiona sintomas, temos relatos de palpitação (batimentos cardíacos irregulares), taquicardia (coração batendo acelerado), falta de ar e cansaço. O checkup cardiológico já costuma contemplar a realização de um eletrocardiograma [que avalia o ritmo cardíaco] e de um ecocardiograma [que verifica a anatomia e a função do coração].
Porém, nos pacientes que apresentam maior risco para fibrilação atrial — pessoas com hipertensão, diabetes, cardiopatias, obesidade ou apneia do sono… —, também vale a investigação do problema com o Holter de 24 horas, um gravador que registra os batimentos cardíacos durante um dia, ou com o monitor de eventos (looper), outro tipo de gravador que pode permanecer por 15 a 30 dias. Nesse tipo de exame, um dispositivo fica conectado a uma central 24 horas, que analisa os batimentos cardíacos e pode ser acionada nos momentos em que o paciente apresenta algum sintoma.

Por que a comunidade médica está cada vez mais preocupada com a fibrilação atrial?
A maior atenção dos médicos se deve à associação dessa arritmia com um alto risco de problemas tromboembólicos, em especial o acidente vascular cerebral. Em alguns casos de fibrilação atrial sem sintomas, a primeira manifestação pode ser um AVC. Sabemos que cerca de 20% de todos os AVCs são decorrentes de fibrilação atrial e que, quando eles ocorrem, acarretam sequelas importantes.

A prevenção dessas situações é a parte mais importante no tratamento da fibrilação atrial. Esse controle deve ser realizado e orientado pelo médico por meio de uma avaliação com escores de risco e, a partir dos resultados, com o uso de anticoagulantes orais.

Falando em tratamento, quais os principais avanços no combate a essa arritmia?
Os novos anticoagulantes orais — que, na verdade, não são mais novos, pois já estão disponíveis desde 2012 — são medicações extremamente eficazes na prevenção dos coágulos formados com a fibrilação atrial e que podem levar ao AVC. Além de eficazes, apresentam um excelente perfil de segurança, traduzido por um menor risco de sangramentos para o paciente. São remédios de ação rápida, em torno de duas a quatro horas, e não necessitam de exames de sangue periódicos para acompanhamento, como é necessário quando se utiliza a varfarina, que era a única medicação existente até 2012.
Portanto, a eficácia, a segurança, a comodidade e a pouca interação com outros fármacos colocam esses novos anticoagulantes como a medicação de escolha para evitar eventos tromboembólicos em pacientes com fibrilação atrial. Até o momento, temos três medicamentos da classe e, em agosto, chegará um quarto com essa indicação.
Os anticoagulantes previnem o AVC, mas a arritmia pode causar sintomas e também está associada ao aumento da mortalidade. Para controlá-la, podemos recorrer a medicações antiarrítmicas, que revertem o quadro e podem prevenir, em 50% dos casos, a ocorrência de novos surtos por um período. Além disso, temos a ablação por cateter utilizando radiofrequência ou a crioablação [procedimentos que neutralizam a área do coração com problema], que representam o tratamento mais eficaz no controle da fibrilação atrial e são recomendadas para pacientes com sintomas ou portadores de cardiopatias.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/a-arritmia-que-nao-para-de-crescer-no-planeta/ - Por Diogo Sponchiato - Ilustração: Marcus Penna/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Suplementos multivitamínicos não evitam infarto e AVC


Ao menos para a população geral, ficar tomando pílulas de vitaminas e minerais não evita problemas cardiovasculares, segundo estudo gigantesco

“Tem sido bastante difícil convencer as pessoas, incluindo pesquisadores de nutrição, a aceitar que suplementos multivitamínicos e de minerais não previnem doenças cardiovasculares, como AVC e infarto”, sentencia o cardiologista Joonseok Kim, da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos. “Esperamos que nosso estudo reduza o entusiasmo sobre esses produtos”, completa o cientista, em comunicado.

Mas, afinal, que experimento é esse? Trata-se, na verdade, de uma revisão de 18 estudos, que somam mais de 12 milhões de voluntários. Enquanto uma parte dessa gente consumia os multivitamínicos com frequência, a outra dispensava as pílulas – em média, eles foram acompanhados por 12 anos.

Resultado: não houve qualquer diferença significativa na mortalidade por doenças cardiovasculares entre as duas turmas. A ingestão desse tipo de suplemento também não evitou infartos ou derrames.

“Embora os multivitamínicos, quando tomados em moderação, dificilmente causem danos, suplicamos para que as pessoas protejam o próprio coração entendendo seus riscos individuais e conversando com um profissional sobre medidas comprovadamente eficazes. Elas incluem alimentação saudável, exercício físico, cessação do tabagismo […] e, se necessário, tratamento”, defende Kim. Além disso, os multivitamínicos não costumam ser baratos.

O que esse levantamento conclui, em resumo, é que a população em geral deveria parar de recorrer a supostas pílulas mágicas (e isso não inclui apenas suplementos) ao invés de apostar em táticas já consagradas. Só que aqui cabe uma ponderação.

A revisão foi feita com a população em geral. Ou seja, é possível que indivíduos com carência comprovada de algum nutriente se beneficiem de um aporte extra dele – e isso não seria identificado em trabalho científico desse tipo. No entanto, os especialistas sempre defendem que abastecer o corpo de substâncias benéficas por meio da alimentação. E nunca comprar suplementos por conta própria.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/suplementos-multivitaminicos-nao-evitam-infarto-e-avc/ - Por Da Redação - Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 9 de maio de 2018

11 coisas que você não sabe sobre o AVC

O derrame é evitável na maioria das vezes. Veja os fatos destacados pela Associação Americana do Coração que ajudam a prevenir ou ao menos remediar o mal

O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, pode ser evitado na maioria das vezes, principalmente quando se tem acesso à informação. Esse é um dos motivos pelos quais a Associação Americana do Coração, uma respeitada organização dos Estados Unidos voltada ao combate de doenças cardiovasculares, elaborou uma lista com fatos importantes sobre esse problema, capaz de trazer consequências sérias.

E esses pontos podem salvar vidas tanto lá como aqui. Pois é: no Brasil, a doença é a segunda principal causa de morte, atrás apenas do infarto. Segundo dados do Ministério da Saúde, um brasileiro morre a cada cinco minutos em decorrência do AVC, contabilizando mais de 100 mil óbitos por ano.

A tal lista da Associação Americana do Coração também foi criada para aproveitar que, nos Estados Unidos, maio é o Mês Nacional de Conscientização do AVC. Sem mais demora, SAÚDE destacou os principais tópicos para você saber como prevenir essa doença e lidar com as vítimas dela.

1. Não existe só um tipo de AVC
São basicamente três: isquêmico (causado pela obstrução ou entupimento de um vaso), hemorrágico (quando um ou mais vasos se rompem) e o ataque isquêmico transitório (AIT). Nesse último caso, trata-se de uma espécie de mini-AVC que acontece quando o fornecimento de sangue para o cérebro é interrompido por pouco tempo. Em 87% dos casos, o acidente vascular cerebral é isquêmico.

2. Durante um AVC, aproximadamente 120 milhões de células cerebrais morrem por hora
Se comparada com a taxa de perda celular que ocorre normalmente, é como se, em uma hora, o cérebro envelhecesse 3,6 anos. Quanto mais rápido o paciente conseguir cuidado médico, maiores são as chances de recuperação.

3. Em 66% das vezes, quem decide fazer o tratamento não é o paciente
Na verdade, são pessoas próximas a ele que percebem a seriedade da situação e buscam o sistema de emergências. Ter alguém por perto que reconheça os sintomas pode salvar sua vida.

4. Os principais sinais do AVC são…
…perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça forte e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar. Ao manifestar qualquer um deles, busque atendimento médico imediatamente.

5. Um em cada quatro pacientes que já sofreu um AVC terá outro
Sim, um raio cai duas vezes no mesmo lugar. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que comumente tem consequências mais severas.

6. É importante não abrir mão da aspirina
Caso esse medicamento seja receitado para o paciente que sobreviveu a um AVC, ele não deve interromper o uso. O abandono aumenta o risco de um segundo acidente vascular cerebral em decorrência da coagulação do sangue.

7. Os três primeiros meses de recuperação são vitais
É nessa fase que o cérebro pode reaprender com mais facilidade ou recuperar parte das funções perdidas por causa do derrame. O cuidado intensivo de uma equipe de profissionais ajuda bastante na reabilitação.

8. O AVC tem atingido mais pessoas na faixa de 30 a 40 anos
É relativamente normal que, com a idade, o risco desse problema dar as caras cresça. No entanto, mais adultos jovens estão manifestando o quadro – talvez por um estilo de vida desequilibrado.

9. A principal causa evitável do AVC é a pressão alta
Há mais ou menos 1 bilhão de pessoas no mundo com hipertensão. E esse aumento da pressão dificulta a passagem de sangue pelas artérias, um fator de risco para os derrames.

10. Outras possíveis causas do problema são…
…obesidade, diabetes, colesterol alto, estresse, tabagismo, sedentarismo, má alimentação, doenças cardíacas, alcoolismo e histórico familiar.

11. Cerca de 80% dos casos podem ser evitados
Ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente e controlar outros fatores de risco são as melhores maneiras de prevenir e combater a doença.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/11-coisas-que-voce-nao-sabe-sobre-o-avc/ - Por Maria Tereza Santos - Foto: IS/iStock

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Relógio biológico: Por que infarto e AVC ocorrem mais de manhã?

Cuidado com o coração pela manhã

O relógio biológico do nosso corpo, configurado em parte por informações do ambiente, incluindo o ciclo luz-escuro, controla vários aspectos das funções diárias do nosso corpo, incluindo o sono, o ritmo cardíaco e a alimentação.

E parece que o sistema de defesa do nosso organismo também responde a esse relógio e influencia a capacidade do nosso corpo de se reparar e responder a lesões em diferentes momentos do dia.

Por exemplo, estatisticamente se sabe que ataques cardíacos e AVC - coágulos sanguíneos, em geral - ocorrem mais frequentemente nas primeiras horas da manhã, embora os cientistas ainda não houvessem encontrado um elo que associasse essas ocorrências ao ritmo circadiano.

Agora, finalmente se confirmou que, pela manhã, pacientes com doenças cardiovasculares têm níveis mais baixos de uma importante família de moléculas protetoras no sangue, o que pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos e ataques cardíacos nesse período.

A expectativa é que a descoberta da importância desse composto no sangue possa levar a novas formas de diagnosticar, tratar e prevenir as doenças cardiovasculares, sobretudo em seus aspectos mais agudos.

"Para as pessoas com doenças cardíacas, de manhã, pouco antes de sair da cama, um aumento da frequência cardíaca, juntamente com outras mudanças na corrente sanguínea, resulta em uma ativação de células na corrente sanguínea. Isso leva à formação de pequenos coágulos, o que pode levar ao bloqueio dos vasos sanguíneos, resultando em um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral," explicou o Dr. Jesmond Dalli, da Universidade Queen's Mary (Reino Unido).

Mediadores especializados pró-resolução

As moléculas em questão são conhecidas como mediadores especializados pró-resolução (SPMs), que são produzidas a partir de ácidos graxos ômega-3, os mesmos ácidos graxos encontrados nos peixes e outros alimentos saudáveis. Os SPMs estão envolvidos no controle do comportamento dos glóbulos brancos e das plaquetas durante a inflamação, permitindo que o corpo se cure.

O que a equipe descobriu é que, nas pessoas saudáveis, o nível de SPMs aumenta durante as primeiras horas da manhã, ajudando a controlar o comportamento dos glóbulos brancos e das plaquetas nos vasos sanguíneos.

Nos pacientes com doença cardiovascular, no entanto, a produção desses SPMs é significativamente prejudicada e associada a um aumento acentuado na ativação de células sanguíneas e à formação de aglomerados de glóbulos brancos e plaquetas, que podem contribuir para a formação de coágulos e inflamação dos vasos sanguíneos.

Quando os pesquisadores reabasteceram os níveis de moléculas de SPMs no sangue de pacientes com doenças cardiovasculares, o comportamento das células na corrente sanguínea melhorou, reduzindo-se a inflamação dos vasos sanguíneos, como ocorre nas pessoas sem predisposição para doenças cardiovasculares.

"Ficamos surpresos ao descobrir que um pequeno grupo de moléculas de um ácido graxo essencial, que anteriormente não se acreditava ter qualquer importância clínica, realmente parece controlar esse processo vital de ativação celular. Isso nos ajuda a entender como as doenças cardiovasculares podem ocorrer e descobrir novas formas possíveis de identificar, tratar e preveni-las," disse Dalli.


sábado, 14 de abril de 2018

10 fatores de risco para o AVC

Fugir deles aliviaria dramaticamente os índices do segundo problema de saúde que mais causa estragos no planeta - e de seus sintomas limitantes

Você está prestes a conhecer o maior e mais importante roteiro sobre como evitar um acidente vascular cerebral (AVC) – e seus sintomas – já elaborado até agora. É assim que pode ser definido o InterStroke, estudo publicado no renomado periódico científico The Lancet.

Capitaneado pela Universidade McMaster, no Canadá, ele reúne informações de 26 mil pessoas de 32 nações diferentes – incluindo o Brasil. Metade dos indivíduos analisados chegou ao hospital após sofrer o entupimento ou o rompimento de um vaso sanguíneo que irriga a cabeça. A outra parcela, por sua vez, não passou por esse baque e serviu de base para a comparação dos resultados.

A primeira conclusão a chamar a atenção: 90% dos casos de AVC não ocorreriam se controlássemos dez fatores que lesam as artérias cerebrais (pressão alta, tabagismo, diabete…). Se isso fosse seguido à risca, o número de atingidos todos os anos no mundo cairia de 15 milhões para 1,5 milhão. Só em nosso país reduziríamos em 450 mil episódios a taxa anual de eventos do tipo. É o equivalente a salvar a cada 12 meses um contingente similar à população de Florianópolis, em Santa Catarina.

O derrame disputa com o infarto a cabeceira no inglório ranking das doenças que mais matam em todo o globo. Como se não bastasse, aqueles que sobrevivem ao ataque convivem com uma série de limitações, como dificuldades para falar e se locomover. “Precisamos implementar com urgência as medidas de controle sobre esses dez fatores de risco”, afirma o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e coordenador do InterStroke em terras brasileiras. A seguir, você confere detalhes e orientações em relação a cada um dos agentes promotores do AVC. Evitá-los é primordial para garantir vida longa e funcional ao cérebro.

1) Hipertensão
Se controlada, diminuiria as taxas de AVC em 47,9%
Ela é disparado o fator de risco campeão. Ajustar a pressão já faria cair ao meio as estatísticas de AVC. “A hipertensão desgasta e provoca lesões nas paredes dos vasos”, explica o médico Marcus Malachias, presidente daSociedade Brasileira de Cardiologia. Imagine uma mangueira submetida por um bom tempo a uma pressão de água forte. Concorda que uma hora ela vai corroer e rasgar? Pois é algo parecido o que acontece com as artérias do cérebro. “Para piorar, 90% dos hipertensos não apresentam sintomas e só 20% deles estão com os níveis de pressão equilibrados”, alerta Malachias.

O que você pode fazer
Não exagere no sal.
Capriche no consumo de vegetais.
Verifique a pressão de tempos em tempos.
Se for diagnosticado com hipertensão, tome direitinho os medicamentos prescritos.

2) Sedentarismo
Se controlado, diminuiria as taxas de AVC em 35,8%
Ficar parado por muito tempo é péssimo para a saúde como um todo. O desdobramento imediato do sedentarismo é o acúmulo das calorias dos alimentos. Isso vai desembocar em ganho de peso, hipertensão, diabete… Já percebeu onde vamos parar, não é? Na contramão, investir numa rotina de atividade física impede esse turbilhão de complicações e, mais importante, tem efeito direto no sistema vascular. “Quem se exercita com regularidade se beneficia com a produção de substâncias que evitam a formação de placas de gordura e aumentam a capacidade de o vaso contrair e relaxar”, justifica a neurologista Gisele Sampaio, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

O que você pode fazer
Escolha um esporte que lhe dê prazer.
Crie uma programação semanal de treinos.
Busque suporte de profissionais de educação física para ter orientações.
Se persistência for seu fraco, forme grupos para suar a camisa. Assim um anima o outro.

3) Colesterol alto
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 26,8%
“O LDL e os outros tipos do colesterol ruim são os principais responsáveis pelo surgimento de placas que obstruem os vasos”, avisa o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. Segundo o médico, ainda restavam poucas dúvidas sobre o papel do excesso de gorduras na probabilidade de um AVC dar as caras – e a nova publicação acaba com qualquer inquietação. Curiosamente, os estudiosos não mediram no trabalho o LDL e o HDL dos voluntários. Eles preferiram usar a diferença entre a apolipoproteína B (ApoB) e a apolipoproteína A1 (ApoA1), partículas de proteína ligadas ao colesterol (entenda as razões à direita).

O que você pode fazer
Maneire nos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.
Faça checkups para ver a quantas anda o seu colesterol todos os anos.
Se o médico decidir lançar mão de remédios como as estatinas para abaixar os níveis, siga rigorosamente o tratamento.

4) Dieta ruim
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 23,2%
Junto com a atividade física, a alimentação constitui o pilar fundamental de uma vida saudável. “Alguns nutrientes, como o ômega-3 dos peixes e das nozes, têm ação nas artérias, preservando-as de processos inflamatórios e da formação de coágulos”, exemplifica a nutricionista Rosana Perim, do Hospital do Coração, em São Paulo. O estudo tomou como base de uma dieta ideal o Alternate Healthy Eating Index, roteiro criado nos Estados Unidos que traz recomendações gerais de nutrição. Dá pra conferir as suas premissas à direita.

O que você pode fazer
O novo guia separa em três partes as diretrizes alimentares
Consumir seis componentes com frequência:
Verduras
Frutas
Grãos integrais
Castanhas
Legumes
Ômega-3

Usufruir de um item de forma moderada:
Álcool
Ingerir com muita moderação:
Bebidas açucaradas
Carne vermelha e processada
Gordura trans
Sódio

5) Obesidade
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 18,6%
Os quilos extras andam de mãos dadas com hipertensão, colesterol nas alturas, diabete… “Fora que a obesidade central, quando a gordura se acumula na região da barriga, é particularmente nociva porque libera substâncias perigosas para as artérias”, informa Malachias. No InterStroke, para saber se um voluntário estava acima do peso, foi levada em conta a relação cintura-quadril, uma medida simples e fácil de ser feita. “Ela é mais fidedigna que o popular índice de massa corporal, o IMC”, compara Malachias.

O que você pode fazer
Aprenda a calcular sua relação cintura-quadril: com uma fita métrica, meça o diâmetro de sua cintura, perto da altura do umbigo. Repita o procedimento para obter o tamanho do quadril, nas nádegas. Divida o primeiro valor pelo segundo. Números maiores que 0,8 para mulheres e 0,9 para homens são sinal de encrenca. Atenção: as brasileiras costumam ter o quadril largo, o que confundiria os prognósticos.
Se preciso, peça ajuda de um expert para emagrecer.

6) Estresse
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 17,4%
Tensão exacerbada e transtornos como ansiedade e depressão figuram em sexto lugar no ranking dos malfeitores. “O InterStroke considerou como o estresse abala o sujeito em quatro domínios: família, sociedade, trabalho e finanças”, descreve Avezum. A partir de entrevistas, os autores chegavam à conclusão de como se encontrava o bem-estar mental de cada um. Isso é significativo porque há uma relação direta entre nervosismo constante e alterações circulatórias capazes de gerar uma pane cerebral. “No sentido contrário, quem é espiritualizado e calmo possui um risco menor de enfrentar o problema”, nota Sheila Martins. Motivo extra para descansar e esfriar a cabeça de uma vez por todas.

O que você pode fazer
Reserve um horário de seu dia para fazer coisas que deem prazer e alegria.
Não consegue se desligar? Que tal apostar em técnicas como a meditação e o mindfullness?

7) Tabagismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 12,4%
Eis um vilão antigo e que ainda cobra campanhas. O cigarro lesa a camada interna dos vasos, deixa os tubos sanguíneos mais estreitos e acelera o aparecimento de placas de gordura – quadro propício para infartos e AVCs. “Felizmente, o hábito de fumar vem diminuindo bastante no Brasil nos últimos anos, graças ao movimento de conscientização e às novas leis”, comemora Sheila.

O que você pode fazer
Existem diversos métodos e até remédios que auxiliam a largar o vício.
Elabore uma lista com fatos decisivos para desistir do tabaco. Assim, fica mais fácil resistir se vier a tentação de voltar.
Grupos de apoio apaziguam as aflições da abstinência.

8) Doenças cardíacas
Se controladas, diminuiriam a taxa de AVC em 9,1%
A arritmia, distúrbio em que as batidas do coração ficam fora de ritmo, dáum incentivo danado para o surgimento de coágulos. “E, algumas vezes, eles viajam até o cérebro e causam AVC”, relata o neurologista Márcio Bezerra, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Para evitar essa repercussão, pessoas diagnosticadas com a condição necessitam engolir alguns comprimidos, como anticoagulantes.

O que você pode fazer
Visite o cardiologista de tempos em tempos. Um simples eletrocardiograma é suficiente para flagrar arritmias.
Uma vez que a falha no peito é detectada, converse com o doutor sobre os recursos terapêuticos disponíveis.

9) Alcoolismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 5,8%
“Em pequenas quantidades diárias, o que significa no máximo uma taça de vinho, as bebidas levam a um relaxamento dos vasos”, adianta Rosana Perim. Se exceder no álcool, porém, dá-lhe encrenca. “As artérias ficam mais apertadas e rígidas, o que dificulta e até trava o transporte de nutrientes”, completa a nutricionista. O recado, mais uma vez, é moderação: fique esperto e nada de abusar dos drinques. Caso não tenha o costume de beber, não há necessidade de criar o hábito pensando em saúde.

O que você pode fazer
Maneire nas doses
Se for o caso, converse com um profissional

10) Diabete
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 3,9%
O relato dos participantes e o exame de hemoglobina glicada (que mostra a variação nas taxas de açúcar de três meses)serviram para determinar quem era diabético. Mas a influência desse problema no risco de AVC ficou abaixo do esperado, o que gerou estranheza. “Sabemos que o diabete faz subir o risco de lesões nos vasos, mas talvez seu peso seja inferior ao da pressão e do colesterol”, reflete o cardiologista Otavio Gebara, diretor médico do Hospital Santa Paula, na capital paulista.

O que você pode fazer
Seja comedido nos doces e nos carboidratos em geral.
Adotar uma vida ativa mantém a glicose dentro dos parâmetros saudáveis.
A glicemia de jejum precisa sempre estar menor que 99 mg/dl. Entre 100 e 125 mg/dl é pré-diabete. Acima de 126 mg/dl já se instalou a doença.
Se for diabético, monitore a glicemia e siga o esquema terapêutico.

O papel do ambiente
Outro estudo de peso recém-publicado no The Lancet foi o Global Burden Disease, que fez uma análise da mortalidade de uma série de enfermidades pelo mundo. E os dados apontam que 29% dos casos de AVC são atribuíveis à poluição. De 1990 a 2013, houve um aumento de 33% na atuação das partículas tóxicas como estopins de derrames. O combate à poluição é crucial inclusive à saúde pública.

Como socorrer alguém que teve um derrame?
A dica é ficar atento aos sinais. “Entre eles, destacam-se perda de força e dormência nos membros, dificuldade para enxergar ou se comunicar, tontura, falta de equilíbrio e dor de cabeça súbita e insuportável”, enumera a neurologista Sheila Martins, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Se você notar alguns deles, ligue para o serviço de emergência. O atendimento rápido poupa vidas e a maioria das sequelas graves.


domingo, 25 de março de 2018

O que é mal súbito e quais as suas causas

O produtor musical Miranda morreu após ter esse problema. Entenda o que é essa condição e quais os motivos por trás dela

A morte do produtor musical Carlos Eduardo Miranda aos 56 anos pegou todos de surpresa. Ele estava com a família quando teve um mal súbito. Mas o que é isso e por que pode ser tão grave?

“Na verdade, o mal súbito não é uma doença, e sim um sintoma de diversos problemas”, ensina o cardiologista Helio Castello, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. “Em resumo, trata-se de uma perda repentina de consciência”, completa.

Às vezes, não é mais do que um desmaio provocado por desidratação ou queda de pressão. Aliás, como anexo, o desmaio é uma síncope transitória e rápida que ocorre por falta de fluxo sanguíneo no cérebro.

Porém, essa perda de consciência pode ser a manifestação de quadros sérios, como o AVC, infarto, arritmias cardíacas ou aneurismas. Não raro, o mal súbito também dá as caras após o consumo excessivo de drogas ou álcool.

No caso de Miranda, ainda não se sabe o que motivou o problema. Ele teria sofrido fortes dores de cabeça antes do prolapso, o que sugeriria um derrame. No entanto, é impossível cravar qualquer coisa no momento.

Embora essa encrenca não necessariamente apresente sintomas prévios, talvez a pessoa sofra, momentos antes, incômodo no peito, batimentos cardíacos acelerados, mal-estar, enjoo, dor de cabeça, falta de ar…

Só não confunda mal súbito com morte súbita, que é quando de fato a pessoa falece repentinamente. “Problemas cardiovasculares são a principal causa de morte súbita”, revela Castello.

Dá para evitar o mal súbito?
Nem sempre, mas manter a saúde em dia, evitar o estresse e tomar bastante água pode evitar síncopes de maneira geral. Além disso, ao afastar a hipertensão, o diabetes, a obesidade e outros males que provocam ataques cardíacos e AVC, indiretamente você está combatendo o mal súbito.

Como socorrer alguém que perde a consciência
Via de regra, o atendimento precisa ser rápido. Se a pessoa não recobra a consciência em poucos segundos, contate os serviços de emergência e reportar os diferentes sinais para que o atendente ofereça um melhor suporte. O indivíduo parou de respirar? Seu coração está batendo?


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/carlos-eduardo-miranda-o-que-e-mal-subito-e-quais-as-suas-causas/ - Por Theo Ruprecht - Foto: Valéria Mendonça/SAÚDE é Vital                          

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Enxaqueca pode estar por atrás de AVC e infarto, diz estudo

O risco de desenvolver certos problemas cardiovasculares parece ser maior entre quem sofre com esse tipo de dor de cabeça

Quem tem enxaqueca sabe: a dor de cabeça não só nos afasta da luz e do barulho, mas também de rotinas e obrigações. Como se isso não bastasse, cientistas dinamarqueses e americanos acabaram de descobrir que a condição está relacionada um risco maior de desenvolver males cardiovasculares – entre eles, AVC e infarto.

Os pesquisadores, vindos das universidades Aarhus, na Dinamarca, e Stanford, nos Estados Unidos, analisaram os dados de um levantamento feito entre 1995 e 2013 sobre a saúde dos habitantes do país escandinavo.

Informações sobre mais de 50 mil pessoas que sofrem de enxaqueca foram equiparadas às de 510 mil livres desse tipo de cefaleia. Para a comparação, foram considerados pontos como a idade e o sexo, além de índice de massa corporal (IMC) e a presença de hábitos como o tabagismo.

Dessa forma, os cientistas chegaram às seguintes associações:

A cada mil pessoas com enxaqueca, 25 sofreram um ataque cardíaco – em comparação a 17 entre mil que não sofriam de cefaleia

A cada mil pessoas com enxaqueca, 45 sofreram um acidente vascular cerebral isquêmico – em comparação a 25 entre os mil que não sofriam de cefaleia

A cada mil pessoas com enxaqueca, 47 apresentaram fibrilação atrial (uma arritmia cardíaca que favorece o AVC) – em comparação a 34 entre os mil que não sofriam de cefaleia

Além disso, parece que as mulheres e os indivíduos especialmente sensíveis à luminosidade diante de uma crise enxaquecosa possuem probabilidade ainda maior de desenvolver as complicações listadas acima. Por outro lado, os dados indicaram que males como insuficiência cardíaca não estão relacionados à incidência da cefaleia em questão.

Os estudiosos só reforçam aquela ponderação de sempre para os estudos de observação: não dá para comprovar uma relação de causa e efeito entre a enxaqueca e as encrencas cardiovasculares. No entanto, eles ressaltam a importância de reconhecer esse tipo de cefaleia como um possível fator de risco para o peito e o cérebro.

Pelo sim pelo não, melhor se precaver, não é mesmo?


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Mais mulheres brasileiras estão morrendo por AVC. Por quê?

Enquanto o número de homens morrendo por causa de um derrame caiu de 2010 a 2015, entre as mulheres ele cresceu bastante

A saúde cardiovascular do sexo feminino está ameaçada. A partir de dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), notou-se um crescimento na quantidade de mortes por AVC entre as mulheres de 2010 a 2015 – justamente o oposto do que vem acontecendo com os homens. Confira no gráfico:

À esquerda, o número de homens e mulheres que morreram em decorrência de AVC. Embaixo, os anos em que tais números puderam ser observados.

Popularmente conhecidos como derrames, os acidentes vasculares cerebrais são atualmente os principais responsáveis por incapacidade ao redor do globo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dentre os maiores culpados por esse mal, encontram-se problemas difundidos em nossa sociedade – é o caso de má alimentação, sedentarismo, estresse, tabagismo, alcoolismo, hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade.

Mas você pode olhar o gráfico lá em cima e pensar: ora, a quantidade de óbitos por AVC é praticamente igual entre os sexos. E é mesmo. Em 2015, 50 251 marmanjos e 50 252 mulheres morreram do mal – sim, a diferença foi de um caso. Ocorre que, enquanto há uma tendência de queda na curva masculina, o oposto está acontecendo com as mulheres.

Segundo o diretor da SBC, Celso Amodeo, por trás da melhora entre os homens, estão campanhas de educação e conscientização a respeito dos fatores de risco. O que explicaria, porém, o aumento no número de AVCs entre as mulheres?

A famigerada dupla jornada

Tudo aponta que fatores culturais estejam por trás dos dados. “Além das tarefas de casa, as mulheres passaram a ter atividades externas de trabalho”, opina Amodeo. De fato: um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou, esse ano, que o sexo feminino trabalha quase oito horas a mais que o masculino por semana – considerando o trabalho doméstico e o do escritório.

Porém, há outros possíveis culpados. O uso de pílula anticoncepcional entre as predispostas ao tromboembolismo (principalmente as fumantes), por exemplo, seria um deles. Para ficar segura, o jeito é buscar conselhos de um médico.

Por outro lado, Amodeo observa que a prevalência de derrames no Brasil é semelhante à que se observa em outros países. “Na China, os números são maiores ainda, devido ao grande consumo de sal, quase quatro vezes maior que o brasileiro”, comenta.

Ou seja, não é que nós estamos indo especialmente mal. Só que isso não é motivo para deixarmos de prestar atenção, certo?

E um último recado: a saúde da mulher está gerando tanta preocupação que, no Dia Mundial do Diabetes de 2017, o tema eleito foi como essa doença afeta especificamente o sexo feminino.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/por-que-mais-mulheres-morrendo-por-avc/ - Por Giovana Feix - Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital