terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Empatia e cuidado com o próximo são ações reforçadas na Campanha da Fraternidade


Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma e da campanha. Tema faz homenagem à Irmã Dulce, canonizada pelo papa Francisco.

Com o tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, será lançada no Brasil, nesta quarta-feira de Cinzas (26), a Campanha da Fraternidade 2020. O cartaz da campanha, além de fazer referência a uma parábola bíblica do bom samaritano, homenageia Irmã Dulce, canonizada no dia 13 de outubro de 2019, e que agora é chamada de Santa Dulce dos Pobres.

A campanha deste ano incentiva todos os cidadãos a exercitarem a empatia e desenvolverem a capacidade de cuidar do próximo. Segundo o padre Fabiano Roberto, pároco da igreja São Geraldo Majela, em Uberaba, a campanha resgata a preocupação do cuidado com a vida, assim como Irmã Dulce fez.

Santa Dulce dos Pobres, conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia.

"A imagem de Irmã Dulce no cartaz da CF revela uma mulher que, na simplicidade de seu coração, quebrou as regras de seu tempo e não abriu mão de ser diferente e fazer a diferença. As obras sociais dela ajudam, e muito, o nosso povo. Ela se tornou referência na campanha deste ano como uma boa samaritana do nosso tempo. Uma referência sólida, já que recentemente ela foi canonizada, sendo um grande orgulho para o nosso país", comentou o padre.


16 maneiras gratuitas de cuidar de si mesmo


O que você pensa quando ouve a palavra “autocuidado”?

Sim, estamos falando de cuidar de si mesmo. E não, não estamos falando de ir ao salão de beleza, fazer uma massagem, comprar uma máscara facial ou algum produto corporal caro, nem de planejar uma mega viagem em um resort para relaxar.

A era das redes sociais pode até lhe ter feito acreditar que autocuidado é isso, mas existem maneiras muito melhores (e que não custam quase nada) de sentir-se bem.

 “Todo o conceito de autocuidado realmente se desviou da intenção original e se tornou um meme. Quando falo com meus clientes sobre autocuidado, raramente incentivo práticas e hábitos que custam dinheiro. De fato, gastar dinheiro excessivamente ou fundos que não temos em nome do ‘autocuidado’ pode ser angustiante, destrutivo e trabalhar contra nosso bem-estar mental e emocional”, explicou a psicoterapeuta americana Kathleen Dahlen deVos.

Pensando nisso, o The Huffington Post pediu dicas de formas praticamente gratuitas de praticar o autocuidado a especialistas de bem-estar. Fique atento!

1 – Passe um tempo fora de casa
Não importa onde você mora, você pode facilmente passar um tempo ao ar livre. Sente-se na grama, tome alguns minutos de sol no seu quintal, dê uma volta em um parque ou mesmo faça uma caminhada em torno de seu quarteirão.
“Sair de casa e se afastar de nossos dispositivos acalma nosso sistema nervoso dos efeitos negativos dos estressores do cotidiano”, afirmou a médica Tiffany Lester, de São Francisco (EUA).

2 – Limpe e organize seus espaços
Quando sua casa ou seu escritório está bagunçado, isso pode afetar seu estado mental, fazendo você se sentir mais estressado e ansioso, por exemplo.
“Para alguns, um espaço bagunçado ou desorganizado pode ativar seu sistema nervoso e afetar o bem-estar mental. Se esse é o seu caso, reservar um tempo para limpar seu espaço pode ser um ato de autocuidado e amor próprio, e pode parecer uma terapia ao invés de uma tarefa que você não quer fazer”, disse o terapeuta Jesse Kahn, diretor do Centro de Terapia de Gênero e Sexualidade em Nova York (EUA).

3 – Reduza o tempo que você passa nas redes sociais
Além de te privar de realizar outras tarefas mais importantes ou satisfatórias, diversas pesquisas já mostraram que passar muito tempo nas redes sociais é um ato associado a baixa autoestima, problemas de sono e um medo irracional de estar “perdendo” alguma coisa extraordinária.
Claro, existem vantagens em se navegar pela internet e em conectar-se com amigos através de redes sociais, mas este também é um ambiente que muitas vezes estimula o consumo em excesso e a distração, além de agir como um “entorpecente” que nos faz esquecer o que realmente importa em nossas vidas, explica o nutricionista McKel Hill Kooienga, de Nashville (EUA).
Se você tem dificuldade em largar o celular, pode utilizar truques como as funções que os apps têm de te lembrar quanto tempo você já gastou neles, bem como desligar as notificações.

4 – Mantenha um diário
Mesmo que você não queira ter um diário, pode simplesmente pegar um papel e uma caneta e tentar escrever sobre seus pensamentos e emoções às vezes, bem como refletir sobre eventos de sua vida ou cultivar gratidão pelo que você tem.
“Às vezes, escrever ajuda tanto quanto terapia. Manter um diário nos auxilia a externalizar o que está se passando em nossas mentes, a olhar para nossos pensamentos com mais objetividade”, afirma Lauren Donelson, escritora e professora de yoga em Seattle (EUA).

5 – Durma melhor
A importância do sono já foi abordada por inúmeros estudos científicos. Fazer um esforço para dormir sete a nove horas por noite de forma consistente pode fazer toda a diferença em sua vida, inclusive melhorar seu humor e seu desempenho no trabalho.
“Talvez autocuidado seja dormir um número determinado de horas por noite, não exceder determinado número de horas, dormir em determinado horário para ser capaz de levantar-se em determinado horário ou criar um ritual que te ajuda a relaxar e acalmar seu corpo para dormir”, argumenta Kahn.

6 – Medite
A meditação é comprovadamente uma das melhores formas de restauração e reconexão com a mente e o corpo.
“Há um valor muito grande em se dar tempo e espaço para trocar do modo ‘fazer’ para o modo ‘ser’. A meditação permite que as pessoas se reconectem com as necessidades de seu corpo e mente”, diz Tamara Levitt, instrutora de meditação em Toronto (Canadá).
Se você não é fã de meditar em silêncio, pode utilizar aplicativos (gratuitos ou pagos) para te guiar nesse processo.

7 – Questione-se sobre seu próprio bem-estar
Pelo menos uma vez por dia, separe um tempinho para ver como você está indo. Faça uma pausa para questionar-se se você está com fome, cansado, satisfeito, que emoções está sentindo e que partes de seu corpo precisam de atenção.
“Apenas fazer a si mesmo a pergunta: ‘como estou indo agora?’ é um lembrete gentil de cuidar de si mesmo”, opina Hill Kooienga.

8 – Mexa-se
Exercitar-se faz bem não só para a saúde física, mas também para a mental. Se você não tem dinheiro para ir à academia ou fazer aulas pagas, pode dançar sozinho em seu quarto ouvindo suas músicas preferidas, buscar por atividades gratuitas em sua cidade (como aulas comunitárias de ritmos musicais, lutas marciais, alongamento), correr em um parque e até assistir vídeos instrutivos na internet, como aulas de yoga.

9 – Conecte-se com pessoas queridas na vida real
Mandar um e-mail ou uma mensagem de texto é certamente muito conveniente e parece “diminuir” a distância entre as pessoas, ou conectá-las, por assim dizer.
Mas tirar um tempinho para realmente se encontrar com amigos e família é muito melhor no que diz respeito a satisfazer nossas necessidades de conexão interpessoal, de uma maneira que a internet não consegue fazer.
“Ligue para um amigo, faça uma caminhada com um colega ou prepare um jantar com um membro da família. Conectar-se com outras pessoas de quem gostamos nos ajuda a espairecer, regula o sistema nervoso e melhora o humor”, conta Dahlen deVos.

10 – Invista em um hobby
A vida não deve ser só trabalho e obrigações domésticas e familiares, certo? É preciso reservar um tempo para fazer aquilo que realmente apreciamos, para investir em um hobby.
“A maioria de nós é muito ocupada para separar um tempo para atividades que dão alegria e trazem conforto. Encontre tempo toda semana para se desligar dos eletrônicos e se engajar em um hobby que rejuvenesça seu espírito; toque um instrumento, escreva em um diário, faça uma aula de culinária. Enquanto os eletrônicos nos esgotam, nossas atividades favoritas nos nutrem”, explica Levitt.

11 – Respire fundo
Em períodos muito estressantes, podemos passar horas ou um dia inteiro sem respirar profunda e corretamente, a menos que façamos isso intencionalmente. E talvez você não tenha ideia do bem que isso pode te causar.
“Eu gosto de respirar profundamente de manhã e ao longo do dia porque me ajuda a me recentrar e me conectar mais com o momento presente. Uma estratégia que eu uso é me lembrar de fazer três respirações profundas toda vez que vou ao banheiro e lavo minhas mãos. É fácil, gratuito e faz uma enorme diferença nos meus níveis diários de estresse”, argumenta Jessica Jones, nutricionista em São Francisco (EUA).

12 – Seja voluntário               
Escolhe uma causa, uma organização ou uma ideia e voluntarie seu tempo a ela.
“Engajar-se em atos altruístas e ver suas ações tendo um impacto direto e positivo na vida de outras pessoas é uma forma certeira de melhorar o humor e sentir-se parte de algo maior do que si mesmo. Isso pode ajudar a colocar seus problemas em contexto, ou pelo menos te dar uma pausa dos estressores do dia a dia sem ser uma atividade entorpecente”, esclarece Dahlen deVos.

13 – Coma mais vegetais
Tenha como meta diminuir o consumo de comidas ultraprocessadas e aumentar o de vegetais e outros lanchinhos saudáveis.
“A maioria de nós não consome alimentos integrais suficientes e muito menos vegetais, que nos mantêm de bom humor e satisfeitos por causa da saciedade prolongada oferecida pelas fibras. Os vegetais nutrem nosso corpo físico em um nível celular com fibras, minerais, vitaminas e antioxidantes, e podem ter um sabor delicioso também”, afirma Hill Kooienga.

14 – Abrace pessoas (e bichinhos) amados
Dormir de conchinha com a pessoa amada ou abraçar um amigo, um filho e até um cachorro pode ser muito importante para seu bem-estar. Entre outras coisas, pode aliviar a ansiedade e a depressão, bem como diminuir sentimentos de solidão.
 “O abraço libera ocitocina, um hormônio que nos faz nos sentirmos bem, e também ajuda a reduzir o estresse”, explica Lynsie Seely, terapeuta em São Francisco (EUA).

15 – Aprenda a dizer não
Autocuidado não é sempre sobre fazer algo “a mais” em sua rotina; às vezes, é sobre saber escolher aquilo que você não quer fazer.
“Muitos de nós gostam de agradar aos outros e passam muito tempo fazendo coisas por causa de sentimentos de culpa e obrigação, o que por sua vez deixa as pessoas sem energia e sem a capacidade de focar em si mesmas e em suas reais necessidades”, diz a nutricionista e terapeuta de hábitos alimentares Sara Groton, de São Francisco (EUA).
Sempre que você se pegar pensando “tenho que fazer isso”, “preciso fazer aquilo”, tire um momento para desafiar esse pensamento – tem mesmo? Precisa mesmo?

16 – Pratique autocompaixão
Nem mesmo todos os procedimentos de beleza, cirurgias plásticas e massagens do mundo poderiam consertar aquela voz interior que nos julga e critica o tempo todo.
Seja gentil consigo mesma; se perdoe, se ame, não se culpe. Isso é autocuidado da maior qualidade.
Se você não sabe por onde começar, pode aproveitar o conselho da terapeuta americana Allison Hart, colocar sua mão em seu coração e repetir: “Estou com dificuldades agora. Estou sofrendo, estou com raiva ou me sentindo fora do fluxo. Que eu seja gentil e flexível comigo mesma. Que eu seja bondosa comigo mesma e que eu faça uma pausa na resolução de problemas por um momento”. [HuffPostBrasil]


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Copa e Copinha O Saber de futsal masculino 2020


Sono da beleza repõe colágeno e atrasa envelhecimento


Uma noite de sono bem dormida pode trazer diversos benefícios para saúde da pele

Você já teve uma noite de sono bem dormida e acordou achando que a pele estava mais bonita e renovada? Era real. De acordo com estudo realizado por biólogos da Universidade de Manchester, o "sono da beleza" tem relação com a reposição de colágeno.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature Cell Biology, conseguiu provar que dormir bem traz diversos benefícios estéticos. Isso porque o nosso organismo está abastecido com muitas fibras de colágeno - que são as proteínas que garantem a elasticidade e a força do tecido conjuntivo.

Ainda segundo o estudo, essas proteínas podem ser divididas em dois tipos: as grossas, produzidas até os 17 anos de idade e que ficam no corpo por toda a vida; e as finas, que se quebram durante o dia e são reabastecidas à noite.

Dessa forma, durante o sono, o relógio biológico trabalha para repor as fibras que foram quebradas e perdidas no dia, protegendo também as permanentes.

Como o estudo foi feito
O estudo foi realizado com ratos, que eram analisados a cada quatro horas, durante dois dias. Os biólogos notaram que ao retirar os genes ligados ao relógio biológico, as fibras eram misturadas.

Quando o relógio funcionava corretamente (acontece quando dormimos bem), as fibras finas morriam e as grossas permaneciam - a forma correta e natural para que a pele tenha elasticidade por mais tempo.


domingo, 23 de fevereiro de 2020

Descubra como caminhar pode emagrecer mais do que academia


Trinta minutos de caminhada rápida diariamente é mais eficaz do que malhar

Com a rotina agitada, a melhor forma de perder os quilinhos extra é buscar a prática que gaste menos tempo do seu dia e mais calorias. Nesse sentido, um estudo da Escola de Economia de Londres, no Reino Unido, apontou que caminhar de forma acelerada pelo menos 30 minutos por dia é mais eficaz na perda de peso do que malhar ou praticar outros esportes.

A médica Grace Lordan, responsável pelo estudo, analisou os relatórios da Pesquisa Anual de Saúde da Inglaterra dos últimos quatro anos, com o foco em atividades que aumentem o condicionamento físico da população. Assim, ela identificou um padrão entre as pessoas que praticavam caminhada rápida todos os dias por no mínimo meia hora: elas tinham o Índice de Massa Corporal (IMC) menor e a cintura mais fina, sem gorduras localizadas, especialmente entre as mulheres e pessoas acima de 50 anos em geral.

Se esses motivos ainda não convenceram você a começar a caminhar, veja abaixo mais algumas razões para incluir essa atividade na sua vida:

1. Melhora a circulação
Um estudo feito pela USP, de Ribeirão Preto, provou que caminhar durante aproximadamente 40 minutos é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas após o término do exercício. Isso acontece porque durante a prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos a se expandirem, diminuindo a pressão.

2. Aumenta a sensação de bem-estar
Uma breve caminhada em áreas verdes, como parques e jardins, pode melhorar significativamente a saúde mental, trazendo benefícios para o humor e a autoestima, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Essex, no Reino Unido.

3. Diminui a sonolência
A caminhada durante o dia faz com que o nosso corpo tenha um pico na produção de substâncias estimulantes, como a adrenalina. Essa substância deixa o corpo mais disposto durante as horas subsequentes ao exercício. Somado a isso, a caminhada melhora a qualidade do sono de noite.

4. Controla a vontade de comer
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, sugere que fazer caminhadas pode conter o vício pelo chocolate. Durante a pesquisa, foram avaliadas 25 pessoas que consumiam uma quantidade de pelo menos 100 gramas por dia de chocolate. Os chocólatras tiveram que renunciar ao consumo do doce e foram divididos em dois grupos, sendo que um deles faria uma caminhada diária.
Os pesquisadores perceberam que não comer o chocolate, juntamente com o estresse provocado pelo dia a dia, aumentava a vontade de consumir o doce. Mas, uma caminhada de 15 minutos em uma esteira proporciona uma redução significativa da vontade pela guloseima.


sábado, 22 de fevereiro de 2020

10 coisas muito perigosas que você ainda pode comer


Você poderia pensar que, a essa altura do campeonato, seres humanos já sabem o que podem e o que não devem colocar na boca. Mas não é o caso. Comidas muito perigosas continuam populares no mundo todo, e são até consideradas iguarias em alguns locais.

Sim, as pessoas a consomem de propósito. Também não sei o que dizer disto.

10 – Marisco sanguinário
Comer marisco sempre traz riscos de saúde, especialmente porque esses animais são filtradores, ou seja, se alimentam por filtragem. Mas os sanguinários – apelido que vem do inglês “blood clam” – são particularmente perigosos. Um dos mais consumidos é o Tegillarca granosa.
O nome tem origem no fato de que eles possuem grandes quantidades de hemoglobina no sangue, o que lhes dá uma tonalidade vermelho escura. Outras espécies de marisco possuem sangue claro, então a diferença é bastante visível.
O problema em comer mariscos com sangue vermelho jorrando é que você provavelmente pegará hepatite A, E, disenteria ou febre tifoide. Isso se deve à habilidade do animal em filtrar até 40 litros de água por dia – enquanto se alimenta de organismos nessa água, também absorve vírus, bactéria e sabe-se lá mais o quê. Ou seja, em águas particularmente poluídas, os mariscos podem vir com presentes nada generosos. 
Em Xangai, na China, em 1988, cerca de 300.000 pessoas ficaram gravemente doentes ao comer mariscos sanguinários. 31 morreram. Estima-se que 15% de todos aqueles que comem esses animais ganham alguma infecção. E ainda assim eles são uma iguaria em muitas partes da região indo-pacífica. Ok, né…

9 – Sabugueiros
Os frutos e bagas dos sabugueiros – árvores do gênero Sambucus – são em geral comestíveis. A baga de sabugueiro (Sambucus nigra), por exemplo, é frequentemente utilizada na preparação de doces e bebidas e comercialmente cultivada no centro e leste da Europa. Algumas espécies também são consideradas medicinais e cultivadas para o fabrico de remédios homeopáticos.
No entanto, encontrar esses frutos e comê-los na natureza pode ser perigoso. Isso porque as folhas, galhos, ramos, sementes e raízes dessas plantas contêm um glicosídeo cianogênico. Se as pessoas o ingerirem em quantidade suficiente, podem ter uma acumulação tóxica de cianeto no corpo. Claro, comer essas partes da planta não é proposital; o fruto em si não é venenoso, mas pode ser que algum pedaço indesejado seja consumido junto.
É por esse motivo que brinquedos feitos com madeira de sabugueiro são desencorajados, e chás feitos com folhas e outras partes da árvore devem ser tomados com cautela.

8 – Baiacu
Baiacus podem até parecer fofos, mas também são mortais. O que (aparentemente) não impede as pessoas de comê-los.
A arte japonesa de preparar o baiacu, chamado por lá de fugu, é perigosa e demorada. Qualquer chef que queira servi-lo precisa de uma licença que depende de um treinamento de pelo menos três anos.
Isso porque o baiacu contém tetrodotoxina, uma neurotoxina 200 vezes mais fatal que o cianeto. O veneno fica nos órgãos reprodutivos, fígado e intestino do peixe, partes que normalmente não são consumidas, mas é necessário confiar muito no fato de que o chef limpou o animal corretamente.
Se qualquer pingo de tetrodotoxina restou no baiacu, as chances de sobrevivência são mínimas. A morte pode ocorrer de 20 minutos até 24 horas depois da ingestão. Primeiro, você sentirá um formigamento na boca, seguido de paralisia e por fim morte – enquanto permanece consciente o tempo todo. Quer arriscar?

7 – Rã-touro-africana
Embora não sejam tão populares no Brasil, pernas de sapos e rãs são consumidas em diversas partes do mundo. Geralmente, comer esses anfíbios não é perigoso. Exceto no caso da rã-touro-africana, consumida inteira em algumas partes do continente africano, especialmente na Namíbia, onde a iguaria é chamada de “efuma”.
No leste do vale de Luangwa, o povo Nsenga chama a rã de “kanyama kaliye fupam”, o que significa “o animal sem ossos”. Ele pode até ser gostoso, mas a pele e outros órgãos desse anfíbio contêm toxinas prejudiciais que podem levar à insuficiência renal e até à morte. Ou seja, eu passaria.
Não que o povo Nsenga não tome nenhuma precaução – ao que tudo indica, rãs jovens que ainda não acasalaram são muito mais letais do que as mais velhas, de forma que é importante evitar comê-las antes do início da estação de acasalamento.

6 – Água-viva de Nomura
A água-viva de Nomura, conhecida também como Echizen Kurage, é uma espécie de água-viva que pode chegar a dois metros de comprimento e pesar até 200 kg. Não é um animal conhecido por dar uma bela refeição, mas é considerado uma iguaria no Japão.
Sei o que você está pensando: é uma água-viva, logo é tóxica. Sim e não. Tipicamente, carne de água-viva não é tóxica desde que você coma as partes certas. No caso da Echizen Kurage, no entanto, o problema é que ela precisa ser cozida apropriadamente. Jamais pode ser ingerida crua, e se não for corretamente preparada pode carregar níveis tóxicos de nematocistos, o veneno das águas-vivas.
Quando você é queimado por uma, pode sentir coceira, inchaço, dor e inflamação. Quando você ingere uma Echizen Kurage ainda venenosa, no entanto, pode morrer. Apesar disso, se bem cozida, ela é segura. Uma companhia japonesa até serve um sorvete de água-viva com baunilha feito da carne da Echizen Kurage.

5 – Castanha-de-caju
Eu sei, você come e não acontece nada. Mas isso é porque você só come castanhas-de-caju torradas, nunca cruas.
Se você quiser colher um caju e ingerir a castanha ali no mesmo, no pé, você pode. Mas não deveria. Isso porque essas sementes contêm urushiol, uma substância semelhante aos químicos encontrados em plantas como hera venenosa.
Fique tranquilo: uma castanha-de-caju crua não irá te matar. Mas, se você ingerir suficientes delas, isso pode acontecer. É difícil, uma vez que a irritação e a dor provavelmente lhe impediriam de continuar comendo.
Felizmente, o vapor retira a toxina das castanhas, e assim podemos comer um balde delas sem medo ou culpa. Até porque fazem muito bem para a saúde.

4 – Kæster Hákarl
Kæster Hákarl, ou simplesmente Hákarl, é um prato tradicional islandês feito da carne e da pele do tubarão-da-groenlândia.
Se você já não está achando muito apetitoso, espere até eu te contar que o tubarão não tem rim nem trato urinário. Logo, seus “resíduos”, que contêm níveis altos de ácido úrico e óxido de trimetilamina, são filtrados por sua pele.
Para tornar a coisa toda remotamente comestível e segura, ela precisa ser fermentada e pendurada para secar por seis meses. Menos que isso não impede o risco de transmissão de doenças derivadas da ingestão dos resíduos e da toxicidade natural do animal.
Hoje em dia, é muito difícil alguém ficar doente ou morrer por comer Hákarl, uma arte já dominada. Ainda assim, os estrangeiros que comem a iguaria costumam a descrever como a pior e mais nojenta refeição que já tiveram. Ou seja, o gosto de carne fermentada de tubarão coberto de xixi deve ser suficiente para te manter longe desse prato.

3 – Ackee
Ackee ou akee é a fruta nacional da Jamaica. É muito consumida, mas se você não a conhece bem, é melhor esperar por instruções antes de enfiá-la na boca.
Isso porque a fruta possui níveis altos de um veneno chamado hipoglicina. Para ingeri-la com segurança, é necessário esperar seu amadurecimento completo. Enquanto as sementes são sempre tóxicas, a carne da fruta pode ser apreciada quando ela se abre naturalmente.
Se você comer a polpa amarela antes do momento certo, contudo, será acometido pelo que é chamado de “doença jamaicana do vômito”. Sim, é tão ruim quanto parece. Além de vômitos severos, as pessoas podem sofrer de convulsões, delírio, hepatite tóxica, choque e coma.
Isso é raro, no entanto. Em 1988, a intoxicação por ackee resultou em morte 29 vezes, com mais de 50 ocorrendo em 2001.

2 – Polvo “vivo”
Esse prato, chamado de san-nakji e considerado uma iguaria na Coréia, consiste em um filhote de polvo recém-morto. Os tentáculos continuam a se contorcer após tal morte recente e, o que é pior, balançam violentamente quando entram em contato com óleo de gergelim.
Não sei qual é a graça de comer um animal bebê se contorcendo em sua garganta, mas tem gente (não posso atestar sobre sua saúde mental) que gosta.
Mesmo um polvo morto sabe se defender, no entanto. Aparentemente, muitas pessoas acabam morrendo quando suas vias aéreas são bloqueadas por um tentáculo sacolejante. Estima-se que até seis pessoas faleçam por ano ao tentar comer a “iguaria” (ou tortura, para o polvo e para o comedor).

1 – Mandioca
Mais um alimento muito consumido no Brasil, só que nunca cru. Isso porque contém níveis perigosos de uma toxina chamada linamarina, que por sua vez pode gerar cianeto no nosso organismo. É isso mesmo que você leu.
A preparação da mandioca exige várias etapas, incluindo descascamento, secagem ao sol e fervura, para livrá-la do veneno. Fique tranquilo – a maioria dos produtos à base de mandioca que você compra já vem processados e são seguros.
Dito isto, mandioca mal processada pode ocasionalmente levar à morte. Em 2005, 27 crianças de uma escola filipina faleceram devido à ingestão de mandioca tóxica. [Listverse]


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

9 remédios caseiros que você encontra na sua cozinha


É possível diminuir os sintomas de enjoo, febre e azia com alimentos fáceis de encontrar em casa e nos mercados

É sempre indicada consulta e recomendação de um médico especialista, mas também existem maneiras de aliviar diversos sintomas por meio de métodos mais naturais. E melhor: com alimentos que você encontra em casa.

Veja a seguir a lista de 9 alimentos que podem servir como remédios caseiros para o tratamento de condições menores, segundo a nutricionista Ana Paula Gava:

Remédios caseiros

1 - Maçã para azia
A maçã tem um forte potencial para quem sofre de azia, úlcera e gastrite por causa de seus agentes cicatrizantes, que ajudam a recuperar a mucosa estomacal. Outro ponto relevante do alimento é que também auxiliam o funcionamento do intestino, o que o torna indicado para diversos pontos da saúde do sistema digestório.

2 - Hibisco para febre
Os benefícios do hibisco vão muito além do auxílio no emagrecimento. O consumo de hibisco, assim como do gengibre, pode auxiliar no controle e redução da febre, já que tem efeito anti inflamatório.

No entanto, como explica a nutricionista Thais Conte, é indicado que se busque atendimento num pronto socorro médico, já que a febre é apenas um sintoma de uma infecção instalada. No caso de estados febris como uma gripe comum ou virose comum, já não existe grande problema, como explica a especialista.

3 - Gengibre para cólica menstrual
O gengibre leva substância chamada gingerol, responsável pelo sabor picante do alimento. O gingerol é um ótimo antimicrobiano, antioxidante e anti-inflamatório; justamente por conta do poder anti-inflamatório, essa substância é capaz de aliviar as dores advindas da cólica menstrual.

4 - Ameixa seca para constipação
A ameixa seca é rica em fibra solúveis e insolúveis, frutose e sorbitol, que aceleram os movimentos do intestino, facilitando a evacuação. Além disso, elas também são fontes de vitamina a, b e k, o que traz uma nutrição maior para as microbiotas intestinais, mantendo a saúde da flora intestinal.

5 - Alho para imunidade baixa
Dentro do alho existe uma substância chamada alicina, que tem diversos potenciais, como por exemplo, seu poder anti-inflamatório, antimicrobiano, antiviral e anticoagulante. Dessa forma, ela reforça de diversos pontos do sistema imunológico. "Como é muito potente, tende a ter resultados bem rápidos", explica a nutricionista Ana Paula Gava.

6 - Alimentos ricos em cálcio para TPM
Estudos que observaram os sintomas de quem sofre deficiência de cálcio constataram a semelhança desses impactos aos de quem sofre de TPM. Alguns dos alimentos ricos em cálcio que podem trazer benefícios nesses casos são: espinafre, chia, linhaça e brócolis.
A relação entre foi feita a partir de análises da suplementação de cálcio que duraram cerca de três meses. Ela o consumo do cálcio com a redução e amenização de até 54% dos sintomas da TPM, como irritabilidade, cólica, sintomas de depressão.

7 - Aveia para dermatite atópica
A aveia carrega uma substância chamada aveia coloidal, que é rica em ácidos graxos poli insaturados, além de conter silício e mucilagem. Por meio dessas substâncias, o indivíduo consegue cuidar melhor de uma pele sensível e seca, que são sintomas da dermatite atópica. Além disso, a aveia também consegue amenizar a coceira da pele.

8 - Sal marinho para pele seca
Para usufruir desse benefício é necessário o uso tópico do sal marinho, ou seja, do contato direto do alimento com a parte do corpo em que se deseja "tratar". Ele serve como uma forma de "água termal", por ser extremamente rico em minerais. O sal marinho também pode ter uma função esfoliante, livrando a pele de todas as células mortas e a renovando.

9 - Hortelã para enjoo
A associação da hortelã com o gengibre é indicado pelo estímulo maior das enzimas digestivas, dando suporte para a digestibilidade e, consequentemente, diminuindo o possíveis enjoos.

10 - Cúrcuma para dores articulares
A ação anti inflamatório e anti reumática da cúrcuma é extremamente benéfica para pessoas com muitos dores articulares ou com pouco lubrificação nas articulações. As propriedades da cúrcuma também ajudam a carrear o colágeno. Dessa maneira, a cúrcuma é uma grande aliada na diminuição da dor reumática articular.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Seis dicas para manter o peso e a saúde no carnaval


Beber muita água e comer de três em três horas são algumas atitudes que ajudam a curtir a folia sem quilos extras

Durante o carnaval é comum ocorrer o abuso de bebidas alcoólicas e das comidas calóricas e gordurosas o que leva ao ganho de peso e à ressaca. Porém, mudanças simples na alimentação podem evitar esses problemas.

Por isso, a nutricionista do programa de emagrecimento Dieta e Saúde, Priscila Riciardi, destacou seis atitudes simples que tornam possível aproveitar a folia sem engordar ou prejudicar a saúde.

Comer mais e em menores quantidades
Comer várias vezes ao dia pode passar a sensação de excesso. Porém, é um grande passo para o emagrecimento. Assim, evita-se a sensação ruim de estufamento e a moleza após a refeição, tornando possível se divertir com mais qualidade.
Faça pequenas refeições a cada 3 horas e não se preocupe em ficar totalmente satisfeito e com medo de passar fome, você vai comer novamente logo mais! Para colocar o plano em ação, mesmo na rua, uma opção prática é sempre carregar frutas, castanhas e sementes na bolsa.

Não olhe só as calorias
Vários estudos têm mostrado que dietas com a mesma quantidade de calorias, porém, compostas por diferentes tipos de alimentos, impactam de forma distinta na perda de peso.
Por isso, a melhor forma de fazer escolhas saudáveis não é olhar a quantidade de calorias, mas os nutrientes que o compõe. Alimentos com fibras, gorduras boas, as monoinsaturadas e poli-insaturadas, vitaminas e minerais devem ser priorizados. Já aqueles com gordura saturada, açúcar e nomes estranhos na lista de ingredientes devem ser evitados.

Nem tudo que é líquido limpa
Assim como não dá para lavar a roupa com água suja, não dá para limpar o corpo com bebida alcóolica, suco ou refrigerante, mesmo que sejam líquidos. A água é sempre a melhor opção e deve ser consumida preferencialmente entre as refeições ao longo do dia! Para facilitar a adesão deste hábito você pode fazer uso das águas aromatizadas. Deixe de molho na água gelada ingredientes como hortelã, gengibre e casca de maçã e pronto. Chás caseiros sem açúcar como os chás diuréticos de hibisco e cavalinha também são boas opções.

Mantenha o intestino em ordem
Para limpar o organismo de verdade você precisa estar com o intestino funcionando corretamente. Caso contrário, tudo que fica ali parado passa a produzir substâncias tóxicas que podem ser reabsorvidas pelo organismo. Então, mantenha um bom consumo de fibras, sem se esquecer da água. Boas fontes são as frutas, principalmente pera, maçã e ameixa, vegetais crus e cereais integras e seus farelos como farelo de aveia, quinoa e trigo em grãos. Se você não vai ter muito controle sobre sua alimentação uma boa pedida é carregar um pouco de sementes de chia, linhaça ou a fibra psyllium que podem facilmente ser adicionados a qualquer alimento.

Reponha as energias
Repor as energias não é necessariamente repor calorias, mas principalmente repor nutrientes. O consumo de álcool, a irregularidade no sono, e todas as mudanças de rotina que você passa no período de carnaval exigem maior quantidade de vitaminas e minerais para manter sua imunidade, seu metabolismo e seu bem estar em dia. Por isso, invista em alimentos muito rico em nutrientes, porém com menor teor de calorias. Para repor os nutrientes e antioxidantes invista em vegetais e frutas de cor verde escura, amarelos e roxos. Para completar combine com castanhas e sementes que são fontes de proteínas e gorduras boas e cereais integrais com maior valor de proteínas como a aveia, a quinoa e o amaranto. Uma boa sugestão é um suco de acerola com couve, farelo de aveia e semente de chia.

Proteja o seu fígado
O ideal é não consumirmos álcool, mas como no carnaval fica mais difícil resistir à tentação, o melhor é ajudar o fígado a se livrar logo dele. Para começar, nos dias depois do exagero é interessante reduzir ou evitar o consumo de carnes, principalmente as vermelhas, beber muito líquido e fazer uma atividade física para ajudar na eliminação pelo suor. Não realize uma dieta líquida. É muito importante comer alimentos de alta qualidade nutricional como folhas de cor verde escura, alimentos amarelos e arroxeados e cereais integrais. Boas alternativas são as brássicas, como o brócolis, a couve flor, a couve de Bruxelas e a couve. Alcachofra, gengibre, chá verde, cúrcuma e cebola também são ótimas opções.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Energéticos: por que é preciso tomar cuidado no Carnaval?


Veja por que é indicado substituir os energéticos por opções mais saudáveis e a evitar riscos à saúde

Com a chegada de datas comemorativas e festas como o carnaval, as bebidas à base de taurina, conhecidas como "energéticos", se tornam um ponto de alerta. Querendo manter a disposição e aproveitar mais, é comum que as pessoas não se atentem aos riscos que o consumo excessivo de bebidas energéticas traz à saúde.

Aumentando ainda mais o perigo, há quem acredite que o efeito estimulante do energético combate as sensações de embriaguez do álcool, o que não é verdade. Segundo a nutricionista Ana Gava, o máximo que energéticos provocam é a perda da sonolência, mas não conseguem reduzir a conhecida "lerdeza de bêbado".

Na verdade, o energético possui em sua composição a cafeína e a taurina, dois estimulantes que disfarçam os efeitos do álcool. Ou seja, o indivíduo fica sem noção do quanto já bebeu, o que pode fazer com que ele beba mais e aumente o risco de intoxicação.

Entenda a seguir os riscos do consumo dessas bebidas para o corpo e aprenda quais alimentos podem servir como substitutos na hora de energia para os momentos festivos.


Energético faz mal?
O consumo de bebidas energética à base de taurina deve ser monitorado, já que se tratam de desreguladores endócrinos, que afetam as batidas do coração. Isso provoca riscos e consequências graves, como o aumento dos níveis da pressão arterial e da frequência cardíaca, mesmo em pessoas saudáveis.

Pode misturar com álcool?

Além disso, quando se mistura energéticos com bebidas alcoólicas é comum que o indivíduo cria a falsa impressão de que o estado de embriaguez não está alto. Dessa forma, contribui para que a pessoa continue ingerindo mais álcool, ultrapassando os limites recomendados.

Mortes por excesso de álcool, inclusive, podem ser mais comuns dada a mistura de bebidas alcoólicas com energéticos. É importante lembrar que o álcool promove uma "excitação" e, quando misturado com o energético, essa se potencializa, podendo provocar um problema cardíaco.

Por esses motivos, pessoas hipertensas e com problemas cardíacos devem evitar o consumo de energéticos, de acordo com a nutricionista Ana Gava. Já para quem não sofre dessas condições, o ideal é consumir apenas uma latinha, para que não ocorram reações adversas devido à superdosagem.

Alimentos energéticos
Se você visa mais energia e disposição, alguns alimentos podem lhe ajudar, fornecendo energia e disposição ao mesmo tempo em que são boas fontes de vitaminas e minerais. Dentre eles pode-se destacar:

oleaginosas (como nozes, pistache, amêndoas e castanhas)
chocolate
açaí
aveia
banana
água de coco
chá verde
guaraná


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Os 12 principais tipos de transtorno alimentar, de anorexia a compulsão



Alguns, como bulimia ou anorexia, são conhecidos. Já outros (vigorexia, pregorexia...) passam despercebidos. Veja como identificar transtornos alimentares

Hoje, não só aumenta o número de transtornos alimentares como o de suas vítimas. Tanto que o último Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP), que aconteceu no Rio de Janeiro, contou com uma sessão especial para discutir as diferentes formas desse problema se manifestar.

Selecionamos os principais tipos para que você aprenda a identificá-los e saiba quando é hora de procurar ajuda:

Anorexia
Na sala do CBP onde se discutiu os diferentes tipos de transtorno alimentar, especialistas apresentaram doenças já conhecidas há séculos e outras que foram descritas nos últimos anos. A anorexia, claro, foi uma das mais citadas.
“Trata-se de uma condição mental com a mais alta taxa de mortalidade, pois provoca uma perda de peso muito rápida”, descreve a psiquiatra Christina de Almeida dos Santos, da Faculdade Pequeno Príncipe, em Curitiba, uma das palestrantes do evento.
Os pacientes começam a restringir o consumo de alimentos que eles consideram muito calóricos e esses cortes ficam cada vez maiores. Ao mesmo tempo, distorcem a própria imagem corporal e continuam a achar que estão gordos.

Bulimia
Outro quadro bastante conhecido desse panteão de doenças. Ao contrário do que se pensa, os acometidos por ela não são magérrimos. Muitos ficam constantemente acima do peso e se incomodam bastante com esse fato.
“Na bulimia, há dois momentos: primeiro, um exagero no consumo de determinados produtos. Na sequência, o sujeito se sente culpado por ter ingerido tudo aquilo e encontra alguma maneira de expurgar aquelas calorias”, explica a médica Fátima Vasconcellos, diretora da Associação Brasileira de Psiquiatria.
O método mais utilizado para eliminar esse excesso costuma ser a indução do vômito. Mas existem outras maneiras encontradas para fazer essa compensação.
“Há quem tome remédios, como laxantes e diuréticos, enquanto outros apostam em exercícios físicos extenuantes”, acrescenta a especialista. Essas ações geralmente são feitas sem que familiares e amigos saibam.

Compulsão alimentar
Ao lado de anorexia e bulimia, a compulsão alimentar faz parte da tríade clássica dos transtornos alimentares. Nela, a questão é o exagero mesmo: a pessoa devora uma quantidade enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos — a média recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia.
Aqui, não acontece nenhuma tentativa para eliminar esses alimentos, como vômitos ou remédios. Esses ataques súbitos de gulodice são motivados por dilemas emocionais, como ansiedade e estresse. “Falamos de um problema grave de saúde pública, pois muitos dos portadores desenvolvem obesidade grave”, ressalta Fátima.
É importante diferenciar também episódios isolados de algo mais crônico e preocupante: exagerar vez ou outra no rodízio de pizzas ou na churrascaria não é reflexo de uma doença psiquiátrica.

Tare
Sigla para transtorno alimentar restritivo evitativo. É o quadro típico de crianças que se recusam a comer um grupo alimentar específico por motivos que vão de aparência e cor a odor, textura, temperatura e paladar. Há quem não experimente nada que seja amarelo, outros fogem de purês e papas, um terceiro grupo evita frutas e verduras, e assim por diante.
Claro que todo mundo tem suas manias e preferências nos primeiros anos de vida, mas deve-se ligar um sinal de alerta quando essa restrição impede o consumo de nutrientes essenciais, que impactam o desenvolvimento infantil e podem levar a déficits importantes.
Recentemente, um jovem britânico de 17 anos vítima de Tare perdeu a visão porque só se alimentava de batata frita e pão branco. A ausência de vitaminas e minerais em sua dieta foi tão grave que lesou o nervo óptico, responsável por captar e transmitir os estímulos de luz do ambiente ao cérebro.

Ruminação
O sujeito regurgita um pouco do que comeu na última refeição e mastiga novamente. Parte dos portadores cospe o conteúdo, enquanto outra parcela engole uma segunda vez. Esse processo se repete praticamente todos os dias e não está relacionado a nenhuma outra condição médica, como o refluxo gastroesofágico.
Se comparado com o vômito provocado na bulimia, o volume de alimentos que volta à boca é pequeno, o que permite disfarçar a ruminação por meio de tosses e outras táticas. Esse quadro foi descrito em bebês, crianças, adolescentes e até adultos de 20 a 30 anos.
Além da saúde mental, o transtorno traz outras consequências ao organismo: a ida constante de ácidos estomacais para o esôfago, a garganta e a cavidade bucal provoca úlceras, mau hálito e cáries. Muitos sofrem uma perda de peso rápida e desenvolvem outros incômodos, caso de náuseas, constipação ou diarreia.

Pica
Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa. Esse bicho come praticamente qualquer coisa. Os sujeitos com essa síndrome apresentam um comportamento parecido: eles ingerem itens que não são considerados alimentos de verdade, como moedas, terra, argila, carvão, tecidos… Além disso, entram na descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum preparo, como farinhas e batatas cruas.
É normal que crianças pequenas levem à boca muitos desses objetos, pois estão explorando o mundo à sua volta. A situação fica séria quando isso vira um hábito e perdura por três meses ou mais.
O transtorno, também conhecido pelo nome de alotriofagia ou alotriogeusia, se distingue de costumes locais: alguns povos originários da África e das Américas experimentavam terra e outros elementos estranhos ao paladar em rituais e cerimônias religiosas.

Ortorexia
Pizza sexta à noite? Nem pensar! Uma sobremesa no almoço de domingo? Pecado mortal. A ortorexia, que ainda não é um transtorno alimentar reconhecido por toda a comunidade científica, vem da junção dos termos gregos “orexis” (apetite) e “orthos” (correto). O que pega aqui é a obsessão por alimentos saudáveis, puros e naturais.
O quadro, descrito há 22 anos pelo médico americano Steven Bratman, costuma aparecer em mulheres de classes sociais mais abastadas, bem como em pessoas com traços de perfeccionismo e que se cobram muito. A questão não está nas calorias de cada prato, mas, sim, na pureza dos produtos.
O quadro pode gerar grande sofrimento emocional, pois o indivíduo geralmente se recusa a comer algo que não foi preparado por ele mesmo, e também leva a um isolamento social, já que muitos evitam refeições ou confraternizações e festas.

Vigorexia
“Esse não é um transtorno alimentar clássico, mas, sim, uma dismorfia corporal que tem uma ligação com as fobias”, define o psiquiatra Adriano Segal, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
A obsessão aqui está na ideia de um corpo perfeito, com músculos fortes e torneados. Diferentemente dos tipos sobre os quais já falamos, a vigorexia é mais comum em homens jovens que se submetem a uma rotina exaustiva e exagerada de exercícios físicos.
Em paralelo aos treinos na academia, muitos também criam neuras com a comida: só comem frango com batata-doce ou acham que suplementos proteicos são suficientes para se manterem de pé.
Há ainda um grupo que aposta pesado em anabolizantes e outras substâncias proibidas para alcançar o resultado — e eles nunca estão satisfeitos e querem sempre aumentar o tamanho do peitoral, dos braços e das pernas.

Diabulimia
Eis outra condição descrita nas últimas décadas que ainda não entrou oficialmente no grupo dos transtornos alimentares. A diabulimia é a junção de diabetes com bulimia.
Vamos voltar alguns passos para explicar direito essa história: diabéticos apresentam falhas na ação da insulina, um hormônio secretado pelo pâncreas. Por uma série de motivos, a substância não consegue mais fazer a glicose virar combustível para as células.
Resumo da ópera: sobra açúcar na circulação. Para equilibrar essa equação, alguns pacientes precisam aplicar todos os dias doses de insulina. “Mas quem tem a diabulimia deixa de tomar de propósito o medicamento com o objetivo de perder peso”, conceitua Christina de Almeida dos Santos.
Essa decisão, porém, é pra lá de arriscada: o desbalanço nas taxas de açúcar traz graves consequências, como hipoglicemias e comprometimentos nos rins, nos olhos, no coração…

Drunkorexia
Esse transtorno, divulgado pela primeira vez num artigo em 2008, já foi declarado um problema de saúde pública na Austrália, especialmente em mulheres universitárias jovens. Em inglês, “drunk” significa bêbado. A drunkorexia seria, então, o hábito de substituir a comida por bebidas como uma maneira de inibir o apetite e, assim, emagrecer. O consumo de doses é alto: são cinco ou seis drinques em menos de duas horas.
O álcool ainda tem outro papel por aqui: ele aplaca a ansiedade e o nervosismo, deixando o sujeito inebriado e sem focar em suas preocupações. Quem é acometido por essa condição desenvolve outros comportamentos típicos da anorexia ou da bulimia, como a indução de vômitos e o uso compulsivo de medicamentos.
O abuso etílico leva à dependência química, à falta crônica de nutrientes importantes obtidos por meio da dieta convencional e provoca lesões em órgãos como o fígado.

Fatorexia
A empresária britânica Sara Bird, de 53 anos, ficou assustada quando foi a um consultório e o médico fez o diagnóstico de obesidade. Sem se pesar havia muitos anos, não tinha notado que ganhara 30 quilos.
“Quando me olhava no espelho, via uma pessoa confiante, magra, mas na verdade estava obesa”, contou, numa entrevista à BBC Brasil em 2010. Foi daí que ela cunhou o termo fatorexia — “fat”, em inglês, significa gordura.
Desde então, Sara publicou livros, fez palestras e iniciou um movimento nas redes sociais para que o distúrbio fosse reconhecido pelos manuais de psiquiatria. Em suma, esse transtorno seria o inverso da anorexia.
“O sujeito não se enxerga gordo, mesmo com todas as mudanças no tamanho de roupas e medidas corporais”, observa Fátima Vasconcellos. Para piorar, ele persiste em hábitos nocivos à saúde e não vê motivos para procurar apoio profissional.

Pregorexia
Não é isso que você está pensando: ninguém está comendo pregos por aí para ficar com a barriga chapada — assim esperamos, pelo menos. “O ‘preg’ no início da palavra vem de ‘pregnancy’, ou gravidez, no bom português”, ensina Christina.
O conceito é super-recente e abrange qualquer transtorno alimentar que ocorra ao longo dos nove meses de gestação. Pode ser anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia… “Muitas das mulheres ficam extremamente preocupadas com a questão do peso e da alimentação durante esse período e acabam caindo em armadilhas, como dietas restritivas, indução de vômitos ou atividades esportivas intensas”, complementa a expert.
A prática, claro, traz muitas encrencas: aborto espontâneo e dificuldades no desenvolvimento do bebê são algumas delas. Para evitar qualquer risco, tenha sempre uma conversa franca e tire todas as suas dúvidas com o obstetra.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/principais-tipos-transtorno-alimentar/ - Por André Biernath - Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital