domingo, 16 de maio de 2021

As consequências da covid-19, meses depois


Disfunção múltipla de órgãos e problemas psiquiátricos como ansiedade, transtornos de humor e insônia estão entre as ocorrências constatadas em prazo mais longo em estudos britânicos

 

Os efeitos de longo prazo da covid-19 tornam-se mais claros. Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, examinaram a ocorrência de 14 distúrbios neurológicos ou psiquiátricos em 236.379 pessoas seis meses após a confirmação do diagnóstico da covid-19. A taxa de prevalência de qualquer um dos problemas foi de 33,62% e de 46,42%, respectivamente, entre os que passaram por tratamento em unidades de terapia intensiva.

 

Os distúrbios psiquiátricos mais comuns foram ansiedade (17%), transtornos de humor (14%), abuso de substâncias (7%) e insônia (5%). Entre as doenças neurológicas, acidente vascular cerebral (2,1%), demência (0,7%) e hemorragia cerebral (0,6%) (Lancet Psychiatry, 6 de abril).

 

O que se sabe sobre a vacinação de grávidas contra a covid-19

Outro estudo de pesquisadores britânicos, com 47.780 pessoas que tiveram covid-19, registrou taxas maiores que na população em geral também de disfunção múltipla de órgãos, em todas as faixas de idade. Depois de uma média de 140 dias após o diagnóstico de covid-19, 30% dos indivíduos tiveram de ser novamente hospitalizados e 12% deles morreram. As taxas de doença respiratória, diabetes e doença cardiovascular foram, respectivamente, de 770, 127 e 126 para cada grupo de mil pessoas (British Medical Journal, 15 de março).

 

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/as-consequencias-da-covid-19-meses-depois/ - Texto:Revista Pesquisa Fapesp* ed. 303 - Crédito: Léo Ramos Chaves

sábado, 15 de maio de 2021

De quanto sono nós realmente precisamos?


Os bebês devem passar 17 horas dormindo por dia; os adultos, pelo menos sete horas

 

Assim como comer, beber ou respirar, o sono é uma parte essencial da vida.

 

Na verdade, todos os animais fazem isso – com algumas variações interessantes. Um golfinho, por exemplo, dorme com um olho aberto e apenas metade do cérebro cochilando por vez. Provavelmente, os golfinhos precisam estar parcialmente conscientes para respirar enquanto estão na água. Às vezes, as zebras dormem em pé, caso precisem acordar e escapar rapidamente de um predador. Os morcegos dormem de cabeça para baixo.


Quando alguém está dormindo, pode parecer que ele está “desligado” e não está fazendo nada. Mas isso não é verdade. Seu cérebro e corpo estão ativos e fazendo coisas importantes enquanto você dorme, como organizar células nervosas, regular hormônios, reparar células e eliminar toxinas.

Seu cérebro está especialmente ocupado, ajudando você a fazer muitas coisas enquanto dorme. Entre outras coisas, está processando memórias, obtendo ideias criativas e aprendendo novas habilidades.

 

Processos demorados

O sono ajuda a aprender, crescer e se desenvolver, e todos esses processos levam tempo.

É por isso que os bebês precisam de 14 a 17 horas de sono por dia durante os primeiros três meses de vida – os recém-nascidos dormem muito mais do que ficam acordados. A maioria das crianças em idade escolar precisa de cerca de 8 a 10 horas de sono. Os adolescentes podem ter como objetivo nove horas, que é o que alguns adultos também precisam. Mas sete ou oito horas são suficientes para outros adultos.

 

QUANTIDADE DE SONO RECOMENDADA POR FAIXA DE IDADE

Idade  Sono recomendado

0 a 3 meses     14 a 17 horas

4 a 11 meses   12 a 15 horas

1 a 2 anos        11 a 14 horas

2 a 5 anos        10 a 13 horas

6 a 13 anos      9 a 11 horas

14 a 17 anos    8 a 10 horas

18 a 64 anos    7 a 9 horas

Mais de 64 anos         7 a 8 horas

Tabela: The Conversation, CC-BY-ND. Fonte: Sleep Foundation

 

É importante não apenas dormir o suficiente, mas também dormir com boa qualidade. E você deve tentar dormir em uma programação regular, indo dormir e acordando na mesma hora todos os dias – mesmo nos fins de semana.

Ter uma boa noite de sono pode ajudá-lo a ter um bom desempenho na escola, no trabalho e nos esportes. O sono também pode auxiliar com a rapidez e a memória, o que pode ajudá-lo em coisas como cantar ou tocar um instrumento musical.

Uma boa noite de sono ajuda você a parecer e se sentir revigorado. Quando as pessoas são solicitadas a avaliar o quão atraente alguém é, elas tendem a classificar aqueles bem descansados como mais atraentes. Ter horas suficientes de sono de boa qualidade pode ajudá-lo a lidar com o estresse e a relacionar-se melhor com seus amigos.

 

Comportamento que requer prática

Se, como muitas pessoas, você tem dificuldade para dormir o suficiente, existem alguns truques para ajudá-lo a ter um bom sono regularmente. Você pode achar útil definir um horário de sono ideal e tentar segui-lo todos os dias. Você pode definir alarmes para lembrá-lo da hora de ir para a cama.

Use uma rotina de relaxamento por uma hora antes de dormir, para se concentrar em manter as coisas relaxadas e positivas. Você pode incluir diminuir as luzes, ler um livro divertido e falar sobre as melhores partes do seu dia ou apenas pensar nos destaques do dia. Tente evitar filmes ou livros assustadores e entrar em discussões antes de dormir.

De manhã, pense em algo pelo qual você anseia naquele dia e deixe o Sol ou luzes brilhantes entrarem em seu quarto para que seu cérebro saiba que é hora de ficar alerta.

Você saberá que seus hábitos de sono estão funcionando quando não sentir sono durante o dia e acordar na maioria dos dias sentindo-se revigorado. Assim como estar fisicamente apto e seguir uma dieta balanceada, ter uma boa noite de sono regularmente é um comportamento que requer prática e pode valer a pena para o resto da vida.

 

* Dana McMakin é professora associada de Psicologia na Universidade Estadual da Flórida (EUA).

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/de-quanto-sono-nos-realmente-precisamos/ - Texto: Dana McMakin* | The Conversation  -      Crédito: Piqsels

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Radicais livres: o que são, como se formam e cuidados na alimentação


Os radicais livres são moléculas instáveis, reativas, resultantes do metabolismo do organismo, que gera estresse oxidativo. São formados a todo o momento pelos processos naturais do metabolismo: inflamação, ativação de algumas enzimas, radiação ultravioleta, tabagismo, estilo de vida e dieta nadas saudáveis, e também com o estresse emocional.

 

A exposição solar exagerada é a mais importante causa do envelhecimento, uma vez que a produção dos radicais livres dessa reação afeta principalmente o DNA, causando danos genéticos.

 

Problemas dos radicais livres para a saúde

 

Além de piorar o processo do envelhecimento, o estresse oxidativo causado pela geração de radicais livres pode:

 

• Aumentar o risco de doenças cardiovasculares

• Aumentar o risco de complicações em indivíduos diabéticos

• Alterar o sistema imunológico

• Gerar problemas reumáticos, como artrite

• Impactar no surgimento de câncer

 

Além disso, antioxidantes em dosagens acima da recomendação diária também são contraindicados, pois podem ser transformados em uma substância pró-oxidante que favorece o estresse oxidativo, podendo promover até a carcinogênese.

 

No entanto, os radicais livres não possuem apenas funções ruins. Quando produzido de forma equilibrada essas moléculas agem com atividade bactericida, o que é muito importante para a defesa do organismo.

  

Como se prevenir contra os radicais livres

 

O nosso organismo possui mecanismos próprios de neutralização dos radicais instáveis, quando estes são produzidos em quantidade habitual. Porém, esse mecanismo é reduzido com o processo de envelhecimento.

 

Evitar o tabagismo, a radiação ultravioleta excessiva, situação de estresse mental, além de adotar hábitos de vida saudáveis, uma alimentação saudável, rica em vitaminas antioxidantes, praticar atividade física adequada, e o uso de antioxidantes orais e tópicos, quando indicados, podem prevenir a ação dos radicais livres.

 

Como fazer da alimentação uma aliada

 

A alimentação fornece nutrientes para a formação de enzimas, compostos fenólicos e antioxidantes, e quanto mais diversificada for a alimentação, melhor. Vitaminas como a C, E e A, e coenzima Q 10 são componentes antioxidantes encontrados nos alimentos, e possuem as seguintes funções:

 

Vitamina A: carotenoides e licopeno encontrados na vitamina A possuem papel na prevenção do câncer por possuírem habilidades de extinguir um determinado tipo de radical livre. Vegetais e frutas fontes de vitamina A: mamão, cenoura, abóbora, suco de laranja, tomate, pitanga, goiaba, espinafre e couve.

 

Vitamina C: a vitamina C é antioxidante por sua propriedade redox que a habilita como doadora de elétrons para algumas enzimas e alguns hormônios. Tem o papel de evitar a formação de carcinógenos, e pode inibir a carcinogênese. Alguns alimentos fontes de vitamina C: kiwi, acerola, caju, goiaba, laranja, morango e folhosos verde-escuros.

 

Vitamina E: a vitamina E inclui oito compostos com ação antioxidante e o maior deles é o alfatocoferol. Fontes de vitamina E: óleos vegetais e óleos de sementes, oleaginosas como nozes, amêndoas, grãos integrais e gérmen de trigo.

 

Compostos fenólicos: possuem atividade anticancerígena, que pode ser atividade antioxidante ou por ação anti-inflamatória. Alimentos fontes de compostos fenólicos: ácido clorogênico (café), ligninas, (presente na linhaça), flavonoides (frutas, hortaliças, chás, cacau e soja), antocianinas (cereja, morango, uvas) e flavononas (frutas cítricas, como laranja e tangerina).



  Quando é necessário usar suplemento

 

É recomendada a suplementação com antioxidantes em indivíduos com dietas restritivas, que façam exposição excessiva ao sol, tabagistas, esportistas, pessoas expostas à poluição, e, principalmente, aqueles que queiram melhorar ou prevenir os sinais do envelhecimento.

 

Porém, a dose recomendada depende do consumo alimentar, peso, estilo de vida e real necessidade da suplementação para cada indivíduo, por isso o ideal é procurar uma consulta nutricional para avaliação.

 

De acordo com os especialistas, uma alimentação balanceada consegue suprir uma boa quantidade de nutrientes que vai agir no combate aos radicais livres. A suplementação de determinados nutrientes, como as vitaminas C, E, A, o ômega 3, a astaxantina e a COQ10, que possuem uma capacidade antioxidante elevada, também podem ser utilizadas em casos de deficiência, ou para determinadas situações clínicas.

 

 Fontes consultadas: nutricionista Caroline Lima, especialista em nutrição funcional e estética; dermatologista Lorena Marçal, atual secretária geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia – regional BA (SBDBA).

 

Fonte: https://professorjosecosta.blogspot.com/2021/05/enxaqueca-nao-e-sintoma-e-doenca-veja.html

Covid-19: Os alimentos que deve comer antes e depois de ser vacinado


Estes alimentos ajudam a atenuar possíveis efeitos secundários que possam decorrer da toma da vacina

 

Em todo o mundo milhares de indivíduos estão sendo vacinados contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, na tentativa de travar a disseminação da pandemia.

 

Tendo isso em mente, o nutricionista das estrelas do esporte e das celebridades Ryan Fernando divulgou no jornal Times of India aqueles que são os cinco alimentos, ricos em vitaminas, nutrientes e propriedades anti-inflamatórias, que deve ingerir pré e pós receber o imunizante, de modo a minimizar o risco de sofrer efeitos secundários. Aprenda.

 

Os cinco alimentos que deve consumir antes de tomar a vacina contra a Covid-19:

 

- Curcuma;

- Alho;

- Gengibre;

- Vegetais;

- Fruta fresca.

 

Os cinco alimentos fundamentais que deve comer após a toma da vacina contra a Covid-19:

 

- Mirtilos;

- Chocolate meio amargo;

- Canja de frango;

- Azeite;

- Brócolis.

 

E as coisas que deve evitar fazer:

 

- Fumar;

- Estar de jejum antes de tomar a vacina;

- Beber álcool;

- Beber refrigerantes.

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/1803293/covid-19-os-alimentos-que-deve-comer-antes-e-depois-de-ser-vacinado - POR NMBR - © Shutterstock

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Vacina de COVID-19: quais são os cuidados após a imunização?


Entenda as principais reações, se são necessários testes após a vacinação e as precauções contra o coronavírus.

 

Com a vacinação contra COVID-19 em vigência pelo mundo, inclusive no Brasil, algumas dúvidas sobre os imunizantes podem surgir.

 

Afinal, quais são as reações que a vacina pode trazer ao corpo? É preciso seguir fazendo testes de anticorpos? Posso beber? A seguir, esclarecemos essas e outras dúvidas sobre a vacina de COVID-19:

 

Vacina de COVID-19: principais dúvidas

 

Reações da vacina

Qualquer vacina, quando aplicada no corpo, pode trazer algum tipo de reação. A vacina da COVID-19 não é diferente.

 

Entre as reações da vacina de COVID-19, destacam-se:

dor no local da injeção

vermelhidão

febre

inchaço

fadiga

perda de apetite

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIM), as possíveis reações são sinais da resposta imune se formando e desaparecerão dentro de alguns dias.

"Porém, isso não significa que você foi infectado pelo coronavírus ou está desenvolvendo COVID-19. Além disso, o fato de várias pessoas não apresentarem reações também não significa que a vacina não tenha tido efeito, pois cada pessoa pode responder de forma diferente à vacinação", informa a SBIM.

Uma polêmica que girou em torno das reações possíveis das vacinas de COVID-19 foram os casos de trombose associados ao imunizante de Aztrazeneca.

De acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), o risco para trombose é possível, mas muito raro. Ainda de acordo com a agência europeia (equivalente à Anvisa), "o risco-benefício permanece positivo".

 

Testes de anticorpos

Conforme a vacinação ocorre, um movimento tem ocorrido em paralelo: a realização dos testes de anticorpos IgG para verificar se o corpo permanece protegido contra o coronavírus.

O IgG é um anticorpo ativado pelo organismo contra um determinado antígeno - substância estranha ao organismo, que pode ser um vírus, bactéria ou toxina. Diferente do IgM, um outro tipo de anticorpo que surge na fase mais aguda de uma infecção, o IgG tende a ser produzido um pouco mais à frente, posteriormente ao contato do corpo com o antígeno.

De acordo com Martín Bonamino, pesquisador do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da Fiocruz, em artigo publicado na SBIM, não existe qualquer motivo para testar os níveis de IgG após a vacinação.

"Já ouvi relatos de pessoas que se frustram com os seus títulos de anticorpos que não aumentam após a vacinação, julgam não estarem imunes e até planejam se vacinar novamente com a outra vacina disponível, pois a primeira 'não funcionou'. Toda esta ansiedade está fundamentada em um grande desconhecimento do efeito da vacina e dos testes para detectar os anticorpos gerados por elas", escreve Bonamino.

Segundo o pesquisador, em vacinas baseadas na proteína S (a proteína spike), como é o caso da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, pode ocorrer que a quantidade de anticorpos voltados para a proteção contra o antígeno não aumente nos testes comerciais feitos para identificar a proteína N (um outro tipo de glicoproteína encontrada no SARS-CoV-2).

Ainda de acordo com o especialista, no caso da Coronavac, a maioria das pessoas não produz quantidades relevantes de anticorpos contra a proteína N.

"Percebam, portanto, que para as duas vacinas em uso no Brasil [até o momento da publicação do artigo], testar a presença de anticorpos contra a proteína N nos laboratórios de análises clínicas não faz sentido. A proteção será fornecida pelos anticorpos contra a proteína S e pela resposta celular - e nenhum destes aspectos é testado nesses exames", diz Bonamino.

Conforme explica o pesquisador, existem testes destinados a detectar anticorpos contra a proteína S, mas mesmo esses ensaios não nos dizem muito sobre a proteção efetiva. "As vacinas, portanto, funcionam, mas esses testes não são adequados para avaliar seu funcionamento."

 

Bebida alcoólica e vacina

O consumo de álcool após a aplicação da vacina é algo a ser evitado. Não é necessariamente obrigatório, mas sim uma recomendação.

De acordo com Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), a ingestão de álcool pelo corpo altera o número e a abundância relativa de micróbios no microbioma intestinal, uma extensa comunidade de micro-organismos no intestino que auxiliam no seu funcionamento normal.

Vale lembrar que são esses organismos que afetam a maturação e a função do sistema imunológico. Consequentemente, o álcool interrompe a comunicação entre esses organismos e o sistema imunológico intestinal, além de danificar as células epiteliais, células T e neutrófilos no sistema GI.

"Como o consumo pesado pode enfraquecer o sistema imunológico e limitar os benefícios da vacina, pessoas que bebem em excesso devem buscar ajuda para parar ou reduzir o uso de álcool enquanto o processo de imunização está ocorrendo", explica Guerra.

É importante destacar, porém, que essa é uma recomendação e que, durante os testes das vacinas de COVID-19 atualmente usadas no Brasil e no mundo, não houve qualquer orientação aos voluntários para que interrompessem o consumo de álcool.

Dessa forma, não existem dados suficientes que comprovem se o álcool exerce ou não efeito negativo durante a imunização contra o coronavírus.

 

COVID-19 após a vacinação: é possível?

A vacina não significa, atualmente, o fim definitivo da pandemia de coronavírus, mas um mecanismo de controle dos casos de COVID-19.

"O que a maioria dos cientistas acredita é que a primeira geração de vacinas não vai conferir imunidade esterilizante; isto é, não vai proteger da infecção. Mas vai proteger de formas graves, como acontece com a vacina da gripe, por exemplo", explicou Francisco Ivanildo de Oliveira Jr, gerente de Qualidade Assistencial e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Sabará Hospital Infantil, em entrevista ao Minha Vida, quando as vacinas ainda estavam em desenvolvimento.

Desse modo, é importante seguir com os protocolos de segurança e de contenção da transmissão do coronavírus, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37560-vacina-de-covid-19-quais-sao-os-cuidados-apos-a-imunizacao - Escrito por Maria Beatriz Melero

Vacinas da gripe e Covid-19 precisam de intervalo mínimo de 14 dias; entenda


Vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai explicou que monitorar efeitos colaterais da vacina da Covid-19 pode ficar mais difícil sem esse espaçamento

 

O início da campanha de vacinação da gripe traz muitas dúvidas para os grupos que também estão recebendo a imunização contra a Covid-19. A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, explicou à CNN que é essencial ter um intervalo mínimo de 14 dias entre uma vacina e outra. "Isso é uma precaução, não é uma contraindicação", ela esclarece.

 

"Estamos em um momento em que a vigilância de eventos adversos é muito importante para dar segurança pra todo mundo. Assim, pode-se dizer se a vacina da Covid-19 causou esse ou aquele efeito colateral. Se tomo duas vacinas [diferentes] próximas e tenho evento adverso, vem a pergunta: foi por causa da vacina da Covid-19 ou da outra? Por isso, é muito importante respeitar esses 14 dias", detalhou Isabella.

 

A especialista ainda destacou que em casos de acidente que necessitem de vacinação antirrábica ou antitetânica, por exemplo, essa regra é descartada. "Essas são vacinações de emergência, então não precisam respeitar esse intervalo."

 

Isabella ainda reforçou que a vaicinação da gripe neste ano será importante para evitar a ida aos hospitais e pronto-socorros durante o período mais frio do ano. "A influenza é a causa da mesma doença que a Covid-19: a síndrome respiratória aguda grave, que pode levar à internação na UTI e ao uso de ventilação mecânica. Hoje, com o cenário que temos da Covid-19, não se pode ter nenhuma concorrência para nossa estrutura."

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37533-10-possiveis-sequelas-da-covid-19 - Da CNN, em São Paulo

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Tipo sanguíneo pode indicar doenças mais frequentes, diz estudo

 


Segundo estudo conduzido com dados de mais de 5 milhões de pessoas por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e publicado nesta semana na revista científica eLife, o tipo sanguíneo pode ser capaz de indicar as doenças mais frequentes em cada indivíduo.

 

Conexões previamente identificadas indicam que pessoas com sangue tipo A são mais propensas a desenvolver coágulos sanguíneos na comparação com pessoas com sangue O. Esse último grupo, no entanto, apresenta maior probabilidade de sofrer algum distúrbio hemorrágico.

 

Está relacionada a mulheres com sangue O+, de acordo com o artigo, a hipertensão induzida pela gravidez. Já o sangue tipo B possui risco menor de desenvolver pedra nos rins.

 

O principal autor do estudo, Torsten Dahlén, explicou que houve uma abordagem imparcial para investigar a ligação entre os tipos de sangue ABO e os grupos Rh [positivo ou negativo] e mais de 1.000 doenças.

 

“Ainda há muito pouca informação disponível sobre se as pessoas com grupos sanguíneos Rh-positivos ou Rh-negativos podem estar sob risco de certas doenças, ou quantas outras doenças podem ser afetadas pelo tipo ou grupo sanguíneo”, acrescenta o pesquisador, que é estudante de doutorado do Departamento de Medicina do Karolinska Institutet.

 

O autor sênior do estudo, Gustaf Edgren, professor associado de epidemiologia do Karolinska Institutet e médico do Departamento de Cardiologia da Södersjukhuset Hospital, em Estocolmo, reconhece que os resultados, apesar de serem um avanço, requerem mais estudos.

 

“Eles estabelecem as bases para estudos futuros para identificar os mecanismos por trás do desenvolvimento de doenças, ou para investigar novas maneiras de identificar e tratar indivíduos com certas condições.”

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/tipo-sanguineo-pode-indicar-doencas-mais-frequentes-diz-estudo/

terça-feira, 11 de maio de 2021

Enxaqueca não é sintoma, é doença: veja as causas e como prevenir


Muita gente ainda busca uma resposta em exames para justificar o diagnóstico da enxaqueca, mas o que pouca gente sabe é que a enxaqueca é uma doença do cérebro, adquirida de forma genética, quando a pessoa nasce com um desequilíbrio bioquímico nos neurotransmissores que trabalham no sistema controlador da dor. “Podemos dizer que o alarme cerebral do portador de enxaqueca veio com “defeito” e por isso ele dispara sem motivo, permitindo que a pessoa tenha dores de cabeça desnecessariamente”, explica a neurologista Elza Magalhães, especialista em dores de cabeça. De acordo com a médica, o sistema modulador da dor funciona como um alarme que deve disparar apenas quando algo de errado acontece com nosso corpo.

 

Atinge mais as mulheres 

A enxaqueca é uma condição predominantemente feminina, chegando a uma proporção de 5 mulheres para 1 homem. A neurologista explica que o desequilíbrio hormonal que ocorre na fisiologia feminina deixa as mulheres mais suscetíveis à doença, e esse desequilíbrio já se manifesta na puberdade onde tem início as flutuações dos hormônios sexuais (estrogênios, ou estrógenos).

Geralmente a enxaqueca inicia junto com a TPM, melhora na gravidez, e pode até dimunir na menopausa, embora mulheres que fazem Terapia de Reposição Hormonal (TRH) costumam piorar da enxaqueca, e aquelas que deixaram a enxaqueca ficar crônica antes de entrar na menopausa podem não ter o benefício da melhora. “Por isso, é importante estimular o tratamento adequado e precoce dessa doença, que muitas vezes é negligenciada”, reforça a neurologista.

 

Os gatilhos

Quando exposto a alguns estímulos externos, ou mudanças metabólicas ou hormonais, o cérebro portador de enxaqueca é mais suscetível a manifestar crises:

 

• Preocupações excessivas, ansiedade, tensão, estresse

• Ficar sem comer por muito tempo

• Insônia ou noite mal dormida

• Irritação e alterações de humor

• Excesso de cafeína

• Falta de atividade física

• Uso excessivo de analgésicos

• Alguns alimentos também podem agravar: excesso de chocolate, frutas cítricas, alimentos muito gelados, gordurosos, condimentados e ricos em glutamato monossódico (salgadinhos, molhos, adoçantes)

 

Sintomas da dor da enxaqueca

• É latejante, e predomina mais de um lado da cabeça

• Vem associada a náuseas ou vômitos

• Provoca aversão à luz (fotofobia), ao som (fonofobia) e a odores (osmofobia)

• Piora com esforço físico mínimo, como, por exemplo, subir alguns lances de escada

 

Dicas para evitar as crises

 

Além do tratamento farmacológico orientado pelo médico, é importante que o portador de enxaqueca identifique quais são seus gatilhos para evitar e reduzir o número de crises. Embora seja uma doença benigna, a enxaqueca traz muito desconforto para quem convive com ela, principalmente quando fica crônica e não é tratada adequadamente.

 

Veja algumas dicas que podem ajudar:

• Ingerir pelo menos 2 litros de água por dia

• Ter uma boa qualidade de sono

• Praticar exercício físico

• Fazer meditação, em busca de mais tranquilidade

• Evitar jejum prolongado

• Se alimentar de forma saudável, evitando alimentos embutidos, industrializados, frituras, condimentos prontos

 

Para melhorar uma dor já instalada

• Colocar uma bolsa de gelo na testa, e ao mesmo tempo fazer um escalda pés

• Ficar no escuro e com o ambiente silencioso

• Usar o medicamento para dor e para enjoo orientado pelo médico

 

O abuso de analgésicos

A enxaqueca é considerada crônica quando acontece pelo menos 15 dias por mês, por pelo menos 3 meses consecutivos. Existem alguns fatores que transformam uma enxaqueca episódica em crônica, e o mais preocupante é o uso abusivo de analgésicos. “É importante que as pessoas que sofrem de enxaqueca procurem tratamento, e que o uso de analgésicos seja evitado”, alerta a neurologista.

De acordo a médica, a pessoa que faz uso de 15 comprimidos ou mais de analgésicos simples para tratar enxaqueca, ou 10 comprimidos de analgésicos mais complexos por mês, já é considerado usuário abusivo e isso pode transformar a dor em uma condição crônica e de difícil tratamento.

 

O diagnóstico é simples

O diagnóstico é baseado nos critérios clínicos definidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia que, junto com os sintomas associados, são suficientes para confirmar, não sendo necessário realizar exames complementares, como tomografia ou ressonância magnética. “Estes exames só oneram o tratamento e expõe a riscos desnecessários”, orienta a neurologista.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/enxaqueca-nao-e-sintoma-e-doenca-veja-as-causas-e-como-prevenir

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Cuidar da alimentação ao longo da vida é essencial para um envelhecimento saudável


A alimentação é uma parte muito importante na forma como vamos envelhecer. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 20% do processo de envelhecimento se devem a fatores genéticos, 20% são influências ambientais, e 60% se devem às escolhas que fazemos ao longo da vida, e a principal é a alimentação.

 

E promover um envelhecimento saudável, e com qualidade de vida, é um grande desafio, que para ser alcançado de modo amplo, tem que combinar, além da alimentação, atividades que estimulem a memória, o tratamento de patologias coexistentes, e o combate, ou o controle, de fatores de risco, como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, a diabetes, a hipertensão, o consumo de bebidas alcóolicas, e o estresse.

 

“À medida que a população envelhece, e no Brasil está em ritmo galopante, aumentam também as doenças que têm associação com o envelhecimento, como as síndromes demenciais, especialmente a doença de Alzheimer, e a doença vascular. E evitar os fatores de risco é muito importante, assim como cuidar da alimentação ao longo da vida”, alerta o geriatra Leonardo Oliva, presidente regional da SBGG/BA

 

No Brasil, segundo a revisão 2018 da Projeção de População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que até 2060 o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25.5%.

 

A nutricionista Alice Mesquita, especialista em gerontologia, destaca que a avaliação do estado nutricional é imprescindível no processo de envelhecimento. “Tanto a magreza extrema, como o excesso de peso impacta negativamente na qualidade de vida. É preciso evitar “dietas de revista” ou veiculadas na mídia, uma vez que cada um tem uma história que deve ser analisada adequadamente e por profissionais especializados”.

 

Alimentos ultraprocessados devem ser evitados, por serem ricos em açúcares, sódio, aditivos químicos e gorduras saturadas. Esses alimentos promovem o aumento da prevalência e a dificuldade de controle das doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

 

A recomendação é que a alimentação seja a mais natural e a mais colorida possível, e isso se deve ao fato de que, quanto mais colorido, mais diversidade de nutrientes ingeridos, além de ser um estímulo visual ao consumo.

 

As frutas e os vegetais ricos em vitamina C, A e betacaroteno, bem como as hortaliças verdes escuras, são fontes de vitaminas e minerais imprescindíveis na proteção do dano celular causado por radicais livres. Alimentos desse grupo não podem faltar na alimentação: laranja, limão, acerola, mamão, abóbora, cenoura, couve, espinafre, rúcula, brócolis, dentre outros.

 

O consumo desses vegetais também promove um equilíbrio na flora intestinal, além de evitar prisão de ventre e favorecer a proliferação de bactérias benéficas. Consumir na forma de saladas, sopas, suflês, ou adicionadas em sucos naturais é bem indicado e são opções de consumo aceito pela maioria da população. 

 

As fontes de gorduras saudáveis - poli e monoinsaturadas - promovem um papel protetor contra as doenças cardiovasculares e as demências, tipo o Alzheimer. Excelentes fontes dessas gorduras boas são os peixes tipo salmão, atum, sardinha, arenque, azeite de oliva extra virgem, abacate e oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas. Mas atenção: recomenda-se a utilização do azeite sem aquecimento, e do abacate imediatamente após sua abertura.

 

O consumo de proteína é essencial para a manutenção da massa muscular, fundamental durante o processo de envelhecimento, e que está diretamente ligada à capacidade funcional, ou seja, à manutenção da habilidade para realizar atividades básicas da vida diária. As fontes são carnes magras, como peixe, músculo (carne de boi), frango, além de ovo (preferencialmente cozido), leite e derivados semidesnatados, e proteína derivada da soja.

 

Alimentos ricos em cálcio e magnésio evitam a osteoporose, problema que pode afetar até 27,4% da população. Os alimentos indicados são leite, derivados e hortaliças verde-escuros.

 

Para os idosos

 

Segundo o geriatra, do ponto de vista de quem já é idoso, a alimentação tem que ser mais fonte de prazer do que de saúde, uma vez que a alimentação ocupa um lugar importante nos prazeres da vida de uma pessoa com idade avançada.

 

“Tem que evitar tratar o idoso como uma pessoa que mereça fazer grandes restrições alimentares. Evitar aquela “comida de doente”, sem sal e sem cor. Ao contrário: tem que dar a ele a comida que ele gosta e do jeito que ele gosta, sem muitas preocupações quanto a ser muito ou pouco saudável. Quanto mais idoso, mais tem que levar isso em consideração”.

 

Mas é preciso ter atenção especial com alguns componentes da dieta: tem que ser rica em cálcio e proteína animal. No caso do cálcio, não precisa ser através de comprimidos, mas diretamente na alimentação, com o consumo de leite, derivados e vegetais folhosos.

 

“Durante o processo de envelhecimento ocorre uma menor produção de enzimas importantes para a digestão, por isso é importante incluir pequenas porções de alimentos proteicos ao longo do dia”, explica a nutricionista.

 

Outra orientação importante dos especialistas é em relação à hidratação. É normal a sensação de sede diminuir com o avançar da idade, mas é importante não descuidar do consumo de água e líquidos.

 

Segundo o presidente da SBGG/BA, seguindo essas orientações é possível envelhecer de uma maneira melhor e até prevenir as demências. “Não é garantido que não se desenvolverá uma demência, mas com certeza vai reduzir muito os riscos”.

 

• Manter uma alimentação saudável

• Praticar atividade física regularmente

• Manter o peso

• Visitar o médico periodicamente, assim como tomar o medicamento prescrito de forma correta e regular

• Diminuir o estresse

• Manter bons hábitos sociais e familiares, incluindo hobbys e atividades de lazer

• Não fumar

• Beber pouco

 

Fonte: https://www.revistaabm.com.br/blog/cuidar-da-alimentacao-ao-longo-da-vida-e-essencial-para-um-envelhecimento-saudavel

domingo, 9 de maio de 2021

Covid e os sintomas que perduram: estudos buscam entender melhor


Os estudos para entender melhor sobre o novo coronavírus continuam. Muitos pacientes têm apontado que os sintomas da Covid-19 persistem por semanas, e até meses, após o diagnóstico da doença, mesmo em pessoas que apresentam apenas formas leves, sem necessidade de hospitalização. E como a doença envolve, potencialmente, os pulmões e o coração, o acompanhamento com pneumologista e cardiologista mostra-se fundamental.

 

De acordo com o diretor do Hospital Cárdio Pulmonar, o cardiologista Eduardo Darzé, as consequências a longo a prazo estão sendo avaliadas e estudadas, mas como a Covid-19 é uma doença aguda, que envolve múltiplos sistemas e órgãos, a possibilidade de consequências a longo a prazo é muito provável, e é isso que tem sido observado nesses primeiros estudos. “Principalmente quem tem doenças mais graves, que precisa de hospitalização, os cuidados e o tratamento não terminam com a alta hospitalar. Esses pacientes, de fato, têm sintomas que persistem por pelo menos 2 a 3 meses”. De acordo com o médico, os sintomas persistentes são:

 

• Fadiga

• Falta de ar

• Dores no corpo

• Tosse

• Dor de cabeça (às vezes)

 

Miocardite

O cardiologista também destaca que a Covid-19 pode causar danos potenciais a longo prazo no músculo cardíaco, a miocardite, inflamação já documentada em vários estudos, tanto em autópsias, como em exame de imagem mais sofisticado. E ficou evidente o problema, meses após a infecção aguda. “Essa infecção traz consequências muito ruins, como dilatação e disfunção progressiva do coração, e arritmias, levando à insuficiência cardíaca, que é um quadro mais grave”

Dr. Darzé esclarece que essas sequelas não têm sido observadas com muita frequência, mas a presença do vírus e da inflamação têm sido muito frequentes, mesmo semanas ou meses depois da infecção aguda. “Obviamente, é preciso fazer estudos mais prolongados com follow-up mais longo, para saber a consequência real da presença do vírus e da inflamação no coração durante tanto tempo. Mas, até agora, apenas uma minoria dos pacientes desenvolveu essas sequelas”.

 

Trombose

Além da miocardite, o cardiologista alerta sobre o processo trombótico, outra consequência a longo prazo muito marcada durante a fase aguda da Covid-19, com formação de coágulos dentro do vaso. “Os estudos são muitos consistentes em mostrar que os pacientes têm tendência à coagulação dos vasos em diferentes órgãos. Eu destaco dois grandes grupos de doenças trombóticas: as que envolvem a veia - trombose venosa da perna e a embolia pulmonar -, e as que envolvem o sistema arterial, que causam o infarto agudo do miocárdio e o AVC”.

De acordo com Dr. Darzé, essas síndromes trombóticas podem levar a consequências a longo prazo, porque envolvem a interrupção aguda de sangue ao cérebro e ao coração, causando o infarto e as sequelas tradicionais, como dificuldade de andar, falar e pensar. “Isso requer um acompanhamento a longo prazo, principalmente com trombose na perna e embolia pulmonar, que vai precisar de uso prolongado de coagulante”, explica.

 

Entender melhor

O diretor médico do Centro de Tratamento da Covid-19 do Hospital Espanhol, o infectologista Roberto Badaró, declara que, embora existam evidências na literatura de que uma pessoa que adquiriu o vírus pode persistir com replicação assintomática em até quatro meses, não é possível afirmar se esse vírus detectado é infectante ou não. “Ao que parece, nos relatos ditos de reinfecção, é que nenhum deles fez cultivo do vírus. Todos relataram que a reinfecção na base da positividade do teste RT-PCR, se não muito raro, pode ser persistência da primeira infecção”.

O infectologista ressalta que os médicos ainda estão entendendo melhor o curso da doença, principalmente quando o paciente tem uma pneumonia severa. “Essa doença tem três fases distintas, com a primeira viral e assintomática, e outras duas mais graves, que é a da pneumonia e da inflamação, que podem levar ao óbito. Na fase da inflamação não há mais replicação viral, e sim um processo inflamatório severo com aumento das citocinas humanas, que leva o paciente à falência de múltiplos órgãos, e a mortalidade pode chegar a 70-90%, dependendo do caso e dos fatores de riscos. Portanto, precisamos entender melhor como bloquear essa resposta de citocinas com anticorpos monoclonais e drogas que reduzam a viremia na fase inicial”.

 

Tomografia do tórax

O pneumologista Jorge Pereira, chefe da divisão médica do Hospital Universitário Edgard Santos, alerta para a baixa especificidade do exame da tomografia computadorizada do tórax de alta resolução (TCAR) no manejo da Covid-19, embora seja um exame de alta sensibilidade e de grande auxílio com a doença. “O método visual de avaliação quantitativa, usado corriqueiramente em nosso meio, que procura estimar a extensão do comprometimento pulmonar e da gravidade da doença, tem demonstrado amplas variações intra e interindividuais, além de não guardar estreita correlação com a gravidade da doença”.

O pneumologista ressalta que o exame não deve ser realizado isoladamente para definir a indicação de internação hospitalar, porém deve ser realizado em todos os pacientes com indicação de internação, baseado em outros parâmetros, e também para avaliar eventuais complicações. “Mostra-se útil diante da suspeita da ocorrência de fenômenos vasculares, na triagem para a realização de angio-TC, ou de tomografia de dupla energia”.

De acordo com Dr. Jorge, existe comprovação científica de que a replicação viral se reduz drasticamente em, aproximadamente, duas semanas do início dos sintomas da doença. Diante disso, a possibilidade de esse indivíduo representar um risco de transmitir a doença fica muito reduzida.

Por outro lado, um estudo realizado nos EUA, e que envolveu dezenas de indivíduos que permaneceram internados com a Covid-19, e se tornaram assintomáticos com alta hospitalar através do teste RT-PCR-negativo, e permaneceram em ambiente controlado a fim de se evitarem novas exposições ao vírus, demonstrou, por testes seriados ambulatoriais ao longo de vários meses, que alguns indivíduos permanecem com o teste positivo nesse período. A discussão é se esses vírus estariam ainda viáveis e capazes de transmitir a infecção. “Há um consenso em torno da probabilidade de o teste identificar fragmentos do vírus sem que representem um risco real de propagação, já que não representaria a forma viável do vírus”, esclarece o pneumologista.

 

Vacina e o comportamento do vírus

Dr. Roberto Badaró destaca que, mesmo após uma vacina eficaz, ainda não será possível afirmar o comportamento do vírus. Segundo ele, pode acontecer o mesmo que ocorre com o Influenza, “que varia a sua hemaglutinina e neuraminidase, por isso tem vacinas todos os anos contra H1N1, e depois H2N3, e assim sucessivamente”.  O infectologista alerta que o coronavírus tem várias espécies diferentes e ainda não se sabe as mutações que podem ocorrer. “Dependendo da imunidade que será adquirida com a vacina pode ser que haja uma necessidade de vacinação de tempos em tempos”, enfatiza.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/covid-e-os-sintomas-que-perduram-estudos-buscam-entender-melhor