Estado de atenção
A febre amarela continua se disseminando, e agora as
áreas rurais de quase todo o país são consideradas áreas sujeitas à doença,
conforme nota emitida nesta semana pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Enquanto o Ministério da Saúde luta para que o surto
da doença não se transforme em epidemia, é bom ficar atento e, se for o caso,
tomar providências para se precaver.
Entenda mais sobre a doença e saiba como se
proteger.
O que é a febre amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril
aguda, causada por um vírus, que pode levar o indivíduo infectado à morte em
cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com Ministério da
Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e comum em macacos, que são os
principais hospedeiros do vírus.
Quais são os sintomas da febre amarela?
Os sintomas iniciais incluem febre de início súbito,
calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e
vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre
alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia
e, eventualmente, insuficiência de órgãos. Entre 20% e 50% das pessoas que
desenvolvem a doença grave podem morrer.
A febre amarela pode levar à morte em cerca de uma
semana, se não for tratada rapidamente.
Como se manifesta a febre amarela?
O período em que o vírus irá se manifestar no homem
varia de três a seis dias após a picada do mosquito infectado, podendo se estender
para até 15 dias.
A maioria das pessoas apresenta melhora após os
sintomas iniciais, mas cerca de 15% dos infectados desenvolvem uma forma mais
grave da doença. Nesse caso, a pessoa infectada pode servir como fonte de
infecção para outros mosquitos transmissores durante no máximo 7 dias (de um a
dois dias antes do aparecimento dos sintomas até três a cinco dias após).
Nos casos em que a doença não é fatal, a pessoa que
contraiu a doença fica com imunidade duradoura, ou seja: só é possível ter
febre amarela uma vez na vida.
O que você deve fazer se apresentar os sintomas?
Depois de identificar alguns dos sintomas, procure
um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para
áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas ou caso tenha
observado mortandade de macacos próximo aos lugares que visitou. Informe,
ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.
Como a febre amarela é tratada?
Não há nenhum tratamento específico contra a doença.
O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com
analgésicos e antitérmicos. Remédios que contenham ácido acetilsalicílico (AAS
e Aspirina) devem ser evitados, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de
manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer
indicações de um agravamento do quadro clínico.
Como a doença é transmitida?
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos
transmissores infectados. Embora não haja transmissão direta de uma pessoa
infectada para outra, se um pernilongo picar uma pessoa infectada e, a seguir,
picar outras pessoas, ele transmitirá o vírus.
A doença possui dois ciclos epidemiológicos
distintos de transmissão: silvestre e urbano. Nos dois casos, o vírus
transmitido é o mesmo, assim como os sintomas da doença. O que difere um ciclo
do outro é o mosquito transmissor.
No ciclo silvestre da febre amarela, os macacos são
os principais hospedeiros do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos
estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os principais
na América Latina. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de
transmitir o vírus a outros macacos e também ao homem. Nesse ciclo, o homem é
um hospedeiro acidental quando entra em áreas de mata.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com
importância epidemiológica e a transmissão ocorre pelo mosquito Aedes aegypti,
comum nas cidades e que também transmite os vírus causadores da dengue, zika e
chikungunya.
O que está acontecendo no Brasil é um surto ou uma
epidemia?
Um surto, pois, de acordo com o Ministério da Saúde,
o aumento do número de casos da doença acima do normal ocorre em regiões
específicas, sem espalhamento. Já a epidemia se caracteriza quando um surto
acontece em diversas regiões.
Por que este surto de febre amarela é chamado de
selvagem?
Porque os casos registrados ocorrem em regiões
rurais ou de mata, transmitidos pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Por
enquanto, não foi detectada a transmissão da doença pelo Aedes aegypti.
Como é feita a prevenção contra a febre amarela?
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de
mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua
disseminação.
Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e
pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito
ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se
tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em
recipientes destampados.
Como posso me proteger contra a febre amarela?
A única forma de evitar a doença é através da
vacinação. No Brasil, o imunizante é desenvolvido pelo laboratório
Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desde 1937.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que
apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No
entanto, como medida adicional de proteção, o Brasil adota esquema de duas
doses da vacina: uma aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos.
Outras medidas preventivas são o uso de repelente de
insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
Quem deve ser vacinado?
Além das doses na primeira infância, o Ministério da
Saúde está recomendando a vacinação imediata para todas as pessoas que vivem em
áreas rurais nas regiões com risco da doença ou nas imediações, e nas cidades
que vivem surto de febre amarela.
Quem nunca recebeu imunização contra a doença também
deve procurar um posto de saúde.
Quem não pode receber a vacina?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
não recomenda a vacina para pessoas com doenças que baixam a imunidade - como
lúpus, câncer e HIV -, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos
a gelatina e ovo.