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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Os benefícios da atividade física para quem luta contra o câncer

Além de ajudar a evitar tumores, o exercício é importante durante o tratamento - por vários motivos. Veja as últimas recomendações dos especialistas

Antes da quinta sessão de quimioterapia, a médica da fisioterapeuta Roberta Peres, diagnosticada com câncer de mama aos 27 anos, avisou que trocaria os remédios. É um protocolo comum, que pode reduzir a intensidade de efeitos colaterais. “Mas ela me disse que, entre outros sintomas, eu talvez tivesse dores parecidas com as de um treino forte na academia”, lembra. Após a químio, Roberta definiu seu sofrimento de outro jeito: “Eram como facadas. No dia seguinte, falei que não iria aguentar e meu marido sugeriu caminharmos no parque para eu me distrair. Foi delicioso”.

O desconforto não sumiu, porém diminuiu a ponto de ela repetir a dose na próxima manhã e até trotar um pouco. “Tive câncer, fiz químio… e corri careca”, arremata Roberta, hoje com 29 anos e um perfil no Instagram que estimula outros pacientes a tomarem as rédeas da vida diante da doença. Ao longo das 11 sessões quimioterápicas seguintes (uma por semana), ela continuou dando suas passadas com o aval da doutora e notou ganhos em ânimo, autoestima, força…

“Está evidente que a atividade física ameniza consequências da doença e da terapia”, afirma o oncologista Auro Del Giglio, do Hospital do Coração, em São Paulo. Durante uma palestra que dará no Ganepão, um dos maiores congressos científicos do Brasil, o especialista vai destacar o papel da movimentação contra a fadiga gerada pelo tratamento. “Não há drogas adequadas para enfrentar essa reação adversa. Apenas os exercícios funcionam mesmo”, explica. Soa esquisito dizer que “gastar energia vai gerar energia”, mas é nesse sentido que as evidências científicas andam.

Uma revisão internacional de 34 estudos reuniu dados de 4 366 indivíduos com tumores. Seu resultado é categórico: não importa o tipo da doença, tirar o corpo da cama combate a indisposição. “Eu me poupava nos dias de quimioterapia, porque ficava sonolenta. Só que nos outros já voltava a me exercitar”, conta Roberta. Ela admite que os primeiros passos exigem esforço extra, contudo a sensação de esgotamento se dissipa com o suor.

“Na verdade, a atividade física libera neurotransmissores que trazem prazer e bem-estar”, explica José Cesar Rosa Neto, doutor em fisiologia e professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. A malhação ainda freia a degeneração muscular, uma repercussão comum após o diagnóstico que atrapalha tarefas cotidianas e intensifica a canseira.

Não por menos, o brasileiro Daniel Galvão, codiretor do Instituto de Pesquisa em Medicina do Exercício da Universidade Edith Cowan, na Austrália, concentrou-se no potencial de treinos supervisionados com práticas aeróbicas e de flexibilidade e força em 57 homens com câncer de próstata avançado – a doença havia invadido os ossos. Mesmo nesse cenário grave, os participantes expressaram uma melhora nas funções físicas sem desenvolver complicações.

“O estudo tem um enorme impacto, porque indivíduos com metástases ósseas até então eram excluídos de programas de exercício”, raciocina Galvão. Está aí um erro comum: imaginar que o câncer pede cama.

Mais benefícios da atividade física contra o câncer
Sono: a sensação de relaxamento após o esforço físico facilita o adormecer e melhora a qualidade do sono.

Disposição: sacudir a poeira é uma das principais maneiras de afastar a fadiga típica da quimioterapia.

Peso: ao contrário do que se pensa, vítimas do câncer podem engordar. E o exercício queima calorias.

Dor: os incômodos são aplacados com as substâncias analgésicas liberadas pelo esporte.

Como o exercício ajuda o tratamento em si
Resistir aos solavancos do tratamento é primordial para finalizá-lo. E aqui a malhação ofereceria vantagens. “Embora faltem pesquisas, o bom senso sugere que, se essa prática atenua reações adversas, ajudaria a pessoa a aguentar a estratégia desenhada pelo médico“, reflete Del Giglio.

Um indício de que o argumento bate com a realidade vem de um trabalho da Universidade de Alberta, no Canadá. Divulgado em 2007, ele reuniu 242 mulheres com câncer de mama submetidas à químio. Resultado: 78% das que foram orientadas a fazer musculação seguiram o plano original do doutor sem grandes intercorrências, ante 66% das que ficaram paradas.

Tais dados justificariam a menor taxa de mortalidade associada aos enfermos que suam a camisa após o diagnóstico. Em um levantamento de 2015 publicado no British Journal of Sports Medicine, os mais ativos apresentavam um risco 22% menor de morrer por causa do tumor.

Só considere que, talvez, dados como esse decorram do fato de que os sujeitos com cânceres mais agressivos se mexem menos – não seria o esporte que afasta a doença, e sim o contrário. “De qualquer forma, também existe a teoria de que os exercícios gastam parte da energia que abasteceria o tumor”, explica Sandro Fernandes da Silva, educador físico da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Fora isso, em experiências no laboratório, o esforço físico estimula o suicídio de células cancerosas e faz o sistema imune reconhecê-las melhor.

A atividade física ainda rechaça transtornos que abreviam a longevidade do pessoal que venceu o câncer. Exemplo: vários dos fármacos empregados lesam o coração. “Quem recebeu quimioterapia na infância às vezes desenvolve insuficiência cardíaca já aos 30 ou 40 anos”, revela Rosa Neto. “Mas o treinamento parece remodelar o órgão e manter seu funcionamento”, completa.

Na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, pesquisadores recrutaram 100 voluntárias que haviam se tratado recentemente contra o câncer nos seios e colocaram metade para realizar exercícios. Depois de quatro meses, eles perceberam que a turma do agito exibiu quedas em colesterol, pressão e outros marcadores da síndrome metabólica. “Sobreviventes do tumor de mama com essa condição têm maiores índices de mortalidade. Logo, erradicá-la aumentaria a sobrevida”, diz a fisiologista Christina Dieli-Conwright, autora da investigação.

A dificuldade é sair do sedentarismo em um momento tão complicado – até porque o câncer impõe restrições. “No nosso trabalho, um grande desafio foi a falta de confiança das mulheres em movimentar os braços”, recorda-se Christina. Ora, não raro a cirurgia contra o tumor de mama abala as estruturas dos membros superiores.

Roberta, que passou por quatro operações antes de ver sua doença sumir dos radares, é prova disso: “Meu alongamento foi para as cucuias. Aí eu comecei a fazer pilates e ioga, que me ajudaram a recuperar a flexibilidade”. Claro que cada caso demanda cuidados específicos, que exigem supervisão. “Mas todos, ao se exercitarem, deixam de viver só em função do tratamento”, dá o recado. Tem virtude melhor do que essa?

Os exercícios físicos na prática
“As recomendações para pacientes com câncer estão sendo revistas”, adianta o pesquisador Daniel Galvão. Hoje, as diretrizes gerais se assemelham às voltadas ao restante da população – ou seja, pedem para incluir modalidades aeróbicas, musculação e alongamentos por ao menos 150 minutos na semana.

No entanto, há particularidades de acordo com o tipo de tumor, o estágio da doença e as características da pessoa. “Durante o tratamento, devemos focar na segurança, cobrar supervisão e reforçar que não é a hora de apertar o passo”, ressalta o oncologista Antonio Carlos Buzaid, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Veja, a seguir, táticas para se manter ativo em meio à luta contra o câncer:

O calendário: veja como se sente após uma sessão do tratamento e se exercite nos dias em que os sintomas abrandarem.

A expectativa: concentre-se mais nos benefícios da atividade contra o tumor e menos – bem menos – no desempenho.

Os cuidados: se a doença se espalha para o fêmur, por exemplo, é bom não sobrecarregar a perna. Respeite as limitações impostas pelo médico.

A supervisão: o ideal é programar os treinos junto a educadores físicos e outros profissionais com experiência em oncologia.


Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/os-beneficios-da-atividade-fisica-para-quem-luta-contra-o-cancer/ - Por Theo Ruprecht - Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Por que suar a camisa é uma arma contra o câncer

Médica do Icesp esclarece a importância dos exercícios e do controle do peso na prevenção e no tratamento dos tumores

O câncer é um conjunto de mais de cem doenças ocasionadas pelo crescimento desordenado de certas células, que invadem e prejudicam outros tecidos e órgãos. Tais células podem se multiplicar e se espalhar para outras regiões do corpo, causando a chamada metástase. Alguns hábitos ajudam a prevenir o problema, como não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Outro fator importante nessa proteção é estar atento à balança e colocar o corpo em movimento.

A prática de atividades físicas é comprovadamente uma das atitudes a serem adotadas para diminuir o risco de câncer. Entretanto, na contramão dessa informação, o que vemos é o mundo enfrentar uma verdadeira epidemia de obesidade e sedentarismo. Esse fenômeno, aliás, já começa a afetar crianças e adolescentes, o que gera consequências de longo prazo, entre elas o aumento no número de casos de tumores.

Só no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão cerca de 600 mil novos casos em 2018.

A cada dia que passa, a ciência conquista novos avanços no tratamento dos diferentes tipos da doença. Ainda assim, com a saúde continua valendo a máxima “é melhor prevenir do que remediar”. Daí a importância de aderir, desde cedo, a um estilo de vida mais favorável à prevenção do câncer. As mudanças nos hábitos ainda na infância podem evitar o surgimento de diversas doenças na vida adulta. Saiba, porém, que nunca é tarde para começar a cuidar do corpo.

Não podemos ser defensores da magreza nem da gordura. O equilíbrio é um fator inquestionável para uma vida saudável. Sabemos que o tecido gorduroso participa ativamente do nosso metabolismo e exerce uma grande interferência nos níveis dos hormônios circulantes, o que torna a obesidade um potencial fator de risco para o desenvolvimento de 13 tipos de câncer:

De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De tireoide
De útero
De cólon (intestino)
De ovário
Mieloma Múltiplo
Meningioma
De pâncreas
De vesícula biliar
Ao observarmos essa questão sob outra ótica, também está documentado que o exercício físico contribui para a redução do risco de 13 tipos de câncer. Alguns deles são comuns àqueles estimulados pela obesidade, embora os mecanismos de proteção não se restrinjam à diminuição do peso e à mudança corporal. Falamos do seguinte grupo de tumores:

De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De bexiga
De útero
De cólon
De reto
Mieloma Múltiplo
Leucemia Mieloide
De pulmão
De cabeça e pescoço

Entre os mecanismos atribuídos ao papel protetor da atividade física nesse contexto estão a redução da gordura e da disponibilidade de alguns hormônios, a inibição dos processos celulares que induzem o aparecimento do tumor, a melhora da imunidade e também o equilíbrio do trânsito intestinal, o que diminui a exposição dessa região a agentes carcinógenos.

Além disso, os exercícios são frequentemente receitados como auxiliares na recuperação e na reabilitação dos pacientes em tratamento de câncer. E aqui falamos de inúmeros efeitos vantajosos, como alívio da fadiga, redução de dor crônica, melhora do humor e do sono, ganhos em funcionalidade e na participação social. Enfim, tudo que concorre a favor da qualidade de vida.

Um dos benefícios mais notáveis é justamente o combate à chamada fadiga oncológica, a sensação persistente de cansaço e exaustão em decorrência da doença e dos procedimentos terapêuticos necessários. O exercício físico regular é hoje um dos grandes pilares do seu tratamento.

Os estudos recomendam uma média de 150 minutos de exercícios de intensidade moderada distribuídos na maior parte dos dias da semana. O ideal é manter uma rotina ativa, algo que pode ser alcançado com mudanças simples, como a inclusão de caminhadas ou mesmo com o ato de subir e descer escadas. Nos exercícios programados, a orientação é combinar treino aeróbio (caminhada, corrida…) e anaeróbio (musculação, pilates…), sem deixar de fora o aquecimento antes e os alongamentos depois — lembrando que estes não entram na conta dos 150 minutos.

Não vale a pena suar a camisa?

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-suar-a-camisa-e-uma-arma-contra-o-cancer/ - Por Dra. Christina May Moran de Brito, fisiatra - Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Reduzir obesidade pode evitar 15 mil casos de câncer no Brasil por ano

Um novo estudo brasileiro mostra que os dois problemas estão relacionados - e aponta o problema por trás disso

Sabia que emagrecer pode baixar pra valer risco de você desenvolver câncer? É o que mostra um novo estudo feito pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisa, em termos de obesidade e câncer, a situação dos brasileiros é preocupante: 3,8% dos casos de tumores malignos no país estão diretamente ligados ao excesso de peso. Até 2025, a situação tende a piorar, já que 29 mil episódios da doença (4,6% do total) estarão relacionados ao sobrepeso, segundo estimativa dos autores do artigo.

Para a pesquisa, foram avaliados dados de Índice de Massa Corporal (IMC) da população brasileira em 2002 e 2013. E a análise mostra que tanto as taxas de obesidade quanto as de câncer cresceram – o que reforça o elo entre esse dois problemas. Os tumores mais ligados aos quilos extras são os de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.

Alimentação: a causa de tudo
Segundo o levantamento, o que está por trás de todo esse cenário é a alta ingestão de alimentos ultraprocessados. Para ter ideia, os cientistas calculam que melhorar os hábitos alimentares e, consequentemente, perder peso pouparia 15 mil episódios de câncer no Brasil a cada ano.

Por isso, a intenção do estudo é promover políticas públicas que incentivem a regulação desses produtos maléficos. Na última década, foi registrado 103% de aumento nas vendas desse tipo de alimento na América Latina. Ações como regulamentação de impostos, rotulagem nutricional e restrição das propagandas dos produtos poderiam reverter o quadro, apostam os experts.


Fonte: https://boaforma.abril.com.br/saude/reduzir-obesidade-pode-evitar-15-mil-casos-de-cancer-no-brasil-por-ano/ - Por Camila Junqueira, Luiza Monteiro - LightFieldStudios/Thinkstock/Getty Images

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Pesquisa descobre ligação entre alimentos ultraprocessados e câncer

Alimentos ultraprocessados não são exatamente conhecidos por seus benefícios para a saúde, mas agora um novo estudo apresenta um dado alarmante sobre este tipo de comida: pesquisadores descobriram que as pessoas que comem mais alimentos ultraprocessados correm maior risco de câncer.

A maioria dos alimentos é processada até certo ponto, mas os alimentos ultraprocessados contêm muito mais calorias, sódio e açúcar. Pesquisas já mostraram que as pessoas que comem alimentos ultraprocessados ​​tendem a ser mais obesas ou ter excesso de peso, além de ser mais propensos a ter problemas de coração e circulação ou diabetes. Comer muita carne processada, como salsichas, também já foi associado a um risco aumentado de câncer colorretal.

Na nova pesquisa, especialistas analisaram registros dietéticos de 24 horas de quase 105 mil adultos na França. Os indivíduos registraram o que comeram em uma lista de 3.300 itens alimentares categorizados pela forma como eles são processados, usando um sistema chamado NOVA.

Os cientistas descobriram que um aumento de 10% na proporção de alimentos ultraprocessados ​​na dieta está associado a um aumento significativo de mais de 10% nos riscos de câncer em geral.

É bom salientar que o estudo estava procurando apenas uma correlação, não uma causalidade. Os pesquisadores não descobriram que certos alimentos causam câncer, necessariamente.

“Gorduras e molhos, produtos açucarados e bebidas ultra-processados foram associados com um risco aumentado de câncer em geral”, diz o estudo. As pessoas que costumam comer mais alimentos ultraprocessados ​​também tendiam a fumar mais e se exercitar menos, mas os autores controlaram essas questões e ainda assim encontraram o elevado risco de câncer.


“A força dos resultados foi bastante surpreendente. Eles estavam fortemente associados, e fizemos muitas análises sensíveis e ajustamos as descobertas para muitos co-fatores, e ainda assim, os resultados aqui foram bastante preocupantes”, diz a co-autora Mathilde Touvier em uma matéria da rede americana CNN.

Cautela
Alguns especialistas afirmam que os resultados precisam ser levados em conta, mas também ser aprofundados para serem usados na prática.

“O que as pessoas comem é uma expressão de seu estilo de vida em geral e pode não estar causalmente ligado ao risco de câncer”, diz na matéria Tom Sanders, diretor científico da British Nutrition Foundation e professor emérito no King’s College de Londres. Sanders, que não estava envolvido no estudo, adverte que a abordagem de categorizar os padrões alimentares que dependem de alimentos processados ​​industrialmente em relação ao risco de doença é nova, mas provavelmente precisa de refinamento antes que possa ser traduzida em conselhos práticos de dieta”.

Marji McCullough, diretor estratégico de epidemiologia nutricional da American Cancer Society, sugere cautela sobre a interpretação do que é responsável pelo risco de câncer associado a alimentos ultraprocessados. “Este estudo não significa que as pessoas devem pensar ‘se eu comer este biscoito, eu vou ter câncer’. A mensagem primordial deste estudo foi na verdade observar um padrão de dieta geral, em vez de um ingrediente específico, e ele suporta muito do que já sabemos”.

Por exemplo, ela disse que as pessoas que comem alimentos mais altamente processados ​​provavelmente estão comendo menos alimentos saudáveis, que podem ajudar a prevenir o câncer. Nutricionistas recomendam uma dieta rica em grãos integrais, frutas e legumes inteiros em vez de alimentos com pouco valor nutricional.

Touvier também observou que é um estudo observacional, o que significa que os cientistas não sabem o que exatamente está causando o aumento do risco de câncer, mas seu grupo no Sorbonne Paris Cité Epidemiology and Statistics Research Center planeja observar melhor essa conexão. “O desafio agora é separar os diferentes alimentos e entender esse relacionamento para ver o que especificamente tem esse efeito”.

Estudos em animais mostraram que alguns aditivos colocados nestes alimentos são os candidatos mais fortes por serem cancerígenos, diz Touvier, “mas precisaria ser visto se eles também são cancerígenos na população humana”, completa. Touvier adverte que as pessoas não sejam “muito alarmistas” sobre essa pesquisa. Uma dieta equilibrada e diversificada deve ser considerada uma das prioridades de saúde pública mais importantes, recomendam os autores. “Coma comida real e tente limitar itens ultra processados”, diz Touvier. “Pelo menos até que saibamos mais”. [CNN]


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Um exame de sangue que detecta até 8 tipos de câncer

Novo teste abre as portas para que tumores de mama, pulmão e tantos outros sejam detectados precocemente por meio do sangue

O câncer, antes mesmo dos primeiros sintomas, começa a deixar rastros no sangue. Eles podem ser pequenos pedaços de DNA mutante flutuando em meio a glóbulos vermelhos e brancos, ou proteínas específicas. Cada tipo de tumor – há muito mais de cem deles – deixa vestígios um pouco diferentes. E agora estamos no caminho de identificar essas moléculas com um novo tipo de exame de sangue, anunciado na Science.

Quando aplicado a 1 005 voluntários com câncer diagnosticado, o teste identificou a doença e o órgão atingido em 70% dos casos – a taxa de sucesso variou entre 39% e 96% conforme o tipo. Tudo com um vidrinho do líquido, sem raio-x nem ressonância magnética.

Entre os tipos testados, estão alguns dos mais comuns: mama, pulmão, ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago e reto. O método também foi testado em 812 pessoas sem a enfermidade para verificar o número de alarmes falsos. Foram apenas sete enganos.

É claro que ainda há muito a ser aperfeiçoado. A precisão cai para 40% quando são considerados apenas tumores no primeiro estágio de desenvolvimento. E é justamente nessa fase, em que o câncer muitas vezes é assintomático, que o método seria mais valioso. Seja como for, agora que a ideia está lançada, fica mais fácil desenvolver versões eficientes do método – e também mais baratas, que poderão ser aplicadas a uma grande parcela da população.

“Esse é um dos primeiros estudos a combinar biomarcadores proteicos e DNA de tumores circulando no sangue como ferramentas de diagnóstico”, afirmou ao The Guardian Chris Abbosh, do University College em Londres, que não participou do estudo. “Também em um dos primeiros a aplicar essas ferramentas a vários tipos de câncer em um grande número de pacientes.” Atualmente, cinco dos nove tumores analisados não tem teste preventivos (no jargão técnico, rastreio ou screening) eficientes.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/um-exame-de-sangue-que-detecta-ate-8-tipos-de-cancer/ - Por Bruno Vaiano (da Superinteressante) - Foto: Sattu/SAÚDE é Vital

domingo, 17 de dezembro de 2017

Câncer de pele e prevenção

Este ano, o Dezembro Laranja pretende conscientizar as pessoas sobre os riscos do câncer da pele decorrentes da exposição excessiva ao sol sem proteção

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mais uma vez organiza a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, que integra os trabalhos do movimento “Dezembro Laranja”. Sob o slogan “Se exponha mas não se queime”, a iniciativa deste ano pretende conscientizar e educar as pessoas sobre os riscos do câncer da pele decorrentes da exposição excessiva ao sol sem proteção, lembrando que o filtro solar não é o único cuidado contra a radiação ultravioleta.

A mensagem visa atingir, inclusive, quem trabalha sob o sol ou ao ar livre, mas também alerta para a prevenção nos outros momentos – como de lazer – mas serve, claro, para todos!

Como identificar o câncer de pele

O câncer de pele pode ter o aspecto de uma pinta, uma pequena alergia ou outras alterações aparentemente benignas da pele. É fundamental fazer periodicamente a avaliação da sua pele, junto ao seu dermatologista, para saber em quais áreas existem esses sinais, pois isso fará toda a diferença na hora de detectar qualquer tipo de alteração suspeita, e o dermatologista –juntamente com a consulta e exames complementares–poderá diagnosticar corretamente.

Além de frequentar periodicamente um dermatologista é preciso proteger-se muito bem do sol.

Acompanhe algumas recomendações importantes:

Usar chapéus, camisetas e óculos escuros;
Evitar a exposição solar entre 10h00 e 16h00 (atenção para o Horário Brasileiro de Verão). Nessa faixa de horário prefira permanecer na sombra;
Na praia ou na piscina, use barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
Use filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão com exposição solar. Utilize um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo;
Reaplique o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplique pela manhã e reaplique antes de sair para o almoço;
Observe regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas. E jamais deixe de consultar seu dermatologista regularmente para um exame e diagnóstico completos.


Fonte: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/cancer-de-pele-e-prevencao/ - Por Adriana Vilarinho - Istock/Getty Images

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Consumo de álcool aumenta risco de alguns tipos de câncer

O uso de álcool está associado a certos tipos de câncer, e o risco de câncer pode ser reduzido por estratégias para evitar o uso excessivo de álcool, de acordo com um comunicado publicado no Journal of Clinical Oncology.

Observando que o consumo de álcool é um fator de risco estabelecido para várias doenças malignas e que é um fator potencialmente arriscado para o câncer, foi publicada uma declaração sobre álcool e câncer para o Sociedade de Oncologia Clínica Americana. (ASCO _ American Society of Clinical Oncology).

Os pesquisadores observam que os cânceres relacionados ao álcool são estimados em 5,5% de todos os cânceres tratados anualmente. A declaração promove a educação pública relacionada aos riscos de abuso de álcool e certos tipos de câncer. Também apoia os esforços das políticas para reduzir o risco de câncer, evitando o uso excessivo de álcool. É oferecida educação para os provedores sobre a influência do uso excessivo de álcool e os riscos e tratamento do câncer, incluindo esclarecimentos de evidências contraditórias.

Finalmente, são discutidas áreas para pesquisa futura em relação ao uso de álcool e risco de câncer e resultados.


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Álcool aumentaria o risco de sete tipos de câncer

Essa associação é válida até quando o consumo é moderado, afirma estudo

Após analisar vários estudos publicados ao longo de décadas, a pesquisadora Jennie Connor, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, concluiu que existe um elo entre a ingestão de bebidas alcoólicas e o surgimento de tumores em pelo menos sete regiões do corpo: laringe, esôfago, fígado, cólon, reto, mama e orofaringe. Mais: de acordo com a investigação, ocorreram aproximadamente 500 mil mortes por câncer em 2012 devido a cervejas, uísque e companhia.

Segundo a autora do trabalho, as descobertas em relação aos nódulos de mama são especialmente preocupantes. “Cerca de 60% de todas as mortes por câncer atribuídas ao álcool nas mulheres da Nova Zelândia vem desse tipo de tumor”, disse. Outro dado pra ficar de olho: o diagnóstico da doença muitas vezes aconteceu entre quem tomava doses até então consideradas aceitáveis. Ou seja, não haveria limite seguro para esse hábito. Ainda assim, pessoas que abusam se beneficiariam bastante caso maneirassem nas doses.

 “Apesar de as mortes por câncer atribuídas ao álcool responderem por apenas 4,2% de todos os casos de óbito pela doença antes dos 80 anos, o que faz uma grande diferença é que, nesses casos, a gente sabe como preveni-las”, avaliou Jennie. Segundo ela, uma redução no consumo dessas bebidas entre a população diminuiria a incidência desses tipos de câncer de forma expressiva, além de trazer outros ganhos à saúde.


Fonte: http://saude.abril.com.br/medicina/alcool-aumentaria-o-risco-de-sete-tipos-de-cancer/ - Por Redação Saúde é Vital - Foto: Alex Silva/A2 Estúdio

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Exercícios físicos: uma arma para enfrentar o câncer

Ao contrário do que se pensa, quem tem câncer pode e deve praticar atividades físicas. Isso traz inúmeros benefícios para a saúde e o tratamento

Uma das perguntas mais frequentes no consultório é “o que posso fazer para ajudar a combater meu câncer?” A resposta nem sempre é simples, mas uma constante é o benefício de uma atividade física regular. Provavelmente, todo mundo já ouviu alguém dizer: “adoro a sensação depois que termino minha atividade física”, “tenho muito mais disposição”, “quando fico um dia sem exercícios, parece que meu corpo sente falta”. São frases comuns na boca de quem pratica exercícios físicos regularmente. O simples fato de colocar o corpo para se mexer e movimentar-se, libera endorfinas e traz bem estar.

Benefícios

Qualquer um pode praticar atividade física, de maior ou menor intensidade. E isso vale também para indivíduos que estão em algum tipo de tratamento de saúde, como é o caso do câncer. Ao contrário do que se pensa, quem tem câncer pode e deve praticar atividades físicas. Isso ajuda a ter um condicionamento melhor, aprimorando o sistema cardiovascular, mantém a capacidade respiratória e ajuda a manter a massa muscular. Além disso, melhora a flexibilidade, a força e previne a osteoporose. São, portanto, inúmeros os benefícios.

Respeitar limites

Obviamente, é preciso respeitar a capacidade e os limites de cada paciente ao longo do tratamento, e sempre se recomenda que o início seja monitorado por um profissional da área. Porém, algum nível de atividade física é segura e altamente benéfica mesmo durante a fase ativa de radioterapia e quimioterapia, por exemplo. É importante lembrar também que, na fase de recuperação do câncer, a prática constante de exercícios promove o aumento da entrada de oxigênio no corpo, favorecendo a recuperação e ajudando a “limpar o organismo”.

Os tratamentos oncológicos trazem consigo grandes mudanças nas vidas dos pacientes, mas apesar das dificuldades, ter uma atividade física prazerosa vai ajudar nessa caminhada, colaborando inclusive com a função imunológica do organismo, o que melhora a resistência para combater a doença. É benéfico também para os sintomas secundários, como fadiga, náuseas, dor e indisposição, muito comuns durante o tratamento, além de auxiliar no controle da depressão, do estresse e da ansiedade, que são comuns durante essa fase. Por mais paradoxal que possa parecer, um dos melhores remédios para o cansaço do tratamento é justamente a atividade física regular.

Os ganhos são imensos e é importante que as pessoas que têm câncer e enfrentam a doença, tenham isso claro. Muitas vezes, um dos melhores remédios é uma boa dose de atividade física, seja ela qual for.


sábado, 1 de abril de 2017

Tipos de câncer mais frequentes: tudo que você precisa saber sobre esses 10 tumores

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 8,2 milhões de pessoas em todo o mundo morrem em decorrência do câncer. Esse tipo de doença pode se manifestar em diversas partes do corpo - sempre tendo como característica principal a reprodução descontrolada de células anormais e malignas -, mas em algumas regiões, ele é mais comum.

Para facilitar a prevenção e o diagnóstico precoce deles, reunimos informações sobre os dez tipos de câncer mais comuns de acordo com o INCA.

Quais são os tipos de câncer mais frequentes?

Câncer de pele não-melanoma
Os cânceres de pele são classificados como melanoma, que surge da melanina que pigmenta a pele, e não-melanoma, que resulta em mutações nas demais células da pele. De acordo com o INCA, o segundo é o tipo de câncer mais incidente no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 30% dos casos da doença e somando mais de 175 mil pacientes. Sua principal causa é a exposição solar desprotegida.
Sintomas
Os principais sintomas do câncer de pele são: lesões avermelhadas e com vasinhos; feridas que demoram para cicatrizar; lesões e manchas acompanhadas de coceira, ardência, descamação e sangramento; caroços na pele; manchas mais claras que o tom natural da derme.
Pintas assimétricas, com bordas, várias cores e crescimento progressivo também devem ser encaradas com cuidado pois podem se tratar de tumores malignos do tipo melanoma. Busque um dermatologista caso apresente esses indícios.
Prevenção
Já a prevenção é simples e começa pelo uso de filtro solar. Evitar a exposição solar em horários que o sol é mais intenso (das 10h às 16) e abusar de proteções físicas (como chapéus, óculos de sol e guarda-sol) também é indicado.

Câncer de próstata
O segundo tipo de câncer mais frequente é o de próstata, que atinge cerca de 60 mil homens anualmente. Essa glândula masculina fica na parte inferior da bexiga e tem a função de produzir alguns componentes do sêmen. Sua incidência atinge principalmente pessoas idosas.
As causas do câncer de próstata ainda não são conhecidas, mas sabe-se que seu aparecimento está ligado a fatores genético e exteriores, como má alimentação e obesidade.
Sintomas
Os sintomas costumam ser discretos e incluem dificuldade ou vontade excessiva de urinar. Quadros avançados apresentam dores pélvicas e infecções graves.
Prevenção
Assim como em outros tipos de tumor, a alimentação tem poder preventivo. Apostar em frutas, verduras, grãos e fibras é uma boa maneira de reduzir o risco de ter o problema. Atividades físicas, controle do peso e evitar o uso de drogas e álcool são outras atitudes benéficas.
Quando necessário, podem ser usadas estratégias de rastreamento para o câncer de próstata, como exame do toque retal e do marcador PSA, que devem ser indicadas expressamente por um médico, visto que em alguns casos podem trazer mais malefícios do que benefícios, como diagnóstico falso-positivo e realização de biópsia sem necessidade.

Câncer de Mama
Esse tumor aparece em segundo lugar no ranking de tipos de câncer mais frequentes entre as mulheres, logo atrás do tumor de pele. Responsável por mais de 55 mil casos anuais, é caracterizado pelo aumento anormal de células do seio e causado principalmente por mutação genética e histórico familiar. Todavia, outros fatores como tabagismo, alcoolismo, gestação e menopausa tardia também contribuem para seu aparecimento.
Sintomas
Anualmente, o Brasil registra mais de 50 mil casos de câncer de mama, cujos sintomas incluem: nódulos no pescoço, seio e axilas; alterações de tamanho e na pele da mama; lesões e secreção nos mamilos.
Prevenção
Ainda não há meios concretos de evitar esse tumor. Contudo, segundo o INCA, apostar em hábitos saudáveis, como alimentação adequada, atividade física, evitar álcool e cigarro pode diminuir em quase 30% a chance de ter o problema. Outro fator importante é a realização do autoexame e de testes periódicos, como o ultrassom mamário e a mamografia, visto que o câncer de mama detectado na fase inicial tem maior chance de cura.

Câncer de cólon e reto
Também chamado de câncer colorretal, ele atinge as partes finais do intestino grosso chamadas de cólon e reto. Geralmente, é fruto de predisposição genética, mas também pode ter relação com fatores externos como pólipos intestinais, quadro em que há o crescimento de tecido no interior do aparelho digestivo.
Sua taxa de mortalidade é baixa e o prognóstico de cura é melhor se a doença for descoberta logo nas fases iniciais.
Sintomas
Seus principais sintomas incluem: alterações nos hábitos do intestino, como intestino solto e constipação; dores abdominais; gases; sangramentos; perda de peso inexplicada; enjoo; fraqueza.
Prevenção
Uma forma de prevenir o câncer colorretal é apostar em uma alimentação balanceada e rica em fibras, que regulam o trato digestivo, além de praticar atividades físicas. Evitar drogas, álcool e carnes vermelhas demasiadamente são outras atitudes que colaboram para evitar a doença.

Pulmão, traqueia e brônquios
Aproximadamente 28 mil casos surgem por ano pelo câncer de pulmão. Ele também pode acometer outras partes do sistema respiratório, como a traqueia e os brônquios.
Sua principal causa é o tabagismo, que corresponde a 90% dos quadros. Outros fatores que provocam o acometimento são a inalação de fumaça de cigarro, químicos e poluição. Doenças do trato respiratório também podem impulsionar o aparecimento da doença, assim como fatores genéticos.
Sintomas
Tossir demasiadamente, escarrar sangue e ter pneumonias de repetição são os principais sinais desse acometimento.
Prevenção
Parar de fumar é o primeiro passo. Para se ter uma ideia do malefício desse hábito, o risco de ter câncer de pulmão diminui em apenas 20 minutos após largar o cigarro.
Outros atos preventivos válidos são manter uma alimentação adequada, evitar inalar fumaça tóxica, poluição e agentes químicos, tratar doenças pré-existentes, além de realizar exames preventivos se houver histórico da doença na família.

Câncer de estômago
Mais de 20 mil casos de câncer de estômago surgem todos os anos no Brasil. Os indivíduos mais propensos a ter essa doença são os homens acima de 70 anos, contudo as chances de ter o acometimento já são maiores a partir dos 50. Suas causas incluem predisposição genética e doenças como gastrite atrófica.
Sintomas
Sua manifestação inclui redução de peso sem motivo aparente, cansaço, sensação de estômago estufado, vômito, enjoo, dor no abdômen, alteração na cor e densidade das fezes, sangramentos no estômago, aumento do volume abdominal e nódulos no pescoço e umbigo.
Prevenção
Apostar em uma alimentação adequada, repleta de fibras, legumes e frutas cítricas, é uma maneira de prevenção do tumor, visto que essas comidas possuem vitamina C e betacaroteno que protegem o órgão.
Evitar drogas, álcool e cigarro é outro ponto importante, assim como não exagerar no consumo de alimentos industrializados. Cuidar da qualidade da água também é necessário, pois o líquido com alta quantia de nitrato pode aumentar o risco desse tumor.

Câncer de colo do útero
Esse tumor atinge o colo do útero, que é a parte inferior do órgão, também chamada de cérvix. Anualmente, faz mais de 16 mil vítimas. Entre suas principais causas está a infecção pelo papilomavírus humano, que é o nome dado ao vírus do HPV.
Depois de contraído, o que pode ocorrer por relação sexual ou contato indireto, o micro-organismo pode reagir de diferentes maneiras: em alguns casos o HPV é curado naturalmente, por meio do sistema imunológico, em outros causa feridas no colo do útero de cunho benigno ou de caráter malígno, que são câncer.
Sintomas
Os sintomas de câncer de colo de útero só costumam aparecer nas fases mais avançadas da doença. Nestes casos, pode surgir dor e sangramento na relação sexual, secreção anormal, cólicas intensas e alterações urinárias e intestinais.
Prevenção
Evitar o contágio pelo vírus é o primeiro passo para evitar o tumor. A camisinha não protege completamente, visto que o HPV também está em toda a pele da região íntima, mas já reduz o risco de contágio.
Diminuir o número de parceiros, tomar a vacina para HPV e realizar consultas e exames periódicos, como o papanicolau e a colposcopia, também são estratégias valiosas. Outros hábitos preventivos incluem parar de fumar e manter uma dieta equilibrada.

Câncer de boca
Com mais de 15 mil casos por ano, o câncer de boca pode afetar toda a cavidade oral, incluindo lábios, língua, palato, bochechas e gengivas. Costuma ser mais frequente em indivíduos do sexo masculino acima dos 40 anos.
Fumar e beber álcool aumentam a chance de ter a doença. Ter HPV também pode colaborar, assim como pegar sol nos lábios sem a devida proteção.
Sintomas
Lesões que não saram, nódulos, manchas e placas podem ser indícios de câncer na cavidade oral. Ficar com a voz rouca, ter dificuldade em engolir, mastigar e falar também, especialmente em casos mais avançados.
Uma boa alternativa para identificar os sinais é fazer o autoexame da boca, que é uma inspeção de todos os aspectos da mucosa.
Prevenção
Dieta balanceada, higienizar a boca corretamente, evitar fumar e ingerir álcool são meios de evitar o problema. O uso de protetor solar labial também é indicado.

Linfoma de não-Hodgkin
O linfoma atinge os linfonodos, que são células responsáveis pelo sistema imune. O tumor é dividido de acordo com suas características em dois tipos, o de não-Hodgkin e o de Hodgkin. O primeiro fica em 9° lugar no ranking dos cânceres mais incidentes no Brasil, respondendo por mais de 10 mil e duzentos casos.
As causas para o aparecimento desse tipo de tumor mais comum ainda não estão muito bem definidas, mas sabe-se que indivíduos com o sistema imunológico abalado têm mais chances de desenvolver o problema, assim como os que possuem determinados tipos de vírus e bactérias. Outra possível relação é a exposição a produtos químicos, como inseticidas, fertilizantes e solventes.
Sintomas
Entre as principais manifestações estão: aumento dos gânglios do pescoço, axila e virilha; suor excessivo; febre, coceira; emagrecimento sem razão aparente.
Prevenção
Manter um cardápio balanceado, evitar radiação e praticar atividades físicas são pontos que colaboram com o sistema imunológico, cujo equilíbrio é essencial para evitar o linfoma.

Leucemia
Com pouco mais de dez mil casos por ano no Brasil, a leucemia é um tipo de câncer caracterizado pela alteração e reprodução descontrolada dos glóbulos brancos do sangue, que são responsáveis por defender o organismo.
É motivado por tabagismo, radiação, problemas hereditários, algumas drogas quimioterápicas e alguns tipos de doenças no sangue. O benzeno, químico encontrado no cigarro e na gasolina, também pode favorecer o aparecimento do câncer.
Sintomas
Como consequência do desequilíbrio dos glóbulos brancos, a produção das demais células que compõem o sangue é prejudicada, gerando um desequilíbrio que causa infecções, anemia e hemorragias pela pele, boca e nariz.
Além disso, pode surgir inchaço nos gânglios linfáticos, enjoo, vômito, febre, redução de peso e dores na barriga, ossos e articulações.
Prevenção
Não há meios concretos para prevenir a leucemia. A única atitude possível para evitar a incidência da doença é parar de fumar.


quarta-feira, 22 de março de 2017

5 verdades sobre a influência da alimentação no risco de câncer

Carne vermelha causa tumores? Soja previne ou provoca a doença? Café faz bem? Uma especialista explica essas e outras questões

Existem muitas informações inconsistentes sobre a relação entre dieta e câncer. Para tentar colocar fim em algumas dúvidas, a oncologista Merry Markham, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, nos Estados Unidos, listou cinco verdades sobre essa ligação, com base no que a ciência tem a dizer. Confira:

1 – Comer vegetais é fundamental
A ingestão desses alimentos, principalmente os crucíferos, como brócolis, rúcula, couve-flor e repolho, ajuda a levantar nossas defesas contra as células cancerosas. Os benefícios são vistos principalmente contra os tumores de boca, faringe, esôfago e estômago.

2 – Soja pode ajudar mulheres com câncer de mama
Um estudo recente parece ter jogado uma luz sobre a polêmica que envolve essa leguminosa. Segundo a análise, mulheres com a doença que abocanham o alimento com mais frequência têm um risco 21% menor de morrer em nove anos e meio — ao contrário do que se imaginava antes.
Os homens com nódulos malignos na próstata também se beneficiam. Investigações apontam que o grão diminui os níveis do antígeno prostático específico (PSA), uma substância que, em altas quantidades, está associado ao desenvolvimento desse tumor.

3 – Café é ok, mas cuidado com a temperatura
Foi só ano passado que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tirou o cafezinho da lista de carcinogênicos. Depois de analisar cuidadosamente mais de 1 mil estudos, a agência concluiu que a bebida não estava ligada à doença. Mais: afirmou que ela até pode reduzir o risco de câncer no fígado e no endométrio.
Só fique atento à temperatura. Tomar líquidos muito quentes aumenta a probabilidade de tumores no esôfago — o recado vale para o chimarrão, por exemplo.

4 – Maneire no churrasco
Essa conexão precisa ser melhor investigada, mas o consumo de carne grelhada, assada ou defumada parece elevar a taxa de mortalidade depois do câncer de mama, além de aumentar a incidência de tumores colorretais, de pâncreas e de próstata.
O que causa tudo isso? Aparentemente, a liberação dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos durante o preparo da carne. Essas moléculas, aliás, também acessam nosso organismo por meio da poluição e da fumaça de cigarro.

5 – Não existe dieta comprovada para prevenir o câncer
Estima-se que um terço dos casos desse mal em adultos está vinculado ao estilo de vida, que inclui o cardápio. Mesmo assim, é quase impossível se blindar por completo do aparecimento de tumores, já que a genética tem um papel em seu desenvolvimento. Apesar disso, evidências apontam que a Dieta Mediterrânea, rica em vegetais, frutas, grãos integrais, azeite e peixe, ajudar a afastar o câncer de mama.


sábado, 18 de março de 2017

Vitamina D: veja 8 dicas de alimentos que ajudam na prevenção de câncer

Além de contar com a absorção de vitamina D que ocorre após a exposição solar, você também pode encontrar alimentos que ajudam na prevenção de câncer. Veja as dicas!

Fontes naturais

80% da absorção de vitamina D se dão pela exposição solar. O restante cabe à alimentação. Entre os alimentos com teor significativo estão:

1. Óleo de peixe
2. Cogumelos
3. Salmão
4. Bacalhau
5. Arenque
6. Sardinha
7. Atum
8. Gema de ovos


Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/vitamina-d-veja-8-dicas-de-alimentos-que-ajudam-na-prevencao-de-cancer/6740/# - Por Letícia Ronche / Foto Marcelo Resende / Produção Janaina Resende / Adaptação Kelly Miyazzato.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Como aproveitar o verão para evitar vários tipos de câncer

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica dá cinco sugestões de como aproveitar essa época para adotar hábitos que afastam tumores — não só os de pele

Basta o Sol aparecer com força que já pipocam reportagens cobrando uma proteção adequada contra os raios ultravioleta. Embora esse cuidado seja realmente importante, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) foi além este ano.

Em um comunicado liberado em primeira mão para a SAÚDE, a entidade traz orientações à população sobre como se comportar durante essa época do ano para afastar o risco de diversos tumores (e não só o de pele). Confira abaixo — e veja se não é o caso de incorporar tais medidas!

Adote uma alimentação refrescante e equilibrada
O cardápio do dia a dia é determinante para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer — e, no verão, talvez seja mais fácil adotar uma dieta balanceada. Ora, frutas, verduras e legumes costumam ser cheios de água, o que ajuda a refrescar o calorão.
Segundo o documento da SBOC, o ideal é apostar em uma alimentação rica em folhas, legumes, frutas, azeite, grãos, castanhas e peixe. Por outro lado, busque maneirar na ingestão de açúcar, enlatados e defumados.

Reduza o consumo de álcool
Com as festas de final de ano, muitas pessoas aumentam significativamente o número de doses. Que fique claro: ninguém vai pedir para você não se divertir, mas vale bater na tecla da moderação, inclusive porque os drinques desidratam.
A ingestão de álcool foi associada, segundo vários estudos, a uma maior probabilidade de desenvolver cânceres de boca, garganta, laringe, esôfago, fígado, cólon, intestino e mama. Mesmo quem não abusa estaria mais sujeito à doença, quando comparados a abstêmios. Mas o importante mesmo é não combinar álcool com cigarro. Essa dupla aproxima demais as pessoas do câncer.

Aproveite o clima (e as férias) para se mexer mais
O verão serve como fator motivador para a atividade física. Tem quem goste de correr ou caminhar na praia, quem aproveite para nadar mais, quem simplesmente saia de casa para curtir o tempo e por aí vai.
“Estudos científicos atestaram que os indivíduos que mais se exercitam apresentam um porcentual menor de diversos tipos de câncer, como de esôfago, fígado, pulmão, cólon e mama”, elencou o oncologista Cláudio Ferrari, da diretoria da SBOC, naquela nota oficial. “Por esse motivo, recomendamos uma dieta saudável aliada à atividade física como receita para o bom condicionamento físico e para reduzir o risco de câncer”, arremata.

Olhe mais para o próprio corpo
Até pela maior frequência de biquínis, maiôs, shorts e sungas, fica naturalmente mais simples vislumbrar a nossa pele em busca de sinais suspeitos. Embora a maioria dos cânceres de pele não seja tão agressiva, alguns podem, sim, matar se não flagrados precocemente.
Portanto, permaneça atento ao surgimento de manchas ou a alterações em pintas já existentes. Mudanças de cor e de tamanho não podem ser negligenciadas — se for o caso, procure um dermatologista.

Como não poderia deixar de ser, tenha cuidado com o sol
Tomar sol é um hábito saudável, que contribui para o desenvolvimento ósseo e para o bem-estar. No entanto, o exagero pode ser o estopim para tumores de pele.
Diante disso, a SBOC recomenda o uso de protetor em toda exposição solar. O período de maior cuidado é das 10 às 16 horas, quando há uma grande concentração de raios ultravioleta capazes de fomentar um câncer.
Indivíduos de pele clara merecem cuidado redobrado. Abuse de bonés, e camisetas e valorize o guarda-sol.