sexta-feira, 30 de abril de 2021

O que as vacinas contra covid-19 podem e não podem fazer


Vacinados podem ser infectados? Podem transmitir o coronavírus? DW responde a algumas das perguntas mais comuns sobre os imunizantes. À medida que novas variantes surgem, a eficácia das vacinas pode ser afetada. Apesar de terem recebido as duas doses da vacina produzida pela Pfizer-Biontech contra a covid-19, 14 idosos de uma casa de repouso na cidade de Osnabrück, no noroeste da Alemanha, testaram positivo para a variante B117 do coronavírus, descoberta pela primeira vez no Reino Unido.

 

“Houve alguns casos completamente assintomáticos e outros sintomáticos, mas apenas com quadros leves”, diz Burkhard Riepenhoff, assessor de imprensa do município de Osnabrück. Testar positivo para covid-19 sem apresentar sintomas ou ter uma evolução leve da doença é algo normal após a vacinação – possível sinal de que a vacina está funcionando.

 

Vacinados podem testar positivo?

 

Vacinas podem criar dois tipos de imunidade na pessoa vacinada: imunidade efetiva ou a chamada “imunidade esterilizante”, que é uma proteção completa contra um vírus, quando nenhuma partícula de vírus consegue entrar em qualquer célula do corpo e não consegue se replicar, impedindo a transmissão. “Isso é como o Santo Graal das vacinas”, afirma Sarah Caddy, pesquisadora de imunologia viral da Universidade de Cambridge. “Mas isso é algo realmente difícil de se conseguir.”

 

A maioria das vacinas consegue impedir que o vírus cause quadros graves da doença, mas não impede que a pessoa seja infectada ou transmita o vírus. Elas conseguem limitar a quantidade de vírus que entra no corpo, mas ainda haverá alguma replicação do vírus. “No entanto, a vacinação deve resultar em anticorpos suficientes para reduzir o quanto o vírus se reproduz”, diz Caddy. “É por isso que estamos vendo uma redução na doença, mas também alguma replicação do vírus, que é então detectada como uma infecção assintomática.”

 

Pessoas vacinadas podem transmitir o vírus?

 

Atualmente não há dados suficientes para saber se as vacinas contra covid-19, tanto as de mRNA e as baseadas em vetores virais, podem prevenir ou reduzir a transmissão, de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), entidade governamental alemã encarregada de controle de doenças infecciosas.

 

Até que esses dados estejam disponíveis, as pessoas vacinadas e aqueles ao seu redor devem continuar a seguir as medidas de proteção recomendadas, como usar máscara, manter distância e lavar as mãos regularmente, alerta o RKI.

 

“A maioria das vacinas não pode prevenir a transmissão”, ressalta Caddy, incluindo a maioria das vacinas já há muito tempo em uso. “Elas não podem induzir a imunidade esterilizante, mas reduzem a transmissão o suficiente para deter o vírus na população”, explica.

 

Pessoas vacinadas podem adoecer de covid-19 depois?

 

É possível adoecer de covid-19 mesmo após a vacinação. Mas a vacinação ajuda a prevenir quadros graves da enfermidade. Quem foi vacinado, em caso de contágio, mais provavelmente ficará assintomático ou terá uma versão leve da doença.

 

A vacina da Pfizer-Biontech é 95% eficaz na prevenção da doença da cepa original, enquanto a da Moderna é 94% eficaz, e o inoculante da parceria Oxford-AstraZeneca é 76% eficaz.

 

Em testes realizados no Brasil, a Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, obteve uma eficácia geral de 50,38%. O índice indica a capacidade da vacina de proteger contra todos os casos da doença, independente da gravidade.

 

A vacina pode proteger contra as novas variantes?

 

As novas variantes do coronavírus podem influenciar a eficácia das vacinas atuais. Uma série de estudos estão sendo realizados no mundo com diferentes imunizantes para decifrar isso.

 

A vacina da Pfizer-Biontech provavelmente é eficaz contra a altamente infecciosa variante B117 do vírus, embora sua eficácia seja ligeiramente afetada, de acordo com cientistas da Universidade de Cambridge.

  

Mas a mutação E484K – observada pela primeira vez na variante B1351, originária da África do Sul – aumenta substancialmente a quantidade de anticorpos necessários para prevenir a infecção. O estudo ainda não foi revisado ​​por pares e envolveu apenas um pequeno número de pacientes.

 

A mutação E484K está presente tanto na variante do coronavírus encontrada pela primeira vez no Amazonas, batizada de P1, como na da África do Sul, também chamada de 501Y.V2.

 

Uma outra variante encontrada no Reino Unido também passou a apresentar a mutação E484K em algumas regiões do país, de acordo com a Public Health England, agência ligada ao Ministério da Saúde britânico.

 

A África do Sul decidiu suspender o lançamento da vacina de Oxford-AstraZeneca depois que um estudo com cerca de 2 mil pessoas descobriu que a vacina oferece pouca proteção contra casos leves e moderados de covid-19. A pesquisa foi realizada por especialistas das universidades de Oxford e de Witwatersrand, em Johanesburgo.

 

Shabir Madhi, professor de vacinologia em Witwatersrand, disse à DW que os dados científicos mostram que a vacina de Oxford-AstraZeneca é apenas 22% eficaz contra a variante dominante na África do Sul.

 

A vacina contra a covid-19 pode provocar um teste positivo?

 

As vacinas da Pfizer-Biontech, Moderna e Oxford-AstraZeneca não levam a um resultado positivo para covid-19 nos exames virais, que são usados para verificar se a pessoa tem uma infecção no momento. As vacinas não contêm o coronavírus propriamente dito.

 

Quando o corpo da pessoa vacinada desenvolve uma resposta imunológica, que é o objetivo da vacinação, é possível que ela receba um resultado positivo em alguns testes de anticorpos, que indicam se a pessoa já teve uma infecção anteriormente, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

 

A vacina contra a covid-19 pode provocar covid-19?

 

As vacinas da Pfizer-Biontech, Moderna e Oxford-AstraZeneca não podem infectar ninguém com covid-19 porque as vacinas não contêm o coronavírus em si. Elas ensinam o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus que causa a covid-19, de acordo com o CDC. Às vezes, podem causar sintomas como febre, dor de cabeça, fadiga e dores musculares, que devem durar apenas alguns dias.

 

Já a vacina da Coronavac é produzida com o coronavírus desativado e, portanto, também não pode causar a covid-19, pois contém apenas a estrutura do vírus.

 

Quais os efeitos colaterais mais comuns?

 

O mais comum é sentir alguma vermelhidão, calor e dor no local onde foi aplicada a injeção. “Isso é comum em praticamente todas as respostas imunológicas”, diz Caddy. “E, na verdade, as pessoas que conheço que tomaram a vacina ficaram muito satisfeitas porque doeu um pouco depois, mostrando que sua resposta imunológica está funcionando – um braço um pouco dolorido é bom; é algo completamente normal.”

 

Pode levar algumas semanas para o corpo desenvolver imunidade ao coronavírus após a vacinação, de acordo com o CDC. Isso quer dizer que é possível que alguém seja infectado com o vírus imediatamente antes ou depois de receber a vacina e ainda desenvolver sintomas da covid-19. Mas isso ocorre apenas porque a vacina não teve tempo suficiente para criar proteção no corpo.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/o-que-as-vacinas-contra-covid-19-podem-e-nao-podem-fazer/ - Texto: Deutsche Welle              

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Pessoas vacinadas ainda podem transmitir o coronavírus?


Um roteiro didático para quem se vacinou ou vai se vacinar – e que já antecipa: a imunidade de rebanho, ou seja, a volta àquela vida normal de antes, ainda vai demorar algum tempo

 

A vacina não previne totalmente a infecção, mas reduz a praticamente zero as chances de o vacinado ficar gravemente doente.

 

Nota do editor: então você recebeu sua vacina contra o coronavírus, esperou duas semanas paratado de São Paulo/Wikimedia Commons que seu sistema imunológico respondesse à injeção e agora está totalmente vacinado. Isso significa que você pode percorrer o mundo como antigamente sem medo de espalhar o vírus? Deborah Fuller é microbiologista da Escola de Medicina da Universidade de Washington que trabalha com vacinas contra o coronavírus. Ela explica o que a ciência mostra sobre a transmissão pós-vacinação – e se novas variantes poderiam mudar essa equação.

 

1) A vacinação previne completamente a infecção?

A resposta curta é não. Você ainda pode se infectar depois de ser vacinado. Mas suas chances de ficar gravemente doente são quase zero.

Muitas pessoas pensam que as vacinas funcionam como um escudo, impedindo um vírus de infectar as células por completo. Mas, na maioria dos casos, uma pessoa que é vacinada está protegida contra doenças, não necessariamente contra infecções.

O sistema imunológico de cada pessoa é um pouco diferente. Então, quando uma vacina é 95% eficaz, isso significa que 95% das pessoas que recebem a vacina – mas que teriam ficado doentes se expostas ao vírus antes – não ficarão doentes. Essas pessoas podem estar completamente protegidas da infecção ou podem estar sendo infectadas, mas permanecem assintomáticas porque seu sistema imunológico elimina o vírus muito rapidamente. Os 5% restantes das pessoas vacinadas – se expostas ao vírus – podem ser infectadas e adoecer. Mas é extremamente improvável que elas sejam hospitalizadas.

A vacinação não evita 100% que você seja infectado. Mas, em todos os casos, dá ao seu sistema imunológico uma grande vantagem sobre o coronavírus. Seja qual for o seu resultado – seja proteção completa contra infecção ou algum nível de doença –, você ficará melhor depois de encontrar o vírus do que se não tivesse sido vacinado.

 

2) Infecção sempre significa transmissão?

A transmissão ocorre quando partículas virais suficientes de uma pessoa infectada entram no corpo de uma pessoa não infectada. Em teoria, qualquer pessoa infectada com o coronavírus poderia transmiti-lo potencialmente. Mas uma vacina reduzirá a chance de isso acontecer.

Em geral, se a vacinação não prevenir completamente a infecção, reduzirá significativamente a quantidade de vírus que sai do nariz e da boca – um processo chamado eliminação – e encurtará o tempo de eliminação do vírus. Esse é um grande negócio. Uma pessoa que espalha menos vírus tem menos probabilidade de transmiti-lo a outra pessoa.

Esse parece ser o caso das vacinas contra o coronavírus. Em um estudo recente em pré-impressão, que ainda não foi revisado por pares, pesquisadores israelenses testaram 2.897 pessoas vacinadas quanto a sinais de infecção por coronavírus. A maioria não tinha vírus detectável. Mas as pessoas infectadas tinham um quarto da quantidade de vírus em seus corpos em relação às pessoas não vacinadas testadas em momentos semelhantes após a infecção.

Menos coronavírus significa menos chance de propagá-lo. Se a quantidade de vírus em seu corpo for baixa o suficiente, a probabilidade de transmiti-lo pode chegar a quase zero. No entanto, os pesquisadores ainda não sabem onde está esse limite para o coronavírus e, uma vez que as vacinas não fornecem 100% de proteção contra infecções, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, dos EUA) recomendam que as pessoas continuem a usar máscaras e a manter distanciamento social mesmo depois de ser vacinadas.

 

3) E quanto às novas variantes do coronavírus?

Novas variantes do coronavírus surgiram nos últimos meses. Estudos recentes mostram que as vacinas são menos eficazes contra alguns, como a variante B1351 identificada pela primeira vez na África do Sul.

Cada vez que o SARS-CoV-2 se replica, ele obtém novas mutações. Nos últimos meses, os pesquisadores descobriram novas variantes que são mais infecciosas – o que significa que uma pessoa precisa respirar menos vírus para se infectar – e outras variantes que são mais transmissíveis – o que significa que aumentam a quantidade de vírus que uma pessoa espalha. E os pesquisadores também descobriram pelo menos uma nova variante que parece ser melhor para escapar do sistema imunológico, de acordo com os primeiros dados.

 

Então, como isso se relaciona com vacinas e transmissão?


Para a variante da África do Sul, as vacinas ainda fornecem mais de 85% de proteção contra doenças graves com covid-19. Mas quando você conta os casos leves e moderados, eles fornecem, na melhor das hipóteses, apenas cerca de 50%-60% de proteção. Isso significa que pelo menos 40% das pessoas vacinadas ainda terão uma infecção forte o suficiente – e vírus suficiente em seu corpo – para causar pelo menos uma doença moderada.

 

Se as pessoas vacinadas têm mais vírus em seus corpos e levam menos desse vírus para infectar outra pessoa, haverá maior probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir essas novas cepas do coronavírus.

 

Se tudo correr bem, as vacinas muito em breve reduzirão a taxa de doenças graves e morte em todo o mundo. Na verdade, qualquer vacina que reduza a gravidade da doença também está, no nível da população, reduzindo a quantidade de vírus a ser eliminada em geral. Mas, devido ao surgimento de novas variantes, as pessoas vacinadas ainda têm o potencial de eliminar e espalhar o coronavírus para outras pessoas, vacinadas ou não. Isso significa que provavelmente levará muito mais tempo para que as vacinas reduzam a transmissão e as populações atinjam a imunidade de rebanho do que se essas novas variantes nunca tivessem surgido. Exatamente quanto tempo isso levará é um equilíbrio entre a eficácia das vacinas contra as cepas emergentes e o quão transmissíveis e infecciosas essas novas cepas são.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/pessoas-vacinadas-ainda-podem-transmitir-o-coronavirus/ - Texto: Deborah Fuller  - é professora de Microbiologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington (EUA) - Crédito: cromaconceptovisual/Pixabay

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Prática de exercícios é grande aliada da boa saúde


Seja para prevenir doenças ou colaborar com a reabilitação de pacientes de diferentes diagnósticos, uma boa pedida é manter o corpo em movimento, praticando exercícios. E os profissionais de Educação Física estão entre os mais indicados para garantir resultados eficazes com total segurança. Quando o assunto é promoção da saúde, esses profissionais são parceiros indispensáveis dos médicos.

 

“A Educação Física afasta as pessoas do sedentarismo e traz uma série de benefícios de efeitos biológicos, psicológicos e sociais. Ela vai promover melhoras na aptidão cardiorrespiratória, na aptidão da musculatura esquelética, vai proporcionar mais bem-estar e colaborar com a socialização, no caso de práticas em grupo”, explica Diogo Andrade, educador físico e diretor-técnico da Triação Assessoria Esportiva.

 

O profissional destaca que o principal papel do educador físico é estimular e conscientizar a população acerca da importância de praticar exercícios de forma regular e segura. “Quebrar esses paradigmas do corpo perfeito; levar, de fato, a consciência de que o indivíduo tem que fazer exercício, mas também precisa descansar e se alimentar bem. Tudo isso tem que fazer parte das atividades diárias”, orienta.

 

Problemas de saúde como diabetes, hipertensão, obesidade e até mesmo o câncer são impactados com a prática regular de atividades físicas. “Além de você conseguir atenuar as chances de desenvolver essas doenças, para aquelas pessoas que já têm um quadro instalado, lado a lado com a parte farmacológica, o exercício contribui com o tratamento”, assegura Diogo.

 

Mais que isso. A atividade física é uma importante aliada da Medicina na recuperação cardiovascular e motora. “Quando o paciente é submetido a uma cirurgia cardíaca, ele tem uma perda muito grande da capacidade funcional e isso precisa ser revertido. Normalmente, é indicado que ele faça uma reabilitação cardíaca com o objetivo de melhorar os componentes da aptidão física relacionados à saúde”, pontua o professor universitário fisiologista Antonio Marcos Motta. “Além de melhorar a capacidade funcional, você acaba, também, ajudando no próprio tratamento da doença, porque o exercício físico causa adaptações importantes no sistema cardiovascular e, também, em vários outros órgãos e sistemas”, completa o professor. Entre os benefícios, ele destaca a melhora da função cardíaca, a diminuição de processos inflamatórios e da resistência à insulina e, ainda, o controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol, entre outros.

 

Nos casos de reabilitação motora, o exercício é capaz de proporcionar o aumento da força e da resistência muscular, além de melhorar a condição física geral. “É importante ressaltar que existem fases específicas do programa de reabilitação em que o professor de Educação Física faz intervenção. Há fases em que outros profissionais  atuam. Dessa forma, o profissional pode compor uma equipe multidisciplinar”, conta o professor Carlos Amorim. De acordo com ele, várias atividades podem fazer parte do programa de reabilitação como ginástica, caminhada, exercícios resistidos, atividades aquáticas e esportes. “Dependendo do caso em questão, podemos dispor dessas atividades, sempre respeitando os objetivos do programa”, explica.

 

Em ambos os casos, é necessária a avaliação médica prévia. “A avaliação do médico é superimportante para nós sabermos o estado clínico do paciente, conhecermos o diagnóstico, o procedimento pelo qual passou, medicação usada e se ele foi submetido a um teste de esforço. Precisamos desses dados para fazer a prescrição. E o médico também vai indicar qual o risco daquele paciente quanto à prática de exercício”, enfatiza o professor Motta.

 

Amorim destaca, além da parceria com o médico, a participação de outros profissionais. “Todo trabalho de reabilitação  deve ser feito em equipe. Somente através do atendimento interdisciplinar é possível otimizar os resultados desejados”, ressalta.

 

Mas, atenção! A prática de atividades físicas, principalmente as de alta intensidade, deve ser sempre supervisionada por profissionais especializados. “Exercício é igual a remédio: ele pode ser bom, mas também pode ser um veneno. Os benefícios do exercício são muito amplos, mas para que você, de fato, tenha esses benefícios, é preciso ter cuidados”, alerta Diogo. Ele ressalta que é importante que uma pessoa que vai iniciar um programa de exercício e teve ou tem alguma doença passe por uma avaliação médica e procure um profissional de educação física. “Esse profissional tem que ser graduado e estar em dia com seu conselho de classe. É a referência que você vai ter”, conclui.

 

Fonte: https://www.revistaabm.com.br/blog/boa-saude-tambem-e-movimento

terça-feira, 27 de abril de 2021

Síndrome pós-Covid: os sintomas que precisam de atenção


Por ser uma doença inflamatória multissistêmica que afeta vários órgãos, principalmente o pulmão e os sistemas hematológico e cardiovascular, podendo comprometer também os rins e o sistema nervoso, as sequelas decorrentes da Covid-19 atingem grande parte dos pacientes, e podem persistir por meses após a infecção pelo vírus. Estudos indicam que até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma por até quatro meses depois do fim da infecção.

 

Os males causados por quem já se recuperou da doença ainda estão sendo desvendados e requerem atenção especial dos serviços médicos, mas a orientação é que os cuidados não devem ser encerrados após o fim dos sintomas, conforme alerta a Dra. Giovanna Orrico, infectologista do Centro de Tratamento da Covid do Hospital Espanhol, em Salvador. “A continuidade do acompanhamento se faz necessária para garantir o retorno às atividades, principalmente quando há quadros graves”.

 

Sequelas e acompanhamento


De acordo com a infectologista, alguns acompanhamentos médicos são indicados, geralmente para quem teve a forma moderada e grave, e com internação em enfermaria ou UTI. Os casos leves habitualmente não necessitam de acompanhamento, apenas em situações específicas, como perda de olfato prolongado, alterações neurológicas ou depressão.

 

As sequelas mais frequentes e que necessitam de atenção:

Para quem teve a forma mais grave: fibrose pulmonar, diminuição da capacidade respiratória, insuficiência coronariana, tromboembolismo pulmonar, alterações neurológicas, como acidentes isquêmicos/hemorrágicos e depressão.

Para quem teve a forma mais leve: fadiga extrema, tonturas, palpitações e mialgia (dores musculares).

Em todos os casos são recomendados exames de laboratório, como hemograma, função renal, coagulograma e provas inflamatórias como VHS e PCR.

Exames de imagem podem ser necessários, principalmente para quem teve quadro de pneumonias graves com fibrose residual.

Exames de avaliação cardiológica e pulmonar são recomendados nos casos que necessitaram de internação hospitalar.

 

 Síndrome pós-Covid-19


A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como síndrome o conjunto de sintomas prolongados apresentados por pacientes no pós-covid-19. Alguns dos sintomas mais frequentes:

• Dor de cabeça persistente

• Perda de memória

• Déficit de atenção

• Ansiedade

• Depressão

• Alterações cardíacas, como taquicardia e dispneia após atividades

• Problemas digestivos

• Insônia

• Fadiga extrema

 

Dra. Giovanna explica que esta síndrome precisa de uma abordagem multidisciplinar com médicos, nutricionistas e fisioterapeutas para reabilitação pulmonar e motora, além de apoio psicológico e psiquiátrico, principalmente para pacientes que ficaram em UTI por muito tempo. “A Covid representa um grande desafio para as equipes de saúde, e o esforço coletivo tem contribuído muito para o retorno mais rápido dos pacientes às suas atividades e à vida normal”, avalia.

 

Estudo brasileiro e simpósio OMS

 

No último mês de fevereiro, a OMS convocou especialistas internacionais para um simpósio dedicado exclusivamente à Síndrome pós-Covid-19 para melhor definir a enfermidade, ampliar os conhecimentos, alinhar métodos de estudos e planejar estratégias globais de atendimento. O Brasil participou do evento apresentando a pesquisa Coalizão VII, do Coalizão Covid-19 Brasil, estudo que analisa os impactos a longo prazo e a qualidade de vida após a alta hospitalar de pacientes que tiveram a doença. O estudo é um dos nove desenvolvidos pela aliança formada por diversos hospitais e institutos de saúde no país.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/sindrome-pos-covid-os-sintomas-que-precisam-de-atencao

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Estresse de longo prazo associado ao aumento do risco de ataque cardíaco


O estresse de longo prazo pode levar a ataques cardíacos? A maioria das pessoas provavelmente responderia afirmativamente, mas as evidências científicas disso são escassas. Um novo estudo realizado por pesquisadores da Linköping University, na Suécia, revela que os níveis do hormônio do estresse cortisol aumentaram nos meses anteriores a um ataque cardíaco. Os resultados, publicados na Scientific Reports , sugerem que o estresse de longo prazo é um fator de risco para ataques cardíacos.

 

"Os níveis do hormônio do estresse cortisol diferem entre as pessoas que tiveram um ataque cardíaco e as não afetadas. Isso sugere que o cortisol no cabelo pode ser um novo marcador de risco para ataques cardíacos. Devemos levar o estresse a sério", disse o professor Tomas Faresjö, o Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Linköping University, principal investigador do estudo.

 

O estresse é uma parte natural da vida hoje, mas ainda há muito que não sabemos sobre os efeitos do estresse de longo prazo em nossos corpos. É bem sabido que o estresse físico ou emocional repentino, como desastres naturais ou eventos sérios semelhantes, pode desencadear ataques cardíacos. Mas e quanto ao estresse de longo prazo? É difícil medir o estresse de longo prazo devido à falta de métodos confiáveis. O grupo de pesquisa aprimorou o uso de um novo biomarcador, no qual mede os níveis do hormônio do estresse cortisol no cabelo. Isso permite medições dos níveis de cortisol retroativamente, semelhantes aos anéis de crescimento em uma árvore. No momento, esse método de análise está disponível apenas em ambientes de pesquisa.

 

“Se você perguntar a alguém que sofreu um ataque cardíaco se estava estressado antes do ataque cardíaco, muitos responderão que sim. Mas essa resposta pode ser influenciada pelo evento cardíaco. Evitamos esse problema com nosso método, pois usamos um marcador biológico que pode medir retrospectivamente e mostrar objetivamente os níveis de estresse nos meses anteriores ao ataque cardíaco ", diz Tomas Faresjö.

 

No presente estudo, "Stressheart", os pesquisadores usaram amostras de cabelo com comprimento entre 1 e 3 centímetros, correspondendo a 1-3 meses de crescimento do cabelo. Eles mediram os níveis de cortisol em amostras de cabelo de 174 homens e mulheres na vida profissional que foram internados por infarto do miocárdio em clínicas de cardiologia no sudeste da Suécia. Como grupo de controle, os pesquisadores usaram amostras de cabelo de mais de 3.000 participantes com idades semelhantes no estudo sueco SCAPIS (Swedish CardioPulmonary bioImage Study).

 

Os pesquisadores mostraram que os pacientes que sofreram um ataque cardíaco apresentaram níveis mais elevados de cortisol estatisticamente significativos durante o mês anterior ao evento. Eles ajustaram outros fatores de risco cardiovasculares estabelecidos, como pressão alta, níveis elevados de lipídios no sangue, tabagismo, histórico de ataques cardíacos, hereditários para ataques cardíacos e diabetes, e descobriram que o nível elevado de cortisol continua sendo um forte fator de risco para o coração ataque.

 

"É surpreendente que este biomarcador de estresse de longo prazo pareça ser forte mesmo em comparação com os fatores de risco cardiovascular tradicionais", disse Tomas Faresjö.

 

Um ataque cardíaco é uma lesão do músculo cardíaco devido à falta de fornecimento de oxigênio a uma parte do coração. Na maioria das vezes, se forma um coágulo sanguíneo que impede o sangue de fluir pelas artérias coronárias que fornecem sangue rico em oxigênio ao coração. A causa subjacente da maioria dos ataques cardíacos é a aterosclerose (endurecimento das artérias). Isso pode começar a surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas. Uma questão importante é se, e em caso afirmativo como, o estresse de longo prazo e a aterosclerose estão associados.

 

"Vamos investigar mais os mecanismos que podem explicar como os níveis de estresse afetam o risco de ataque cardíaco. Estamos particularmente interessados em vários marcadores de inflamação e calcificações nos vasos sanguíneos. Queremos investigar se eles estão relacionados ao estresse de longo prazo", disse Susanna Strömberg, clínica geral e estudante de doutorado no Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Universidade de Linköping.

 

Os pesquisadores não podem explicar completamente o que causa os altos níveis de cortisol observados nos participantes do estudo. Isso se deve ao fato de que o estresse pode ser resultado de fatores internos, como outra doença, ou externos, como dificuldades econômicas ou eventos importantes da vida. Eles ressaltam que a vivência do estresse nem sempre coincide com o estresse biológico. Um indivíduo pode se sentir estressado, sem ter nenhuma medida objetiva de estresse. E o oposto também pode ser verdadeiro: os sistemas de estresse do corpo podem ser altamente ativos, mesmo que o indivíduo não se sinta estressado.

 

O estudo recebeu apoio financeiro da AFA Insurance.

 

Fonte https://www.sciencedaily.com/releases/2021/02/210210133320.htm - Fonte: Linköping University - Foto UOL

domingo, 25 de abril de 2021

Falta de vitamina D pode aumentar risco para Covid-19, sugere estudo


Pesquisa feita pela Universidade de Chicago associou a carência do hormônio às chances de apresentar a infecção provocada pelo coronavírus

 

Pessoas com níveis reduzidos de vitamina D na corrente sanguínea correm mais risco de desenvolver a Covid-19, sugere um novo estudo conduzido pela Universidade de Chicago. A pesquisa, feita com 4.368 voluntários, descobriu que a deficiência da substância pode aumentar em até 7% as chances de infecção pelo coronavírus. Para as pessoas negras com níveis baixos de vitamina D, o risco encontrado foi 2,6 vezes maior. A pesquisa foi publicada na revista científica The Journal of the American Medical Association (JAMA) .

 

A vitamina D é, na verdade, um hormônio que atua no funcionamento saudável do sistema imunológico. Ela é responsável por regular o metabolismo ósseo do corpo, pois facilita a absorção de cálcio, elemento químico essencial para a saúde dos ossos e dos dentes. Além disso, a substância ajuda a prevenir doenças, como diabetes e obesidade, combate o envelhecimento precoce, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde cardiovascular.

 

O estudo mostrou que pessoas brancas com níveis sanguíneos de vitamina D abaixo de 40 ng/mL tinham um risco 7,2% maior de testar positivo para a Covid-19. Negros com níveis entre 30 e 40 ng/mL apresentaram 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença. Os participantes negros também apresentaram quase três vezes mais probabilidade de serem hospitalizados e duas vezes mais probabilidade de morrer por conta da infecção por Sars-CoV-2.

 

Os pesquisadores frisam, contudo, que o estudo não prova que a ingestão de vitamina D protege contra a Covid-19, mas sugere que quantidades suficientes da substância podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença.

 

Estudos futuros

Segundo David Meltzer, chefe de medicina hospitalar da Universidade de Chicago Medicina e principal autor do estudo, os resultados são um indício da necessidade de novos ensaios clínicos que testem se a vitamina D pode ou não ser uma intervenção viável para reduzir o risco da doença, especialmente em pessoas negras.

 

De acordo com a pesquisa, atualmente a ingestão de vitamina D recomendada para adultos é de 600 a 800 unidades internacionais (UI) por dia. “A National Academy of Medicine afirma que tomar até 4 mil UI por dia é seguro para a grande maioria das pessoas, e o risco de hipercalcemia (condição em que o cálcio se acumula na corrente sanguínea e causa náuseas, vômitos, fraqueza e micção frequente) aumenta em níveis acima de 10 mil UI por dia”.

 

A vitamina D estimula a produção de glóbulos brancos, que patrulham a corrente sanguínea e estão entre as primeiras linhas de defesa contra a infecção por bactérias e vírus, incluindo o vírus Sars-CoV-2, que causa a Covid-19. A substância também diminui a inflamação, que geralmente fica fora de controle em pacientes infectados pelo coronavírus.

 

Além da suplementação, outra forma de aumentar os níveis de vitamina D no sangue é via alimentação, com uma dieta rica em peixes oleosos como salmão, carne vermelha ou gema de ovo. Algumas folhas, como a couve, também ajudam na produção de substâncias.

 

Fonte: https://www.metropoles.com/saude/falta-de-vitamina-d-pode-aumentar-risco-para-covid-19-sugere-estudo - Glaucia Chaves - iStock

sábado, 24 de abril de 2021

O exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, segundo estudo


Os resultados aumentam as evidências de que programas de exercícios podem ajudar adultos mais velhos a retardar o início da perda de memória e demência

 

Não são apenas as pernas e o coração que treinam quando você caminha rapidamente; o exercício também afeta o cérebro. Um novo estudo mostra que, quando adultos mais velhos com leve perda de memória seguiram um programa de exercícios por um ano, o fluxo sanguíneo para o cérebro aumentou.

 

Não são apenas as pernas e o coração que treinam quando você caminha rapidamente; o exercício também afeta o cérebro. Um novo estudo realizado por pesquisadores da UT Southwestern mostra que quando adultos mais velhos com leve perda de memória seguiram um programa de exercícios por um ano, o fluxo sanguíneo para seus cérebros aumentou. Os resultados foram publicados online hoje no Journal of Alzheimer's Disease .

 

"Isso é parte de um crescente corpo de evidências que liga o exercício à saúde do cérebro", disse o líder do estudo Rong Zhang, Ph.D., professor de neurologia da UTSW. "Nós mostramos pela primeira vez em um estudo randomizado com esses adultos mais velhos que o exercício faz com que mais sangue flua para o cérebro."

 

Até um quinto das pessoas com 65 anos ou mais têm algum nível de comprometimento cognitivo leve (MCI) - pequenas mudanças no cérebro que afetam a memória, a tomada de decisões ou as habilidades de raciocínio. Em muitos casos, o MCI progride para demência, incluindo doença de Alzheimer.

 

Cientistas demonstraram anteriormente que níveis mais baixos do que o normal de fluxo sanguíneo para o cérebro e vasos sanguíneos mais rígidos que levam ao cérebro estão associados a MCI e demência. Estudos também sugeriram que exercícios aeróbicos regulares podem ajudar a melhorar a cognição e a memória em idosos saudáveis. No entanto, os cientistas não estabeleceram se há uma ligação direta entre exercícios, vasos sanguíneos mais rígidos e fluxo sanguíneo cerebral.

 

"Ainda há muito que não sabemos sobre os efeitos do exercício no declínio cognitivo mais tarde na vida", diz C. Munro Cullum, Ph.D., professor de psiquiatria da UTSW e co-autor sênior do estudo. "MCI e demência são provavelmente influenciados por uma interação complexa de muitos fatores, e pensamos que, pelo menos para algumas pessoas, o exercício é um desses fatores."

 

No estudo, Zhang, Cullum e seus colegas acompanharam 70 homens e mulheres com idades entre 55 e 80 anos que haviam sido diagnosticados com MCI. Os participantes foram submetidos a exames cognitivos, testes de condicionamento físico e exames de ressonância magnética (MRI) do cérebro. Em seguida, eles foram aleatoriamente designados para seguir um programa de exercícios aeróbicos moderados ou um programa de alongamento por um ano. O programa de exercícios envolveu três a cinco sessões de exercícios por semana, cada uma com 30-40 minutos de exercícios moderados, como uma caminhada rápida.

 

Em ambos os programas, fisiologistas do exercício supervisionaram os participantes durante as primeiras quatro a seis semanas, depois fizeram com que os pacientes registrassem seus exercícios e usassem um monitor de frequência cardíaca durante o exercício.

 

Quarenta e oito participantes do estudo - 29 no grupo de alongamento e 19 no grupo de exercícios aeróbicos - completaram o ano inteiro de treinamento e retornaram para testes de acompanhamento. Entre eles, aqueles que realizaram exercícios aeróbicos mostraram diminuição da rigidez dos vasos sanguíneos do pescoço e aumento do fluxo sanguíneo geral para o cérebro. Quanto mais o consumo de oxigênio (um marcador de aptidão aeróbica) aumenta, maiores são as alterações na rigidez dos vasos sanguíneos e no fluxo sanguíneo cerebral. Mudanças nessas medidas não foram encontradas entre as pessoas que seguiram o programa de alongamento.

 

Embora o estudo não tenha encontrado nenhuma mudança significativa na memória ou em outras funções cognitivas, os pesquisadores dizem que pode ser devido ao pequeno tamanho ou curta duração do teste. Mudanças no fluxo sanguíneo podem preceder mudanças na cognição, dizem eles. Eles já estão realizando um estudo maior de dois anos, Redução de Risco para Doença de Alzheimer (rrAD), que investiga a ligação entre exercícios e declínio cognitivo.

 

“Provavelmente, existem algumas pessoas que se beneficiam mais com os exercícios do que outras”, diz Cullum. "Mas com o tamanho da amostra neste estudo, foi difícil analisar subgrupos de pessoas para tirar essas conclusões."

 

Ainda assim, os dados são importantes para ajudar a explicar os efeitos dos exercícios no cérebro e por que podem ser benéficos, dizem Zhang e Cullum, membros do Peter O'Donnell Jr. Brain Institute.

 

"Ter descobertas fisiológicas como essas também pode ser útil para os médicos quando conversam com seus pacientes sobre os benefícios dos exercícios", diz Zhang. "Agora sabemos, com base em um ensaio randomizado e controlado, que o exercício pode aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro, o que é uma coisa boa."

 

Cullum detém o Distinguished Professorship Pam Blumenthal em Psicologia Clínica na UT Southwestern.

 

Esta pesquisa foi financiada com fundos do National Institutes of Health (R01AG033106 e R01HL102457).

 

Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2021/03/210323131213.htm

sexta-feira, 23 de abril de 2021

O que limpar quando chegar do mercado durante a pandemia?


Especialistas tiram dúvidas sobre se é necessário higienizar alimentos, sacolas, embalagens e roupas depois que voltar do supermercado

 

Para evitar que aumente o número de casos de infecção pelo novo coronavírus, a recomendação é que as pessoas só saiam de casa para atividades essenciais, ou seja, para comprar alimentos e suplementos para a casa.

 

No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como evitar o contágio quando tiverem que ir ao supermercado. Por isso, o médico infectologista do Hospital Dona Helena, Luiz Henrique Melo, e a enfermeira especialista em controle de infecção, Juliana Almeida Nunes, esclarecem algumas dúvidas sobre como se prevenir nesses casos.

 

1. É necessário higienizar alimentos quando voltar do supermercado?

Segundo Luiz Henrique, os alimentos que não são cozidos devem ser lavados como sempre foram, não havendo a necessidade de uma higienização diferente ou mais frequente.

 

2. É necessário higienizar as embalagens e sacolas?

O infectologista explica que não é necessário e nem prático higienizar tudo que se toca. O mais efetivo é limpar as mãos antes de tocar o rosto ou a boca e manter a distância de 2 metros das outras pessoas que estiverem no mercado.

 

3. É necessário sempre lavar a roupa quando voltar do supermercado?

O mesmo se aplica para as vestimentas. A enfermeira Juliana Almeida diz que não há evidências de transmissão de coronavírus pelas roupas.

"É exagero. Se a pessoa sente que precisa, não é proibido, mas não é essencial e nem obrigatório. A falta dessa higienização das roupas não vai ser essencial nas transmissões", explica Luis Henrique.

 

4. É necessário sempre tomar banho depois que voltar do supermercado?

"Banho é necessário por uma questão de boa prática e higiene pessoal, não pelo coronavírus", explica a enfermeira Juliana.

 

Ambientes ventilados x limpar as compras

Ficar em ambientes ventilados é uma prática mais eficaz do que limpar as compras dos supermercados. Já se sabe que a chance de uma pessoa contrair COVID-19 por meio de contato com uma superfície contaminada é menor que 1 em 10 mil segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência de saúde pública dos Estados Unidos.

 

No dia 05 de abril de 2021, o órgão atualizou as informações sobre transmissão do coronavírus por superfícies e afirmou que o risco é baixo em comparação com contato direto, transmissão por gotículas ou transmissão aérea.

 

Um comunicado conjunto feito pela Food and Drugs Administration (FDA) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que a transmissão de coronavírus por alimentos e por suas embalagens é muito improvável.

 

"Considerando os mais de 100 milhões de casos de covid-19, não vimos evidências epidemiológicas de alimentos ou embalagens de alimentos como a fonte de transmissão da SARS-CoV-2 para humanos", disse o comunicado.

 

Higienizar as compras do mercado não é uma prática proibida, afinal a intenção é boa: evitar a contaminação ao tocar uma superfície contaminada e depois tocar no rosto. Mas como vimos, não é uma alternativa totalmente eficaz no combate à transmissão da COVID-19.

 

Além disso, algumas pessoas acabam se preocupando mais com esse tipo de higiene e deixam em segundo plano o fato de que a transmissão é também pelo ar.

 

Portanto, evitar ambientes cheios, fechados ou mal ventilados ainda é a melhor alternativa para não contrair COVID-19 ao ir às compras. Melhor do que somente limpar as compras do mercado é priorizar ambientes bem arejados, usar uma máscara de qualidade que fique ajustada ao rosto e fazer o distanciamento físico.

 

Como se prevenir da COVID-19?

Confira abaixo as medidas que são realmente eficazes e necessárias para a prevenção do coronavírus:

 

Utilizar máscara que cubra o nariz e a boca sempre que sair de casa

Lavar as mãos com água e sabão frequentemente

Higienizar as mãos sempre que possível com álcool gel

Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca

Utilizar lenço descartável para higiene nasal

Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir

Higienizar as mãos após tossir ou espirrar

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas

Manter os ambientes bem ventilados

Evitar contato físico com pessoas que tenham sintomas de gripe

Evitar aglomerações

Manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber muita água.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/36139-o-que-limpar-quando-chegar-do-mercado-durante-a-pandemia - Escrito por Bárbara Correa - Redação Minha Vida

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Alimentação tem papel importante na recuperação da COVID-19


Imunidade alta ajuda na recuperação da COVID-19; saiba quais alimentos consumir e quais evitar

 

Com a repercussão que as fake news tomam nas redes sociais você já deve ter visto alimentos milagrosos que supostamente "curam a COVID-19", não é mesmo? Já foi provado que isso é mentira e que não existe nenhum alimento capaz de acabar com a pandemia.

 

Mas uma coisa que não podemos negar é que a alimentação é primordial para passar pelo período de recuperação da COVID-19. Sobretudo para pacientes que se infectaram e conseguem se tratar em casa e até mesmo os que receberam alta do hospital e devem receber cuidados no lar.

 

"Sabemos que o estado nutricional adequado é fundamental para a manutenção e recuperação da saúde. Quem possui uma boa alimentação e apresenta um estado nutricional adequado, garante o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, uma recuperação mais rápida no caso de qualquer doença, o que não será diferente com a COVID-19", explica a nutricionista Simone Silva, especialista da Clínica Simone Neri.

 

Alimentação saudável na recuperação da COVID-19

O sistema imunológico é um conjunto de células que desempenham a função de proteger o corpo contra micro-organismos estranhos, como os vírus. Portanto, quando a imunidade está baixa, o corpo fica desprotegido e propenso a infecções.

 

A alimentação tem o papel de manter esse sistema atuante, fornecendo a ele os nutrientes capazes de ajudá-lo a responder aos invasores. "Uma ótima forma de não termos uma baixa na imunidade é apostar em uma refeição ajustada e completa, com alimentos ricos em vitaminas, minerais e outras substâncias que auxiliam na manutenção do sistema imunológico de forma natural", indica a nutricionista Simone Silva.

 

Opte sempre por alimentos in natura como frutas, legumes, verduras, diversos tipos de grãos, tubérculos, oleaginosas, raízes, carnes e ovos. "Inclua na alimentação fontes de vitaminas A, C e D, ômega-3, zinco e ferro, que podemos encontrar em alimentos como limão, laranja, abacaxi, kiwi, brócolis, couve, espinafre, feijão, beterraba, grão de bico, aveia, amêndoas e castanhas, peixe, banana, leite", recomenda a nutricionista Nathali Loyola.

 

Evite alimentos ultraprocessados

As recomendações do Guia Alimentar Brasileiro apontam que a base de uma alimentação saudável é aquela com alimentos in natura ou minimamente processados. Os ultraprocessados, como cereais matinais, caldos e temperos instantâneos, biscoitos, sorvete, refrigerantes, produtos congelados, fast-food entre outros devem ser evitados por serem ricos em aditivos, açúcar, sódio e conservantes. "Esses alimentos são inflamatórios, prejudicando o sistema imunológico e contribuindo para a vulnerabilidade ao vírus", fala Nathali.

 

A nutricionista Simone Silva esclarece que os alimentos ultraprocessados e com alta densidade calórica são nutricionalmente desbalanceados, o que exige um esforço maior do organismo para metabolização. O seu consumo em excesso está diretamente associado ao desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão - fatores de risco para a COVID-19.

 

Hidratação é essencial

Beber água é fundamental para transportar nutrientes e oxigênio no sangue. E se a hidratação é essencial quando estamos saudáveis, quando estamos enfermos ela é ainda mais necessária. "Uma desidratação pode piorar o quadro de saúde, atrapalhando o funcionamento adequado das células e prejudicando o sistema imunológico contra a infecção", fala Simone. Para adultos, a recomendação média é de dois litros de água por dia.

 

Hidratação é essencial

Beber água é fundamental para transportar nutrientes e oxigênio no sangue. E se a hidratação é essencial quando estamos saudáveis, quando estamos enfermos ela é ainda mais necessária. "Uma desidratação pode piorar o quadro de saúde, atrapalhando o funcionamento adequado das células e prejudicando o sistema imunológico contra a infecção", fala Simone. Para adultos, a recomendação média é de dois litros de água por dia.

 

Exemplo de cardápio saudável

A nutricionista Simone descreve como um bom café da manhã aquele que tem uma boa fonte de proteína (ovo, leite, iogurte), preparações à base de carboidratos (pães integrais, tubérculos), sementes fonte de fibras (quinoa, chia, linhaça) e frutas rica em vitamina C, antioxidante que aumenta a resistência do organismo (laranja, goiaba, limão, acerola, abacaxi).

 

Já no almoço e jantar, ela indica incluir uma fonte de carboidrato (arroz, batata, mandioca), proteína (carnes magras) associadas a leguminosas (feijão, lentilha), legumes e verduras.

 

Confira abaixo um exemplo de cardápio ensinado pela nutricionista Nathali Loyola. Lembrando que este é apenas um exemplo, sendo necessário consultar especialistas da área de nutrição para que o seu caso seja avaliado individualmente, assim como as porções indicadas.

 

Café da manhã: suco de acerola sem açúcar + 2 fatias de pão integral com queijo + uma porção de frutas com mix de grãos;

Lanche da manhã: 1 copo de água de coco;

 

Almoço: arroz + feijão + salada verde escura ( rúcula, couve, espinafre) + frango em cubos com açafrão;

Sobremesa: 1 laranja; Lanche da tarde: iogurte com granola e 1 suco de limão;

 

Jantar: Legumes refogados (abobrinha, cenoura, quiabo, vagem) + omelete com queijo e gergelim + suco de uva natural;

Ceia: chá de erva doce + maracujá.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/37504-alimentacao-tem-papel-importante-na-recuperacao-da-covid-19?utm_source=news_mv&utm_medium=MS&utm_campaign=9049273 - Escrito por Raisa Cavalcante