Saciedade do sono é mais importante do que a duração
dele
Como fator de risco para diversas doenças do
organismo, a privação e os distúrbios do sono e a quantidade e qualidade
insuficientes do descansar fazem o indivíduo viver menos. O que antes era uma
suposição da medicina virou uma certeza nas últimas décadas: quem consegue
dormir com profundidade tem grandes chances de viver mais e melhor.
De acordo com a neurologista e responsável pelo
Laboratório do Sono do Hospital São Luiz, em São Paulo, Rosa Hasan, há uma
relação clara entre o dormir mal e a morte precoce. "Pessoas que dormem
pior, que dormem menos ou apresentam quadro de insônia vivem menos. Os que
apresentam apneia do sono vivem muito menos, por conta do aparecimento de
doenças cardiovasculares", diz.
Para não correr o risco de desenvolver tais
moléstias por conta do sono insuficiente, o indivíduo deve estabelecer uma
média de período de descanso que deixe o seu corpo adaptado e saciado em relação
ao repouso. Se a pessoa se sente bem e não tem picos significativos de sono ou
falta de vontade durante o dia, isso significa que o papel do descanso está
sendo bem desempenhado. Portanto, a saciedade do sono é mais importante do que
a duração dele, que pode variar.
"O tempo é individual. Na média o adulto
precisa de 7h30min de sono. Alguns precisam de oito horas, outros de sete,
outros de nove. A gente tem que respeitar a nossa necessidade individual",
diz Rosa. De acordo com ela, há algumas dicas para melhorar a qualidade de sono
e, assim, viver mais. Uma delas é tentar acordar sempre na mesma hora,
adaptando o corpo. É importante, contudo, que não haja grandes variações no
horário do deitar.
Uma noite mal dormida não traz apenas consequências
para o dia seguinte. Se o corpo sofre com a sonolência e a lentidão durante o
resto do dia, pior fica a mente, que está sempre cansada e cheia de horas de
sono atrasada, o que prejudica o desempenho do indivíduo no trabalho e acarreta
em aumento do estresse. Se existe alteração na capacidade de dormir ou o sono
se intromete nas atividades diárias normais de uma pessoa, as causas devem ser
investigadas, pois ela pode estar sofrendo com um distúrbio do sono.
A insônia, a apneia e o ronco dificultam a
concentração e o repouso. Por isso, é coerente que se diga que eles afetam a
longevidade e, portanto, devem ser tratados de forma séria.