quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Entenda como o diabetes afeta a saúde do seu coração


Condição crônica está relacionada a diversas doenças cardiovasculares, como infarto e AVC

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com diabetes têm o dobro de risco de sofrer um infarto agudo do miocárdio. Estimativas da International Diabetes Federation revelam que até 80% dos pacientes com diabetes ou diabetes melito (tipo 2) morrem justamente em decorrência de complicações relacionadas a problemas cardíacos.

 

Quando trazemos isso para a quantidade de pessoas atingidas, os números assustam e nos ajudam a ter uma dimensão do tamanho do desafio. Uma declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS), em abril deste ano, revela que o número de indivíduos com diabetes quadruplicou nos últimos 40 anos. Hoje, acredita-se que a doença afete cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo. Só no Brasil, segundo a SBD, mais de 13 milhões vivem com esse diagnóstico.

 

O principal alerta aqui é que há grande potencial de crescimento dessas taxas. Projeções da OMS revelam que pode ocorrer aumento da prevalência mundial na ordem de 114% nos próximos 20 anos, levando ao surgimento de 330 milhões novos casos. O Brasil segue essa tendência, figurando entre os dez países com maior número absoluto de indivíduos portadores de diabetes tipo 2.

 

O crescimento acelerado é resultado, em parte, do envelhecimento da população, mas, principalmente, das modificações nos hábitos de vida, além do acesso a tratamentos e medicamentos. O diabetes é uma doença silenciosa que, sem o controle adequado, pode acarretar em uma série de problemas e danos à saúde, entre elas as doenças cardíacas, cegueira, doenças renais, amputações e até a morte. É uma condição pré-existente que aumenta também o risco de infecções oportunistas, como a COVID-19.

 

O que é diabetes?

Para começar, vamos entender, então, do que estamos falando. O diabetes é classificado como uma doença crônica não transmissível (DCNT). Trata-se de uma condição causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio controlado pelo pâncreas que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) - e, assim, regular sua quantidade no sangue, garantindo a manutenção das células do organismo.

 

Em condições normais, quando o nível de glicose no sangue sobe, células especiais liberam a insulina de acordo com as necessidades do momento. A glicose pode ser utilizada como combustível para as atividades do corpo ou fica armazenada como reserva, em forma de gordura. Esse controle mantém em níveis normais a taxa de glicemia no sangue.

 

Para o coração, o aumento desta taxa acarreta em complicações que, em casos mais graves, pode levar à morte. O diabetes é capaz de desencadear infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e entupimentos das artérias, além de formação de aneurismas (dilatação de um vaso sanguíneo). Quando a doença se instala, potencializa ainda outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado.

 

Diabetes e doenças cardiovasculares

Quando o organismo apresenta níveis elevados de glicose no sangue, várias alterações que interferem no sistema cardiovascular podem ocorrer. O principal comprometimento é a doença arterial coronária, que surge em decorrência do processo precoce e acelerado de aterosclerose - formação de placas de gordura na parede das artérias do coração.

 

Isso porque o diabetes traz mudanças para a função de vários tipos de células, como as endoteliais, as musculares e as plaquetas, além de favorecer a produção de coágulos e elevar o nível de colesterol, formando um número maior de placas de gordura nas artérias coronárias (as responsáveis por irrigar o coração).

 

A hiperglicemia crônica, a dislipidemia (presença de níveis elevados de gordura no sangue) e a resistência à insulina, somados, favorecem a progressão aterosclerótica, elevando o risco de entupimento dos vasos.

 

Para manter-se em pleno funcionamento, o músculo cardíaco necessita de uma demanda constante de sangue. Assim, a obstrução parcial ou total das coronárias pode acarretar no surgimento ou agravamento de fatores de risco ou doenças cardíacas.

 

Entre elas, estão a insuficiência cardíaca, a hipertensão arterial, o aneurisma da aorta (quando a maior artéria do corpo fica enfraquecida, levando a dilatação acentuada deste vaso sanguíneo) e o infarto do miocárdio (a interrupção do fluxo sanguíneo desencadeia o infarto e o processo de necrose da musculatura do coração).

 

Existe ainda a possibilidade de que o mesmo processo que acontece com as coronárias ocorra em outras artérias do corpo. O resultado pode ser a falta de sangue no cérebro, que provoca o AVC, ou a ausência de sangue suficiente nos pés, mãos ou braços, causando a doença vascular periférica.

 

Tipos mais comuns de diabetes

Entre os tipos mais comuns da doença estão o 1 e o 2. Segundo a SBD, o tipo 1 concentra entre 5% e 10% do total de pessoas com a doença e é causado pela falta ou perda da capacidade do pâncreas em produzir insulina suficiente. É um tipo caracterizado por ser autoimune e genético (uma mutação nos genes). Geralmente, aparece na infância ou adolescência. Pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença devem fazer exames regularmente para acompanhar a glicose no sangue.

 

Já o tipo 2 é frequentemente adquirido com o passar dos anos, no geral na fase adulta. Cerca de 90% das pessoas com diabetes apresentam o tipo 2 e é nele que está o maior perigo para os problemas cardiovasculares. Nesses casos, as células adiposas e musculares não conseguem aproveitar completamente o hormônio liberado pelo pâncreas e a glicose passa a ser utilizada de modo ineficaz pelo organismo.

 

Este tipo não apenas potencializa as chances de complicações cardíacas, mas também costuma vir associado aos principais fatores de risco para as doenças que acometem o coração, como obesidade, pressão e colesterol altos.

 

A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionada a hábitos e estilo de vida, envolvendo má alimentação, falta de atividade física regular, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão arterial e hábitos alimentares inadequados. Seu agravamento pode acarretar no diabetes latente autoimune do adulto (LADA), caracterizado, basicamente, pelo desenvolvimento de um processo autoimune do organismo, que começa a atacar as células do pâncreas.

 

Diabetes gestacional

Na gravidez, o corpo da mãe e o do bebê precisam garantir suas necessidades: o organismo da criança exige uma demanda alta de açúcar para seu desenvolvimento e o corpo da mãe responde com insulina, na tentativa de controlar o excesso da substância no organismo.

 

Além desta batalha, na gestação, outros hormônios são liberados pela placenta e acabam atrapalhando o processo de controle da taxa de glicemia no sangue. Eles forçam o pâncreas materno a trabalhar mais para manter os níveis da substância equilibrados. O problema é que, muitas vezes, nem todo esse esforço é suficiente. O resultado é a sobra de açúcar na corrente sanguínea, a hiperglicemia. É daí que surge o diabetes gestacional.

 

Mesmo sem nunca ter apresentado qualquer tendência ao diabetes, é possível que a mulher veja suas taxas de açúcar subirem durante a gravidez. E se não for devidamente diagnosticado e tratado, o diabetes gestacional pode trazer complicações à saúde da mãe e do bebê, como o ganho de peso excessivo (para ambos), aumento no líquido amniótico, malformações fetais e parto prematuro.

 

Seus desdobramentos servem ainda como precursores de fatores de risco e doenças que afetam o coração, inclusive o surgimento de pré-diabetes ou diabetes tipo 2 depois da gravidez ou do nascimento.

 

Pré-diabetes

O pré-diabetes se caracteriza quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não tão elevados para caracterizar os tipos 1 ou 2. É um alerta do corpo, que geralmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios. É um sinal importante por ser a única etapa do diabetes que pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de outras questões associadas.

 

Prevenção e cuidados

Assim como outras doenças crônicas, é possível conviver com o diabetes por meses ou anos até que os sintomas se tornem evidentes ou que as alterações nos níveis de glicose sejam detectadas em um exame de rotina. Porém, a demora no diagnóstico, além de ser perigosa, é uma oportunidade perdida para iniciar os cuidados antes de o problema se agravar. Isso porque, logo no início, as chances de monitorar e reverter ou retardar a evolução do quadro é muito maior.

 

Uma vez com o diagnóstico da doença, o controle glicêmico passa a ser fundamental. E aqui vale um alerta: ter ou não sintomas não deve ser um indicador. Muitos diabéticos acreditam que a falta de sinais indicam que o problema está sob controle. Creem que podem continuar a comer o que quiserem, seguir sem praticar atividades físicas e até mesmo descuidar da medicação, com a possibilidade de aderir ao tratamento e aos cuidados depois. A negligência ou esta demora podem ter desfechos graves, muitas vezes com danos irreversíveis.

 

Assim, seguir as recomendações médicas e realizar a automonitorização desde o início são essenciais para prevenir o surgimento de doenças cardíacas e outras complicações. É importante adotar um estilo de vida com hábitos saudáveis, incluindo alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, controle da pressão e do colesterol, controle de peso e da gordura abdominal, não fumar e reduzir o estresse diário. Em muitos casos, é necessário também o uso de medicamentos, como a metformina e as sulfonilureias, além da utilização da insulina.

 

O fato é que as pessoas não morrem de diabetes, mas sim da falta de controle e por consequências da enfermidade. É possível conviver com a doença, transformando a condição em um motivo extra para cuidar da saúde. Comportamentos saudáveis evitam e ajudam no controle não apenas do diabetes, mas de outras doenças crônicas e fatores de risco para o coração.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37947-entenda-como-o-diabetes-afeta-a-saude-do-seu-coracao - Escrito por Paulo Chaccur

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Uso excessivo do celular prejudica as relações e a concentração


Em tempos de pandemia e isolamento social, parece que fica ainda mais difícil se distanciar do aparelho celular

 

Estamos cada vez mais conectados. Nosso tempo offline é cada vez menor, seja por necessidades do trabalho, seja porque nos sentimos atraídos pelas redes sociais. E em tempos de pandemia e isolamento social, parece que fica ainda mais difícil se distanciar do aparelho celular.

 

Essa relação, no entanto, pode acabar se tornando prejudicial, e um "detox digital" pode trazer benefícios. Nos últimos tempos, celebridades como as cantoras Lorde, 24, Luísa Sonza, 23, e Karol Conká, 35, contaram que se afastaram do telefone por um período, para fugir dos haters ou simplesmente para retomar o controle do tempo e construir uma relação mais saudável com a internet.

 

Foi mais ou menos isso que buscou a consultora de imagem Mayumi Ichiura: retomar o controle do próprio tempo. Aos 25 anos, ela conta que não estava conseguindo separar a vida pessoal do trabalho e, por isso, resolveu que desligaria o celular e o notebook aos sábados e domingos, durante três meses.

 

"Percebi que mesmo no final de semana eu estava trabalhando", diz. "Minha solução foi desligar o celular, porque eu estava no automático." Ela lembra que, de tão conectada, acabou se distanciando da própria família. "Não percebi tantas coisas que estavam acontecendo ao meu redor, como o crescimento da minha filha", diz ela sobre a criança, de 1 ano e dois meses.

 

Mayumi diz que, após se submeter ao detox digital, até sua performance no trabalho melhorou. "Me ajudou a estabelecer metas", afirma. E conta que aprendeu a aproveitar melhor cada momento. "Lembrei que eu gostava de ver séries, ler livros e ficar com a minha família."

 

Segundo uma pesquisa realizada pela Kantar, o Brasil é um dos países em que as pessoas mais passam tempo no celular. De acordo com o levantamento, os brasileiros gastam 4,2 horas por dia no aparelho, em média.

 

A estudante Caroline Coelho, 22, diz que já costumava ficar um ou dois dias sem mexer no aparelho, mas decidiu que faria um detox mais significativo, de um mês, durante o isolamento social. "Eu estava me sentindo cansada de ficar me comunicando com as pessoas através da internet."

 

Caroline conta que no início se sentiu deslocada e chegou a pensar se valeria a pena insistir no detox, mas hoje reconhece os benefícios -ela diz, por exemplo, que se sentiu até mais disposta para fazer outras atividades. "Foi um momento em que comecei a me aproximar mais das artes, uma coisa que sempre gostei muito de fazer", pontua, sobre ter voltado a desenhar.

 

Não existem fórmulas prontas no processo de reeducação digital, e cada um deve buscar os meios que melhor atendam às suas necessidades. A professora e estudante de psicologia Glaucia Sena, 29, por exemplo, dividiu seu detox em duas etapas. Na primeira, que durou 15 dias, ela manteve apenas os aplicativos essenciais em seu aparelho. "Exclui as redes sociais e fiquei apenas com o WhatsApp, porque preciso para trabalhar", conta.

 

Já na segunda etapa, ela agora tenta reduzir o uso do aparelho no dia a dia, deixando o celular fisicamente longe. E conta também com o auxílio de aplicativos que regulam o tempo de uso.

 

A professora usa a expressão "sobrecarga digital" para resumir o cansaço que sentia por passar muito tempo conectada a aparelhos eletrônicos. "O tempo que eu tinha para fazer coisas legais eu ficava na frente do celular", relembra. "Comecei a me sentir preguiçosa e com a vista mais cansada."

Glaucia conta que hoje tenta não mexer no celular nos períodos da tarde e da noite, e aos finais de semana também evita o aparelho, principalmente na sexta e no sábado. Para reduzir o uso, ela também foca em outras atividades, como passear com sua cadela, praticar meditação e exercício físico e cuidar de seu jardim vertical. "A questão do cuidado com as plantas me ajudou."

 

Além disso, a professora diz que voltou a pintar. "Fiz aula de pintura de tecido ainda criança, lá pelos 10, 12 anos. Nessa faixa etária mudei de escola e as dificuldades aumentaram, então precisei priorizar os estudos 'obrigatórios' ,mas a pintura era algo que eu gostava de fazer", relembra.

 

Ela conta ainda que, antes do detox, buscava no celular algo que a preenchesse, e escrever seus sentimentos em um papel também ajudou. "Às vezes não sabemos o que estamos procurando, então escrever colaborou neste sentido."

 

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

O psicólogo e psicanalista Francisco Nogueira, 42, afirma que os aparelhos celulares são desenvolvidos de forma a prender a atenção do usuário. "Existe o termo nomofobia, que é o medo de ficar sem o celular. Uma fobia que acomete aqueles que desenvolvem uma relação de adição com o eletrônico."

 

Pesquisadora de educação digital, Denise Lourenço, 41, acrescenta que as redes sociais e demais aplicativos são "repletos de reforços positivos sutis que desencadeiam liberação de dopamina", neurotransmissor ligado à motivação e ao prazer.

 

Segundo ela, o "viciante" é o inesperado -por exemplo, quando alguém publica uma foto em uma rede social e fica na expectativa de que uma pessoa especial possa deixar uma curtida ou um comentário. "É saber que algo pode acontecer, sem saber quando ou se, de fato, vai acontecer", completa Denise.

 

Nogueira afirma que o vício em celular pode prejudicar a qualidade das relações sociais, bem como a capacidade de concentração e o desenvolvimento de pensamentos complexos. "Tudo vai sendo minado por recursos que são imediatos de estímulo de respostas. As pessoas começam a ficar presas nesse tipo de interação", diz.

 

E lembra, ainda, que usar o celular durante a noite prejudica a produção de melatonina, substância ligada ao ciclo biológico de sono e vigília, que no organismo é produzida na ausência de estímulos luminosos. "Há uma piora do sono quando usamos telas à noite, próximo [do horário] de dormir", diz Nogueira.

 

O psicólogo afirma que, em momentos de estresse, algumas pessoas recorrem ao aparelho em busca de uma descarga de tensão imediata. "Quando você fica sem o celular, a dificuldade é aguentar o acúmulo de tensões e problemas complexos. Precisamos ter a capacidade psíquica para suportar [os desafios], e desenvolvemos isso na vida real mesmo." Segundo ele, é necessário avaliar se o uso do aparelho traz algo significativo. "Precisamos realmente não ficar dependentes de nada, seja do que for. A vida é dura, não há existência sem sofrimento."

 

Uma relação positiva com a internet requer reeducação. É o que sugere a pesquisadora Denise. "É urgente repensar a relação que temos com os aplicativos e estabelecer não apenas jejuns regulares, mas estratégias para evitar o vício."

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/brasil/1841766/uso-excessivo-do-celular-prejudica-as-relacoes-e-a-concentracao - MARIANA ARRUDAS - Notícias ao Minuto Brasil - © istock

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Quantas horas preciso de dormir? Depende da idade, dizem especialistas


“As necessidades de sono variam ao longo da vida”, sugere psiquiatra

 

Quantas horas preciso de dormir? A resposta não é simples, de acordo com Raj Dasgupta, professor assistente de medicina clínica na divisão de medicina pulmonar, cuidados intensivos e medicina do sono na Keck School of Medicine da University of Southern California, nos Estados Unidos.

 

Em declarações à CNN, o especialista explicou que as necessidades de sono são bastante individualizadas, mas que a recomendação geral, ou seja o ideal,  é dormir entre sete a nove horas por noite.

 

Todavia, essas diretrizes mudam à medida que as pessoas envelhecem. "As necessidades de sono variam ao longo da vida", afirmou também à CNN Christina Chick, pós-doutorada em psiquiatria e ciências comportamentais na Universidade de Stanford.

 

Adultos

 

A população adulta deve dormir pelo menos sete horas por noite, contudo uma em cada 3 pessoas não o faz, segundo a agência reguladora dos Estados Unidos Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

 

O sono insatisfatório tem sido associado a consequências para a saúde a longo prazo, como maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, demência, ansiedade, depressão e transtorno bipolar, referiu Dasgupta.

 

Crianças e adolescentes

 

No primeiro ano de vida, pode ler-se na CNN, os bebês podem dormir de 17 a 20 horas por dia, de acordo com Dasgupta. Entretanto, bebês entre os 4 e 12 meses precisam pelo menos de 12 a 16 horas de sono.

 

Já as crianças entre 1 e 3 anos devem dormir de 11 a 14 horas, destaca Bhanu Kolla, professor associado de psiquiatria e psicologia da Clínica Mayo. Crianças de 3 a 5 anos necessitam 10 a 13 horas de sono e as de 6 a 12 anos devem dormir de 9 a 12 horas.

 

Os adolescentes devem dormir de oito a 10 horas, mencionou Kolla.

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/1840592/quantas-horas-preciso-de-dormir-depende-da-idade-dizem-especialistas - Notícias ao Minuto Brasil - © Shutterstock

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

A dieta ideal para melhorar sua vida sexual



Dieta para sexo? Além dos afrodisíacos, nossos hábitos alimentares têm uma influência decisiva em como nos comportamos durante a relação sexual.

 

Uma dieta adequada depende muito de quão bons ou maus somos durante esses encontros e, de fato, podemos dizer que a frase "diga-me o que você come e eu lhe direi o quão bom sexo você faz " se encaixa perfeitamente.

 

A professora de nutrição Marybel Nunes, especialista em nutrigenética e câncer, naturopata e fitologista, revelou algumas chaves do cobiçado regime para melhorar o desempenho sexual. E sim, temos algumas surpresas que vão muito além de fantasias sensuais de um sexshop.

 

Iniciando uma dieta que melhora a vida sexual

Em um “cardápio sexual” a chave é “se sentir leve, não recorrer a refeições pesadas e que esse alimento seja rico em antioxidantes”, diz a nutricionista. Alimentos com essas propriedades são básicos em uma dieta para estimular a vida sexual, pois irrigam uma maior circulação sanguínea no corpo e isso se reflete em ereções mais potentes. A carne vermelha é inimiga da saúde erótica e deve ser evitada ao máximo em planos de dieta saudável para aumentar o bem-estar sexual.

 

Alimentos essenciais em uma dieta sexual

“Morangos, mirtilos, framboesas, amora, limão, goiaba, etc. Combinações podem ser feitas com essas frutas e elas definitivamente fazem parte de um cardápio sexual. Qualquer coisa que contenha selênio e zinco aumenta a libido do homem.

Uma pessoa que precisa ativar mais o apetite sexual deve recorrer a esses produtos e também aos crustáceos, mariscos, ostras, além do caju ou sementes como raiz de tejocote, gergelim e girassol. Tome nota de incluí-lo em sua dieta para o sexo.

Sobre os mitos que cercam ostras para um melhor desempenho durante os relacionamentos. A nutricionista afirma: “É uma realidade (embora não esteja 100% comprovada), principalmente pelos minerais que contêm. A falta de libido ou de irrigação na região genital tem a ver com a falta de alimentos que contenham propriedades de produtos como ostras”, explica.

 

Álcool na dieta sexual?

Em uma alimentação sexual saudável , as bebidas alcoólicas devem ser evitadas, até certo ponto, porque “ajuda a tirar inibições, a desabafar, mas não é muito compatível com uma vida sexual plena”, diz a especialista.

Artérias podem ser anti afrodisíaco quando ingerido em excesso, o que faz com que o sangue engrossa e pode causar ereções mais fracas. "Um ou dois drinques antes da reunião ajudam a desinibir, e que, sim, é benéfico na dieta sexual", ele adiciona.

 

A dieta mexicana

O problema da falta de libido é o excesso de gordura, e esses tipos de substâncias, como o colesterol e os carboidratos (que na verdade geram o excesso de triglicerídeos que se transformam em gordura), estão muito presentes na comida tradicional mexicana.

Carnitas e churrasco nos finais de semana são um fator para diminuir a saúde sexual. A nutricionista alerta que se fizerem dietas improvisadas e não supervisionadas, o desequilíbrio pode causar falta de energia na cama (e o procedimento acabaria se tornando uma espécie de "anti dieta sexual").

 

A dieta mediterrânea

De acordo com uma pesquisa do aplicativo MyFitnessPal, os treinadores de fitness preferem certos alimentos em sua dieta para aumentar sua resistência sexual . A dieta mediterrânea foi a mais útil em sua escolha, graças à variedade de frutas e vegetais que inclui.

No cardápio tradicional deste tipo de dieta, é tradicionalmente cozido com azeite virgem, estão incluídos tangerinas, bananas e pêssegos, além de alface, ervilha, batata, tomate e cebola, enquanto a proteína que um peito de frango assado pode conter grelhado, fornece a energia que compõe este tipo de alimento.

 

Suplementos e testosterona

Muitos atletas e homens preocupados com seu papel no quarto e com a aparência na academia, recorrem a suplementos nutricionais que aceleram o metabolismo e também proporcionam massa corporal e segurança sexual. Mas até que ponto esses suplementos são bons para o nosso corpo?

“A questão dos suplementos que contêm testosterona é que, embora aumentem muito a libido - e como os especialistas costumam recomendá-los -, quando param de usá-los, a pessoa experimenta uma diminuição do desejo sexual. Então o problema é que certos suplementos suplementares à dieta sexual geralmente resolvem o problema temporariamente e depois deixam outras sequelas, como a libido cai drasticamente ”.

 

As frutas mais sexuais

Em uma dieta bem balanceada que inclui frutas, a nutricionista recomenda lichias, mangas, morangos, mirtilos frescos, cerejas, framboesas e romã, o benefício é garantido.

“Não há fruta ruim, mas as que contêm mais antioxidantes, como as citadas, são as que vão gerar maior suprimento sanguíneo e melhores ereções”, garante e também recomenda uma fruta característica do Peru, Brasil e Colômbia, chamado camu camu.Dieta para sexo? Além dos afrodisíacos, nossos hábitos alimentares têm uma influência decisiva em como nos comportamos durante a relação sexual.

 

Fonte: https://www.revistanovafamilia.com.br/a-dieta-ideal-para-melhorar-sua-vida-sexual - Redação - Banco de imagem

domingo, 12 de setembro de 2021

Pesquisa expõe diferenças nas respostas de anticorpos à covid-19


Dados avaliados por cientistas americanos podem resultar em estratégias diferentes para lidar com a doença

 

A esperança de um futuro sem medo de covid-19 se resume a anticorpos circulantes e células (linfócitos) B de memória. Ao contrário dos anticorpos circulantes, que atingem o pico logo após a vacinação ou infecção apenas para desaparecer alguns meses depois, as células B de memória podem permanecer por aí para prevenir doenças graves por décadas. E elas evoluem com o tempo, aprendendo a produzir “anticorpos de memória” sucessivamente mais potentes, melhores na neutralização do vírus e mais capazes de se adaptar a variantes.

 

A vacinação produz maiores quantidades de anticorpos circulantes do que a infecção natural. Mas um novo estudo sugere que nem todas as células B de memória são criadas iguais. Enquanto a vacinação dá origem a células B de memória que evoluem ao longo de algumas semanas, a infecção natural dá origem a células B de memória que continuam a evoluir ao longo de vários meses, produzindo anticorpos altamente potentes, capazes de eliminar até mesmo variantes virais.

 

Os resultados destacam uma vantagem conferida pela infecção natural em vez da vacinação, mas os autores alertam que os benefícios de células B de memória mais fortes não superam o risco de invalidez e morte por covid-19.

 

“Embora possa induzir a maturação de anticorpos com atividade mais ampla do que uma vacina, uma infecção natural também pode matar você”, disse o professor Michel C. Nussenzweig, chefe do Laboratório de Imunologia Molecular da Universidade Rockefeller (EUA) e coautor do estudo publicado no arquivo preprint bioRxiv. “Uma vacina não fará isso e, na verdade, protege contra o risco de doenças graves ou morte por infecção.”

 

Seu corpo contra a covid-19

Quando qualquer vírus entra no corpo, as células do sistema imunológico imediatamente produzem hordas de anticorpos circulantes. Soldados de infantaria do sistema imunológico, esses anticorpos trabalham intensamente, mas decaem em taxas variáveis ​​dependendo da vacina ou infecção – eles podem nos proteger por meses ou anos, mas depois diminuem em número, permitindo uma possível reinfecção.

 

O sistema imunológico tem um plano de reserva: um quadro de elite de células B de memória que sobrevivem aos anticorpos circulantes para produzir os chamados anticorpos de memória, que fornecem proteção de longo prazo. Estudos sugerem que as células B de memória da varíola duram pelo menos 60 anos após a vacinação; os da gripe espanhola, quase um século. E embora as células B de memória não bloqueiem necessariamente a reinfecção, elas podem prevenir formas graves das doenças.

 

Estudos recentes sugeriram que dentro de cinco meses após receber a vacina ou se recuperar de uma infecção natural, alguns de nós não retemos mais anticorpos circulantes suficientes para manter o novo coronavírus sob controle, mas nossas células B de memória permanecem vigilantes. Até agora, no entanto, os cientistas não sabiam se as vacinas poderiam fornecer o tipo de resposta robusta das células B de memória observada após a infecção natural.

 

A vantagem da convalescença

Nussenzweig e colegas resolveram detectar quaisquer diferenças na evolução das células B de memória comparando amostras de sangue de pacientes convalescentes com covid-19 com as de indivíduos vacinados com RNA mensageiro, ou mRNA (as vacinas da Moderna e da Pfizer/BioNTech), que nunca haviam sofrido infecção natural.

 

A vacinação e a infecção natural geraram um número semelhante de células B de memória. As células B de memória evoluíram rapidamente entre a primeira e a segunda dose das vacinas de mRNA, produzindo anticorpos de memória cada vez mais potentes. Mas depois de dois meses, o progresso parou. As células B de memória estavam presentes em grande número e expressavam anticorpos potentes, mas não estavam ficando mais fortes. Embora alguns desses anticorpos possam neutralizar a delta e outras variantes, não houve melhora geral na amplitude.

 

Em pacientes convalescentes, por outro lado, as células B de memória continuaram a evoluir e melhorar até um ano após a infecção. Anticorpos de memória mais potentes e mais amplamente neutralizantes estavam surgindo a cada atualização de células B de memória.

 

Impulsionar ou não impulsionar

Existem várias razões potenciais para que as células B de memória produzidas por infecção natural superem as produzidas por vacinas de mRNA, dizem os pesquisadores.

 

É possível que o corpo responda de maneira diferente aos vírus que entram pelo trato respiratório e aos que são injetados em nossos braços. Ou talvez um vírus intacto incite o sistema imunológico de uma forma que a proteína spike isolada representada pelas vacinas simplesmente não consegue. Então, novamente, talvez seja porque o vírus persiste nos naturalmente infectados por semanas, dando ao corpo mais tempo para montar uma resposta robusta. A vacina, por outro lado, é eliminada do corpo poucos dias após o desencadeamento da resposta imune desejada.

 

Independentemente da causa, as implicações são claras. Podemos esperar que as células B de memória passem por ciclos limitados de evolução em resposta às vacinas de mRNA, uma descoberta que pode ter implicações significativas para o projeto e lançamento de doses de reforço. Um reforço com a vacina de mRNA atualmente disponível seria esperado para envolver as células de memória para produzir anticorpos circulantes que são fortemente protetores contra o vírus original e um pouco menos contra as variantes, disse Nussenzweig.

 

“Quando administrar o reforço depende do objetivo do reforço”, observou ele. “Se o objetivo é prevenir a infecção, o reforço terá de ser feito entre 6 e 18 meses depois, dependendo do estado imunológico do indivíduo. Se o objetivo é prevenir doenças graves, o reforço pode não ser necessário por anos”.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/pesquisa-expoe-diferencas-nas-respostas-de-anticorpos-a-covid-19/ - Crédito: National Infection Service/SCI

sábado, 11 de setembro de 2021

Exercício físico e seus efeitos na saúde e no sono


Otimizar a prática de exercícios pode melhorar a qualidade do sono, e dormir uma quantidade adequada pode promover a atividade física durante o dia

 

Atividade física: mecanismos sobre a saúde e o sono ainda precisam ser elucidados, mas a maioria dos estudos considera que o efeito geral é positivo. Crédito: Pxfuel

 

Salvo engano, até os sedentários não negam os benefícios da prática de exercícios físicos para a promoção da saúde. Já os especialistas em sono acrescentam ao rol de efeitos positivos dos exercícios a melhoria da qualidade do sono. No entanto, alertam para que a prática seja evitada próximo da hora de ir dormir, o que dificultaria o adormecer. Por outro lado, os mecanismos que explicam essa relação entre exercícios e sono ainda não estão totalmente esclarecidos.

 

Em 2017, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia fez uma revisão sistemática a partir de um levantamento bibliográfico dos quatro anos anteriores exatamente sobre a relação exercício-sono. Medidas objetivas ou subjetivas do sono e uma intervenção de exercícios de acordo com as diretrizes recomendadas pelo American College of Sports Medicine foram os critérios que incluíram 34 estudos na revisão. Dentre esses, 29 estudos concluíram que os exercícios melhoraram a qualidade ou a duração do sono. No entanto, quatro não encontraram nenhuma diferença e um relatou um impacto negativo do exercício no sono. Fatores como idade, estado de saúde e tipo ou intensidade do exercício podem explicar a variação observada entre os resultados dos estudos revisados.

 

A prática de exercícios foi especialmente positiva entre pessoas mais velhas de modo a promover um aumento da eficiência e da duração do sono, independentemente do modo e da intensidade da atividade, principalmente em populações portadoras de doenças.

 

Efeitos positivos substanciais

Os autores concluem que o sono e o exercício exercem efeitos positivos substanciais um sobre o outro, porém ressaltam que os mecanismos por trás dessas observações devem ser elucidados.

 

O aumento da temperatura corporal durante a prática de exercícios é, sem dúvida, um fator que, reconhecidamente, altera a latência do sono, dificultando o adormecer, quando os exercícios são realizados imediatamente antes do início do sono. Exercícios aeróbicos também liberam endorfinas, aumentando o estado de alerta, o que reforça a recomendação de se evitar exercícios físicos antes do sono. Por outro lado, exercícios físicos praticados ao longo do dia promovem o alerta e reduzem a sonolência, de forma a reduzir a latência de sono à noite. A prática de exercício moderado regularmente, durante os momentos de lazer, contribui para a redução do peso corporal e de dores musculoesqueléticas, além de melhorar a capacidade respiratória. Em conjunto, esses fatores reduzem a chance de desenvolvimento de doenças, inclusive distúrbios de sono.

 

Assim, ainda que não se tenham elucidado todos os mecanismos envolvidos na melhoria da qualidade de sono decorrente da prática de exercícios, já existe uma base consistente de evidências para recomendar a prática de exercícios como uma medida de promoção do sono de boa qualidade. Há, por exemplo, evidências suficientes para a National Sleep Foundation americana reconhecer que o sono e os exercícios têm uma relação bidirecional. Em outras palavras, otimizar a prática de exercícios pode potencialmente melhorar a qualidade de sono e dormir uma quantidade adequada pode promover a atividade física durante o dia.

 

O melhor horário

Resta ainda saber qual é o melhor horário para a prática da atividade física. O sistema de temporização biológico regula os processos do corpo com um ritmo de aproximadamente 24 horas. Esse sistema influencia muitos aspectos do desempenho, variando de efeitos fisiológicos a fatores motivacionais, perceptivos e cognitivos.

 

Do ponto de vista biológico, faz sentido supor que o desempenho da atividade física no final da tarde é melhor que quando realizada de manhã. Em um estudo sobre a hora do dia de atividade física (manhã versus noite) e efeitos do consumo de uma dieta rica em gordura no controle glicêmico, pesquisadores australianos acompanharam homens com sobrepeso/obesidade que consumiram uma dieta com 65% da energia da gordura por 11 dias consecutivos. Após cinco dias de dieta, os participantes foram aleatoriamente alocados para exercícios pela manhã (6h30), exercícios no final da tarde (18h30) ou nenhum exercício nos cinco dias subsequentes. Vinte e quatro participantes completaram o estudo e foram incluídos nas análises (oito por grupo).

 

A prática de atividade física teve um impacto menor do que a dieta rica em gordura nas mudanças nos metabólitos circulantes, e apenas o exercício realizado no final da tarde foi capaz de reverter parcialmente algumas das mudanças induzidas pela dieta rica em gordura nos perfis metabolômicos. As melhorias na aptidão cardiorrespiratória foram semelhantes, independentemente da hora do dia da atividade física. No entanto, melhorias no controle glicêmico e reversão parcial das mudanças induzidas por uma dieta rica em gordura nos perfis metabólicos foram observadas apenas quando os participantes se exercitaram no final da tarde.

 

Características biológicas

Em outro estudo, pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, investigaram o efeito da hora do dia na avaliação do desempenho físico de atletas olímpicos. Os pesquisadores observaram que o pior desempenho foi no início da manhã, por volta das 5 horas, enquanto o melhor foi observado no final da tarde, por volta das 17 horas.

 

Assim, embora o senso comum sugira que a melhor hora do dia para a prática de atividade física seja de manhã cedo, estudos sugerem que tal afirmativa não é válida de modo genérico. Em primeiro lugar, deve-se levar em conta características biológicas da pessoa, o que leva à variação do desempenho ao longo do dia. Um vespertino extremo deve expressar seu melhor desempenho no início da noite, enquanto um matutino extremo, bem mais cedo. Outra consideração diz respeito ao desempenho esperado do treinamento físico. É óbvio que atletas preferem horários em que seu desempenho é melhor, mas se o objetivo do treino for a promoção da saúde, é provável que o desempenho não seja tão importante.

 

Exercícios leves e moderados podem ser praticados pela manhã quando não há a preocupação com o desempenho e desde que sejam realizados apenas por pessoas que se sentem bem se exercitando nesse horário. Já o controle glicêmico parece ser mais eficiente quando o treino é realizado no final da tarde. Por fim, a preocupação com o aumento do tempo para adormecer devido à prática de atividade física próxima do horário de início do sono não impede que esta seja realizada no final da tarde, desde que seja realizada algumas horas antes do início do sono.


Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/exercicio-fisico-e-seus-efeitos-na-saude-e-no-sono/ - Claudia R. C. Moreno é professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. - Texto: Claudia R. C. Moreno | Jornal da USP                    

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Escolhas alimentares podem somar (ou tirar) de minutos a anos de vida


Com foco em saúde e sustentabilidade ambiental, pesquisadores americanos conseguiram quantificar como as opções alimentares afetam a duração da vida de cada um

 

Comer mais frutas e vegetais pode ter um impacto significativo na saúde de uma pessoa - e na do planeta também. Crédito: Pikrepo

 

As opções vegetarianas e veganas se tornaram o padrão na dieta americana, de restaurantes sofisticados a redes de fast-food. E muitas pessoas sabem que as escolhas alimentares que fazem afetam sua própria saúde, bem como a do planeta.

 

Mas, diariamente, é difícil saber o quanto as escolhas individuais, como comprar verduras no supermercado ou pedir asinhas de frango em um bar, podem se traduzir na saúde geral pessoal e ambiental. Essa é a lacuna que esperamos preencher com nossa pesquisa.

 

Fazemos parte de uma equipe de pesquisadores com experiência em sustentabilidade alimentar e avaliação do ciclo de vida ambiental, epidemiologia e saúde ambiental e nutrição. Estamos trabalhando para obter uma compreensão mais profunda, além do debate, muitas vezes excessivamente simplista, da dieta animal versus vegetal e para identificar alimentos ambientalmente sustentáveis ​​que também promovam a saúde humana.

 

Com base nessa experiência multidisciplinar, combinamos 15 fatores de risco dietéticos baseados na saúde nutricional com 18 indicadores ambientais para avaliar, classificar e priorizar mais de 5.800 alimentos individuais.

 

Em última análise, queríamos saber: são necessárias mudanças drásticas na dieta para melhorar nossa saúde individual e reduzir os impactos ambientais? E toda a população precisa se tornar vegana para fazer uma diferença significativa para a saúde humana e do planeta?

 

Colocando números

Em nosso novo estudo na revista científica Nature Food, fornecemos alguns dos primeiros números concretos para a carga de saúde de várias escolhas alimentares. Analisamos os alimentos individuais com base em sua composição para calcular os benefícios ou impactos líquidos de cada item alimentar.

 

O Índice Nutricional de Saúde que desenvolvemos transforma essas informações em minutos de vida perdidos ou ganhos por porção de cada alimento consumido. Por exemplo, descobrimos que comer um cachorro-quente custa a uma pessoa 36 minutos de vida “saudável”. Em comparação, descobrimos que comer uma porção de 30 gramas de nozes e sementes proporciona um ganho de 25 minutos de vida saudável – ou seja, um aumento na expectativa de vida de boa qualidade e livre de doenças.

 

Nosso estudo também mostrou que substituir apenas 10% da ingestão calórica diária de carne bovina e carnes processadas por uma mistura diversa de grãos inteiros, frutas, vegetais, nozes, legumes e frutos do mar selecionados poderia reduzir, em média, a pegada de carbono na dieta de um consumidor americano por um terço e adicionar 48 minutos saudáveis ​​de vida por dia. Esta é uma melhoria substancial para uma mudança tão limitada na dieta.

 

Posições relativas de alimentos selecionados, de maçãs a cachorros-quentes, são mostradas em um mapa pegada de carbono x saúde nutricional. Alimentos com boa pontuação, mostrados em verde, têm efeitos benéficos na saúde humana e uma baixa pegada ambiental. Crédito: Austin Thomason/Michigan Photography e Universidade de Michigan, CC BY-ND

 


Como calcular?

Baseamos nosso Índice Nutricional de Saúde em um grande estudo epidemiológico denominado Global Burden of Disease, um estudo global e banco de dados abrangente desenvolvido com a ajuda de mais de 7 mil pesquisadores em todo o mundo. O Global Burden of Disease determina os riscos e benefícios associados a vários fatores ambientais, metabólicos e comportamentais – incluindo 15 fatores de risco dietéticos.

 

Nossa equipe pegou esses dados epidemiológicos de nível populacional e os adaptou para o nível de alimentos individuais. Levando em consideração mais de 6 mil estimativas de risco específicas para cada idade, sexo, doença e risco, e o fato de que há cerca de meio milhão de minutos em um ano, calculamos o fardo para a saúde que vem com o consumo de um grama de comida para cada um dos fatores de risco dietéticos.

 

Por exemplo, descobrimos que, em média, 0,45 minuto é perdido por grama de qualquer carne processada que uma pessoa come nos Estados Unidos. Em seguida, multiplicamos esse número pelos perfis alimentares correspondentes que desenvolvemos anteriormente. Voltando ao exemplo do cachorro-quente, os 61 gramas de carne processada em um sanduíche de cachorro-quente resultam em 27 minutos de vida saudável perdidos devido apenas a essa quantidade de carne processada. Então, ao considerar os demais fatores de risco, como o sódio e os ácidos graxos trans dentro do cachorro-quente – contrabalançados pelo benefício de sua gordura poli-insaturada e fibras –, chegamos ao valor final de 36 minutos de vida saudável perdidos por cachorro-quente.

 

Repetimos esse cálculo para mais de 5.800 alimentos e pratos mistos. Em seguida, comparamos as pontuações dos índices de saúde com 18 métricas ambientais diferentes, incluindo pegada de carbono, uso da água e impactos na saúde humana induzidos pela poluição do ar. Por fim, usando essa conexão saúde e meio ambiente, codificamos por cores cada item alimentar como verde, amarelo ou vermelho. Como um semáforo, os alimentos verdes têm efeitos benéficos à saúde e baixo impacto ambiental e devem ser aumentados na dieta, enquanto os vermelhos devem ser reduzidos.

 

Para onde vamos daqui?

Nosso estudo nos permitiu identificar certas ações prioritárias que as pessoas podem realizar para melhorar sua saúde e reduzir sua pegada ambiental.

 

Quando se trata de sustentabilidade ambiental, encontramos variações surpreendentes tanto dentro como entre alimentos de origem animal e vegetal. Para os alimentos “vermelhos”, a carne bovina tem a maior pegada de carbono em todo o seu ciclo de vida – duas vezes mais alta que a carne de porco ou cordeiro e quatro vezes a de aves e laticínios. Do ponto de vista da saúde, eliminar a carne processada e reduzir o consumo geral de sódio proporciona o maior ganho de vida saudável em comparação com todos os outros tipos de alimentos.

 

Portanto, as pessoas podem considerar ingerir menos alimentos com alto teor de carne bovina e processada, seguidos de carne de porco e cordeiro. E, notavelmente, entre os alimentos à base de plantas, os vegetais cultivados em estufa tiveram uma pontuação baixa nos impactos ambientais devido às emissões de combustão originárias do aquecimento.

 

Os alimentos que as pessoas podem considerar aumentar são aqueles que têm altos efeitos benéficos para a saúde e baixo impacto ambiental. Observamos muita flexibilidade entre essas opções “verdes”, incluindo grãos inteiros, frutas, vegetais, nozes, legumes e peixes e frutos do mar de baixo impacto ambiental. Esses itens também oferecem opções para todos os níveis de renda, gostos e culturas.

 

O consumo de carne bovina teve os maiores impactos ambientais negativos, e a carne processada teve os efeitos adversos gerais à saúde mais importantes. Crédito: Pikrepo

 

Outros fatores importantes

Nosso estudo também mostra que, quando se trata de sustentabilidade alimentar, não basta considerar apenas a quantidade de gases de efeito estufa emitidos – a chamada pegada de carbono. Técnicas de economia de água, como irrigação por gotejamento e reutilização de água cinza – ou águas residuais domésticas, como as de pias e chuveiros – também podem representar passos importantes para reduzir a pegada hídrica da produção de alimentos.

 

Uma limitação de nosso estudo é que os dados epidemiológicos não nos permitem diferenciar dentro do mesmo grupo de alimentos, como os benefícios para a saúde de uma melancia versus uma maçã. Além disso, os alimentos individuais sempre precisam ser avaliados dentro do contexto da dieta individual de cada um, considerando o nível máximo acima do qual os alimentos não são mais benéficos – não se pode viver para sempre apenas aumentando o consumo de frutas.

 

Adaptações regulares

Ao mesmo tempo, nosso Índice Nutricional de Saúde tem potencial para ser adaptado regularmente, incorporando novos conhecimentos e dados à medida que se tornam disponíveis. E pode ser customizado no mundo todo, como já foi feito na Suíça.

 

Foi encorajador ver como pequenas mudanças direcionadas poderiam fazer uma diferença significativa tanto para a saúde quanto para a sustentabilidade ambiental – uma refeição por vez.

 

** Este artigo foi republicado do site The Conversation sob uma licença Creative Commons.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/escolhas-alimentares-podem-somar-ou-tirar-de-minutos-a-anos-de-vida/ - Texto: Olivier Jolliet e Katerina S. Stylianou | The Conversation   

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Futebol de botão: uma saudade da minha adolescência

     


     Esta semana, dando aula online aos alunos do Colégio O Saber e explicando sobre os esportes que são variantes do futebol de campo, apresentei a eles um vídeo que falava do futebol de mesa, popularmente conhecido como jogo de botão ou futebol de botão. Então, comentei com os alunos que na minha adolescência eu jogava esse jogo, e lhes contei uma parte da história que foi mais ou menos assim:   

 

     Algum tempo atrás, Dr. Adilson me presenteou com uma foto do seu time de botões, provavelmente, a maioria dos atletas feitos por mim, já que eu fui o maior fabricante de botões de Itabaiana que se tem notícia, pois cheguei a fazer mais de mil, o que daria mais de 100 times. Os botões eram feitos de acrílico, casca de coco, mica de avião, etc. Aprendi a fazer botões com meu irmão Tonho, que ao passar na prova da Escola Técnica Federal, em 1975, foi estudar em Aracaju e me vendeu o esmeril manual. Na época, eu tinha 13 anos, e de tanto vê-lo fazer os botões, acabei aprendendo. Alguns anos depois, vendi o esmeril ao meu primo Luiz de Tonho de Rosa que continuou a fabricá-los.

 

     O processo de fabricação dos botões era simples: eu pegava a placa de acrílico e com um compasso fazia círculos do tamanho desejado do botão. Em seguida, esquentava uma faca no fogão à lenha, cortava e colava com a cola Araldite duas ou três partes para formar o botão. Depois de colado, aproximadamente após uma hora, arredondava no esmeril até ter o formato do botão. Lixava-o na lixa de madeira e, posteriormente, na lixa d’água fina par tirar os arranhões. Para finalizar, passava pasta incolor de sapato e tirava o excesso em uma flanela, estava pronto o futuro artilheiro do jogo de botão.

 

     Minha mãe, Dona Graça (in memoriam) era costureira, então eu comprava a flanela e pedia a ela que costurasse uma espécie de capa para guardar os botões, e vendia juntamente com o time para quem quisesse, pois os protegia de serem arranhados. Às vezes, eu também fazia o botão por encomenda, quando a pessoa só queria comprar um ou dois botões, especificamente, de defesa ou ataque, já que tinha diferenças: o botão da defesa era maior e mais alto e o do ataque era menor e mais baixo, o artilheiro. Na época, usávamos uma caixa de fósforo como goleiro, mas tinha pessoas que pediam para que eu fizesse de acrílico grosso ou de várias camadas de acrílico. A equipe de botão era composta por 11 jogadores, e a arrumação no campo era feita com um goleiro, 5 botões na defesa e 5 no ataque, numerados na parte superior com números da folhinha de parede. A bola do jogo era feita no esmeril com milho seco ou acrílico. Para deslocar os botões no campo usávamos uma palheta fina e redonda de acrílico. Quando os botões ficavam travados no campo, eu colocava talco de bebê para que eles se descolassem com mais velocidade.

 

     Como jogador, fiz partidas memoráveis e disputas de campeonatos com meus amigos de infância e adolescência como: Luiz Antônio, Tonho de Crispim, Flauvinaldo, Zanza, Givaldo (in memoriam), Jairo, Luiz de Tonho de Rosa, Carlos Alberto “Rolopeu” (in memorian), Dinho, Alvino, Balsa, Saulo, Rubinho e outros mais. O meu campo de jogar botão, feito pela família de Branco marceneiro, se chamava Brinco de Ouro, referência ao estádio de futebol do Guarani de São Paulo, e cheguei a levá-lo a casa de vários amigos para jogar com eles. Modéstia à parte, eu era um dos melhores jogadores da época.

 

     Apesar de ter feito mais de mil botões, não guardei nenhum time porque eu fazia para vender e ganhar dinheiro. O último time de botão que eu fiz, foi do Grêmio, com acrílico azul e grosso por baixo e tirinhas de preto, branco e azul por cima, e o vendi ao amigo Carlos Alberto.

 

     Hoje, tenho guardado dois times de fábrica que comprei na loja, mas não substituem os botões feitos manualmente por mim. Saudades dos tempos da minha adolescência e dos jogos de botões, tempo que não voltará mais.

 

Por José Costa

8 benefícios do vinho para a saúde


O consumo moderado da bebida pode causar impacto positivo na saúde do corpo e da mente

 

Uma das bebidas mais antigas do mundo, o vinho faz parte da rotina alimentar de muitas pessoas. Popular em países europeus e sul-americanos, como Chile e Argentina, ele vem ganhando cada vez mais espaço entre os brasileiros - que aumentam seu consumo a cada ano.

 

Além de seu sabor marcante, que varia de acordo com a data de produção e tipo de uva utilizada na fabricação, o vinho é conhecido por conter propriedades benéficas para o corpo e mente.

 

"Isso se deve mais especificamente ao polifenol chamado de resveratrol, presente nas cascas das uvas tintas, que tem mais influência sobre nosso corpo, especialmente no que diz respeito à formação do colesterol bom", explica a nutricionista Greice Carolina.

 

Para usufruir de todas essas vantagens, é necessário fazer o consumo moderado da bebida: no geral, os especialistas recomendam uma taça de vinho (200 ml) por dia para mulheres e até duas para os homens. Lembrando que o consumo excessivo de álcool pode acarretar em diversos riscos para a saúde.

 

Antes de incluí-lo na dieta, é preciso garantir que não haja complicações ou condições específicas que impeçam a ingestão da bebida. Por isso, é sempre importante fazer exames de check up regularmente. Confira a seguir oito benefícios do vinho para a saúde:

 

Protege o coração

Uma série de estudos feitos no mundo todo já indicaram que o vinho pode ajudar a prevenir a aparição de doenças cardíacas, auxiliando no controle da pressão arterial e do colesterol. Segundo uma pesquisa realizada pela Barts and the London School of Medicine e a Queen Mary University, em Londres, os antioxidantes presentes na bebida inibem a produção de camadas gordurosas nas paredes das artérias.

 

Evita o ganho de peso

Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, revelou que beber vinho antes de dormir pode auxiliar na perda de peso durante o sono. Isso ocorre devido ao resveratrol (polifenol), presente principalmente na casca e semente da uva tinta.

"Os polifenóis em frutas aumentam a oxidação de gorduras na dieta de modo que o corpo fica sobrecarregado. Converter gordura branca em gordura marrom auxilia na queima de lipídios e ajuda a manter o corpo em equilíbrio, prevenindo a obesidade e disfunção metabólica", comentou Min Du, professor e cientista que liderou o estudo.

 

Mantém a pele jovem

O vinho também pode ser um aliado da beleza. Um estudo da Universidade de Exeter, na Inglaterra, descobriu que a bebida, assim como o chocolate amargo e o mirtilo, possui propriedades que ajudam a evitar o aparecimento de rugas.

Através de um composto chamado flavonoide, conhecido por seu efeito antioxidante e anti-inflamatório, o vinho promove o rejuvenescimento das células mais velhas, alterando seu comportamento. A quantidade recomendada é de uma taça de vinho para mulheres e até duas para homens por dia.

 

Aumenta a libido

Segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Florença, na Itália, com 800 pessoas que se identificaram como mulheres, o vinho pode ajudar a ativar o desejo sexual feminino. As participantes do estudo foram submetidas a um questionário, respondendo questões ligadas ao consumo da bebida, rotina e saúde sexual.

Os resultados indicaram que mulheres acostumadas a beber uma ou duas taças de vinho por dia apresentam um desejo sexual maior em comparação às participantes que não consomem nenhuma dose da bebida.

 

Reduz o diabetes

Além de auxiliar na perda de peso, o resveratrol pode ajudar na diminuição dos níveis de glicemia, fazendo com que ocorra uma melhora na secreção pancreática de insulina. "O principal mecanismo envolvido nesse processo está relacionado à sua capacidade em ativar proteínas de controle presentes no interior da célula, como a sirtuína 1 (Sirt1) e a proteína quinase ativada por AMP (AMPK)", contou a nutricionista Maria Cláudia, em entrevista prévia ao Minha Vida.

 

Diminui dores articulares

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, revelou que os polifenóis, grupo do qual o resveratrol faz parte, também possuem capacidade analgésica, principalmente em pacientes vítimas de artrite. Os efeitos analgésicos, ainda que em baixa quantidade, devem-se às características anti-inflamatórias da substância.

 

Melhora a digestão

O vinho é considerado um dos melhores acompanhamentos na hora da refeição. Além do seu sabor que complementa diferentes tipos de pratos, a ingestão da bebida pode ser de grande ajuda para o sistema digestivo.

"Quando se ingere a bebida junto aos alimentos, diminui-se muito o volume de radicais livres na circulação sanguínea durante a digestão. E é justamente neste período que a quantidade de gorduras circulantes é maior. Com isso, há menos chance delas serem oxidadas pelos radicais livres, que acarretaria na formação e deposição de placas de gorduras nas paredes dos vasos sanguíneos", contou o cardiologista Jairo Monson de Souza Filho, em entrevista prévia ao Minha Vida.

 

Diminui sintomas de depressão e ansiedade

De acordo com um estudo feito pela Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, o composto resveratrol também é capaz de evitar e diminuir sintomas de ansiedade e depressão - condições que podem ser induzidas pelo estresse. O componente presente no vinho bloqueia a ação da fosfodiesterase 4, uma enzima influenciada pela corticosterona, regulando a resposta do corpo ao estresse.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/11960-8-beneficios-do-vinho-para-a-saude - Escrito por Paula Santos