Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 8,2
milhões de pessoas em todo o mundo morrem em decorrência do câncer. Esse tipo
de doença pode se manifestar em diversas partes do corpo - sempre tendo como
característica principal a reprodução descontrolada de células anormais e
malignas -, mas em algumas regiões, ele é mais comum.
Para facilitar a prevenção e o diagnóstico precoce
deles, reunimos informações sobre os dez tipos de câncer mais comuns de acordo
com o INCA.
Quais são os tipos de câncer mais frequentes?
Câncer de pele não-melanoma
Os cânceres de pele são classificados como melanoma,
que surge da melanina que pigmenta a pele, e não-melanoma, que resulta em
mutações nas demais células da pele. De acordo com o INCA, o segundo é o tipo
de câncer mais incidente no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 30%
dos casos da doença e somando mais de 175 mil pacientes. Sua principal causa é
a exposição solar desprotegida.
Sintomas
Os principais sintomas do câncer de pele são: lesões
avermelhadas e com vasinhos; feridas que demoram para cicatrizar; lesões e
manchas acompanhadas de coceira, ardência, descamação e sangramento; caroços na
pele; manchas mais claras que o tom natural da derme.
Pintas assimétricas, com bordas, várias cores e
crescimento progressivo também devem ser encaradas com cuidado pois podem se
tratar de tumores malignos do tipo melanoma. Busque um dermatologista caso
apresente esses indícios.
Prevenção
Já a prevenção é simples e começa pelo uso de filtro
solar. Evitar a exposição solar em horários que o sol é mais intenso (das 10h
às 16) e abusar de proteções físicas (como chapéus, óculos de sol e guarda-sol)
também é indicado.
Câncer de próstata
O segundo tipo de câncer mais frequente é o de
próstata, que atinge cerca de 60 mil homens anualmente. Essa glândula masculina
fica na parte inferior da bexiga e tem a função de produzir alguns componentes
do sêmen. Sua incidência atinge principalmente pessoas idosas.
As causas do câncer de próstata ainda não são
conhecidas, mas sabe-se que seu aparecimento está ligado a fatores genético e
exteriores, como má alimentação e obesidade.
Sintomas
Os sintomas costumam ser discretos e incluem
dificuldade ou vontade excessiva de urinar. Quadros avançados apresentam dores
pélvicas e infecções graves.
Prevenção
Assim como em outros tipos de tumor, a alimentação
tem poder preventivo. Apostar em frutas, verduras, grãos e fibras é uma boa
maneira de reduzir o risco de ter o problema. Atividades físicas, controle do
peso e evitar o uso de drogas e álcool são outras atitudes benéficas.
Quando necessário, podem ser usadas estratégias de
rastreamento para o câncer de próstata, como exame do toque retal e do marcador
PSA, que devem ser indicadas expressamente por um médico, visto que em alguns
casos podem trazer mais malefícios do que benefícios, como diagnóstico
falso-positivo e realização de biópsia sem necessidade.
Câncer de Mama
Esse tumor aparece em segundo lugar no ranking de
tipos de câncer mais frequentes entre as mulheres, logo atrás do tumor de pele.
Responsável por mais de 55 mil casos anuais, é caracterizado pelo aumento
anormal de células do seio e causado principalmente por mutação genética e
histórico familiar. Todavia, outros fatores como tabagismo, alcoolismo,
gestação e menopausa tardia também contribuem para seu aparecimento.
Sintomas
Anualmente, o Brasil registra mais de 50 mil casos
de câncer de mama, cujos sintomas incluem: nódulos no pescoço, seio e axilas;
alterações de tamanho e na pele da mama; lesões e secreção nos mamilos.
Prevenção
Ainda não há meios concretos de evitar esse tumor.
Contudo, segundo o INCA, apostar em hábitos saudáveis, como alimentação
adequada, atividade física, evitar álcool e cigarro pode diminuir em quase 30%
a chance de ter o problema. Outro fator importante é a realização do autoexame
e de testes periódicos, como o ultrassom mamário e a mamografia, visto que o
câncer de mama detectado na fase inicial tem maior chance de cura.
Câncer de cólon e reto
Também chamado de câncer colorretal, ele atinge as
partes finais do intestino grosso chamadas de cólon e reto. Geralmente, é fruto
de predisposição genética, mas também pode ter relação com fatores externos
como pólipos intestinais, quadro em que há o crescimento de tecido no interior
do aparelho digestivo.
Sua taxa de mortalidade é baixa e o prognóstico de
cura é melhor se a doença for descoberta logo nas fases iniciais.
Sintomas
Seus principais sintomas incluem: alterações nos
hábitos do intestino, como intestino solto e constipação; dores abdominais;
gases; sangramentos; perda de peso inexplicada; enjoo; fraqueza.
Prevenção
Uma forma de prevenir o câncer colorretal é apostar
em uma alimentação balanceada e rica em fibras, que regulam o trato digestivo,
além de praticar atividades físicas. Evitar drogas, álcool e carnes vermelhas
demasiadamente são outras atitudes que colaboram para evitar a doença.
Pulmão, traqueia e brônquios
Aproximadamente 28 mil casos surgem por ano pelo
câncer de pulmão. Ele também pode acometer outras partes do sistema
respiratório, como a traqueia e os brônquios.
Sua principal causa é o tabagismo, que corresponde a
90% dos quadros. Outros fatores que provocam o acometimento são a inalação de
fumaça de cigarro, químicos e poluição. Doenças do trato respiratório também
podem impulsionar o aparecimento da doença, assim como fatores genéticos.
Sintomas
Tossir demasiadamente, escarrar sangue e ter
pneumonias de repetição são os principais sinais desse acometimento.
Prevenção
Parar de fumar é o primeiro passo. Para se ter uma
ideia do malefício desse hábito, o risco de ter câncer de pulmão diminui em
apenas 20 minutos após largar o cigarro.
Outros atos preventivos válidos são manter uma
alimentação adequada, evitar inalar fumaça tóxica, poluição e agentes químicos,
tratar doenças pré-existentes, além de realizar exames preventivos se houver
histórico da doença na família.
Câncer de estômago
Mais de 20 mil casos de câncer de estômago surgem
todos os anos no Brasil. Os indivíduos mais propensos a ter essa doença são os
homens acima de 70 anos, contudo as chances de ter o acometimento já são
maiores a partir dos 50. Suas causas incluem predisposição genética e doenças
como gastrite atrófica.
Sintomas
Sua manifestação inclui redução de peso sem motivo
aparente, cansaço, sensação de estômago estufado, vômito, enjoo, dor no
abdômen, alteração na cor e densidade das fezes, sangramentos no estômago,
aumento do volume abdominal e nódulos no pescoço e umbigo.
Prevenção
Apostar em uma alimentação adequada, repleta de
fibras, legumes e frutas cítricas, é uma maneira de prevenção do tumor, visto
que essas comidas possuem vitamina C e betacaroteno que protegem o órgão.
Evitar drogas, álcool e cigarro é outro ponto
importante, assim como não exagerar no consumo de alimentos industrializados.
Cuidar da qualidade da água também é necessário, pois o líquido com alta
quantia de nitrato pode aumentar o risco desse tumor.
Câncer de colo do útero
Esse tumor atinge o colo do útero, que é a parte
inferior do órgão, também chamada de cérvix. Anualmente, faz mais de 16 mil
vítimas. Entre suas principais causas está a infecção pelo papilomavírus
humano, que é o nome dado ao vírus do HPV.
Depois de contraído, o que pode ocorrer por relação
sexual ou contato indireto, o micro-organismo pode reagir de diferentes
maneiras: em alguns casos o HPV é curado naturalmente, por meio do sistema imunológico,
em outros causa feridas no colo do útero de cunho benigno ou de caráter
malígno, que são câncer.
Sintomas
Os sintomas de câncer de colo de útero só costumam
aparecer nas fases mais avançadas da doença. Nestes casos, pode surgir dor e
sangramento na relação sexual, secreção anormal, cólicas intensas e alterações
urinárias e intestinais.
Prevenção
Evitar o contágio pelo vírus é o primeiro passo para
evitar o tumor. A camisinha não protege completamente, visto que o HPV também
está em toda a pele da região íntima, mas já reduz o risco de contágio.
Diminuir o número de parceiros, tomar a vacina para
HPV e realizar consultas e exames periódicos, como o papanicolau e a
colposcopia, também são estratégias valiosas. Outros hábitos preventivos
incluem parar de fumar e manter uma dieta equilibrada.
Câncer de boca
Com mais de 15 mil casos por ano, o câncer de boca
pode afetar toda a cavidade oral, incluindo lábios, língua, palato, bochechas e
gengivas. Costuma ser mais frequente em indivíduos do sexo masculino acima dos
40 anos.
Fumar e beber álcool aumentam a chance de ter a
doença. Ter HPV também pode colaborar, assim como pegar sol nos lábios sem a
devida proteção.
Sintomas
Lesões que não saram, nódulos, manchas e placas
podem ser indícios de câncer na cavidade oral. Ficar com a voz rouca, ter
dificuldade em engolir, mastigar e falar também, especialmente em casos mais
avançados.
Uma boa alternativa para identificar os sinais é
fazer o autoexame da boca, que é uma inspeção de todos os aspectos da mucosa.
Prevenção
Dieta balanceada, higienizar a boca corretamente,
evitar fumar e ingerir álcool são meios de evitar o problema. O uso de protetor
solar labial também é indicado.
Linfoma de não-Hodgkin
O linfoma atinge os linfonodos, que são células
responsáveis pelo sistema imune. O tumor é dividido de acordo com suas
características em dois tipos, o de não-Hodgkin e o de Hodgkin. O primeiro fica
em 9° lugar no ranking dos cânceres mais incidentes no Brasil, respondendo por
mais de 10 mil e duzentos casos.
As causas para o aparecimento desse tipo de tumor
mais comum ainda não estão muito bem definidas, mas sabe-se que indivíduos com
o sistema imunológico abalado têm mais chances de desenvolver o problema, assim
como os que possuem determinados tipos de vírus e bactérias. Outra possível
relação é a exposição a produtos químicos, como inseticidas, fertilizantes e
solventes.
Sintomas
Entre as principais manifestações estão: aumento dos
gânglios do pescoço, axila e virilha; suor excessivo; febre, coceira;
emagrecimento sem razão aparente.
Prevenção
Manter um cardápio balanceado, evitar radiação e
praticar atividades físicas são pontos que colaboram com o sistema imunológico,
cujo equilíbrio é essencial para evitar o linfoma.
Leucemia
Com pouco mais de dez mil casos por ano no Brasil, a
leucemia é um tipo de câncer caracterizado pela alteração e reprodução
descontrolada dos glóbulos brancos do sangue, que são responsáveis por defender
o organismo.
É motivado por tabagismo, radiação, problemas
hereditários, algumas drogas quimioterápicas e alguns tipos de doenças no
sangue. O benzeno, químico encontrado no cigarro e na gasolina, também pode
favorecer o aparecimento do câncer.
Sintomas
Como consequência do desequilíbrio dos glóbulos
brancos, a produção das demais células que compõem o sangue é prejudicada,
gerando um desequilíbrio que causa infecções, anemia e hemorragias pela pele,
boca e nariz.
Além disso, pode surgir inchaço nos gânglios
linfáticos, enjoo, vômito, febre, redução de peso e dores na barriga, ossos e
articulações.
Prevenção
Não há meios concretos para prevenir a leucemia. A
única atitude possível para evitar a incidência da doença é parar de fumar.