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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Como ajudar o seu cachorro a ter uma vida longa e saudável


Veterinária explica os fatores que podem prolongar a longevidade dos cães

É o sonho de todo tutor: que seu cão tenha uma vida longa e saudável. Mas, por mais cuidados que tenhamos, muitas vezes ainda é a genética um dos fatores mais decisivos quando o assunto é quantos anos pode durar seu cachorro.

E alguns sabem desafiar as estatísticas. Há casos de animais que beiram os 20 anos, mas dificilmente essa dádiva estará presente em cachorros de raças grandes.

Aqui, tamanho é documento
A média de vida de um cão gira em torno de oito a 13 anos - o tempo de vida menor para cachorros grandes e o maior para animais de estatura pequena.

Quer que seu mascote tenha uma vida longa? Comece adotando animais menores. Quem não se lembra do pequinês da vovó que morreu com mais de 18 anos? Pois é, isso acontece. E, naquela época, os Fox Paulistinhas também se aproximavam dessa idade.

Animais sem raça, desde que de tamanho pequeno, também contribuem para manter essas estatísticas. Já os Pastores Alemães e os Collies, raças vedetes da década de 1970, dificilmente chegavam a comemorar seu 13º aniversário.

Como a ciência pode contribuir
A medicina veterinária pode, sim, ajudar você a ter um cachorro com vida mais longa. As novas tecnologias também são determinantes na qualidade de vida do seu pet, assim como os  recursos para tratamentos médicos.

Contudo, saiba que muitas doenças - aquelas que você começa a combater na idade madura do seu mascote - podem ser tratadas, mas nem sempre extintas. É o caso de enfermidades como a displasia coxo-femural, o câncer, alguns tipos de cegueira e a diabetes insulina-dependente. Você pode empurrar mais um pouquinho a vida do seu mascote adoecido, mas nem sempre cortar o mal pela raiz.

Como a genética influencia
É complicado falar em genética e histórico familiar quando seu mascote é um animalzinho resgatado das ruas. Mas saiba que, quanto mais informações temos dos pais e avós do seu mascote, melhor é avaliação sobre a longevidade do seu cão.

Se você adquiriu um mascote de um canil, certifique-se quais são as doenças mais comuns da raça que você está levando para casa e pergunte ao criador o que tem sido observado nas ninhadas anteriores. Sim: certas raças sofrem com males específicos e isso se deve pelos endocruzamentos necessários para a formação dessa raça ao longos dos séculos. E se avós e primos sofrem com determinada doença, as chances do seu mascote vir a desenvolver a mesma patologia deve ser considerada.

O que complica a longevidade de um cão
Saiba o que deve ser monitorado para dar uns aninhos extras ao seu mascote:

Alimentação inadequada e obesidade
Como para qualquer criatura viva, uma alimentação adequada é determinante para ajudar seu pet a ter uma vida mais longa. Isso não quer dizer entupir o animal de sais minerais e outros nutrientes que você ouvir falar que podem ser interessantes - como aporte extra de zinco e selênio para pele e pelos. Cuidados e excessos sem orientação podem ser um tiro no pé do seu mascote.

Confie mais nas rações balanceadas para idade e conformação física do seu pet. Os gigantes da alimentação animal investem pesado em pesquisas neste sentido. Para quem prioriza refeições mais naturais para o animal, veterinários e zootécnicos já têm se especializado também na elaboração de comidinhas caseiras para seu pet.  

A alimentação inadequada ou insuficiente também abre as portas para muitas deficiências nutricionais - e isso também afeta o sistema imune do seu pet. 

Genética e castração
Como falamos acima, a genética segue soberana no quesito tumor, mas considere a possibilidade de castração mesmo que sua cadela não tenha histórico de câncer de mama.

Acesso facilitado à rua
Tenha cuidado extras se o seu mascote sai para passear na rua. Além de atropelamentos, ele pode ser alvo de agentes patogênicos por ter contato com animais de vida errante e que não são vacinados.  

Trocar de tutor e de moradia
Não seja negligente com um cachorro que passa por um período de luto - seja pelo falecimento ou pela troca de tutor. Alguns pets podem se mostrar extremamente sensíveis quando sua rotina é alterada. 

Conforme a idade avança, esteja atento às novas necessidades de seu cão. Mudanças de comportamento são um sinal que não pode ser deixado para depois.

Longevidade tem a tem a ver com tamanho, lembra? Dores articulares, tosses, muito sono e falta de apetite devem ser sempre investigados pelo veterinário do seu pet.

Com tantos recursos que temos hoje em dia, quanto mais rápido for diagnosticado o problema, mais chances seu pet tem de ter uma vida mais longa.


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Cuide destes 5 fatores para manter a vida saudável no isolamento

Se prevenir contra a COVID-19 não deve ser motivo para descuidar de outros pilares

Diante do isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus, muita gente tem partido para o bom humor com memes que brincam com o fato de que ficar em casa em quarentena aumenta nossa ansiedade, e consequentemente, a fome. Além disso, é fácil notar que a prática de atividades físicas, como caminhada e academia, está mais difícil.

Neste momento, descuidar da saúde fará com que a COVID-19 não seja o único problema que vai gerar preocupação. A mudança brusca no estilo de vida pode trazer doenças oportunistas e crônicas, por isso é importante o alerta sobre os cinco pilares do bem-estar para uma vida saudável: hábito alimentar, atividade física, controle do estresse, sono e espiritualidade.

Uma vida saudável não se resume apenas à ausência de doenças, mas um sentido mais global que envolve o bem-estar do ser humano. Neste momento crítico, a sobrecarga de informações, junto ao medo e à sensação de impotência, impossibilita que consigamos tomar o devido cuidado com a mente, e isto afeta todo o resto.

Entenda a importância de cada um destes pilares:


Hábito alimentar
Fortalecer o sistema imunológico em um período como este é mais do que necessário, e uma alimentação saudável é capaz de prevenir e até mesmo reverter doenças. Tenha uma dieta variada e rica em alimentos como frutas, legumes, verduras e grãos, evitando alimentos processados, com muita gordura e açúcar.
Além de reforçar o sistema imunológico, isso impede a ingestão de calorias em excesso enquanto a pessoa está impossibilitada de voltar a sua rotina normal.

Atividade física
É possível manter o corpo ativo durante um período de quarentena. Embora a carga e intensidade sejam amplamente reduzidas, isso não é prejudicial e nem fará o seu corpo se desacostumar com o que vem executando até agora nas academias. Faça flexões, agachamentos, abdominais e improvise halteres com objetos em casa.
A internet possui diversos tutoriais sobre como se exercitar sem ir a uma academia. Isso ajuda a manter o peso e libera substâncias benéficas ao cérebro que comprovadamente diminuem os efeitos da ansiedade.

Controle do estresse
Há quem diga que é impossível viver uma vida sem o estresse. Em partes, é verdade. No entanto, o importante é ter essa consciência e tentar controlá-lo. Quando o estresse se torna crônico, ou seja, quando a pessoa estressada se torna incapaz de retornar a sua estabilidade emocional inicial, ela acaba chegando esgotamento (burnout).
Isso desencadeia diversas doenças psicossomáticas como gastrite, colite, síndrome do pânico, diarreia, dores musculares e uma lista enorme de outras manifestações físicas.

Sono
A privação do sono também é um dos fatores responsáveis pela mudança brusca de estilo de vida, acarretando em problemas que afetam os hormônios responsáveis por regular a fome, fazendo com que ela surja de forma mais exagerada do que o comum.
É durante o sono que refazemos toda a bioquímica celular do nosso corpo. Por isso, é importante priorizar a hora de dormir, buscando alcançar um tempo de aproximadamente 7h30 de sono para o corpo conseguir completar todos os processos durante as 6 fases.

Espiritualidade
A espiritualidade também deve ser priorizada. Isso nada tem a ver com crenças pessoais ou religião, mas com uma ligação do indivíduo para consigo mesmo, com seus familiares, amigos e com o universo. Meditação, ioga e mindfulness são algumas das práticas que oferecem essa ligação íntima ao indivíduo


quinta-feira, 2 de abril de 2020

Como trocar gordura por músculos? Veja sete dicas para um corpo saudável


Perder massa de gordura e ganhar massa muscular são processos diferentes e que ocorrem de forma independente

Você já ouviu a expressão "falsa magra"? Ela é usada, coloquialmente, para referir-se a uma pessoa que, à primeira vista, é magra, mas quando são avaliados os parâmetros físicos do seu corpo, ele tem um percentual de gordura bastante alto. Isso geralmente acontece com pessoas sedentárias e que não fazem boas escolhas alimentares.

Prática adequada de exercícios físicos
É necessário estabelecer uma rotina bem planejada e orientada. Não são consideradas atividades de lazer. Aqui o que vale são aqueles exercícios físicos programados e periodizados por profissionais capacitados (educadores físicos).

Repouso e sono adequados
É durante o sono que liberamos hormônios importantes para o emagrecimento, além de ocorrer a reparação de todo o organismo e a diminuição do hormônio do estresse.

Reduzir o consumo de bebida alcoólica
Significa consumir menos e apenas em momentos específicos. O álcool é um dos grandes "vilões" para a manutenção do percentual de gordura saudável, pois favorece o acúmulo de gorduras (principalmente na região do abdômen). Isso sem contar a combinação com petiscos, geralmente supercalóricos, que consumimos ao beber.

Diminuir açúcares e frituras
Muito calóricos, esses alimentos estão relacionados com os excessos alimentares que geram aumento de gordura corporal, sem agregar nutrientes importantes à saúde.

Consumir bastante fibras
São alimentos integrais, frutas, hortaliças, legumes. Elas ajudam a diminuir a absorção de açúcar e gorduras, dão bastante saciedade e melhoram o funcionamento do intestino.

Beber bastante água
Ter o organismo bem hidratado melhora o aspecto da pele, das unhas e dos cabelos, o funcionamento do intestino, dá saciedade e garante que não vamos ficar retendo líquidos em excesso.

Ingerir calorias adequadas para as suas necessidades diárias
Essa, talvez, seja uma das principais atitudes para quem quer manter a quantidade de gordura adequada. Talvez você faça tudo isso que eu listei acima: você come integrais, frutas, vegetais, pratica atividades físicas e dorme bem. Mas não consegue perder as gordurinhas em excesso.

O que acontece então? Possivelmente você não faz más escolhas sobre a qualidade dos alimentos, mas, sim, sobre a quantidade. Alimentos considerados saudáveis, quando em excesso, também podem virar estoque de gordura. Por isso, um profissional nutricionista pode te ajudar nesse momento. Não para restringir a sua alimentação, mas para te ajudar a entender sua fome e sua saciedade, para que você mesma consiga, intuitivamente, saber quais são as quantidades adequadas de comida.

Se pensarmos em manutenção da saúde ou em emagrecimento saudável e duradouro, devemos focar em baixa quantidade (ou perda) de massa de gordura e manutenção (ou até ganho) de massa muscular. Quanto mais massa muscular, mais saudável o organismo está, e mais fácil é manter o peso corporal estável.

Mas não se engane: não é possível trocar a massa de gordura pela muscular. Não é assim que acontece no organismo. Nós podemos perder a massa de gordura e ganhar massa muscular, sim, mas são duas coisas separadas e que ocorrem de forma independente uma da outra.

Com uma dieta adequada, você pode diminuir a gordura corporal, mas não consegue aumentar a massa muscular. Para que haja aumento de músculos é necessário o estímulo físico do exercício físico.

Se você só fizer exercício físico, você consegue aumentar a massa muscular, mas dificilmente conseguirá diminuir gordura, caso você não associe a prática a uma reeducação alimentar.

Portanto, leve para a sua vida os quatro pilares da boa saúde: exercício físico, alimentação adequada, sono de qualidade e equilíbrio emocional. Investir seus esforços em apenas um deles não vai trazer a qualidade de vida que você busca. Nós somos seres complexos, e soluções simples e rasas não funcionam. Sua saúde vale a pena!


segunda-feira, 16 de março de 2020

O que acontece com o coração durante as atividades físicas?


Cardiologista explica por que os batimentos ficam tão acelerados e quando eles podem ser saudáveis

A prática de atividades físicas mexe com diversas instâncias do nosso corpo físico e também mental. Mas você sabe o que acontece especialmente com o coração quando estamos nos exercitando?

De acordo com Hélio Castello, cardiologista e diretor do Grupo AngioCardio, ocorre um aumento da frequência cardíaca, principalmente da pressão sistólica, ou seja, a de maior valor, que depois se recupera assim que o exercício termina.

Isso acontece porque o corpo precisa de mais quantidade de sangue e oxigênio nos músculos. Mas será que isso é saudável?

Segundo o especialista, sim, porque o corpo acaba se adaptando a este momento. E quando o organismo é treinado de forma periódica, passamos a ter menor ação dos hormônios que elevam a pressão e a frequência cardíaca.

É justamente essa adaptação do organismo que faz com que o coração precise trabalhar menos para cumprir as exigências do corpo. Então, na verdade, trata-se de uma situação muito benéfica à saúde.

Mas é importante ficar atento, porque a aceleração muito rápida ou desaceleração dos batimentos pode ser um problema, pela falta de condicionamento físico ou até uma arritmia cardíaca. Por isso, é essencial ter o acompanhamento de profissionais.

Benefícios dos exercícios para o coração
A rotina de exercícios físicos faz o sangue fluir melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Esses fatores ainda trazem outros benefícios, como:

Previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, derrame e hipertensão
Promove maior controle da pressão arterial
Diminui a frequência cardíaca no exercício, consumindo menos oxigênio
Aumento do metabolismo de glicose e gorduras, facilitando o controle do diabetes e a perda de peso gordo, com ganho de massa magra.
Doenças e problemas de saúde evitados
Infarto do miocárdio
Acidente vascular cerebral - AVC
Insuficiência cardíaca
Diabetes mellitus
Hipertensão arterial
Dores osteo-musculares
Problemas de postura
Neoplasias, câncer (diminui a inflamação crônica)


domingo, 15 de março de 2020

Para manter a mente saudável, tenha atividades variadas


O estilo de vida altera até a forma como o cérebro armazena informações. Já quanto às lembranças, se você percebe que sua memória está piorando pode não haver motivos para maiores preocupações.

Variedade e consistência de atividades

Quando se trata do cérebro e da memória, o conhecido ditado "use ou perca" é tão importante nos seus 30 anos quanto nos adultos mais velhos.

Mas é como você se mantém ativo que mais afeta o declínio cognitivo.

Soomi Lee e colegas da Universidade do Sul da Flórida (EUA) encontraram uma peça fundamental para preservar a função cognitiva ao longo da vida adulta: Participar regularmente de atividades diversas.

Os pesquisadores se concentraram em sete atividades diárias comuns: trabalho remunerado, tempo com crianças, tarefas domésticas, lazer, atividade física, voluntariado e ajuda informal.

Eles revisaram dois conjuntos de dados de 732 pessoas, com idades entre 34 e 84 anos, coletados por uma pesquisa nacional. Todos os dias, durante oito dias consecutivos, cada participante informava se havia participado dessas atividades, o que gerou uma pontuação de diversidade de atividades que captura a amplitude (variedade) e a uniformidade (consistência) da participação em cada atividade. O mesmo grupo foi consultado dez anos depois.

Aqueles que aumentaram a diversidade de atividades ao longo da década apresentaram níveis mais altos de funcionamento cognitivo do que aqueles que mantiveram uma menor diversidade de atividades ou que diminuíram sua diversidade.

"Os resultados apoiam o ditado de 'usá-lo ou perdê-lo' e podem embasar intervenções futuras visando a promoção de estilos de vida ativos para incluir uma ampla variedade de atividades para seus participantes," disse Soomi Lee. "As descobertas sugerem que estilos de vida ativos e engajados, com atividades diversas e regulares, são essenciais para nossa saúde cognitiva".

Repertórios intelectuais

O engajamento diário em atividades variadas resultou em maior acúmulo de repertórios intelectuais e sociais.

Experiências de vida, como escolaridade, ou atividades de lazer, podem ajudar a compensar o progresso da doença de Alzheimer. Por outro lado, a falta de atividades ou comportamento passivo, como a compulsão de assistir TV, está associada a um declínio cognitivo.

Por outro lado, apesar de os participantes terem mantido uma mente mais afiada, Lee afirmou não ter encontrado uma correlação entre diversidade de atividades e memória episódica, conhecida por diminuir com a idade.


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Dieta da longevidade: isso existe mesmo? Como funciona?


Veja o que comer e o que não comer para viver mais, de acordo com o nutrólogo Reginaldo Rena

Longevidade vem do latim longaevitate e significa "tempo mais longo de vida". E é exatamente o que buscamos hoje na medicina: ajudar as pessoas a viverem mais e envelhecer com qualidade de vida. Ou seja, não é só a longevidade. É a longevidade saudável. Mas será que existe uma dieta específica para isso?

Longevidade saudável: o que é?
A intenção da longevidade é envelhecer sem deteriorar, como escrevo em um dos capítulos do meu livro "Guia da Longevidade". E a alimentação está diretamente relacionada. Isso porque existem alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais importantes para a função das nossas células.

Além disso, também existem alimentos que prejudicam as células, como os industrializados, por exemplo, e atrapalham a busca pela longevidade. Mas, ainda assim, não é possível falar em uma "Dieta da Longevidade". O que existem são alimentos saudáveis que devem estar presentes no dia a dia e alimentos que precisam ser evitados.

Isso porque há alimentos que são básicos para todos, entretanto, cada pessoa é única e tem diferenças genéticas, inclusive para a absorção de alguns nutrientes, como as vitaminas. Por isso, existem exames especializados no DNA para determinar dietas específicas com fins determinados.

Melhor dieta para longevidade
A dieta mediterrânea tem mostrados os melhores resultados quando se trata de longevidade. É a dieta rica em peixe, legumes, frutas, azeite, vinho moderado (para quem pode) e pouca gordura animal e produtos industrializados. Os alimentos mais indicados são:

Brócolis
Couve flor
Azeite
Peixe
Castanha do Pará

Devemos lembrar também da importância dos exercícios físicos para deixar o sedentarismo longe, aumentar a longevidade. Inclusive, evitar hábitos ruins como fumar, estresse e bebida alcoólica é essencial.

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/35703-dieta-da-longevidade-isso-existe-mesmo-como-funciona - Escrito por Reginaldo Rena - Créditos: Gpointstudio/Shutterstock

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Escovar os dentes três vezes ao dia pode manter seu coração saudável


As bactérias em nossas bocas podem ser a chave para muitas facetas de nossa saúde.

Os pesquisadores descobriram pistas intrigantes sobre o risco de câncer de pâncreas e esôfago em bactérias da boca, e alguns estudos associaram a falta de higiene bucal a problemas respiratórios.

A montagem de evidências também está fortalecendo o vínculo entre saúde bucal e saúde cardiovascular.

Por exemplo, alguns estudos descobriram bactérias orais nos coágulos sanguíneos de pessoas recebendo tratamento de emergência para derrame , e especialistas associaram a doença gengival grave a um risco significativamente maior de hipertensão.

Por outro lado, a destruição de bactérias orais “amigáveis” que ajudam a manter um microbioma oral saudável e equilibrado pode interromper os níveis de pressão arterial e também levar à hipertensão.

Manter uma boa saúde bucal, portanto, parece ser a chave para a saúde cardiovascular.

Agora, um novo estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology sugere que a escovação regular pode manter a insuficiência cardíaca e a fibrilação atrial (A-fib) – um tipo de arritmia – afastadas.

Dr. Tae-Jin Song, da Universidade Ewha Womans, em Seul, Coréia, é o autor sênior do novo estudo.

Em seu artigo, o Dr. Song e a equipe explicam que a motivação para o estudo depende do papel mediador da inflamação . Eles escrevem: “Má higiene bucal pode provocar bacteremia transitória e inflamação sistêmica, um mediador da fibrilação atrial e insuficiência cardíaca”.

Estudo da fibromialgia, insuficiência cardíaca e higiene bucal
Em seu estudo, o Dr. Song e a equipe examinaram as associações da fibrilação atrial com insuficiência cardíaca e falta de higiene bucal. Eles usaram dados de 161.286 pessoas que faziam parte da Coorte de Triagem do Sistema Nacional de Seguro-Saúde da Coréia.
A-fib é uma condição que afeta pelo menos milhões de pessoas. Em pessoas com fibromialgia, o coração não consegue bombear sangue com eficiência para o resto do corpo, porque não bate regularmente.
O coração também não bombeia sangue como deveria em pessoas com insuficiência cardíaca . Essa ineficiência resulta em fadiga e, às vezes, em dificuldades respiratórias, pois o oxigênio insuficiente atinge os outros órgãos do corpo.
Os participantes do presente estudo tinham entre 40 e 79 anos e não tinham histórico de fibrose A ou insuficiência cardíaca. Durante a inscrição, realizada entre 2003 e 2004, a equipe mediu a altura e o peso de cada um dos participantes e fez perguntas sobre estilo de vida, saúde bucal e hábitos de higiene bucal.
Os participantes também foram submetidos a alguns exames laboratoriais, incluindo exames de sangue, urina e leitura da pressão arterial .

Escovar reduz o risco de insuficiência cardíaca em 12%
Durante um período médio de acompanhamento de 10,5 anos, 4.911 participantes receberam um diagnóstico de A-fib e 7.971 desenvolveram insuficiência cardíaca.
Escovar os dentes três vezes ou mais por dia estava associado a uma chance 10% menor de desenvolver fibrose A e um risco 12% menor de insuficiência cardíaca.
Fatores de confusão – incluindo idade, sexo, status socioeconômico, atividade física, ingestão de álcool, índice de massa corporal e outras condições coexistentes, como hipertensão – não influenciaram esses resultados, pois os pesquisadores os consideraram em suas análises.

Os autores concluem:
” Os cuidados de higiene bucal aprimorados foram associados à diminuição do risco de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca. Uma higiene bucal mais saudável por escovação freqüente e limpeza profissional por dentistas pode reduzir o risco de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca”.
No entanto, eles também observam que, como em qualquer estudo observacional, a pesquisa é limitada e não pode explicar a causa. O estudo também é limitado, porque analisou apenas pessoas que moram em um país, portanto os resultados podem não ser generalizáveis.
No entanto, observa o autor sênior do estudo: “Estudamos um grande grupo por um longo período, o que fortalece nossas descobertas”.

Pontos fortes e limitações do estudo
Em um editorial de acompanhamento , os autores Pascal Meyre, do Instituto de Pesquisa Cardiovascular do Hospital da Universidade de Basileia, na Suíça, e David Conen, do Instituto de Pesquisa em Saúde da População, Universidade McMaster, Canadá, oferecem uma visão crítica das descobertas.
Eles concordam que os pontos fortes do estudo “são o grande tamanho da amostra, com mais de 160.000 indivíduos incluídos no estudo, o grande número de eventos de resultado e a longa duração do acompanhamento”.
“Isso permitiu que os pesquisadores realizassem análises significativas e ajustassem os modelos multivariáveis ​​para muitas covariáveis, de modo que parte da confusão pudesse ser controlada”, acrescentam.
No entanto, o desenho retrospectivo do estudo “pode ​​ter introduzido viés de seleção”, afirmam os autores do editorial. Além disso, o nível de escolaridade dos participantes, o estado civil e as informações sobre biomarcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa, não estavam disponíveis.
As informações sobre hábitos de escovação e higiene bucal foram autorreferidas, o que pode sujeitá-lo a um viés de recordação, escrevem Meyre e Conen.
“A causalidade dessas associações não é clara, e certamente é muito cedo para recomendar a escovação de dentes para a prevenção de [A-fib] e [insuficiência cardíaca congestiva]”, concluem:
”Enquanto o papel da inflamação na ocorrência de doenças cardiovasculares está se tornando cada vez mais evidente, são necessários estudos de intervenção para definir estratégias de importância para a saúde pública”.

Fonte: MedicalNewsToday - Por Revista Saber é Saúde

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Um remédio incomum para ansiedade e depressão


Vida sexual saudável pode ajudar a amenizar sintomas de ansiedade e depressão.  As reações biológicas começam antes da relação sexual e continuam por um período após o orgasmo.

Na vida de uma pessoa com sintomas de depressão ou ansiedade, o sexo pode ser a última coisa na qual se pensa. Em casos de depressão pode haver preferência pelo isolamento. Mas além de o sexo possibilitar que uma pessoa se sinta conectada a outra, pode também provocar respostas físicas e biológicas. Estas podem minimizar alguns dos sintomas de depressão.

A ansiedade pode fazer com que a pessoa se sinta preocupada, perdida ou incapaz de mudar a situação em que se encontra. Nesse caso também, o sexo provoca reações nos corpos das pessoas que podem minimizar os sintomas apresentados.

Embora o sexo não represente uma cura para tudo, existem evidências de que ele pode impactar positivamente o estado mental das pessoas, além da saúde física.

As reações biológicas começam antes da relação sexual e continuam por um período após o orgasmo. É por isso que uma vida sexual saudável pode afetar o humor, comportamento e pensamentos das pessoas.

Estudos com imagem por ressonância magnética mostraram que a primeira coisa que ocorre quando as pessoas recebem um estimulo é o aumento da atividade na parte do cérebro responsável pelas emoções, o sistema límbico.

Nesse estágio ocorrem alterações físicas como aumento da pressão e fluxo sanguíneo, aumento da reação a estímulos em partes sensíveis do corpo e aumento da frequência cardíaca. O momento do estímulo costuma ser quando o corpo começa a se preparar para a relação sexual.

O segundo momento
Já durante a relação sexual, o corpo e o cérebro humano apresentam reações diversas. Junto com o aumento no fluxo sanguíneo citado anteriormente, surge também óxido nítrico liberado no corpo durante a relação sexual.
Essas moléculas são essenciais para a saúde dos vasos sanguíneos, porque os expande. Isso explica o aumento da sensibilidade em partes do corpo nesse momento, além da possível ruborização da pele. É relevante destacar alguns dos efeitos colaterais da deficiência de óxido nítrico: irritabilidade, depressão, ansiedade, insônia e baixa energia.
Assim como as pessoas que enfrentam a deficiência de óxido nítrico podem apresentar sintomas de ansiedade e depressão, os sintomas podem ser minimizados pelo aumento dele.

Equilíbrio químico
Além das reações descritas até aqui, o cérebro também envia mensagens para o corpo durante as relações sexuais. Isso ocorre com os neurotransmissores, entre eles está a dopamina. Ela tem papel importante na forma como sentimos prazer e em motivar o cérebro a sentir prazer novamente.
A liberação de dopamina no cérebro acontece também durante diversas outras atividades prazerosas. Mas a deficiência de dopamina pode estar ligada à depressão. Porque tem um papel crítico entre o momento em que a pessoa percebe gostar de uma recompensa e o momento em que se sente motivada a buscar por ela.
Muitas das coisas afetadas no corpo pela dopamina são também influenciadas pela serotonina, mas de forma diferente. As duas regulam funções como o sono, emoções e metabolismo.
Há 50 anos pesquisadores estudam a relação entre serotonina e depressão. Nesse tempo eles puderam perceber que baixo nível de serotonina não é uma causa direta de depressão clínica. No entanto, o aumento do nível dela provou ser um tratamento efetivo dos sintomas.
Isso ocorre porque a serotonina ajuda a regular humor, comportamento social, emoções, apetite, digestão, sono, memória e desejo sexual.

E as reações continuam
Ainda há a epinefrina, o hormônio adrenalina, que atua no sistema nervoso simpático. O que faz com que as pessoas sintam o tipo de satisfação de quando saem para fazer atividade física ou algo que desejam muito.
A ocitocina é liberada durante o orgasmo. Nas mulheres, esse hormônio também é liberado durante o trabalho de parto e amamentação. A ocitocina é chamada de hormônio do amor, por ser liberada quando uma pessoa está próxima a sua parceira ou parceiro.
O surgimento desse hormônio ainda faz com que as pessoas sintam afeição e confiança. Além disso, no momento do orgasmo são ativados os circuitos de recompensa no cérebro. Enquanto a parte responsável pelo raciocínio e comportamento se desliga temporariamente. [Big Think]


domingo, 15 de dezembro de 2019

Exercício aeróbico em jejum: pode ou não? Quais os riscos?


Veja para que serve o exercício aeróbico e se ele pode ser realizado com a barriga vazia

Procurado para sair do sedentarismo, aquecer antes de outras atividades físicas e, principalmente, para emagrecer, o exercício aeróbico tem várias funções e promove diversos benefícios. Mas a pergunta que não quer calar é: será que é saudável fazê-lo em jejum?

O que é
O exercício aeróbico é aquele que utiliza oxigênio como fonte de energia para queima de gordura. É de longa duração - sem muito descanso entre as séries, funcionando ao contrário dos exercícios anaeróbicos, nos quais você faz uma série e já descansa alguns segundos ou minutos para executar a série novamente ou outro exercício.

Para que serve
O exercício aeróbico serve para a pessoa ganhar condicionamento físico; para fazer alguma coisa no dia dia ou algum outro exercício e não se cansar muito e nem ficar muito ofegante; e também conseguir se exercitar por mais tempo, cada vez mais e melhor.

Lógico que isso vai melhorando aos poucos, dia após dia com constância. E mudando os estímulos de volume e intensidade .

Benefícios
Os exercícios aeróbicos te dão vários benefícios. Vou citar alguns deles:

Melhora a saúde do coração, fazendo bombear mais sangue para que ele faça menos força e menos batimentos por minuto
Melhora a pressão arterial, evitando a hipertensão
Acelera seu metabolismo, com isso ajuda na perda de peso, gastando a gordura acumulada no corpo
Melhora a auto estima e o humor
Diminui o estresse, liberando os hormônios de prazer e bem estar, como a noradrenalina, a endorfina, entre outros
Controla o diabetes, baixando o níveis de glicose no sangue

Tipos de exercícios aeróbicos
Corrida
Natação
Ciclismo/Spinning
Dança
Caminhada
Remo
Escalada
Pular corda
Subir escada

Pode ser feito em jejum?
Sim, pode ser feito em jejum, desde que realizado com o acompanhamento de um profissional de nutrição. Ele é importante para avaliar a glicemia e a pressão arterial, verificar o que comer antes do jejum, definir o horário da prática, o tempo, a frequência.
Além disso, também é essencial um personal trainer/educador físico que saiba como não aumentar muito a frequência cardíaca e, com isso, saber acompanhar o nível do condicionamento físico do indivíduo.

Riscos
Mas vale lembrar que não é tão fácil e pode não ser indicado para todo mundo. Você pode passar mal, ter fraqueza, baixar a pressão. Por isso, tome muito cuidado. E iniciantes? Nem pensar.
A ideia é sempre ir até o limite de cada um. Mas também é importante ressaltar que, se a alimentação for feita de 30 a 60 min antes, a digestão acontece de forma saudável, e com isso você renderá mais durante o treino.

Quanto treinar? Qual frequência?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos semanais já ajudam a sair do quadro de sedentarismo. Então você pode fazer 30 minutos, 5 vezes por semana, ou 60 minutos, 3 vezes por semana. E para quem tem pouco tempo durante o dia, podem ser 22 minutos por dia, 7 vezes na semana, ou 2 vezes ao dia, fazendo 11 minutos.

Fonte: https://www.minhavida.com.br/fitness/materias/35637-exercicio-aerobico-em-jejum-pode-ou-nao-quais-os-riscos - Escrito por Maurício Rossi - Créditos: Nutthaseth Van/Shutterstock

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O que comer para envelhecer bem


Uma das formas de garantir disposição e saúde lá na frente é olhar para o seu prato hoje mesmo. Conheça os alimentos e hábitos que ajudam nesse processo

“Para você, o que é um envelhecimento bem-sucedido?” Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revisaram 28 estudos para entender como as pessoas com mais de 60 anos respondiam a essa questão. Das 29 definições encontradas, a maior parte se referia à ideia de não encarar limitações físicas lá na frente.

No fundo, a verdade é que ninguém quer se tornar mais vulnerável e dependente para as atividades básicas do dia a dia. “Para um bom envelhecimento, nosso grande objetivo é de fato manter a capacidade funcional do indivíduo”, resume o geriatra Fábio Campos Leonel, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Durante o último Ganepão, um dos maiores congressos de nutrição da América Latina, ocorrido em junho na capital paulista, o especialista frisou que não adianta só conquistarmos anos extras de vida — algo que o avanço da tecnologia e da medicina vem nos proporcionando. “O mais importante é que eles sejam aproveitados com qualidade”, enfatiza.

Embora as informações contidas no DNA sejam importantes para definir se alguém chegará inteirão aos 100 anos, elas não seguram a bronca sozinhas. “Se observarmos irmãos gêmeos, com a mesma genética, mas em dois tipos de ambiente e seguindo comportamentos diferentes, notaremos que cada um envelhecerá de um jeito”, descreve Leonel.

Em outras palavras, nossa rotina desde a infância diz muito sobre o tipo de idoso que seremos. E entre os hábitos mais impactantes nesse aspecto está a alimentação.

O que vai no prato na juventude e na fase adulta é essencial para assegurar a capacidade física, tão cara na maturidade. Nossa maneira de comer influencia, por exemplo, a formação das massas óssea e muscular, determinantes para envelhecer com a mobilidade preservada. “Cabe lembrar que o declínio funcional começa ainda por volta dos 30, 40 anos”, pontua o geriatra.

Também é consenso que o perfil da dieta tem tudo a ver com o surgimento (ou a prevenção) de problemas de saúde como obesidade, colesterol alto, hipertensão e diabetes. Falamos de condições que sabotam a qualidade e a expectativa de vida.

“Quando essas doenças aparecem, é maior a chance de precisar tomar um monte de remédio”, avisa a nutricionista Simone Fiebrantz Pinto, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). E o pior é que uma porção de gente nem sequer vai fazer uso dos medicamentos direito.

A geriatra Maisa Kairalla, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pondera que algumas condições são até esperadas com o tempo — artrose, osteoporose e falhas na visão entram na lista. “Mas esses quadros podem demorar mais a surgir se pensarmos no envelhecimento desde cedo. O que não pode é deixar para fazer isso depois dos 60”, reforça.

Então que tal começar com uma nova atitude à mesa? Conheça, a seguir, recomendações e ingredientes indispensáveis para uma maturidade gostosa e vigorosa.

1) Fuja das dietas radicais
Na busca pelo emagrecimento, tem gente que embarca em dietas restritivas, baseadas na eliminação de certos grupos alimentares — carboidratos e lácteos costumam ser os alvos.
“Acontece que elas levam a importantes deficiências nutricionais, principalmente de minerais e vitaminas”, ensina a nutricionista Natália Lopes, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conferencista no Ganepão. “Uma prova disso é que há vários relatos de queda de cabelo e unhas fracas após os períodos de dieta.”
Lá por volta dos 40, os efeitos dessa tática tendem a ser preocupantes. É que nessa fase a regeneração óssea anda mais lenta e a perda de músculos já está em marcha. A carência de nutrientes pode, então, acelerar esses processos.
“O envelhecimento bacana é aquele sem desnutrição, o que mantém a quantidade certa de gordura e músculos no corpo para a realização de atividades como o caminhar”, ressalta a nutricionista Myrian Najas, professora da Unifesp. Mesmo se for preciso perder peso, ela garante que dá para comer de tudo — basta diminuir as quantidades.

Menos calorias para viver mais tempo?

Uma linha de pesquisa defende que é possível aumentar a longevidade ao fazer uma restrição calórica relevante — veja bem, fala-se em reduzir a porção de comida, mas sem déficit de nutrientes. “Só que são necessários estudos de longo prazo para provar esse benefício”, avalia Natália.

2) Garanta as proteínas
“Elas são fundamentais para a formação, a manutenção e a reposição de uma boa massa muscular”, resume a nutricionista Liliane Pacheco, coordenadora do Projeto de Promoção da Saúde e Envelhecimento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Por isso, precisamos do nutriente desde que nascemos. Mas ele acaba assumindo papel-chave mesmo por volta dos 40 anos, quando os músculos começam a minguar. “E devemos manter uma reserva para, no futuro, ficarmos protegidos de doenças crônicas e quedas, muito prevalentes nos idosos”, informa Liliane.
Os alimentos de origem animal (carne, frango, peixes e ovo) são considerados as melhores fontes porque ofertam todos os aminoácidos que o corpo não fabrica. No reino vegetal dá para achar as proteínas em leguminosas como feijão, ervilha e lentilha.
Porém, Myrian avisa que os teores são menores. Por isso, caso você não coma alimentos de origem animal, vale a pena aprender as combinações mais adequadas. “Para formar músculo, o ideal é distribuir as fontes de proteína em todas as refeições”, aconselha a nutricionista especializada em gerontologia Maristela Strufaldi, de São Paulo.

Onde tem proteína

1 bife de filé-mignon: 32,8 g
1 ovo cozido: 5,9 g
1 coxa de frango: 10,7 g
1 concha de feijão-preto: 6,3 g
1 colher de sopa de lentilha: 1,1 g

3) Não exagere na carne vermelha
Apesar de ela carregar proteínas valiosíssimas, além de muito ferro, o abuso pode trazer repercussões desfavoráveis. Quem viu isso de perto foi o nutricionista Jyrki Virtanen, da Universidade da Finlândia Oriental.
Em estudo, ele calculou a ingestão proteica de 2 641 homens de 42 a 60 anos e percebeu, após quase duas décadas, que quem consumia mais de 200 gramas de carne por dia — coisa de dois bifes médios — exibia um risco 23% maior de morrer durante o período do que aqueles que não passavam dos 100 gramas.
“É provável que a explicação não tenha a ver com um único fator”, interpreta. Ele cita o tipo de gordura presente no alimento — a saturada, cujo excesso aumenta o risco cardiovascular — e substâncias formadas durante o preparo. Sem falar que quem se entope de carne costuma deixar de lado os vegetais, cheios de nutrientes.
Para uma vida longa, Virtanen sugere comer bife no máximo duas vezes por semana. “Priorize outras fontes proteicas, como peixes, ovos, lácteos, leguminosas e castanhas”, orienta. Na hora de se render à carne, a dica é optar por cortes magros cozidos, assados ou grelhados.

Na velhice é diferente

Problemas digestivos e de mastigação podem deixar o idoso carente de proteínas. Aí, o certo é individualizar o consumo de carne. Em geral, recomenda-se que o bife tenha o tamanho equivalente ao da palma da mão.

4) Tome cuidado com o refrigerante
Acredite: o que vai ao copo também tem a ver com a longevidade. Para a nutricionista Cindy Leung, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, seria ótimo evitar os refrigerantes. Ela descobriu que o consumo de cerca de 600 mililitros da bebida por dia deixa uma pessoa 4,6 anos mais velha do que sua idade real — impacto similar ao do cigarro.
Para chegar a essa conclusão, Cindy avaliou os hábitos de 5 309 indivíduos de 20 a 65 anos e mediu o comprimento de seus telômeros — a extremidade dos cromossomos, os pacotes onde estão contidas as fitas de DNA. Essas estruturas protegem o material genético e, com o tempo, ficam menores mesmo. O problema é quando o encurtamento ocorre precocemente.
“Acreditamos que a associação entre o refrigerante e o envelhecimento celular passa pela resistência à ação da insulina e por uma inflamação sistêmica”, diz Cindy. Esses mesmos fatores estão atrelados a obesidade, diabetes e problemas do coração.
Quem também oferta basicamente calorias são as bebidas alcoólicas. “O exagero culmina em doenças que se agravarão na velhice”, aponta Liliane.

Tomou água?

Segundo Simone, muita gente perde a percepção da sede com a idade. E tem quem troque a água por sucos, refris e afins. Mas nada bate o líquido natural em matéria de hidratação.

“Não bebê-lo pode levar a confusão mental e infecção urinária”, cita Simone. Até a pele fica mais envelhecida. “Não adianta passar creme no rosto e esquecer de beber água.”

5) Priorize as fontes de cálcio
A tão desejada capacidade funcional depende do binômio músculos mais ossos. E, para formar um esqueleto forte, não dá para ignorar o cálcio — maior constituinte desse tecido. Ainda mais na fase adulta, já que o pico de formação de massa óssea ocorre por volta dos 25, 30 anos. Esse momento tem que render porque lá pelos 45 anos começa uma perda gradativa mesmo.
Para chegar a essa fase com uma boa reserva, Maristela afirma que são indicados mil miligramas do mineral por dia. É possível encontrá-lo em vegetais, sobretudo os verde-escuros. Mas suas fontes primordiais são leite e derivados — itens que são jogados para escanteio em algumas dietas por causa da lactose.
Myrian esclarece que é natural, com o avançar dos anos, sentir estufamento ao consumi-los, porque há uma redução na produção da lactase, a enzima que quebra o açúcar do leite. “Mas não precisamos excluir esses produtos, só fazer ajustes”, pondera.
Para quem já partiu para as bebidas vegetais (de amêndoa, coco, arroz etc.), Simone indica priorizar as versões que são fortificadas com cálcio.

Alimentos que trazem cálcio na medida

Leite: 2 copos (200 ml cada um) já fornecem 500 mg do mineral.
Iogurte: 1 pote (170 g) oferta cerca de 250 mg de cálcio.
Queijo: Uma fatia e meia do minas frescal traz 280 mg.

6) Pense na qualidade das gorduras
A membrana que reveste nossas células é constituída basicamente de gordura. Logo, não dá para dispensá-la do menu. Mas há gorduras e gorduras. Mantê-las em equilíbrio é um dos segredos para se tornar um verdadeiro superlongevo.
O primeiro passo é entender que, entre os tipos poli-insaturados, há um cujo consumo anda elevado demais. É o ômega-6, fornecido pelos óleos vegetais. Por outro lado, a ingestão de ômega-3 deixa a desejar — ele é ofertado por peixes de águas frias e sementes.
Tal desbalanço torna o organismo mais suscetível a inflamações. “Não precisamos trocar um pelo outro. Para promover o equilíbrio, basta aumentar o consumo de ômega-3”, prescreve Natália.
Além de estar associada à prevenção de inúmeras doenças, essa gordura parece evitar o tal encurtamento dos telômeros.
Agora, um tipo que exige parcimônia é a gordura saturada, de carnes, lácteos e itens industrializados. Perder a linha diante dela representa maior risco de enfrentar doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares. Já a trans, ou parcialmente hidrogenada, não deve ter vez: ela sobe o colesterol ruim e faz o bom cair. Ainda está presente em alguns alimentos industrializados.

Invista no ômega-3

Sardinha (pode ser em lata)
Salmão
Atum
Semente de linhaça
Semente de chia
Maneire no ômega-6

Óleo de milho
Óleo de girassol
Óleo de soja
Óleo de cártamo

7) Não se esqueça da vitamina D
“Não é só de cálcio que se faz um osso”, repara Maristela. Sem vitamina D, o esqueleto padece, porque é ela que auxilia a fixação do cálcio na massa óssea. Aí, sim, o tecido fica duro na queda. A substância ainda contribui para a formação de músculos. “Não adianta dar um monte de proteínas se a vitamina D continuar baixa”, avisa Myrian.
Só que poucos alimentos são redutos do nutriente. A principal via para obtê-lo é se expondo ao sol. E, embora a gente viva em um país tropical, a deficiência da substância é notória por aqui.
Diante disso, muitas vezes a suplementação por meio de cápsulas e gotas se faz bem-vinda. Mas só compre com a indicação de um especialista. “A vitamina D é lipossolúvel, ou seja, não é eliminada pelo corpo. Por isso, tem que dosá-la e suplementar só o necessário”, recomenda Maristela.
Para adultos, o objetivo deve ser atingir pelo menos 20 nanogramas da vitamina por mililitro de sangue. Assim, a perda óssea tende a não ter impacto tão negativo. A partir dos 45 anos, estima-se que 0,5% de massa desapareça por ano. Nas mulheres, com a menopausa, o valor chega a 1%.

As fontes alimentares

Óleo de fígado de bacalhau
Salmão grelhado
Sardinha em lata
Ovo cozido
Shiitake cozido
Leite integral

8) Consuma menos alimentos industrializados
Passamos uma considerável parte da vida adulta correndo para vencer uma rotina maluca de trabalho, trânsito e cuidados com a casa. No meio disso, alimentos ultraprocessados, fáceis de comer, nos seduzem — falamos de salgadinhos, congelados, macarrão instantâneo e companhia. Mas a rapidez pode se traduzir em menos aniversários adiante.
Uma equipe da Universidade de Navarra, na Espanha, acompanhou 19 899 adultos por 15 anos e detectou que um alto consumo desses itens (mais de quatro porções ao dia) resultava em uma probabilidade 62% maior de morrer mais precocemente por qualquer causa.
A nutricionista Erica Fernanda, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, explica que eles são ricos em gorduras, açúcar, carboidratos simples, sódio e aditivos químicos. “Além disso, têm déficit de vitaminas, minerais e fibras.” Ou seja, um balanço pra lá de nocivo.
Não por acaso, esses produtos já são acusados de patrocinar o ganho de peso e males como diabetes e doenças cardiovasculares. “Eles devem ser evitados sempre”, avalia Liliane. “Precisamos incentivar o consumo de comida de verdade, com ingredientes naturais ou minimamente processados”, orienta a nutricionista da Uerj.

Identificando um ultraprocessado

Leva cinco ou mais ingredientes.
Carrega aditivos conhecidos como cosméticos, já que têm como função alterar aroma e cor, por exemplo.
Reúne ingredientes que não estão disponíveis para usarmos na cozinha de casa — só aparecem na indústria.

9) Valorize o magnésio
É difícil alguém apresentar carência desse mineral, que está distribuído em uma legião de alimentos — sobretudo as oleaginosas, caso de amêndoas e castanhas. Mesmo assim, ele merece ter suas habilidades reconhecidas.
Myrian Najas acha incrível como o pouco que ingerimos dele tem participação decisiva no desenvolvimento da massa muscular. “O magnésio ainda é fundamental para a contração dos músculos”, descreve Simone.
A nutricionista da SBGG ainda lembra que o mineral, assim como a vitamina D, atua em favor da fixação do cálcio nos ossos, o que garante o fortalecimento do esqueleto. E, por falar em vitamina D, investigações recentes têm mostrado que a presença de magnésio é imprescindível para que ela atue no organismo como manda o figurino. Ao que tudo indica, o mineral participa de reações responsáveis por ativar a vitamina obtida por meio do sol.
Enquanto homens adultos precisam de 420 miligramas de magnésio por dia, o valor é de 320 para as mulheres.

Onde ele aparece

30 g de amêndoas (um punhado): 66 mg
30 g de linhaça (2 col. de sopa): 104 mg
2 conchas de feijão-carioca: 84 mg
1 unidade de banana-nanica: 39,2 mg
1 copo (200 ml) de leite: 20 mg

10) Bote em ação os antioxidantes
Todo santo dia nosso corpo produz moléculas instáveis chamadas radicais livres — trata-se de um processo natural. Só que o caldo pode desandar. É que fatores como poluição, estresse e (olha ela aí!) má alimentação levam à fabricação exagerada dessas substâncias.
Moral da história: elas agridem nossas células e nos deixam a caminho de um envelhecimento precoce. Sem falar no aumento da inflamação e no perigo de encarar doenças.
Segundo a nutricionista Isabel Jereissati, do Rio de Janeiro, um dos melhores recursos para neutralizar os radicais livres é apostar em antioxidantes. “Essas substâncias estão principalmente em verduras, legumes e frutas”, relata. Ela explica que os alimentos as produzem enquanto crescem para se defender de insetos, vento, chuva…
“Ao comê-los, nós também saímos ganhando”, afirma. “Eles combatem o excesso de radicais livres e previnem o encurtamento dos telômeros”, descreve Natália. Ou seja, até os genes saem resguardados.
Para tirar proveito de diversos tipos de antioxidante, a dica é colorir o menu com os vegetais — cada tom entrega ingredientes específicos e protetores.

Não se esqueça destes cinco tons nas refeições

Branco: maçã, pera, couve-flor, banana
Roxo: uva, açaí, amora, berinjela, ameixa
Verde: brócolis, espinafre, couve, rúcula, alface
Laranja: cenoura, damasco, laranja, manga, abóbora
Vermelho: tomate, goiaba, melancia, pimentão, morango

Outros lembretes importantes para envelhecer bem
Exercício é decisivo: para ser aquele idoso firme e ágil, tem que praticar atividade física ao longo da vida. “Não precisa ser exercício de alta intensidade”, avisa Paulo Farinatti, educador físico da Uerj.

Segundo o professor, o primordial é focar na regularidade. Manter-se ativo assegura, mais tarde, maior eficácia e segurança para realizar qualquer movimento — subir escadas, pegar os netos no colo ou carregar uma sacola.

O sedentarismo, por sua vez, cobra um preço alto. “Quando não damos estímulos a músculos, ossos e sistema cardiovascular, a tendência é comprometer suas funções”, alerta o expert.

Cultive os laços sociais: Tom Jobim (1927-1994) já cantava a bola em Wave, quando dizia que é impossível ser feliz sozinho. Mas, se o compositor fazia referência a uma relação amorosa, aqui cabe uma adaptação: para uma maturidade tranquila, fortaleça os vínculos também com amigos e familiares — quanto antes criar uma rede de apoio, melhor.

“No futuro, esses laços mudam toda a vida. Você percebe que está vivo”, reflete a geriatra Maisa Kairalla. Com gente por perto, o idoso passeia mais, fica motivado para fazer exercícios e mantém uma troca de ideias — tudo coopera para uma ótima saúde mental.

O poder da felicidade: na Universidade de Utah, nos Estados Unidos, cientistas analisaram 150 estudos e concluíram que, sim, se sentir feliz tem efeito real na saúde. Há até fortes suspeitas de que vivenciar o bem-estar blinde nossos genes, ampliando, assim, a expectativa de vida.

Para a geriatra Maisa Kairalla, os achados não surpreendem. Na visão dela, quem é otimista também envelhece melhor. Então, fora mirar na alimentação e nos exercícios, cuidar das emoções entra no pacote para uma bem-aventurada maturidade.

Nunca é tarde para mudar: mesmo quem já se considera idoso vai arrecadar benefícios ao revisitar certos hábitos. “Em qualquer fase da vida uma mudança de comportamento é positiva”, ressalta Maristela. Isso vale para o prato ou para a rotina de exercícios.

O educador físico Paulo Farinatti conta que, quanto mais destreinada é a pessoa, mais rápido é o ganho. Em seu laboratório de pesquisa, ele já viu idosos de 90 anos turbinarem em 200% a força das pernas em duas semanas — claro que os exercícios devem ser adaptados.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/o-que-comer-para-envelhecer-bem/ - Por Thaís Manarini - Foto: Akepong Srichaichana/Eyeen/Getty Images / Ilustração: Daniel Almeida/SAÚDE é Vital