quarta-feira, 20 de março de 2019

Você se sente enjoada durante os treinos? Conheça as causas e previna-se!


Desconforto pode fazer com que você tenha que parar o exercício, mas pode levar a desmaios e acidentes

Sentir enjoo durante o treino é uma condição relativamente normal. Ainda mais nessa época com tempo mais quente, abafado e úmido.

O desconforto pode fazer com que você tenha que parar o exercício. No entanto, no pior cenário, isso pode ser perigoso, levando a desmaios e acidentes.

Não sabe por que tem se sentindo assim? Conheça as causas e previna-se!

Desidratação e queda de pressão
Como falado no artigo da semana passada, o consumo insuficiente de líquidos e a incapacidade de repô-los de forma adequada, pode causar um quadro grave de desidratação, com sintomas como tonturas, náuseas, perda acentuada de eletrólitos, queda da pressão arterial e até morte, em casos muito severos.

Se alimentar muito próximo ao treino
Pode causar um quadro chamado hipoglicemia de rebote, ou seja, uma queda muito brusca na quantidade de açúcar no sangue, causada por um efeito combinado de dois fatores hipoglicemiantes: a insulina (secretada em resposta a ingestão de alimentos) + o início do exercício (que por si só é um fator que ajuda a diminuir o açúcar do sangue).

Para refeições próximas ao treinos (30 minutos antes), escolha carboidratos de rápida absorção, evite muitas fibras, proteínas e gorduras. Para refeições com mais volume e mais densidade de nutrientes, garanta de três a quatro horas de intervalo.

Diminuição do aporte sanguíneo no trato gastro-intestinal
Durante o exercício físico, o fluxo sanguíneo se concentra nos músculos ativos, que estão sendo utilizados na prática, diminuindo o aporte de sangue no estômago e intestinos. O bolo alimentar (ou fecal, se já estiver no intestino grosso) não será metabolizado de forma eficiente, devido a essa baixa na irrigação sanguínea, associada a uma mudança na secreção hormonal durante o esforço. Podem ocorrer náuseas, azia, formação de gases, vômitos e, inclusive, diarreia. 

 Estar sem comer há muito tempo
Nesse caso é muito mesmo, por exemplo, mais de oito horas. Dependendo da sua condição metabólica, você pode experenciar mal-estar se for praticar exercícios físicos intensos em jejum de muitas horas. Podendo dar enjoo, tonturas e até desmaios.

Excesso de hidratação e hiponatremia
Pouca água faz mal e, por incrível que pareça, muita água pode fazer mal também! Consumir muitos litros de água durante o exercício, e/ou bebidas isotônicas ou hipotônicas em quantidade muito maior do que a perda de eletrólitos pelo suor e pela respiração, pode diminuir muito a concentração de sódio no sangue, (que fica muito diluído) causando o quadro de hiponatremia associada ao exercício físico. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, tontura, náusea, vômito, desorientação, agitação e estado de confusão mental.

Além dessa hiperhidratação, pode haver também a combinação com baixa concentração de sódio, que é bastante comum em dias quentes e úmidos, e esportes de longa duração, causando efeitos negativos no desempenho da prática e na saúde também.


terça-feira, 19 de março de 2019

A caça ao açúcar dos alimentos industrializados


O que está por trás do plano brasileiro de redução de açúcar em bebidas e alimentos processados. Ele é realmente efetivo ou mal trará benefícios?

Doze milhões de toneladas. Esse foi o total de açúcar consumido pelos brasileiros entre 2013 e 2014. Para ter ideia do tamanho da gulodice, basta dizer que daria para encher, até a arquibancada superior, 32 estádios do Morumbi, em São Paulo, o segundo maior do Brasil, com capacidade para 77 mil torcedores. Em um ranking elaborado pela Sucden, multinacional do ramo açucareiro, nosso país ocupa, hoje, o quarto lugar entre os maiores fãs da sacarose, o nome técnico do açúcar.

O abuso, como a ciência não cansa de mostrar, eleva o risco de obesidade e doenças crônicas como diabetes, hipertensão e câncer. Apenas Índia (26 milhões), União Europeia (18 milhões) e China (16 milhões) são mais sedentos por doçura que o Brasil.

“Não é proibido consumir açúcar. Pelo contrário. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária. Afinal, ele é uma fonte de energia. O problema está no excesso”, avalia Wilson Mello, presidente do conselho diretor da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).

De fato, a OMS libera um consumo diário, por pessoa, de 25 gramas, o equivalente a seis colheres de chá. E indica não ultrapassar 50 gramas, ou 12 colheres. Acontece que o brasileiro extrapola. E muito. Engole três vezes mais: 80 gramas, o correspondente a 18 colheres.

Assim, o total de calorias representadas por esse ingrediente, que, de acordo com a OMS, não deveria superar 10% por dia, chega a 16,3%. Isso ajuda a explicar por que a incidência de diabetes saltou, só na última década, 54% entre os homens e 28,5% entre as mulheres.

Por essas e outras, governo e indústria decidiram, em novembro do ano passado, firmar um pacto: reduzir a dose de açúcar na fórmula de bebidas e alimentos industrializados. O objetivo é retirar do mercado, de forma gradual e até 2022, 144 mil toneladas do ingrediente em algumas categorias — o que daria para forrar 68 piscinas olímpicas.

Comparando aos 12 milhões de toneladas consumidas em dois anos, parece pouco. A questão é que é difícil mensurar o impacto desses números. Como a quantidade total de açúcar empregada pela indústria não foi divulgada, não dá pra calcular exatamente o percentual que vai sumir dos alimentos — e avaliar quão significativo será o efeito da medida.

O acordo, que é voluntário, contempla 23 categorias de produtos. Elas podem ser divididas assim: bebidas açucaradas, biscoitos, bolos e misturas, achocolatados e lácteos.

É curioso que diversos itens, como balas, geleias, chocolates, sorvetes, gelatinas, refresco em pó, barrinhas e cereais matinais, ficaram de fora. “Somente as categorias que contribuem majoritariamente para o abuso de açúcar compuseram o termo de compromisso”, justifica Michele Lessa, coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.

Quanto às metas de redução, elas variam de 10,5% para achocolatados em pó a 62,4% para biscoitos recheados. De resto, a meta é baixar o teor de açúcar em até 32,4% nos bolos, 33,8% nas bebidas, 46,1% nas misturas para bolos e 53,9% nos lácteos.

“Em biscoitos, bolos e misturas, o açúcar confere doçura e interfere na textura, na crocância e no aroma. Além disso, seu custo é bastante competitivo”, explica Claudio Zanão, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). Como o acordo proíbe os fabricantes de colocarem adoçantes ou gordura em seu lugar, o jeito é testar diferentes tecnologias, receitas e novos ingredientes.

Confira os detalhes de cada categoria logo abaixo – e, depois, as ponderações sobre o plano:

Bebidas açucaradas
Meta: até 33,8% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: ter 11 gramas de açúcar em 100 mililitros de produto
No fim de 2022: 10,6 gramas de açúcar em 100 mililitros
Uma latinha do refrigerante à base de cola mais vendido do mercado já apresenta 10,5 gramas de açúcar em 100 mililitros. Logo, escapa, por 0,1 grama, da meta estabelecida para refrigerantes em 2022, que é de 10,6 gramas. Das 207 bebidas açucaradas incluídas no acordo, 113 (55%) terão que reduzir o teor do ingrediente em sua fórmula. Ou seja, muito produto já está dentro dos parâmetros.

Achocolatados em pó
Meta: até 10,5% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: 90,3 gramas de açúcar em 100 gramas
No fim de 2022: 85 gramas de açúcar em 100 gramas
De todas as categorias, é a que apresenta o menor índice de redução. Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas, explica que, devido ao consumo reduzido, os achocolatados líquidos não entraram no combo — só os em pó e similares de outros sabores. Detalhe: o produto líder do mercado já está dentro da meta, com 75 gramas de açúcar em 100 gramas.

Biscoitos
Meta: até 62,4% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: 36,4 gramas de açúcar em 100 gramas
No fim de 2022: não divulgado
A categoria inclui rosquinhas e biscoitos com e sem recheio. O líder entre os recheados possui 36,3 gramas de açúcar por 100 gramas. Então, não precisará rever a fórmula até 2020. Claudio Zanão, presidente da Abimapi, avisa que os fabricantes já estão testando alternativas para se adequar ao trato. “A combinação de sabor, textura, crocância e custo oferecida pelo açúcar não é facilmente encontrada em outros produtos”, informa.

Iogurtes e leites fermentados
Meta: até 53,9% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: 14,5 gramas de açúcar em 100 gramas
No fim de 2022: 12,8 gramas de açúcar em 100 gramas
Segundo Cristina Mosquim, consultora de assuntos regulatórios da Viva Lácteos, há itens que já sofreram redução de 12% ou quase não levam açúcar. Usar mais leite é uma das soluções. O líder dentro de petit suisse tem, hoje, 12,2 gramas do ingrediente. O valor deverá ser de 13,9 gramas para essa categoria em 2022. Nada muda nesse caso, portanto.

Bolos prontos
Meta: até 32,4% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: 31,2 gramas de açúcar em 100 gramas
No fim de 2022: 29,5 gramas de açúcar em 100 gramas
Falamos de todas as versões: com e sem recheio ou cobertura. “Se a meta de redução fosse mais ambiciosa, não teríamos como garantir que sabor, textura, cor e outras características não seriam alterados”, admite Zanão, da Abimapi, uma das quatro associações a selarem o acordo. Juntas, representam 68 empresas, que respondem por 87% do mercado.

Misturas para bolos
Meta: até 46,1% menos açúcar
Isso representa no fim de 2020: 58,7 gramas de açúcar em 100 gramas
No fim de 2022: 57,9 gramas de açúcar em 100 gramas
Podem ser aeradas ou cremosas e permitem que o consumidor elabore as mais variadas receitas a partir delas. Assim como as categorias de bolos e biscoitos, a de misturas está sob o guarda-chuva da Abimapi. “Pretendemos, até 2022, ajustar, no mínimo, 50% de todos esses produtos”, calcula Zanão, presidente da entidade.

Elogios, críticas e ponderação ao plano de redução do açúcar
De maneira geral, entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) encaram a iniciativa com bons olhos. Mesmo assim, sugerem ajustes.
Para o endocrinologista Fábio Trujilho, vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sbem, falta discutir restrições de publicidade de alimentos para crianças, por exemplo. “É essencial ir muito além desse acordo e adotar medidas que conscientizem a população dos riscos do consumo exagerado de açúcar”, destaca.
Já a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso, reivindica uma rotulagem nutricional adequada com a informação clara e compreensível sobre a presença de açúcar no produto. “Na hora da compra, o consumidor precisa saber o que está levando para casa. Por essa razão, ter um sinal de alerta seria muito eficiente”, afirma.
Ela se refere ao modelo conhecido como “triângulo preto”, que propõe um aviso frontal sobre o alto teor de ingredientes que, se consumidos demais, fazem mal à saúde. É o caso de sódio, gordura e açúcar. O modelo, em estudo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já foi adotado em países como Chile, Uruguai e Canadá, entre outros.
Na opinião da nutricionista Laís Amaral, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), também é necessário coibir a venda de produtos desbalanceados nas cantinas escolares. “Devemos facilitar as escolhas saudáveis e dificultar as não saudáveis”, resume.
As críticas ao pacto não param por aí. “Acordos voluntários são pouco eficazes porque as metas são baseadas no teor máximo de açúcar em cada categoria de alimento. Isso significa que haverá uma diminuição apenas nos itens com valores realmente excessivos”, explica Laís. “Na prática, é apenas um controle de danos com metas pouco ambiciosas”. Ela se alongou sobre o assunto em uma coluna para o nosso site, que você pode ler clicando aqui.
O acordo engloba 2 397 produtos — na conta da indústria, são 1 787 — de 68 empresas. Desse total, somente 1 147 (47,9%) de fato terão que adequar seus índices de sacarose. Os 1 250 restantes (52,1%) já estão dentro ou até mesmo abaixo das metas estabelecidas.
“Se os limites fossem mais bruscos ou o acordo englobasse uma quantidade maior de alimentos, o consumidor poderia deixar de levar para casa seu produto favorito e migrar para outro, com mais açúcar. Queremos dar tempo para as pessoas se adaptarem ao sabor”, defende Mello.
O presidente do conselho da Abia garante que o trabalho não termina em 2022. Daqui a quatro anos, governo e indústria pretendem se reunir para firmar outro pacto e estipular novas metas de redução.
Segundo o Ministério da Saúde, o açúcar presente nos alimentos industrializados responde por 36% do total consumido no Brasil. Os outros 64% seriam adicionados pelo próprio indivíduo ao café, aos sucos e às demais receitas. A indústria apresenta números diferentes: 19,2% do açúcar degustado seria incorporado pelas empresas, enquanto 80,8% viriam do açucareiro de casa.
Divergências à parte, não dá para negar que o paladar brasileiro precisa de um treino. “Até por uma herança cultural, gostamos muito de doces. Nosso paladar é semelhante ao do português”, compara Olga Amâncio, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban). “Até pouco tempo atrás, todo mundo adoçava suco de fruta. Hoje em dia, nem tanto. É preciso ensinar à população que muitos alimentos já são doces por natureza”, ressalta a nutricionista.
O educador físico Antonio Lancha Jr., professor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo e autor do livro O Fim das Dietas (Editora Abril), endossa as palavras de Olga. “Tem gente que coloca açúcar até em achocolatados”, conta.
E ele traça outra reflexão: hábitos alimentares não são mudados por decreto. “Por que as pessoas escovam os dentes todos os dias? Porque isso foi estimulado na infância”, exemplifica. “Mudança de comportamento passa por uma questão educacional. Muitas vezes, orientar uma criança é capaz de promover uma alteração no padrão familiar”, completa.
Além de maneirar na quantidade de açúcar à mesa, especialistas recomendam prudência na hora de substituir o ingrediente por adoçantes. O ideal é dar preferência a alimentos naturais ou minimamente processados.

História que se repete?
Não é a primeira vez que governo e indústria unem forças para estipular metas de redução de um ingrediente de produtos alimentícios. O primeiro documento foi assinado em 2007. Na ocasião, a indústria conseguiu baixar em 94,6% a concentração de gordura trans em alimentos. Com isso, 310 mil toneladas saíram das prateleiras entre 2008 e 2010.
Em 2011, o foco foi o sódio. Desde então, desapareceram do mercado 17,2 mil toneladas do mineral cujo excesso leva à hipertensão. O objetivo é chegar a 28,5 mil toneladas em 2020. Só que esse combinado também recebeu críticas.
O cientista político Marcello Fragano Baird, autor do relatório Redução de Sódio em Alimentos — Uma Análise dos Acordos Voluntários no Brasil, afirma que o trato foi muito tímido porque suas metas tiveram como base a média do mercado. “Isso significa que praticamente metade dos produtos já estava dentro dos limites. É um passo importante, mas seria possível ter sido muito mais ambicioso”, avalia.
Para o Ministério da Saúde, o acordo firmado em 2011 para redução de sódio pode ser considerado bem-sucedido. Só no primeiro biênio (2011-2013), 90% dos produtos bateram a meta estipulada, com uma redução média entre 5 e 21%.
Mas um estudo conduzido pela Universidade Federal Fluminense não enxergou motivo para tanto otimismo. Seus autores revelaram uma queda média de 1,5% no consumo de sódio.
Ou seja, é como se a ingestão tivesse passado de 3 163 miligramas diários para 3 116, valor ainda bem acima do limite aconselhado pela OMS, que é de 2 mil miligramas diários.

De volta ao pacto do açúcar – e ao fato de ser voluntário
Mais um ponto que incomoda os experts é o fato de o tratado do açúcar ser voluntário. “Quem estabelece os valores das metas e o tempo para cumpri-las é a própria indústria. Não há previsão de fiscalização, monitoramento ou punição para aqueles que não cumprirem o acordo”, observa Laís.
Mas Michele, do Ministério da Saúde, assegura que a Anvisa fará uma análise laboratorial para verificar a quantidade de sacarose nos produtos a cada dois anos. As empresas que não obedecerem o pacto serão notificadas e o Ministério cobrará providências.
Porém, como a adesão é opcional, realmente não ocorrerão ações punitivas ou sanções econômicas. Só que Mello acredita que medidas do tipo nem seriam necessárias. “Ninguém quer ser o patinho feio da história”, diz.
Para Baird, o ideal seria que o governo determinasse a redução obrigatória e as empresas fossem penalizadas caso não atingissem as metas. É o que já acontece em países como Argentina e Portugal. “Esse modelo tende a ser mais efetivo”, afirma.
Na falta de tal controle, cabe à gente ser mais vigilante — não só em relação aos produtos do mercado mas ao próprio paladar.

Açúcar, um inimigo oculto
Quantas vezes você viu a palavra “açúcar” no rótulo dos industrializados? Não é tão comum, né?
Isso porque os fabricantes não são obrigados a informar seu teor na tabela nutricional. Na maioria dos casos, ele surge como “carboidrato”.
Mas quanto dos carboidratos é açúcar e quanto são outros tipos, como fibras ou amido? Não há como saber. Para complicar, na lista de ingredientes a indústria prefere usar alguns dos muitos codinomes do açúcar, como mel, glicose, frutose, sacarose, xarope de malte e até maltodextrina.
Impossível decorar tanto apelido. Talvez uma atualização na rotulagem ajude nesse sentido.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/a-caca-ao-acucar-dos-alimentos-industrializados/ - Por André Bernardo - Ilustração: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 18 de março de 2019

Veja os principais mitos e verdades sobre o açaí!


Ele é uma fruta brasileira muito apreciada no país, conheça mais sobre suas propriedades a seguir!

Para boa parte do grande público, o açaí é uma das primeiras opções que vem em mente quando pensamos em uma sobremesa refrescante e saudável, já que é fonte de substâncias benéficas para o nosso corpo. Por isso, é preciso esclarecer alguns mitos e verdades sobre o açaí para entender melhor os benefícios desse alimento tão saboroso.

Nativo da Amazônia, a fruta é muito utilizada no preparo de sucos refrescantes e rico em vitamina E, fibras, cálcio, magnésio e potássio, além de possuir grande poder antioxidante. Alguns estudos apontam que consumir 100 gramas de polpa de açaí duas vezes ao dia estimula a redução de glicemia, insulina e colesterol ruim.

Apesar de já ser um produto popular, ainda há diversas dúvidas sobre o consumo. Pensando nisso, Jefferson Oliveira Domingos, fundador do Villa Roxa, empresa que comercializa açaí, explica os mitos e verdades sobre o fruto, a seguir:

Açaí rejuvenesce?
VERDADE: como contém alta dose de antioxidantes, o fruto é capaz de retardar o envelhecimento. Estudos indicam que o açaí é 33 vezes mais eficaz do que o vinho tinto ou a manga e possui capacidade de combater células cancerígenas.

Açaí é muito calórico e engorda
MITO: a polpa da fruta em si não engorda; 100 gramas do fruto possuem 60 calorias. Ou seja, é um produto de baixo teor calórico. O que engorda é o xarope de guaraná que é acrescentado na fruta para que ela fique mais doce. Este tipo de consumo é maior no sudeste, onde as pessoas costumam também adicionar frutas, paçoca, leite condensado, entre outros elementos.

Açaí auxilia no controle de diabetes e colesterol
VERDADE: o diabetes mellitus tipo 2 pode ser controlado e prevenido com a ajuda da fruta, pois ela é rica em lipídios e fibras e pobre em carboidratos, além do baixo índice glicêmico que não causa picos de glicemia. Também contém propriedades hipocolesterolêmicas que atuam na redução do colesterol e melhora o equilíbrio entre colesterol HDL e LDL.

O açaí é uma poderosa fonte de ferro
MITO: a quantidade de ferro encontrada em 100 g de fruto é de 1,5 mg. Uma concentração baixa se comparada a outros alimentos como o feijão, que possui quase 6 mg em uma xícara.

Açaí é uma boa opção para antes da atividade física
VERDADE: por conter diversas vitaminas e minerais, garante energia suficiente durante o exercício. Mas é bom lembrar de não exagerar nas porções e consumi-lo sem o xarope de guaraná. Caso queira incrementar a refeição, bata a polpa com uma banana e adoce com mel

Açaí pode transmitir doença de Chagas
VERDADE: a má higienização da fruta, após a colheita, pode causar doenças por transportar ovos de barbeiro – que transmite a doença. Por isso, é essencial confiar na procedência do produto.

O fruto deve ser colocado de molho em uma composição que retira todas as impurezas. Depois disso, passar por três tanques de lavagem para que seja feita a despolpa e só a partir daí ele tem que ser congelado em uma temperatura de 45 graus negativos. Essa fase só pode ser feita após o processo de lavagem e higienização, erradicando o risco de transmissão da doença.

Fonte: https://sportlife.com.br/mitos-verdades-acai/ - Texto: Gabriel Gameiro/Colaborador – Edição: Giovane Rocha – Consultoria: Jefferson Oliveira - Foto: Getty Images

domingo, 17 de março de 2019

Caminhar torna o cérebro mais criativo e cura as dores!


Talvez o título deste artigo tenha te surpreendido. O simples hábito de caminhar pode tornar nosso cérebro mais criativo e, além disso, fazer nos sentir mais felizes? De fato, é. E nós não dizemos isso, mas a maioria dos médicos e neurologistas.

Um desses especialistas é, por exemplo, o neurologista José Ángel Obeso, diretor do Centro Integral de Neurociências de Madri (Espanha). Seu trabalho diário em hospitais e seu contato com pessoas que passam por processos de depressão fizeram com que ele visse como é terapêutico prescrever “uma hora de caminhada diária”. E ainda mais, ande, se possível, através de um ambiente natural.

Como você já sabe, a depressão, ou mesmo passar longos períodos de tempo com estresse e ansiedade, faz com que nosso cérebro tenha um déficit nos processos cognitivos básicos, como memória, compreensão, criatividade, etc. Se andássemos todos os dias, todas essas dimensões melhorariam notavelmente.

Agora você não tem desculpas. Depois de ler este artigo, temos a certeza de que você implementará este remédio eficaz e terapêutico: Caminhe!

Há um aspecto realmente interessante que devemos ter em mente. Hábitos que, sem percebermos, estão fazendo com que nosso cérebro acabe “automatizado” e, portanto, estressado. Não esqueça esses aspectos:

O maior inimigo do nosso cérebro é a rotina. O simples ato de fazer as mesmas coisas todos os dias nos faz cair em uma espécie de depressão e inevitável desânimo. Pouco a pouco, nosso cérebro se torna um pouco mais lento. Nossa atenção não é mais a mesma porque, na realidade, não temos novos estímulos para focar. Nós temos algumas falhas de memória porque poucas coisas parecem interessantes para nós. Diante de baixa motivação, a memória é menor.
A rotina reduz nosso ânimo e, como consequencia, afeta significativamente o cérebro, estabelecemos menos conexões neuronais, menos sinapses …

Dia a dia, nosso vai cérebro agindo de maneira automatizada. Não há mais momentos de prazer e criatividade, e ele é governado por diretrizes estabelecidas, como funcionaria, por exemplo, em qualquer computador que tenhamos programado. É um risco muito alto para nossa saúde emocional e também física.

Segundo o Dr. José Ángel, os cérebros automatizados ocorrem especialmente nas grandes cidades. Entre aquelas pessoas que apenas gastam tempo com suas próprias necessidades emocionais, vivendo em grandes cidades cercadas por poluição e altas doses de estresse.

Andando, um ato de libertação pessoal
“Os caminhantes não têm obrigações, apenas o simples prazer de se libertarem passo a passo no seu caminho.” Segundo o Dr. José Ángel Obeso, os benefícios não são percebidos no primeiro dia, mas quando estamos há uma semana e a caminhada é um hábito em nossas vidas. É quando começamos a notar seus resultados terapêuticos:

Ao caminhar, o cérebro não precisa se preocupar com nada. Andar a pé é fácil, todo mundo consegue e se, além disso, receber uma dose extra de oxigênio e o ar puro da natureza, fica ainda melhor. É nesse momento que o nosso lobo frontal começa a ser estimulado, o que está relacionado à criatividade e ao humor. Se acrescentarmos a isso a liberação natural de endorfinas, é quando a magia aparece.

O cérebro se sente mais eufórico e otimista.
Ante um melhor estado de ânimo, um aumento na criatividade aparece. Não há pressões, o hormônio cortisol que segrega com o estresse desaparece e essas barreiras são derrubadas, o que geralmente nos traz negativismo. É o momento em que vemos as coisas de maneira diferente. Nos sentimos mais relaxados, mais entusiasmados, mais confiantes.

As pessoas estão acostumadas a se mover em pequenos espaços: nossa casa, nosso trabalho, os restaurantes a que vamos, os supermercados … São espaços limitados, sempre cheios de gente. Lugares conhecidos nos quais, geralmente, nossas tensões estão acesas. No entanto, o simples fato de começar a caminhar por um espaço natural e aberto se torna um maravilhoso ato de liberação e expansão.

Segundo o Dr. José Ángel Obeso, devemos primeiro procurar contato com a natureza. É como voltar ao ventre materno, às nossas origens. Não é um ato espiritual, mas sim uma necessidade orgânica. Se percorrermos nossas cidades, continuamos a respirar muitas dessas partículas contaminadas. Idealmente, nossos pulmões estão cheios de oxigênio puro, e também é necessário que nossos olhos encontrem novos cenários, com novos estímulos que enriquecem nosso cérebro.

Convidamos você, mais uma vez, a incentivá-lo a caminhar todos os dias, pelo menos, por meia hora. Vá para o parque, para a montanha, para a praia. Você verá como, após as semanas, melhorou sua saúde física e emocional. Andar a pé é muito melhor do que um analgésico ou algumas vitaminas. Não duvides!


sábado, 16 de março de 2019

Dá pra engravidar tomando pílula? Estudo apontou mulheres mais vulneráveis


Uma pesquisa chegou à conclusão que algumas mulheres carregam um gene que aumenta o risco de uma gravidez mesmo tomando anticoncepcional.

Um estudo norte-americano publicado na revista Obstetrics and Gynecology mostra que a composição genética de algumas mulheres pode diminuir a eficácia de anticoncepcionais hormonais, provocando uma gravidez indesejada.

O problema está naquelas que carregam um gene bem específico, o CYP3A7*1C, que pode reduzir a concentração dos hormônios protetores em 23%, aumentando o risco de gravidez. Um outro estudo encontrou esse gene em 5% da população.

Mas os especialistas garantem não há motivo para alarde. Eles ainda irão aprofundar os estudos, analisando mulheres de diferentes etnias, índices de massa corporal e maior tempo de uso dos anticoncepcionais, pois tudo isso também pode interferir nos resultados.

Eles afirmam que os métodos anticoncepcionais mais eficazes são o implante subcutâneo e os sistemas intrauterinos de liberação de hormônios – segundo eles, as pílulas têm níveis mais baixos de hormônios. E, claro, camisinha é indispensável!


sexta-feira, 15 de março de 2019

Alimentos orgânicos e convencionais: qual a diferença?


Entenda os benefícios dos alimentos orgânicos e porque eles têm mais vantagens sobre os produtos sem esse tipo de certificação

Com a mudança de comportamento das pessoas para um estilo de vida saudável, surgem dúvidas sobre o assunto. Uma delas é sobre o consumo de alimentos orgânicos, que são mais saudáveis. Mas qual a diferença entre um alimento orgânico e aquele que compramos sem essa certificação?

Alimentos orgânicos e convencionais: qual a diferença?
O alimento orgânico é livre de agrotóxicos, componentes químicos que são prejudiciais à saúde. Essas substâncias também são chamadas de defensivos agrícolas ou agroquímicos, bastante utilizadas nas plantações para evitar insetos, doenças ou plantas daninhas.

No entanto, descobriu-se que houve um aumento na quantidade de agrotóxicos usados e eles passaram a ser prejudiciais para a saúde, podendo motivar o desenvolvimento de diversas doenças como câncer, depressão, Mal de Parkinson, entre outras.

“No Brasil é permitido o uso de diversos agrotóxicos que em outros países, são proibidos. O glifosato, por exemplo, é utilizado para eliminar as ervas daninhas da plantação e já foi classificado como cancerígeno”, explica a nutricionista da Chocolife Alimentos Ana Alves.

Um estudo recente mostrou que seu consumo pode levar à perda de manganês, mineral essencial para o organismo, que estimula a tireóide a liberar TSH (hormônio tireoidiano). Pesquisas com humanos mostram que mães com insuficiência de hormônios tireoidianos tem mais chances de terem filhos autistas, podendo ser esta uma justificativa pelo aumento da incidência de autismo no Brasil.

De acordo com a nutricionista, pensando na saúde e na longevidade, é importante sim que as pessoas consumam alimentos orgânicos sempre que puderem. Além disso, consumir produtos orgânicos incentiva pequenos produtores locais que oferecem alimentos mais nutritivos, frescos e com mais sabor.

Fonte: https://sportlife.com.br/alimentos-organicos-convencionais/ - Brenda Prestes - Foto: Pixabay

quinta-feira, 14 de março de 2019

Confira 5 benefícios que a dança pode proporcionar!


Esse exercício, divertido e dinâmico, gera resultados positivos para o corpo e a mente de pessoas de todas as idades

A dança saiu das pistas das baladas e dos filmes musicais e chegou com tudo nas academias, com diversas aulas. E o melhor: é para todos, podendo ser praticada por pessoas de qualquer sexo, idade e condicionamento físico. A especialista Ludmilla Marzano elenca os principais benefícios dessa atividade divertida e dinâmica, que eleva a autoestima e proporciona diversos benefícios para o corpo e para a mente:

1- Dançar queima de calorias
Ludmilla conta que é um “exercício disfarçado” e complementa: “dependendo da intensidade que o aluno colocar em cada movimento, ele pode queimar até 1.000 calorias em uma aula de zumba”. Como com qualquer atividade, é importante ter a frequência de, no mínimo, três vezes por semana.

2- A dança ajuda a combater o estresse
Os sintomas deixam os músculos rígidos e tensos. Quando a pessoa começa a dançar ela relaxa, libera endorfina, dopamina e serotonina, hormônios que dão a sensação de prazer. “Assim que o aluno chega na aula e escuta a música, automaticamente ele já começa a sorrir”, complementa a profissional.

3- Tonifica os músculos
A dança é uma atividade que beneficia o corpo todo. “A aula de zumba combina diferentes ritmos, como salsa, merengue, cumbia e reggaeton. Por isso, quando falamos em tonificar os músculos de todas as partes, é uma aula bem completa”, conta Ludmilla.

4- Melhora a ansiedade
A dança exige que o aluno tenha total atenção no momento presente para conseguir acompanhar a coreografia. Isso ajuda a acalmar os ansiosos, concentrando apenas na aula.

5- Auxilia na socialização
As aulas são praticadas em grupo, o que também ajuda na socialização e interação entre as pessoas, criando novos laços. “Os alunos se sentem estimulados quando veem outros colegas também vencendo obstáculos e evoluindo na dança”, afirma Ludmilla.

Fonte: https://sportlife.com.br/beneficios-a-danca/ - Douglas Raiol - Foto: pexels.com/reprodução

quarta-feira, 13 de março de 2019

Sutilezas letais: os sintomas menos conhecidos do infarto


O ataque cardíaco nem sempre causa dor e aperto no peito. Conheça outros sintomas desse problema no coração para fazer o diagnóstico precoce

Dor e aperto no peito que irradiam para o braço esquerdo e pescoço são os sintomas mais comuns e conhecidos de um infarto do miocárdio, popularmente chamado de ataque do coração. Quando esses sinais se manifestam, quase todo mundo sabe que é preciso buscar socorro médico imediatamente.

No entanto, poucos conhecem a existência de outros sintomas, mais sutis, que também podem indicar a iminência ou início de um acidente cardiovascular. Falta de ar, cansaço, azia e dor na mandíbula estão entre eles.

O problema dessas manifestações, em especial quando uma ocorre isoladamente, é que as pessoas não a associam ao infarto. Costuma-se achar que um analgésico ou antiácido resolverá a situação.

Por isso, é importante a conscientização sobre a necessidade de também procurar atendimento médico nesses casos. Não vale a pena correr o risco de subestimar as reações do organismo. Afinal, metade das mortes por ataque cardíaco acontece nas primeiras horas depois dos sintomas iniciais.

Quanto mais rápido for o socorro, maiores as chances de sobrevivência e menor a probabilidade de sequelas.

Adotar uma providência com agilidade é importante para preservar vidas. Quando se trata do coração, é muito melhor pecar pelo excesso de cuidado, porque a negligência no socorro pode ser letal.


terça-feira, 12 de março de 2019

Alimentos que rendem músculos


Saiba os alimentos mais adequados para comer antes, durante e depois do treino

De que adianta você suar a camisa para ganhar músculos se não está disposto a comer direito? Poucos especialistas admitem, mas se o seu objetivo é estético, pode ser inútil malhar se você não consome o que precisa para aumentar a musculatura e incinerar gordura. Os alimentos que rendem músculos são fontes de nutrientes que regem o bom funcionamento do organismo, impedindo que ele fique vulnerável a doenças. No caso dos exercícios, eles fornecem a matéria-prima que manterá você em movimento e que será determinante na construção do tecido muscular.

A equação é simples: é necessário comer para ter pique de puxar ferro e, assim, ganhar músculos, e também para fornecer o que o corpo precisa para que eles cresçam e apareçam. Caso você não se alimente adequadamente, corre o risco de engordar ou de fazer com que o seu organismo assalte toda a proteína que constrói músculos, a fim de gerar a energia que a demanda de exercícios exige.

O carboidrato, por exemplo, é a principal fonte de energia do corpo, devendo representar entre 60% e 70% de uma dieta. E pessoas que malham frequentemente devem consumir até mais do que o recomendado. “Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a indicação diária desse nutriente varia de 5 gramas a 10 gramas por quilo corporal, ou seja, um homem de 70 kg deve ingerir entre 350 gramas e 700 gramas diariamente”, diz Cynthia Antonaccio, nutricionista da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem-Estar, de São Paulo.

Mas não basta alimentar-se corretamente, ficando de olho apenas na quantidade de nutrientes a serem consumidos. É necessário, ainda, saber o que comer antes, durante e depois da malhação para que seu corpo busque no alimento tudo aquilo que você precisa para ter energia e desenhar formas mais definidas. E isso, naturalmente, também passa por um processo de recuperação muscular pós-treino, período no qual os alimentos têm papel fundamental. Veja quais alimentos que rendem músculos e saiba o que comer antes, durante e depois do treino:

Alimentos que rendem músculos
ANTES DA ACADEMIA
Chá verde
Estudos revelam que o consumo de um copo (entre 100 ml e 200 ml) de chá verde, antes do exercício, reduz o estresse muscular, controlando os danos provocados pelos radicais livres, que detonam a massa magra.

Açaí
A fruta apresenta elevado teor energético, que será usado pelo seu organismo quando estiver malhando. Também é rica em gorduras mono e poli-insaturadas, potássio, vitamina E, vitamina B e antioxidantes, que lutam contra os radicais livres e diminuem o depósito da gordura ruim nas artérias. Uma tigela antes do treino é suficiente para que você tenha a energia que precisa para a prática do exercício.

Banana d’água
Não teve tempo de comer muita coisa, chegou na academia e precisa malhar? Coma ao menos uma unidade  dessa fruta antes de encarar os exercícios. “Ela oferece 30 gramas de carboidrato, que vai gerar energia para cerca de 1,5 hora de malhação e 400 mg de potássio, fundamental para o desempenho muscular”, diz Fernanda Machado Soares, nutricionista de Petrópolis (RJ).

Aveia
Trata-se de outro alimento importante para constar no seu cardápio de café da manhã.  Meia xícara desse cereal  contém 27 gramas de carboidrato que, segundo um estudo da Universidade Penn State (EUA), fornecerá a energia que você precisa para suportar o pique da malhação logo após a sua primeira refeição do dia.

Cereais integrais
Esses alimentos não podem faltar no café da manhã e no almoço, principalmente se você costuma malhar no fim do dia ou à noite. Eles fornecem um bom montante de carboidrato, que garantirá a energia que você precisa para fazer exercícios. Sem contar que são ricos em fibras, que promovem a absorção gradual de carboidratos pela corrente sanguínea, e também ajudam a transportar proteínas para os músculos para que eles se desenvolvam. A sugestão é para que você não deixe de comer arroz integral, ao menos no almoço, para ter pique de puxar ferro mais tarde. A quantidade dependerá do esforço que você costuma doar aos pesos. Mas, no geral, cerca de três colheres de sopa estão de bom tamanho.

Batata-doce
Uma unidade grande tem cerca de 30 gramas de carboidrato, que é a recomendação diária pré-treino. O carboidrato contido nesse alimento permitirá uma produção longa e gradual de energia, evitando que o organismo acumule o nutriente na forma de gordura. Se fizer exercícios no  fim do dia, acrescente o legume no lanche da tarde, pois o consumo de carboidrato dever ser feito, no mínimo, duas horas antes da malhação. “Além disso, a batata-doce tem vitamina A, que é um antioxidante importante para o organismo, também por fortalecer o sistema imunológico”, diz Luana Grabauskas, outra nutricionista da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem- Estar, de São Paulo.

DURANTE O TREINO
Água de coco
É claro que você não precisa levar um coco para a sala de musculação. Mas coloque a água dessa fruta em uma garrafinha e tome à medida que puxa ferro. Assim, você repõe os sais minerais. Através da transpiração, perdemos muitos eletrólitos fundamentais ao transporte de oxigênio pelo corpo e gastamos nosso estoque de energia. Segundo a nutricionista Fernanda Machado Soares, bebendo 100 ml desse líquido a cada 40 min. de atividade física, é possível dobrar o rendimento, contribuindo para uma maior queima calórica e síntese de massa muscular.

 Barra de cereal
Outra  fonte predominante de carboidratos (uma unidade tem cerca de 15 gramas desse nutriente). Geralmente possui aveia, um mina de vitaminas do complexo B.

Banana
É uma fonte de energia por excelência, rica em carboidrato. Uma unidade tem entre 80 e 100 calorias e cerca de 22 gramas desse nutriente. Possui, ainda, vitaminas do complexo B, que estão relacionadas à produção de energia, e potássio, que ajuda na contração muscular.

DEPOIS DO TREINO
Leite magro com achocolatado
Essa é uma das melhores bebidas a serem tomadas logo após a malhação, pois possui uma concentração balanceada de proteínas e carboidratos, essenciais para o aumento da massa muscular. Segundo um estudo da Universidade de Indiana (EUA), um copo de 200 ml desse saudável drink é tudo o que seus músculos pedem logo após o exercício, sem que você corra o risco de incorporar calorias desnecessárias.

Cereja
Esta fruta é uma das mais ricas fontes de antioxidantes, que combatem os radicais livres que conspiram contra seus músculos. Um estudo feito pela Universidade de Vermont (EUA) com remadores mostrou que aqueles que incluíram suco de cereja na dieta sofreram menos lesões musculares ao longo do período de treinamento.

Salmão
Fonte de ômega-3, poderoso anti-inflamatório que também ajuda na recu­peração muscular após os exercícios. Se você malha à noite, procure a­cres­centar esse alimento no jan­tar. A recomendação é de uma posta (150 g), duas ou três vezes na semana.

Mel
Contém carboidrato de rápida absorção, além de cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, vitaminas B, C, D e E, que ajudarão na recuperação muscular. “O mel possui, ainda, um teor considerável de antioxidantes, como os flavonoides e fenólicos, que minimizam os efeitos dos radicais livres produzidos durante a prática de exercícios”, diz a nutricionista Cynthia Antonaccio. A indicação é de duas ou três colheres de sopa misturadas com fruta ou iogurte desnatado.

Suco de uva
Além de ser rica em substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias, a bebida é indicada para a recuperação muscular. “O ideal é tomar um copo de 250 ml, imediatamente após a  sessão de exercícios”, diz Suzana Bonumá, especialista em fisiologia do exercício e nutricionista de São Paulo.

Quinoa
Este grão é rico em aminoácidos essenciais para pessoas que malham e tor­cem o nariz para carnes. Entre 100 e 150 gramas dele substituem uma porção de carne.

Chocolate amargo
Quem diria: essa delícia é importante no processo de recuperação muscular após o exercício. Ele ajuda no abastecimento das reservas de glicogênio (que fornece energia aos músculos), combate os radicais livres e aumenta, no cérebro, a produção de serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar e de saciedade. Recomenda-se a ingestão diária de 25 gramas de chocolate amargo (entre 50% e 70% de cacau).

Carne vermelha
Excelente fonte de proteína, ferro e zin­co, essenciais na recuperação e na construção mus­cular.  E, justamente por ser uma mi­na de proteína, deve ser consumida sempre que possível em almoços e jantares. A indicação é de pelo menos duas porções (dois bifes de 150 gramas cada, por exemplo), duas vezes na semana.

Soja
Muito se fala dos benefícios de suplementos como o whey protein na construção da massa muscular. Mas, segundo estudo da Universidade de Ohio (EUA), a proteína da soja pode ser tão eficaz quanto a do soro do leite na produção de músculos. Duas colheres de sopa de proteína de soja em pó (13 gramas) equivalem a um bife de filé-mignon pequeno.  E por não ser tão concentrada quanto o whey, a proteína da soja pode ser consumida em maior quantidade sem que você corra o risco de engordar ou sobrecarregar o organismo.

Clara de ovo
Se não quiser comer carne, você pode  fechar com quatro ovos. Mas não se engane: a recuperação muscular é obra da clara e não da gema. “Ela é rica em proteínas de alto valor biológico e aminoácidos, que formam as proteínas e são fundamentais na construção e hipertrofia muscular”, diz Cynthia Antonaccio. “Sem contar que o organismo absorve facilmente esses nutrientes”. É importante, no entanto, consumir o ovo cozido, para não correr o risco de infestar o organismo de bactérias como a salmonela, que provoca febre e diarreia.

Fonte: https://sportlife.com.br/alimentos-rendem-musculos/ -  Texto: Vanessa Sá - Foto: Freepik

segunda-feira, 11 de março de 2019

Existe peso ideal? O que você deve saber sobre o número que aparece na balança


Na balança não é possível diferenciar o que é gordura, o que é músculo e o que é água

Provavelmente, você foi ensinada desde cedo a monitorar o seu peso para não engordar, e mesmo assim você se pesa (quase) todos os dias. Pois saiba que o peso da balança não reflete a nossa saúde, muito menos a composição do nosso corpo – ou seja, o que é gordura, o que é músculo, o que é água.

Nós somos resultado da mistura de muitos povos, o que confere características bastante diversificadas para as pessoas. Algumas pessoas têm mais músculos ou mais gordura, umas são mais altas e outras mais baixas, algumas têm o quadril largo, enfim. É uma miscelânea de corpos e constituições, definidas geneticamente. Não tem como existir um “corpo padrão” nessas condições.

Bom, dito isso, voltamos a conversar sobre o peso. A composição do nosso corpo é determinada geneticamente, ou seja, nós já nascemos com as informações de qual o tamanho que o nosso corpo vai ter na fase adulta. Basicamente, podemos dividir o nosso corpo em duas partes: uma que tem peso mais estável durante boa parte da vida adulta, como ossos e órgãos, e outra que tem peso variável, como músculos, líquidos e gordura. Os nossos hábitos de vida é que modificam essa segunda parte.

Pessoas ativas têm massa muscular aumentada (e provavelmente massa de gordura baixa), ao passo que, sedentários têm massa muscular reduzida. E o conteúdo de massa muscular e de gordura no nosso organismo influencia diretamente no nosso estado de saúde.

E é por isso que o peso da balança não reflete a nossa saúde: a gente só vê a soma de todas as partes juntas e não conseguimos diferenciar o que é gordura, o que é músculo e o que é água. Uma pessoa que se pesa ao acordar e à noite, vai apresentar dois pesos diferentes, podendo variar até dois quilos. Isso não significa que essa pessoa engordou naquele período, é apenas um reflexo das alterações no metabolismo que acontecem durante o dia, como por exemplo, a retenção de líquidos.

É como acontece com uma pessoa sedentária que passa a praticar atividade física para perder peso. Com o início da prática, uma das adaptações que ocorre é o aumento de massa muscular, o que, consequentemente, vai aumentar o peso na balança. Talvez essa pessoa se pese dois meses depois que começou a se exercitar, veja que aumentou 1,5 kg de peso, e julgue que os exercícios não estão “fazendo o efeito esperado” porque ela “engordou”, de acordo com o número revelado na balança. E isso pode ser uma conclusão bastante equivocada, pois pode ter ocorrido, na verdade, um aumento de massa muscular e não de gordura.

Outro exemplo bem interessante também ocorre com, justamente, quem quer emagrecer. Se essa pessoa acompanha seu emagrecimento apenas pelo peso de balança, ela pode, inadvertidamente, estar perdendo massa muscular e não gordura corporal durante o processo, e isso, com certeza, não é o adequado.

O emagrecimento saudável e duradouro é aquele em que perdemos massa gorda e mantemos (ou até ganhamos) massa muscular. Para que isso aconteça, devemos ter uma prática adequada de atividades físicas, sono adequado, hábitos saudáveis (como não fumar, não consumir muita bebida alcoólica, açúcar e frituras) e seguir a dieta proposta. O músculo é um tecido ativo, ou seja, ele gasta calorias mesmo quando estamos em repouso – auxiliando na perda de peso!

Cuidado com o IMC
É por esses motivos que eu desaconselho o uso do IMC (Índice de Massa Corporal) para avaliação de indivíduos. O IMC é uma ferramenta utilizada para avaliações populacionais, pois é de fácil aplicação e é barata. Entretanto, como ele utiliza apenas o peso e a altura para classificar o estado nutricional, ele acaba tendo o mesmo problema que o número da balança: não distingue o que é gordura de massa muscular.

Dessa forma, eu desaconselho meus pacientes a se guiarem apenas pelo peso de balança ou mesmo pelo o IMC, pois eles não refletem a realidade da composição corporal. Temos alguns métodos de avaliação corporal mais fidedignas disponíveis, e vou explicar resumidamente dois dos mais comuns para vocês:

Dobras cutâneas
O profissional avaliador treinado pega em pontos específicos do corpo, com os dedos, indicador e do meio, em forma de pinça, a gordura subcutânea e mede, com um equipamento chamado plicômetro, a espessura dessa dobra em milímetros.

Esses valores são inseridos em alguma das equações já estabelecidas na literatura científica, de acordo com o público que está sendo avaliado, e o resultado é o percentual de gordura corporal. Daí a gente consegue fazer os cálculos de quanto daquele peso na balança é de gordura, de massa muscular, etc, separando os compartimentos, e fazendo uma análise mais criteriosa.

Bioimpedância
Os equipamentos de bioimpedância passam uma corrente elétrica (mas não se assuste, a gente não consegue sentir) pelo corpo através de placas de metal, com diferentes polos magnéticos, nas mãos e nos pés. Essa corrente viaja facilmente pela água e, por isso, tecidos muito hidratados, como os músculos, deixam a corrente passar rapidamente.

Já a gordura e os ossos possuem pouca água e, dessa forma, a corrente tem maior dificuldade para passar. Isso permite que o aparelho calcule a diferença da velocidade da corrente, identificando o que é músculo e o que é gordura, e o valor percentual referente às quantidades deles, além de outros parâmetros como gordura abdominal, taxa metabólica basal (calorias gastas em repouso) e idade metabólica.

Cada um dos métodos tem suas aplicações específicas, suas vantagens e desvantagens. Por isso, procure um profissional da sua confiança e converse com ele sobre qual é o melhor para o seu caso.