quinta-feira, 23 de abril de 2020

Os benefícios da pimenta para o coração


Além de colorir, perfumar e encher os pratos de sabor, a especiaria mais ardida e popular do planeta nos protege de doenças cardiovasculares

No tabuleiro da baiana tem. Na cozinha mexicana também. E até em centro de pesquisa italiano ela dá o ar de sua picância. Estrela na culinária internacional, a pimenta protagonizou um dos mais badalados estudos recém-publicados no universo da nutrição. Ele foi tocado no Instituto Neurológico Mediterrâneo Neuromed, em Pozzilli, e traz mais motivos para esquentar o cardápio do dia a dia. Depois de esmiuçar dados de mais de 22 mil pessoas por cerca de oito anos, os cientistas notaram uma associação entre a especiaria e a proteção contra males como o infarto.

Segundo a líder do trabalho, Marialaura Bonaccio, o consumo frequente pode reduzir o risco de morte por problema cardiovascular em 34%. Embora dois grandes estudos anteriores — um com a população chinesa e outro realizado com americanos — já tenham apontado a relação protetora, ainda se debate o que o alimento teria de tão especial para o coração.

Grande fã de macarrão apimentado com vegetais, Marialaura argumenta que “mais pesquisas são necessárias para explicar o que está por trás dos benefícios”.

Outra apreciadora, a nutricionista Marina Sallum, expert em vegetarianismo da RG Nutri, na capital paulista, conta que a literatura científica dá pistas vindas de experimentos em células e cobaias. “Há indícios de que a pimenta favorece o equilíbrio dos níveis de colesterol no sangue, a vasodilatação e o controle da pressão arterial”, diz.

A lista de benesses ao peito não ficaria por aí. “O alimento tem ação anti-inflamatória”, destaca a nutricionista Renata Alves, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo. Daí que, entre outras coisas, resguarda o tapete celular que recobre o interior das artérias. Com isso, elas ficam mais blindadas contra lesões e placas de gordura.

Um mix de antioxidantes torna a especiaria tão poderosa. “Compostos bioativos, como carotenoides e polifenóis, especialmente flavonoides, atuam em sinergia”, conta a nutricionista Gabriela Barbosa, da Universidade Federal de Minas Gerais.

Capsaicina, o segredo ardido da pimenta
Grande parte de seus talentos, entretanto, recai sobre um ingrediente exclusivo desses vegetais: a capsaicina. A substância é, inclusive, a responsável pelo ardor. Não à toa o nome de batismo, Capsicium, serve para o gênero que contempla malagueta, dedo-de-moça, jalapeño, além das pimentas-de-cheiro e dos pimentões.
Na natureza, o composto já exerce seu papel defensivo. A ardência afasta predadores dos frutos, caso de alguns mamíferos. As aves, por sua vez, são imunes.
“O colorido das pimentas Capsicum silvestres atrai pássaros que, ao comerem os frutos inteiros, contribuem para a dispersão das sementes e a preservação do vegetal”, explica a engenheira-agrônoma Cláudia Ribeiro, da Embrapa Hortaliças, em Brasília. Assim como a passarinhada, o bicho-homem se apaixonou e carregou o alimento para todos os cantos do planeta.
A verdade é que a capsaicina estimula efeitos irritantes e prazerosos quase ao mesmo tempo. Quando entra em contato com as mucosas da boca, do nariz e da garganta, ela desencadeia um sinal de dor. Então, de célula em célula, a mensagem chega ao cérebro, que reage produzindo endorfinas — substâncias relacionadas ao alívio e ao bem-estar.
A quantidade de moléculas capsaicinoides encontradas nos frutos é bem variada. Fatores como a constituição genética da pimenteira e até mesmo as condições de cultivo, a temperatura e a umidade durante o crescimento dessas plantas interferem na concentração, nas sensações provocadas e, inclusive, nos apregoados benefícios à saúde.
Portanto, se a capsaicina é o maior tesouro da pimenta, vale parafrasear o filme estrelado por Marilyn Monroe e Tony Curtis: quanto mais quente, melhor.

Família picante
Relatos apontam a região que inclui a bacia do Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia, como centro de origem das pimentas. Os frutos do gênero Capsicum (são cerca de 30 espécies) só foram encontrados por Cristóvão Colombo em sua segunda viagem à América, no século 15, e, a partir daí, conquistaram o mundo.
O grupo exibe vários formatos, tamanhos, cores e graus de picância. Entre as fortes, estão malagueta, fidalga e habanero. Já a biquinho, a murupi e a dedo-de-moça figuram como mais suaves.
Pimentas-do-reino vêm de outra família. Inclusive, não contêm a aclamada capsaicina. Nossa pimenta-rosa também faz parte de um clã diferente.
O antropólogo e historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) se desdobra em elogios ao mais pungente dos vegetais: “… a pimentinha, companheira sem rival, transformando o peixe cozido em obra-prima, ressaltando os valores sápidos de todas as iguarias…”.
Nada mais justo. Afinal, malagueta e companhia oferecem uma mistura ímpar de compostos e realçam as preparações como ninguém. Enfeitam qualquer prato. Sem contar que a pimenteira, reza a sabedoria popular, espanta até mau-olhado.
A chef de cozinha baiana Tereza Paim, do restaurante Casa de Tereza, em Salvador, usa desde menina. Ela apanhava os frutos frescos plantados no quintal e amassava na hora das refeições.
Em sua cozinha, as espécies doces e aromáticas têm grande espaço, mas há tipos ardidos também. Fica a gosto do freguês. “Alguns têm maior resistência, outros não. Por isso, os molhos são servidos em potes separados”, relata.

As situações que pedem moderação
Quando o assunto é pimenta, há a turma de paladar menos sensível que pede mais e mais. Por outro lado, muitos fogem — e tem gente que deve mesmo passar longe.
“Não é indicada para indivíduos com alterações gastrointestinais, caso de gastrite, além de pessoas com doenças inflamatórias no intestino e hemorroidas”, avisa a nutricionista Andréa Esquivel, do Cedig — Centro de Medicina Avançada, em São Paulo. Não que a especiaria provoque todos esses males: ela só desencadeia sintomas em indivíduos que já apresentam tais distúrbios.
Para atenuar um pouco a picância, Andréa, que também é professora de culinária, recomenda retirar as sementes e a chamada placenta, aquela parte mais esbranquiçada. Ali se concentra a capsaicina. “O uso de luvas durante o manuseio é fundamental para evitar irritação”, ressalta.
Outro aviso importante para quem quer apimentar a rotina é não abusar. Excesso nunca é bem-vindo — até porque a vermelhinha vai roubar a cena e ofuscar outros ingredientes do cardápio.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/beneficios-pimenta-coracao/ - Por Regina Célia Pereira - Foto: Cappels/Getty Images

Higiene, mudanças na alimentação e mais: os novos hábitos que você precisa adotar com seu pet


Atividades rotineiras, como a caminhada higiênica, agora precisam ser mais curtas

Ficar uma semana na companhia do seu animal de estimação dentro de casa é uma delícia, mas depois de um mês vendo a cara do Totó de manhã à noite, a rotina pode ficar mais complicada. Por conta das recomendações de distanciamento social e orientações para prevenir o contágio pelo coronavírus, novos hábitos também precisam ser inseridos no dia a dia de quem tem pet em casa. Veja as principais recomendações:

Estabeleça uma nova rotina
Criar uma nova rotina com o mascote não precisa ser complicado. Isso fica por conta do retorno às atividades normais, momento em que seu pet vai ficar ressentido de perder o convívio estreito com a família. Mas naquela de resolver  “uma coisa de cada vez”, fazer do tempo algo agradável costuma ser tranquilo, uma vez que tutores e mascotes que se gostam costumam se dar muito bem quando juntos.

De repente, nós
Em tempos de distanciamento social, gatos costumam se dar melhor porque pouca coisa muda da rotina deles. Se querem ficar com seus tutores, ficam; se não querem, procuram seu próprio isolamento, e de preferência nas alturas. De certa forma, cães também podem assumir um comportamento semelhante, de se refugiar debaixo do sofá para dormir, por exemplo - ainda mais se, da noite para o dia, três crianças misteriosamente passam a ficar o dia inteiro em casa sem receber visitas.
Mas a grande diferença entre cães e gatos costuma ser o “banheiro”. Enquanto gatos seguem com suas “caixinhas”, alguns cães podem ter tido suas caminhadas higiênicas interrompidas, o que pode causar sério desconforto.    

Faça caminhadas curtas
Cachorros acostumados com o passeio higiênico, aquele para fazer xixi e cocô, podem ficar ressentidos - e até com a síndrome da bexiga presa - se pararem repentinamente de sair no horário habitual.
Podendo manter o costume, vá firme. Essas saídas fazem bem para vocês dois, mas não esqueça dos novos cuidados acerca da aglomeração. Assim que seu pet fizer o que precisa, recolhas as fezes do animal e volte para casa. Às vezes, um cachorro não se acostuma rápido em fazer suas necessidades no jornal e retém a urina. Não negligencie esse fato, pois isso pode causar cistite.

Cuidado com os pelos das patas
Por enquanto, a recomendação aos tutores cujos pets precisam sair é lavar bem as patinhas antes de ele entrar em casa. Por conta disso, diminuir a quantidade de pelos ao redor das patas (incluindo os pelinhos que ficam entre os dedos e a almofadinha plantar) facilita sua vida e contribui para uma secagem rápida do local.

Lenços umedecidos com sabão podem fazer o serviço, mas eu prefiro uma bacia pequena com uma lâmina fina de água com sabão, local em que mergulho as patinhas para depois secar com papel toalha, inclusive entre os dedos. Depois, uso um pano seco específico para esta finalidade e o lavo separadamente.  É importante deixar bem seco porque patas úmidas podem trazer desequilíbrios na pele do seu pet.

Álcool para higienizar o pet?
Alguns tutores apelam para o álcool na hora da limpeza, mas o melhor ainda é lavar as patinhas com água e sabão. Em último caso, você pode recorrer ao álcool 70%, mas esse produto costuma ressecar as patinhas do seu pet se for de uso contínuo.

Xô, parasitas
Já acabou com as pulgas e os carrapatos? Aproveite e peça online mesmo produtos de uso oral ou tópicos para acabar de vez com o parasita.

Hora da escovação
Para quem não era muito adepto de escovar o pet, vale lembrar: agora, é questão de saúde  escovar o pelo do seu mascote. A atividade é importante pois remove pelos soltos e evita a formação dos nós - problema que pode resultar em fungos, no pior dos casos, ou verdadeiros tufos que só sairão mediante tosa bem baixinha.
A escovação diária, mesmo para os animais de pelo curto, é o suficiente para tirar o sebo em excesso ou sujeiras presas no pelo. Para animais mais peludos, como o Golden e o Collie, o talco, aliado à escovação, ajuda a manter o pet limpo.

Olho no prato
Se você já percebeu alguns centímetros a mais na sua cintura durante a quarentena, talvez seu mascote também tenha aumento de peso. De repente, cães que tinham uma rotina de exercícios tiveram a caminhada reduzida, e o horário certinho para comer acabou sendo estendido. Talvez seja hora de rever a quantidade de comida que você põe no prato do seu mascote - e isso vale também para gatos. Vale lembrar: petiscos podem estar sendo os responsáveis pelo peso extra.

Pet com ansiedade? Sim!
Se o seu animal de estimação anda meio triste pelos cantos ou se mostra ansioso demais, o foco desse comportamento pode estar sendo você.  Cães e gatos são verdadeiras esponjas e absorvem tudo o que vem da cabeça dos tutores: as sutis mudanças que o mau humor causa numa pessoa não passam desapercebidas pelos animais.
O distanciamento social está afetando sua ansiedade? Ficar em um apartamento pequeno não está sendo fácil? E você sente falta da rotina? Não tenha dúvida de que o pet sofre com sua tristeza. Converse com alguém sobre seus sentimentos. Da mesma forma,  procure acariciar seu cachorro e usar uma voz calma e tranquila quando estiver ao lado dele, isso pode ajudar.

Brincadeiras a mil
Para finalizar, a limonada que se pode fazer desse limão que é o período em casa é brincar com seu pet. Faças as coisas de que ele gosta. Coce a orelha dele, faça carinho no seu lombo, use o afeto que o cão tem para com seus tutores a seu favor. Afinal, não é por acaso que procuramos a alegre companhia dos animais em tempos de cólera, ou de coronavírus, seja lá o que esteja nos incomodando.
Aceite o sutil convite de seu mascote para descer do pedestal do Homo sapiens, e se permita momentos de alegria, higiene mental e descontração. Doses diárias de carinho podem fazer muita diferença para enfrentar esse período. 


quarta-feira, 22 de abril de 2020

Por que homens são mais afetados pelo coronavírus?


Especialista discute por que homens acima de 60 anos são hoje o principal grupo de risco para complicações graves da Covid-19

A pandemia do novo coronavírus vem gerando grande impacto na qualidade e na expectativa de vida da população, sobretudo entre homens a partir dos 60 anos. Existem indícios de que eles correm maior risco de enfrentar sintomas graves e morte em relação às mulheres.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou dados sobre óbitos pela Covid-19 no final de março e mostrou que 68% das vítimas eram do sexo masculino e 32% do feminino. Na Itália, relatório retrospectivo sobre as pessoas afetadas pela doença demonstrou que os pacientes na UTI eram, em sua maioria, homens (82%) com idade mediana de 63 anos. Boa parte também tinha problemas cardiovasculares ou respiratórios prévios.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, e financiada pela Fapesp, descobriu que, em homens com mais de 60 anos, a expressão de um gene chamado TRIB3 está diminuída em certas células do pulmão, alvos preferenciais do vírus Sars-CoV-2.

Os cientistas notaram que a expressão desse gene reduz progressivamente com o envelhecimento. Homens sexagenários em diante são os mais propensos a desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória quando infectados pelo novo coronavírus, possivelmente devido à diminuição na expressão de genes que regulam a função de um fluido que naturalmente protege os pulmões.

O estudo sugere, assim, que medicamentos capazes de estimular a expressão do gene TRIB3 devem ser avaliados como uma possível terapia contra a doença.

Iniciativas de alto nível como essa precisam ser consideradas prioritárias, pois falamos de um problema potencialmente grave e bastante impactante no sistema de saúde. Esse é o momento de se buscar investimento público e privado e colaboração de todos os atores envolvidos em busca de uma solução rápida e efetiva.

Sabemos que adoecer é um sinal de fragilidade e que muitos homens ainda se julgam seres invulneráveis, o que contribui para que eles se cuidem menos e se coloquem mais em situações de risco.

Embora estejamos atravessando a pandemia, é importante ressaltar, ainda, que não podemos nos esquecer de outros problemas de saúde e, no âmbito da urologia, destaco as doenças da próstata — especialmente o câncer, o mais comum na população masculina brasileira. Eis uma questão delicada a ser encarada neste momento.

Se o paciente não necessita de cuidados emergenciais, a cirurgia não está indicada agora, pois o indivíduo pode estar em período de incubação do vírus no momento da abordagem cirúrgica, o que aumenta o risco de desfechos negativos. Pesquisadores chineses demonstraram, após analisar 2 007 pacientes hospitalizados por Covid-19, que aqueles com histórico de câncer apresentavam maior incidência de eventos graves, como morte ou admissão na UTI.

Em outro estudo, os cientistas revisaram dados de 1 524 pacientes com câncer em Wuhan (China) e, comparando com a população em geral, constataram que as pessoas com a doença tinham um risco duas vezes maior de sofrer com a Covid-19. Dessa forma, a presença do câncer e a internação hospitalar contribuíram para o maior risco de ter a infecção e piores resultados.

A ciência e a prudência recomendam que os homens acima de 60 anos, a principal faixa de risco para o câncer de próstata, não negligenciem a saúde e o perigo do coronavírus.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/homens-afetados-pelo-coronavirus/ - Por Dr. Fernando Nestor Facio Junior, urologista - Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital

terça-feira, 21 de abril de 2020

O que fazer durante a quarentena para não perder o ânimo


Em tempos de isolamento social, é importante cuidar dos hábitos diários para afastar o tédio e preservar sua saúde mental

Cinemas e teatros interditados, bares e restaurantes fechados, ruas desertas e muita gente trabalhando longe do escritório, em home office. Quando uma quarentena é declarada, a forma como interagimos com o mundo muda efetivamente.

Não é de se espantar que as pessoas percam um pouco do ritmo habitual de suas vidas. Com isso em mente, reunimos dicas de uma psicóloga sobre o que fazer durante o isolamento social para se manter ativo e longe do tédio ao longo desse período. Confira:

1 - Desenvolva uma rotina
A falta de hábitos estabelecidos pode fazer com que você se perca um pouco. A psicóloga Isabelle Tortorella indica que é importante criar e seguir uma rotina para o desenvolvimento de um equilíbrio emocional e mais vigor nas atividades diárias. "Isso envolve ter um horário para dormir, acordar e fazer as refeições", explica.

2 - Mantenha os mesmos horários
Outro conselho é tentar manter uma agenda e horários próximos aos que se seguia habitualmente. Caso a pessoa não faça isso, é provável que acabe tendo uma rotina "desprendida" do que costumava levar. Ainda que seja um contexto atípico, é indispensável tratar a quarentena como uma mudança no modo de vida, e não um intervalo nela.

3 - Pratique atividades físicas (prazerosas a você!)
Manter a mente ativa e exercitada nem sempre é uma tarefa fácil em casa. Uma forma de conseguir permanecer animado durante a quarentena é praticando exercícios físicos, já que eles estimulam a liberação de endorfinas, os chamados "hormônios do bem-estar".
Optando por fazer alguma atividade prazerosa, adaptada à sua própria realidade, é possível não só evitar dores que desanimam, como também ter uma dose extra de alegria e disposição. "Existem profissionais conceituados oferecendo aulas gratuitas de yoga, meditação e dança, por exemplo", indica Isabelle.

4 - Evite o excesso de informação
Quando as pessoas passam mais tempo em casa, é normal que o fluxo de informações seja excessivo. Os indivíduos gastam mais tempo online, o que faz com que sejam bombardeados de conteúdos e fatos novos.
Numa quarentena, principalmente, isso pode ser agravado, já que as notícias relacionadas à situação que alterou o cotidiano costumam aparecer a todo momento. Por isso, a psicóloga Isabelle recomenda evitar o excesso de informação, seja por televisão ou celular. De acordo com a especialista, isso pode trazer mais preocupação e desencadear condições como estresse e ansiedade em algumas pessoas.

5 - Evite assistir o que te causa ansiedade e estresse
É comum que as pessoas recorram a filmes e séries como forma de se distraírem, só que nem tudo o que está à disposição pode fazer bem. "Evite assistir a filmes que causem ansiedade ou estresse", destaca, uma vez que podem dificultar não só a concentração, como também a calma.
Um exemplo disso seria os filmes possivelmente relacionados àquilo que provocou um modelo atípico de vivência, como longa-metragens cuja trama esteja relacionada a epidemias ou ao isolamento social de alguma maneira, causando pânico.

6 - Mantenha contato com quem você ama
A proximidade com aqueles que você ama é vital para a manutenção da estabilidade emocional. Embora a presença física não seja possível durante a quarentena e isolamento social, ainda podemos nos fazer presentes de alguma forma. Recorra aos aplicativos e chamadas de vídeo. Isso tem grandes impactos na sua saúde mental e disposição.

7 - Faça cursos ou retome projetos pessoais
Quem está passando mais tempo em casa, pode aproveitar o momento para dar início àquele projeto que estava para começar ou retomar algo que foi deixado de lado. Talvez até mesmo se ocupar com algum curso que quisesse fazer há algum tempo. É uma boa forma de ocupar a mente durante a quarentena, de acordo com a psicóloga.

8 - ... ou faça o contrário disso
Isabelle explica que aproveitar esse período também para dar fim a projetos que já não fazem mais sentido para você também pode ser benéfico. Tome seu tempo, relaxe e tente evitar aquilo que já não te faz mais bem.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

Quer dormir melhor? Veja como mudanças na alimentação podem ajudar


Falta de rotina para se alimentar e refeições pesadas contribuem para um sono mais agitado

Evite eletrônicos (vídeo game, celular, computador, televisão) pelo menos uma hora antes de dormir

Muita gente já está completando um mês de distanciamento social em casa. O novo estilo de vida trouxe, para muitos, uma série de dificuldades de organização no dia a dia: dormir mais tarde, comer sem horários definidos, falta de planejamento da alimentação, ficar assistindo à televisão até mais tarde, não conseguir praticar exercício físico como antes... Como consequência quase direta desta falta de rotina está o aumento de problemas com o sono.

Insônia, acordar várias vezes durante a noite, muita sonolência de dia e a necessidade de vários cochilos são algumas das queixas que pacientes vêm trazendo ao consultório (virtual!) nesta época. Sim: você sabia que a alimentação pode influenciar na qualidade do seu sono?

Se você se identificou com algumas das questões, veja  dicas para se alimentar respeitando os ritmos naturais do  corpo - e, claro, para melhorar sua qualidade de vida.

Não pule o café da manhã
Comer de manhã “avisa” seu corpo que o dia começou e garante a regulação adequada de hormônios - entre eles, o cortisol, o hormônio do estresse. Quando você não se alimenta bem pela manhã, aumenta o tempo que o cortisol atua no corpo e atrasa a liberação de melatonina à noite, o hormônio que ajuda a induzir o sono na hora de dormir.

Aposte em um jantar leve
Para a última refeição do dia, reserve um prato leve, com muitos legumes, alguma fonte proteica (vegetal ou animal) e, talvez, uma fruta, se você quiser. À noite, nosso corpo não está mais em condições adequadas para fazer a digestão de refeições “pesadas” com gorduras e proteínas em excesso.
Além de pratos mais leves, atenção também à quantidade: coma mais no início do dia e vá diminuindo o volume das suas refeições até a noite.

Jante cedo - e evite comer depois
Jante pelo menos duas horas antes de dormir e garanta que você vai estar pronta para dormir pelas 22h. Então, o mais adequado seria jantar pelas 20h e não comer mais nada até ir para a cama.
Caso você sinta fome, tente entender se não é ansiedade ou tédio. Beba água ou uma infusão de ervas tranquilizantes, como camomila, erva-cidreira ou hortelã. Se você tiver fome todos os dias depois do jantar, provavelmente suas refeições anteriores não estão adequadas em nutrientes.

Evite cafeína oito horas antes de dormir
Caso se programe para dormir às 22h, o ideal é parar de consumir fontes de cafeína (café preto, chás, chimarrão) pelas 14h.

Dê preferência aos alimentos que estimulam o sono
Na hora de escolher os alimentos do seu jantar, priorize os que ajudam a estimular o sono: banana, amêndoas, aveia, semente de girassol, lentilha e pistache.

Faça um lanche com proteína e gordura
Na hora do lanche da tarde, priorize uma refeição que contenha fontes de proteína (vegetal ou animal) e gordura. Isso garante que você não vai chegar na hora do jantar com muita fome..

Beba água
Mantenha-se bem hidratada ao longo do dia.
Além da alimentação, outros hábitos são importantes, como respeitar os horários de dormir e acordar diariamente (mesmo aos finais de semana), evitar fazer cochilos ao longo do dia, manter uma rotina de atividades físicas, evitar eletrônicos (videogame, celular, computador, televisão) pelo menos uma hora antes de dormir e não colocar a opção soneca no despertador do celular.
Sei que muitos hábitos podem ser difíceis de você colocar na sua rotina. Mas reflita sobre o quanto as noites mal dormidas estão atrapalhando a sua vida. Talvez seja uma boa hora para adotar hábitos mais saudáveis.


domingo, 19 de abril de 2020

17 coisas totalmente normais de se estar sentindo agora


Como você está se sentindo no meio de uma pandemia global de coronavírus? Triste, por estar em isolamento? Estressado, por conta do trabalho? Com medo, por sua família? Confuso, sem saber como proceder? Culpado, por não estar sendo tão produtivo? Desolado com o futuro da política? Tudo isso e mais um pouco?

É normal. Seus sentimentos são válidos. E, enquanto isso não resolve seus problemas, há um certo conforto em saber que outras pessoas também estão sentindo essa montanha-russa de emoções, não é mesmo?

Caso esteja se sentindo perdido sobre seus próprios anseios, dê uma olhada abaixo em dezessete coisas totalmente normais de estar sentindo neste momento – e saiba que você não está sozinho. A lista foi compilada com a ajuda de terapeutas e profissionais de saúde, sobre os tópicos que mais estavam surgindo em suas sessões com seus clientes.

1. Você está cansado/esgotado
Não importa se você não é um trabalhador da saúde, digamos, cujo trabalho é exigente e essencial neste momento. Mesmo as pessoas em posições relativamente seguras durante a pandemia podem se sentir muito cansadas.
Isso porque o esgotamento é uma consequência natural da pandemia. “O esgotamento é o resultado de liberar mais energia do que você absorve”, explica Ryan Howes, doutor em psicologia clínica, à SELF.
Ajustar a uma nova rotina exige muita energia, acompanhar as notícias exige energia, aprender a fazer seu trabalho de casa exige energia, tudo pode te consumir neste momento.
Por outro lado, seus momentos de “recarregar” as energias não são mais possíveis: ver os amigos, fazer um happy hour em um bar, ir a uma festa, ir à academia etc. “Há muito mais coisas drenando nossas energias do que coisas nos fortificando agora. Essa é uma receita perfeita para o burnout”, completa Howes.

2. Você está bravo/com raiva
Certamente, existem muitos motivos para se estar com raiva agora. Você pode estar frustrado com as pessoas que não estão levando a pandemia a sério, ou descontente com a forma como pessoas, governos e instituições estão lidando com ela estruturalmente.
Um grupo de pessoas que vem sentindo raiva, por exemplo, são os trabalhadores essenciais presos em situações impossíveis sem o apoio de que precisam.
“Enquanto muitos sabem que são necessários como trabalhadores da saúde e querem ajudar, também podem sentir raiva por não possuírem o equipamento apropriado para fazer seu trabalho de forma segura, ou recursos para seus clientes”, afirma a assistente social clínica Chante’ Gamby à SELF.

3. Você está inesperadamente calmo
Talvez você esteja calmo e se sentindo confuso ou culpado por isso. Saiba que a calma é uma reação comum neste momento.
Diversos terapeutas disseram que seus clientes estão calmos, seja por negação – o COVID-19 está longe de suas vistas, de seus conhecidos e de suas mentes – ou porque já estão equipados para lidar com uma crise.
“Clientes que já estavam lidando com grandes estressores antes ou já estavam fazendo terapia por fatores ligados à ansiedade estão utilizando as habilidades que aprenderam para se ajustar às mudanças”, argumentou a assistente social clínica LaQuista Erinna.
Suas experiências anteriores de vida também podem te ajudar a manter a calma em momentos difíceis.
“Alguns de meus clientes estão sentindo uma calma inesperada em meio ao caos, o que às vezes pode ser o resultado de experiências adversas na infância, onde os clientes se tornaram acostumados a ambientes instáveis”, disse a terapeuta e doutora em educação e supervisão de terapia Siobhan D. Flowers.

4. Você está enlouquecendo com medo do futuro
A pandemia traz muitas incertezas, especialmente sobre os impactos a longo prazo nas nossas vidas e no mundo como um todo.
Muitas pessoas estão preocupadas com isso, simplesmente porque há muita coisa que não podemos prever.
“A ansiedade nasce do medo do desconhecido e, agora, muitas coisas são desconhecidas. Pessoas estão com medo de ficar sem comida ou outros suprimentos. Estão com medo de perder suas casas e carros por ficar sem trabalho”, esclarece Myisha Jackson, terapeuta licenciada, à SELF.
A lista de medos é interminável – e é simplesmente normal se sentir aterrorizado com as incertezas.

5. Você está tendo dificuldades para trabalhar em casa
Se você está fazendo home office, ou seja, está trabalhando remotamente a partir de sua casa, pode ser que tenha dificuldades em se ajustar a esse novo ambiente. Sentimentos de estresse, angústia e frustração são comuns.
Talvez você não consiga focar tanto nas tarefas, o que causa nervosismo ou culpa por falta de produtividade, ou, ao contrário, você esteja trabalhando cada vez mais e se sentindo sobrecarregado.
“Clientes estão conectados aos seus computadores agora mais do que nunca, acompanhando notificações por e-mail e respondendo rapidamente a todas as perguntas, solicitações ou atribuições”, afirma a assistente social clínica Gena Golden. “Alguns me disseram ter anseio de fazer pausas para lanches ou ir ao banheiro, por medo de que seu supervisor os chame e eles não estejam lá para responder em questão de minutos”.

6. Você está lamentando eventos cancelados
A pandemia certamente mudou totalmente as nossas vidas, forçando as pessoas a perder vários eventos e experiências pelos quais elas esperavam com muita alegria e animação.
“Clientes estão lamentando eventos importantes cancelados, como aniversários, aposentadorias, casamentos, formaturas”, comenta Erinna.
Não há viagens, não há comemorações. E isso é chato, é irritante, é decepcionante e é triste – não se sinta culpado por lamentar essa consequência negativa do COVID-19, mesmo que haja outras muito piores.

7. Você parece um ioiô, alternando entre otimismo e pessimismo o tempo todo
No meio de uma pandemia, cada novo dia pode parecer uma semana inteira por conta de toda a informação que te bombeia, como atualizações, estatísticas e histórias diferentes.
“As pessoas estão se perguntando: ‘Devo me sentir bem ou devo me sentir mal? Sinto-me esperançoso ou sem esperança?’”, comenta Howes.
É natural sentir um monte de coisas diferentes e até opostas ao mesmo tempo ou em ciclos. Faz parte do momento.
Vale notar, no entanto, que ver muita notícia pode exacerbar essa reação, bem como várias outras nesta lista. Talvez seja interessante se desligar um pouco do noticiário e das redes sociais.

8. Você está precisando de um abraço
Muitas pessoas estão sentindo falta de contato físico. Muitos clientes estão mencionando a importância do toque para seus terapeutas.
“Sim, podemos usar o Zoom e o Facetime [para falar com pessoas amadas], mas há algo mais a ser dito sobre abraços e beijos, ou mesmo estar em proximidade física a uma pessoa. Estamos testemunhando a importância da comunidade e o poder da interação física em sua ausência”, disse Bianca Walker, terapeuta licenciada.

9. Você está inseguro
A pandemia está forçando as pessoas a “pararem no tempo”, em alguns aspectos. Pode ser que você tenha sido obrigado a dar uma pausa em alguma meta de longo prazo, ou uma busca de emprego, ou o início de um relacionamento.
E agora? O que você deveria fazer? Qualquer planejamento futuro parece inseguro.
“Muitos de nós estão querendo planejar nossas férias, aniversários, casamentos etc., mas nos sentimos presos ao não saber o que está por vir. Isso cria uma sensação terrível de não ter nada pelo que esperar, porque não temos certeza do que está por vir”, argumenta Vernessa Roberts, terapeuta de casamento e família, à SELF.

10. Você está se sentindo culpado por sua relativa segurança ou privilégio
Muitas pessoas estão se sentindo culpadas por estarem uma posição privilegiada e relativamente segura em comparação a outras, mais expostas aos impactos negativos da pandemia.
“Eu tenho visto ‘síndrome do sobrevivente’ em pessoas que possuem meios e trabalhos que podem ser feitos de casa, enquanto familiares, amigos ou até mesmo pessoas que eles veem no noticiário não”, explicou Cicely Horsham-Brathwaite, doutora em aconselhamento psicológico.
Coisas pelas quais você deveria estar grato – como estabilidade financeira, a companhia da família ou de um parceiro durante o isolamento, ou boa saúde que te deixa em menor risco de complicações – acabam sendo ofuscadas pela consciência de que nem todo mundo está em posição similar.
Se este é o seu caso, pense se você tem condições de ajudar outros, o que pode te deixar melhor.
“Aconselho as pessoas a lidarem com sua realidade e contexto, ajudando-as a pensar em maneiras de prestar serviços aos outros. Se elas estão abertas a isso, significa doar financeiramente, voluntariar-se, orar por si e pelos outros e, é claro, gerenciar sua ansiedade para apoiar seu próprio bem-estar, permitindo que sejam uma fonte de apoio emocional para os outros”, esclarece Horsham-Brathwaite.

11. Você está experimentando um arrependimento existencial profundo
Uma crise em larga escala como essa pandemia naturalmente traz à tona várias questões que podem te fazer pensar em escolhas anteriores, experiências e valores.
“Algumas pessoas estão analisando como ‘desperdiçaram’ seu tempo sofrendo ou ruminando sobre coisas que agora têm pouco valor”, afirma Golden.
Apesar de tudo, isso pode ter um efeito colateral positivo. “Elas estão começando a ver um novo significado nos seus vínculos, relacionamentos, conexões sociais, família e saúde”, disse.

12. Você está de luto
Algumas pessoas estão literalmente de luto, uma vez que perderam entes queridos para o COVID-19. No entanto, os terapeutas observam que as pessoas estão experimentando o luto de formas não tradicionais, também.
De acordo com Howes, muitos estão lidando com algum tipo de perda, seja a perda de um emprego, da liberdade, da sensação de segurança, da sua visão de como sua vida deveria estar indo. “As pessoas estão lutando com vários estágios do luto e não sabem por que se sentem assim. Mas você pode estar sofrendo com a perda de muitas coisas em sua vida agora”, sugeriu.
Você também pode estar lamentando a perda de vidas em larga escala, mesmo que não conheça pessoalmente ninguém que morreu. Isso pode ser verdade especialmente em comunidades mais afetadas pelo COVID-19.
“Entre meus clientes que são pessoas de cor, principalmente negros e pardos, há um sentimento de tristeza individual e coletiva, uma vez que relatórios recentes indicam que essas comunidades são desproporcionalmente impactadas pelo COVID-19 devido à desigualdade e discriminação estruturais”, afirmou Horsham -Brathwaite.

13. Você está se sentindo culpado por não ser mais produtivo
Sua irmã está treinando todos os dias em casa, seu vizinho está aprendendo uma nova língua, seu marido resolveu virar o novo Master Chef, seus amigos estão fazendo todo o tipo de curso online, e você está se sentindo totalmente inadequado em meio a tudo isso, com sentimentos mistos em relação a sua produtividade em tempos de quarentena.
 “Um problema que estou vendo é que as pessoas se sentem culpadas por não serem produtivas o suficiente enquanto estão em casa isoladas. Muitos clientes sentiram que estavam perdendo tempo e falhando miseravelmente na transição para trabalhar em casa. Também há pressão para aprender idiomas, fazer cursos, dominar finanças e fazer todo tipo de coisas. É a pornografia da produtividade em alta”, explica Kaity Rodriguez, assistente social clínica, à SELF.
Simplesmente permita-se não se sentir mal.

14. Você está no limite com seus filhos
Com escolas e creches fechadas, muitos pais estão tendo enormes dificuldades para se ajustar ao fato de ter os filhos em casa o dia todo, especialmente se precisam trabalhar remotamente.
Essa situação adiciona muito estresse à vida das pessoas.
“Elas sentem como se não estivessem fazendo o suficiente e estão falhando tanto com seus filhos quanto com seus empregos conforme não conseguem equilibrar tudo”, disse a assistente social clínica Kimberly Lee-Okonya à SELF.

15. Você está lidando com o reaparecimento de um trauma anterior
Você pode se ver consumido por pensamentos e sentimentos relacionados a algo do seu passado, de repente.
Isso é o seu cérebro funcionando como projetado. “Como nossos cérebros, e especialmente nossa resposta de luta ou fuga, devem nos lembrar do perigo para nos manter seguros, a pandemia está trazendo traumas do passado à tona”, explica o assistente social clínico Ryan M. Sheade à SELF.
Isso vale para qualquer experiência passada, não importa se você não a considera um trauma.
“Todos possuem traumas, seja um grande Trauma com T maiúsculo, um incidente traumático único ou pequenos traumas que são lembretes constantes de como não somos bons o suficiente, ou merecedores de amor, ou como somos insignificantes ou sem importância”, explica Sheade.
O que quer que seja que esteja te atormentando agora, tenha compaixão por si mesmo.

16. Você se sente anestesiado
Com tudo que anda acontecendo, você pode estar tão sobrecarregado que não sinta absolutamente nada.
E tudo bem. Mesmo em períodos caóticos como este, é impossível estar em alerta emocional 24 horas por dia, todos os dias.
“Eu penso nisso em termos de adrenalina. Você só pode ter adrenalina correndo por suas veias por tanto tempo até que o corpo precise se recompor e se acalmar. O mesmo vale para as emoções, especialmente quanto mais isso durar”, declara Howes.

17. Você está sentindo completamente outra coisa do que tudo nesta lista
As pessoas estão sentindo de tudo neste momento. A lista compilada pelo SELF é só a ponta do iceberg – de depressão a tédio a inadequação à excitação, muitos estão passando por um espectro maluco de emoções durante esta pandemia.
A questão que fica é: não importa como você se sinta, ainda é uma resposta válida a essa experiência complexa que estamos vivendo.
“É importante entender que todos estamos lidando com isso como uma unidade, mas essa unidade é impactada de maneiras diferentes. Lembre-se de que o impacto que isso tem sobre você ainda é válido e real. A decisão de escolher como passar esse tempo depende de você e não pode ser comparada à forma como os outros estão passando esse tempo. Lembremos de abraçar nossos próprios sentimentos e lutas e mostrar compaixão pelos sentimentos e lutas dos outros”, conclui Roberts. [Self]


sábado, 18 de abril de 2020

Isolamento social: veja cuidados ao sair e voltar para casa


Higienizar as mãos, manter distância e não compartilhar objetos são algumas das orientações durante a quarentena

O avanço da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, alarmou as autoridades públicas para a necessidade de implantação de medidas preventivas contra a proliferação do vírus.

Nesse sentido, a quarentena foi instaurada oficialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde está concentrada a maioria dos casos no país, enquanto que o isolamento social foi indicado como uma intervenção voluntária para toda a população.

Como parte dessas ações, a orientação mais importante é que as pessoas permaneçam o máximo possível em suas casas, evitando saídas frequentes ou desnecessárias.

Porém, ao deixar o isolamento para realizar tarefas essenciais, como ir ao mercado ou à farmácia, é preciso seguir alguns cuidados tanto fora quanto dentro de casa para evitar um possível contágio pelo vírus. Veja abaixo o que recomendam os especialistas:


Lave as mãos sempre
Lavar as mãos é uma das principais recomendações do Ministério da Saúde, da OMS e de profissionais da área no combate ao coronavírus - uma vez que é uma das ações cientificamente comprovadas como efetivas na eliminação do vírus. Então, sempre que puder, faça a higienização das mãos - e quando não puder lavá-las, use álcool em gel.

Evite usar o celular fora de casa
Quando estiver fora de casa, evite mexer no celular. "Lembre-se que você tocará em várias coisas na rua. Se alguém ligar, evite atender para não colocar as mãos e o celular próximos ao rosto", indica Juliana Almeida Nunes, enfermeira especialista em prevenção e controle de infecções.

Caso seja imprescindível usar o aparelho, ao chegar em casa, além de lavar as mãos, não se esqueça de desinfetar o aparelho. Para isso, é recomendado o uso de álcool isopropílico - que não danifica a tela ou o material do celular.

Não leve a mão ao rosto
Tudo no ambiente externo é potencialmente uma superfície infectada pelo vírus. Por esse motivo, não é indicado tocar o rosto antes do uso de álcool em gel ou limpeza com água e sabão, já que as mãos estão constantemente em contato com objetos.

Visite apenas mercados locais
O maior cuidado ao sair de casa ainda é evitar ambientes muito movimentados, para conseguir manter o distanciamento social. Ao fazer compras, evite grandes redes que atraem pessoas de diversas regiões. Por isso, opte por visitar mercadinhos locais, mais próximos de casa.

Tire a roupa e tome banho
Pode parecer extrema, mas outra ação que pode ser tomada ao voltar da rua é retirar as roupas usadas e entrar no chuveiro. No caso das mulheres, é importante lavar os cabelos também. Essa medida garante que qualquer vestígio do vírus recolhido no ambiente externo seja eliminado no banho, sendo um cuidado extra. Já as roupas utilizadas devem ser lavadas - mesmo que estejam visualmente limpas.

Retire os sapatos antes de entrar
Ao voltar para casa, retire os sapatos antes de entrar. Em seguida, limpe-os com álcool (pode ser em versão líquida) tanto em toda a superfície como na sola. Para facilitar essa limpeza, use um borrifador e depois deixe-o secar adequadamente em algum local arejado.

Uma dica bastante útil é separar um único par de sapatos para utilizar toda vez que precisar sair. Mas lembre-se: se você tocar no calçado, lave as mãos imediatamente ou higienize-as com álcool em gel.

Higienize embalagens ao chegar em casa
Juliana Almeida Nunes explica que ainda não existe comprovação científica sobre a efetividade da limpeza de embalagens de produtos contra o coronavírus. No entanto, esse pode ser um cuidado a mais, já que elas podem ter sido contaminadas com gotículas respiratórias de pessoas infectadas pelo vírus.

Limpe bolsas e acessórios
Se você utilizar bolsa ou mochila ao sair, procure higienizá-las assim que entrar em casa. Vale usar o truque do borrifador com álcool ou limpá-las com álcool em gel. O mesmo vale para outros objetos e acessórios, como carteiras, relógio e pulseiras, que eventualmente ficam expostos na rua.

Cuidado com anéis
De acordo com a enfermeira, não há restrições para o uso de bijuterias em ambiente doméstico. Porém, uma exceção são os anéis. "Durante a higienização das mãos, eles devem ser removidos e higienizados à parte, porque bactérias e outros microrganismos podem se abrigar no espaço entre o dedo e o anel, dificultando a higiene adequada", explica.

Fique em casa
"Como especialista, a minha maior mensagem é: fique em casa", avisa Juliana. De acordo com a profissional, essa é a melhor ação contra o novo coronavírus. Sair? Apenas quando for muito necessário - e sempre seguido de higienização adequada das mãos.


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Use o banho para beneficiar sua saúde e bem-estar


A temperatura e os óleos essenciais podem ser benéficos para o corpo e a mente

Tomar banho é mais do que um ritual de limpeza, é quase que um aspecto cultural. Por exemplo, enquanto no Brasil é comum tomar banho todos os dias (até mesmo mais de um banho por dia!), em alguns países da Europa o mais usual é pular o banho algumas vezes. Para algumas pessoas o banho chega a ser uma forma de ganhar disposição no inicio do dia, ou de tirar junto com a sujeira todo o cansaço provocado pela rotina.

Porém, a saúde também agradece o hábito de banhar-se com regularidade. "O banho auxilia na saúde da pele, retirando as impurezas dos poros. Para o bem-estar ele se torna importante, pois traz alívio das tensões e proporciona o relaxamento", considera a dermatologista Mônica Aribi, membro da Academia Europeia de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Para saber melhor como tirar proveito do seu banho para a saúde e o bem-estar, veja a seguir como a temperatura da água, tipo do banho e mesmo uso de óleos naturais pode ajudar:

Temperatura morna
Uma das formas mais indicadas de banho é com a água morna. De preferência entre 27 e 36 graus Celsius. Além de ser o tipo de temperatura mais adequado para a pele, os banhos mornos são excelentes depois de um dia cansativo. "O calor dilata os vasos sanguíneos da pele e relaxa os músculos, o que ajuda muito na sensação de bem-estar e relaxamento do corpo", ensina a dermatologista Natalia Cymrot, mestre em dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Inclusive, esse processo faz com que haja liberação de endorfinas, o que pode ajudar em alguns casos de insônia.

E o banho quente?
Se o banho morno é relaxante, imagine se a água estiver quente! Apesar de isso parecer lógico, o banho quente (principalmente quando passa de 42ºC) não é nada indicado e pode prejudicar a saúde da pele.
O primeiro ponto é que banhar-se apenas com a água quente pode ser ruim para a saúde da pele: afinal a camada de sebo natural da pele é retirada, causando um ressecamento, o que pode resultar em coceira, vermelhidão, descamação e eczema, lista a dermatologista Natália. "Se isto ocorrer, deve-se aplicar hidratantes logo nos três primeiros minutos após o banho, com a hidratação da pele ainda úmida, pois esta absorve bem mais o produto neste momento", explica a especialista. Quem tem uma pele que tende à oleosidade, pelo contrário, pode ter um efeito rebote e ficar com a pele ainda mais oleosa.
Outro problema do banho muito quente é que o relaxamento excessivo pode causar um efeito reverso: você se sente mais cansado e sem energia do que quando saiu.

Jatos de água fria
Se você é daqueles que foge de água gelada, um banho de água fria, literalmente, traz diversos benefícios à saúde. "A água fria melhora a disposição para as nossas atividades e ativa a circulação. O frio promove constrição vascular na pele e com isso, favorece a irrigação sanguínea dos outros órgãos, mais nobres, como o cérebro, por exemplo, deixando o corpo mais acordado", descreve a dermatologista Natalia.
De acordo com a dermatologista Mônica Aribi, International Fellow da Academia Europeia de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, o banho com água fria também ajuda o corpo a não desidratar, e é mais indicado em situações em que a pele está muito seca ou inflamada.

Intercale as temperaturas
Um bom jeito de aumentar os benefícios do banho frio é, surpreendentemente, intercala-lo com o banho morno. "A temperatura fria promove bem-estar e energia, e a morna relaxamento, sem ressecar a pele. Além disso, há uma melhor circulação, pois há constrição e dilatação vascular alternadas", considera Natália. Assim você não corre os riscos causados por um banho gelado muito longo e ainda encontra melhoras.

Aproveite os óleos naturais
Não só de água é feito o banho. E se as temperaturas já podem causar bons efeitos não só ao corpo, como ao bem-estar, incluir aromas especiais sempre é uma boa pedida para intensificar o efeito desejado. Para tanto, é sempre possível usar sais de banho, sabonetes líquidos, cremes esfoliantes, entre outros.
Óleos essenciais como o de cereja, uva ou amêndoa são bem absorvidos pela pele durante o banho. "O melhor momento para usá-los é antes do último enxague", explica Mônica Aribi.
Porém, nada de abusar desses produtos. "Ficar esfregando o sabonete ou esfoliantes por muito tempo pode ressecar a pele e deixá-la mais suscetível ao desenvolvimento de eczemas, alergias, infecções, sensação de coceira e descamação", considera a dermatologista Natalia. Para evitar reações desagradáveis, recomenda-se diluir os óleos essenciais em óleos carreadores (de semente de uva, de jojoba, e de gérmen de trigo), praticamente inodoros, antes de adicioná-los à água.

Como usar os óleos em seu banho
Cada odor tem uma função para o seu bem-estar. Os antiestressantes ficam por conta dos aromas de baunilha, manjericão, laranja, patchuli e lima. Alecrim, bergamota, eucalipto, gengibre, menta e capim-limão promovem sensação estimulante. Para um banho caliente, aposte no poder afrodisíaco de jasmim, sálvia, sândalo, rosa e do ilangue-ilangue.
Caso você não tenha uma banheira, pode usar esses óleos no chuveiro também! Pingue algumas gotas do óleo em uma gaze e a envolva em uma trouxinha com outra gaze; prenda com um barbante e amarre no chuveiro. Quando a água passar pelo saquinho aromático, o efeito será o mesmo.

Mergulhe no relaxamento
Banhos de imersão não são acessíveis a todos, mas quem tem uma banheira em casa pode se aproveitar de seus benefícios. "Em alguns problemas de pele, como em pacientes com prurido crônico, os banhos de imersão podem trazer benefícios. Nesse caso, podemos adicionar ao banho um pouco de maisena", exemplifica a dermatologista Mônica.

Que tal um banho de espuma?
Já os banhos de espuma são interessantes para o relaxamento, até por trazer um aspecto lúdico para a hora da limpeza. Porém, ele não traz nenhum benefício para a saúde ou para a pele. "Quanto mais espuma se formar, maior a chance de o produto ressecar a pele. Portanto, banhos de espuma devem ser esporádicos, e evitados em peles com tendências a ressecar mais facilmente", pondera a dermatologista Natalia.

Fonte: https://minhavida.com.br/bem-estar/galerias/906-use-o-banho-para-beneficiar-sua-saude-e-bem-estar - Escrito por Nathalie Ayres - Banho morno - Foto: Getty Images