A Igreja no Brasil, mais uma vez, propõe a Campanha
da Fraternidade a ser vivenciada no tempo quaresmal. A cada ano um tema e um
lema são escolhidos para ajudar as comunidades eclesiais e toda a sociedade a
refletir sobre os apelos de conversão a serem vivenciados. Em 2019 o convite é
refletir sobre FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS.
A proposta é bastante desafiadora, principalmente
nesses tempos em que a palavra POLÍTICA anda bastante desgastada. Mas a
proposta da CNBB é abordar a questão das POLÍTICAS PÚBLICAS. E este é um
assunto que ainda não foi suficientemente debatido e apropriado pelas
comunidades eclesiais. Muitas vezes, a política pública, que é direito de cada
cidadão e cidadã, chega à população como uma benesse ou um “favor” prestado
pelos gestores públicos.
O texto base vai nos chamar a atenção que:
“Políticas Públicas são ações discutidas, aprovadas
e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. São soluções
específicas para a necessidades e problemas da sociedade. É a ação do Estado
que busca garantir a segurança, a ordem, o bem-estar, a dignidade, por meio de
ações baseadas no direito e na justiça”
E esta campanha tem como objetivo principal:
“Estimular a participação em Políticas Públicas, à
luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a
cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.”
Os objetivos específicos apontam caminhos concretos
para que se consolide a maior participação dos cristãos e cristãs em Políticas
Públicas. Entre eles, destaco:
– Conhecer como são formuladas e aplicadas as
Políticas Públicas estabelecidas pelo Estado Brasileiro
– Despertar a consciência e incentivar a
participação de todo cidadão e cidadã na construção de Políticas Públicas em
âmbito nacional, estadual e municipal.
– Promover a formação política dos membros de nossa
igreja, especialmente dos jovens, em vista do exercício da cidadania.
Com o método VER-JULGAR-AGIR, cristãos e cristãs são
estimulados a fazer uma análise da trajetória das Políticas Públicas no Brasil,
com seus avanços e retrocessos. A iluminação da Palavra de Deus e da Doutrina
Social da Igreja ajuda as comunidades a estabelecer uma conexão entre os
desafios da realidade, a trajetória do Povo de Deus, o Projeto de Jesus e a
longa tradição da Igreja Católica. As pistas de ação apontam os rumos e as
possibilidades de engajamento a que a Igreja no Brasil nos conclama.
A CNBB traz algumas questões práticas muito
importantes para a dinamização da Campanha da Fraternidade:
– Cada Diocese e Paróquia organize sua equipe de
Campanhas, de modo que haja uma boa articulação entre elas: Fraternidade,
Missionária e Evangelização. Certamente cada Igreja Particular tem outras
campanhas específicas que também deveriam ser animadas por essa equipe.
– É muito importante divulgar a Coleta da
Solidariedade – feita no Domingo de Ramos. As comunidades precisam estar
conscientes da sua finalidade, como também receber a prestação de contas anual
sobre a arrecadação e os projetos apoiados com os Fundos Nacional e Diocesano
de Solidariedade.
– A partir de 2019 a JORNADA MUNDIAL DOS POBRES é
incorporada como uma ação concreta da Campanha da Fraternidade de cada ano. Todas
as Igrejas Particulares devem incluir essa ação em seu plano pastoral.
Nesse período que antecede a Quaresma, é muito
importante que sejam organizados eventos formativos sobre o tema da CF-2019.
Animadores e animadoras devem estar bem preparados para evitar equívocos na
abordagem do tema. O texto-base é bastante didático, esclarecedor e dever
estudado com bastante empenho.
Quaresma é caminho de transformação em Cristo. A
Igreja, através da Campanha da Fraternidade, nos chama a participar da
transformação da sociedade de modo ativo, ajudando na proposição, discussão e
execução de Políticas Públicas para que as pessoas sejam libertadas pelo
direito e pela justiça.
Fonte: http://franciscanasgo.org.br/campanha-da-fraternidade-2019-fraternidade-e-politicas-publicas/
- por Carolina Umbelino