quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

O coração agradece os cuidados com a saúde no verão


O calor e as mudanças de hábito nessa época repercutem na saúde cardiovascular, como explica um cardiologista. O que fazer para se manter saudável?

Neste verão, que promete ser um dos mais quentes dos últimos anos, é preciso redobrar a atenção com a saúde para aproveitar sem sustos as férias, os passeios, a praia, os parques… A primeira questão: a combinação do aumento da temperatura com excessos alimentares e de bebidas alcoólicas, especialmente na presença de muita exposição ao sol e esforço físico exagerado, pode apresentar problemas.

E, sim, o recado vale especialmente para pessoas com antecedentes de doenças cardiovasculares ou com fatores de risco, como obesidade, colesterol e triglicérides altos, diabetes, tabagismo, estresse e hipertensão. Esses problemas podem se agravar com a quebra da rotina alimentar e com certos hábitos típicos do verão.

O excesso de cerveja e afins, por exemplo, eventualmente dispara uma arritmia cardíaca. Nesse quesito, aliás, quem sofre mais são as mulheres. O sexo feminino possui menos água no organismo, o que faz com que o álcool fique mais concentrado.

Além disso, elas em geral pesam menos e apresentam níveis menores de enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool. Ou seja, aquele drinque demora mais para ser processado.

Para todos os indivíduos, porém, o excesso de bebidas alcoólicas pode levar, no longo prazo, a uma dilatação do coração ou a uma miocardiopatia (doença no músculo cardíaco que dificulta o fornecimento de sangue e eventualmente deflagra a insuficiência cardíaca).

E com o que mais devemos tomar cuidado no verão?

Com a alimentação, que precisa ser leve e equilibrada
Com a temperatura. Evite lugares muito quentes
Com as medicações habituais, que não podem ser esquecidas mesmo diante de uma mudança de ritmo
Com o esforço físico, que não deve ser exagerado
É sempre bom lembrar que a prática de exercícios requer precondicionamento físico. Não é adequado, portanto, passar o ano todo sem chutar uma bola e, em uma viagem, se acabar no futebol. Ao maneirar, você afasta o risco de infartos e arritmias.

Também é importante tomar água durante todo o dia, mantendo a hidratação do organismo. Está aí uma medida fundamental para garantir a boa saúde durante o verão!

Nesse quesito, os idosos merecem atenção redobrada – eles não costumam beber água espontaneamente. Assim, é importante oferecer-lhes líquidos e lembrá-los que devem se hidratar.

Por último, aproveite o verão para fazer sua avaliação médica anual. Especialmente se não estiver com o checkup em dia.

O verão é a estação mais alegre e descontraída do ano. Para aproveitá-la ao máximo, com alegria e bem-estar, é preciso cuidar bem da saúde e evitar excessos. O coração agradece. E os familiares de todos nós também!

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/guenta-coracao/o-coracao-agradece-os-cuidados-com-a-saude-no-verao/ - Por Dr. José Luiz Aziz, cardiologista - Ilustração: Otavio Silveira/SAÚDE é Vital

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Fatores que envelhecem o cérebro


O estado desse órgão não é necessariamente compatível com sua idade oficial. Alguns problemas podem torná-lo anos mais velho

O psiquiatra americano David Amen se debruçou sobre 31 227 exames de imagens cerebrais de pessoas entre 9 meses e 105 anos de idade para inspecionar o fluxo sanguíneo dentro da cabeça de cada um. Assim, conseguiu definir não só a idade real do cérebro de todos como identificar fatores capazes de acelerar o envelhecimento do órgão.

Entre eles despontaram excesso de álcool e uso de maconha. “As pessoas devem maneirar no consumo se quiserem manter o cérebro saudável”, alerta o médico, que publicou os dados recentemente.

Esquizofrenia, bipolaridade e TDAH também fizeram a idade do cérebro subir. Para não sofrer falhas e danos cognitivos mais cedo, Amen aconselha tratar essas condições quanto antes. Veja abaixo quantos anos alguns problemas podem envelhecer a sua massa cinzenta:

Os grandes culpados pelo avançar da idade cerebral;

Esquizofrenia: envelhecimento de 4 anos

TDAH: 1,4 ano

Maconha: 2,8 anos

Abuso de álcool: 0,6 ano

Transtorno bipolar: 1,6 ano

Ansiedade: 0,5 ano

Fonte: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/fatores-que-envelhecem-o-cerebro/ - Por Thaís Manarini - Ilustração: Kfilonov/iStock

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Quais as vantagens de ficar um mês sem beber álcool? Conheça o Dry January

Da melhora no sono à perda de peso, passar um mês sem consumir bebida alcoólica traz ganhos imediatos, segundo um estudo

Já pensou em ficar um mês sem beber? Na Inglaterra, uma campanha anual mobiliza pessoas a passarem os 31 dias de janeiro sem ingerir bebidas alcoólicas – é o “Dry January”, ou janeiro seco em tradução livre. E uma análise da Universidade de Sussex revelou que melhora do sono, economia de dinheiro e perda de peso estão entre os benefícios dessa empreitada.

O “Dry January” tem como objetivo provar que é possível se divertir, relaxar e socializar sem uma latinha de cerveja na mão. Através de um aplicativo, os participantes acompanham seu desempenho, registrando as mudanças sentidas no processo. Eles também têm acesso ao depoimento de outros usuários, o que funciona como um incentivo.

Pois bem: o estudo da universidade britânica pediu para 816 pessoas que fizeram parte da experiência em 2018 preencherem um formulário online. Com as respostas em mãos, os pesquisadores descobriram que:

88% dos indivíduos economizaram dinheiro
71% passaram a dormir melhor
70% relataram uma melhora geral na saúde
67% se sentiram mais dispostos
58% perderam peso
57% aprimoraram a concentração
54% observaram melhorias para a pele
“Sabemos dos riscos relacionados ao álcool, como câncer, doenças no fígado e problemas de saúde mental. Mas muitas vezes não temos consciência de que beber menos traz consequências imediatas”, afirma Richard Piper, CEO da Alcohol Change UK – ONG que organiza o projeto –, em comunicado à imprensa.

Repercussão a longo prazo no consumo de álcool
Se engana quem acha que deixar de tomar vinho, cerveja e afins por 31 dias faz as pessoas “voltarem com tudo” na sequência. Seis meses após o Dry January, aconteceu exatamente o contrário.

Veja: entre os participantes, as saídas para beber durante a semana caíram de 4,3 para 3,3 vezes. Já a quantidade de copos e garrafas comprados por dia foi de 8,6 para 7,1.

E o número de bebedeiras? Se antes do desafio os voluntários ficavam alcoolizadas, em média, 3,4 vezes por mês, depois dele esse número diminuiu para 2,1.

“Curiosamente, essas mudanças também foram vistas em quem não conseguiu permanecer longe do álcool por um mês inteiro – embora os benefícios sejam um pouco menores. Isso mostra que existem ganhos reais só de tentar realizar o Dry January”, conclui Richard De Visser, psicólogo que liderou a pesquisa da Universidade de Sussex.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/quais-as-vantagens-de-ficar-um-mes-sem-beber-alcool-conheca-o-dry-january/ - Por Maria Tereza Santos - Foto: Dercílio/SAÚDE é Vital

domingo, 13 de janeiro de 2019

10 maneiras de cuidar da saúde do seu coração


Confira dicas que vão te ajudar a viver melhor cuidando do seu coração

Estudos recentes têm demonstrado que as doenças do coração são a primeira causa de morte entre as mulheres. Por incrível que pareça, a falta de cuidados com esse órgão têm causado mais problemas que o câncer de mama. Porém, algumas medidas simples podem ajudar a diminuir esse risco. Por isso, selecionamos 10 dicas que vão te ajudar a cuidar da saúde do seu coração. Confira.

1 – Lazer
Não abra mão do lazer. Procure manter o hábito de sair com os amigos e praticar atividades prazerosas. O estresse é uma das principais causas no aumento do colesterol e da pressão alta. Cultivar as amizades e dar boas risadas pode render os mesmos bons frutos de uma dieta saudável. Por isso, divirta-se!

2 – Sol
E por falar em lazer, você é daquelas pessoas que adora praticar atividades ao ar livre? Se você é uma grande amiga do sol, aproveite. O sol é a principal fonte de vitamina D, nutriente essencial para o nosso organismo. A falta dessa vitamina pode causar descontrole na pressão arterial, mas 15 minutos de exposição diária ao sol já suprem nossa necessidade. Só não se esqueça do protetor solar.

3 – Frutas
Outra dica que pode ajudar no controle da pressão arterial é o consumo diário de frutas. Esse tipo de alimento, além de conter fibras que ajudam a manter o peso, contém nutrientes que evitam o acúmulo de gordura das artérias e, de acordo com estudos recentes, podem diminuir o risco de doenças cardíacas em 25%.

4 – Óleo de peixe
Quando o assunto é diminuir o risco de doenças cardíacas, conte com a ajuda dos peixes. O consumo de ômega-3, em cápsulas ou pelo consumo da carne de peixe, diminui a produção de triglicerídeos- um tipo de gordura que contribui para entupir as artérias. Estudos apontam que consumir ômega-3 diariamente pode diminuir em 90% o risco de ataques cardíacos. Então, não pense duas vezes e mergulhe nessa!

5 – Pimenta
E se você adora comer, aproveite para adicionar um pouco mais de pimenta aos seus pratos. Além de ser afrodisíaco, esse tempero contém uma substância anti-inflamatória que previne o entupimento das artérias.

6 – Nozes
Além da pimenta, as nozes também podem ser grandes aliadas na prevenção das doenças cardíacas. A gordura boa das nozes ajuda a fortalecer a parede arterial e diminui o risco de doenças cardíacas em até 30%.O consumo diário indicado é de 3 nozes.

7 – Chá de hibisco
Outra dica que ajuda a cuidar melhor da saúde de seu coração, é o consumo de chá de hibisco. 700 ml dessa bebida por dia tem o mesmo efeito de medicamentos para reduzir a pressão arterial. O chá pode ser encontrado em lojas de produtos naturais.

8 – Vinho
Outra bebida que ajuda a cuidar do coração é o vinho. As substâncias antioxidantes presentes na uva protegem o coração contra o envelhecimento e ajudam a reduzir o colesterol ruim. Mas atenção, uma taça por dia já é o suficiente.

9 – Arrume a casa
Para as mulheres que não conseguem ver uma bagunça, essa é uma ótima notícia. Pesquisas realizadas pela Indiana University demonstram que as tarefas diárias de limpeza da casa contribuem para uma vida mais ativa. Varrer, tirar o pó e organizar a casa por no mínimo 30 minutos são considerados exercícios físicos que ajudam a diminuir em 50% os riscos de doenças cardíacas.

10 – Purificador de ar
Se você ou alguém da sua família é alérgico a poeira ou mofo, considere o uso de um purificador de ar. Para os alérgicos, controlar os sintomas desse tipo de alergia diminui os riscos de doenças do coração, já que o organismo, ao tentar combater a alergia, acaba causando inflamações nas artérias.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/10-maneiras-de-cuidar-da-saude-do-seu-coracao/ - Escrito por Fernanda Boito - FOTO: THINKSTOCK

sábado, 12 de janeiro de 2019

Como prevenir o envelhecimento dentário


Reconheça sinais e descubra que cuidados mantêm a saúde bucal protegida

Com o passar dos anos, todo o organismo começa a funcionar de forma mais lenta, o que afeta a saúde corporal como um todo. Quando falamos de saúde bucal, porém, o que realmente importa são nossos hábitos cotidianos e cuidados de higiene, que podem ou não interferir na integridade dos dentes e gengiva.

Por isso, idade avançada nem sempre é sinônimo de envelhecimento dentário. Para prevenir os problemas e complicações decorrentes dele, o caminho é cuidar da saúde bucal atentamente, observando alterações e visitando regularmente o dentista. Dessa forma, podemos evitar lesões de cárie, doenças gengivais, desgaste, sensibilidade e periodontites.

De acordo com a dentista Maria Luiza Moreira Arantes Frigério, coordenadora do projeto "Envelhecer Sorrindo", da Faculdade de Odontologia da USP, a forma como cuidamos da nossa saúde bucal durante toda a vida é fundamental para que os dentes envelheçam de forma saudável. Ela lista alguns sinais do envelhecimento dentário que merecem atenção:

"Com o passar dos anos, o esmalte estará desgastado e a dentina estará pigmentada de acordo com seus hábitos, tais quais o consumo de café, chá, fumo e refrigerantes. Tratar o canal de um dente nessa etapa da vida também pode ser mais difícil devido a calcificação da polpa", explica ela.

Sinais de alerta
Alguns sinais, como a mudança na coloração dos dentes, desgaste, retração da gengiva e alterações na mucosa podem indicar o envelhecimento dentário, mesmo na juventude. Percebê-los o quanto antes evita o agravamento dos problemas e auxilia no tratamento, conforme explica a dentista Maria Luiza.

"O autoexame, hábito de observar semanalmente a boca, é muito saudável pois nesse momento você poderá detectar precocemente qualquer alteração. Essas alterações poderão estar relacionadas tanto com a mucosa, que pode ser tornar mais avermelhada ou apresentar lesões esbranquiçadas e úlceras, quanto com os dentes, que podem sofrer com desgastes, abrasão, erosão, fraturas e com o ranger de dentes".

Além disso, a especialista reforça a importância da visita periódica ao dentista. Segundo ela, o especialista deve procurar possíveis alterações no ambiente oral e examinar os dentes em busca de lesões de cárie, cuidados que estimulam a manutenção dos dentes.

A secura na boca, por sua vez, costuma atingir pessoas de idades mais avançadas e é uma consequência de tratamentos saúde específicos ou uso de medicamentos com efeitos colaterais.

"A saúde geral tem uma relação direta com a saúde oral. Presença de focos de infecção na boca podem inclusive provocar uma infecção à distância, ou seja, em órgãos mais nobres, conhecido como septicemia", alerta o cirurgião-dentista Mario Sérgio Giorgi, presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Higiene oral
A higiene oral é imprescindível para a manutenção da saúde bucal. Uma boa escovação e limpeza da língua, com o uso de cremes dentais com flúor, escovas interdentais e fio dental podem prevenir doenças gengivais, periodontais e o surgimento de lesões de cárie. Se tiver dúvidas em relação a estas etapas, peça ao seu dentista que lhe indique as melhores técnicas para escovar os dentes e passar o fio dental.

"A prevenção passa pelo treinamento de higiene oral individualizada, em que o profissional ensinará e supervisionará o paciente por meio de um conceito que valorize a técnica eficaz, não traumática e motivacional, utilizando instrumentos adequados para tal. As causas da retração gengival, por exemplo, podem ocorrer devido o paciente estar utilizando uma escova inadequada, com cerdas de nylon duras, e que vão provocar trauma", informa o cirurgião-dentista Mario Sérgio.

Hábitos alimentares
Além dos cuidados diários com a higiene bucal, alguns hábitos alimentares também podem prevenir o envelhecimento dentário e fortalecer a saúde dos dentes e gengiva, ao passo que outros devem ser evitados. De acordo com o cirurgião-dentista Mario Sérgio, o principal deles é o açúcar, encontrado em doces, refrigerantes, balas e chicletes. "Alimentos com alta concentração de açúcar podem favorecer o aparecimento de cáries e doenças periodontais", afirma.

O caminho, portanto, é adotar uma dieta equilibrada, capaz de oferecer benefícios à saúde do corpo como um todo. "Uma boa alimentação com verduras, frutas, proteína e ingestão de líquido com certeza ajudarão todo seu organismo a funcionar melhor. Evite a ingestão de açúcares, álcool, alimentos muito abrasivos e muito ácidos, que favorecem a alteração da microflora bucal, criando condições para a colonização bacteriana, assim como a manutenção da placa bacteriana", aconselha a dentista Maria Luiza.

Quando devemos começar a nos preocupar com o envelhecimento dentário?
Apesar de a idade avançada impactar o funcionamento do organismo e nos deixar mais vulneráveis a problemas bucais, nossos hábitos influenciam muito mais o envelhecimento dentário. Segundo o cirurgião-dentista Mario Sérgio, uma pessoa com mais idade, que sempre deu a devida atenção à saúde bucal, pode ter dentes e gengiva mais saudáveis do que uma pessoa mais jovem, que não se dedica da mesma forma.

"Quando o paciente se consulta regularmente com o cirurgião-dentista, pode prevenir alguns problemas que ocasionam o desgaste dentário, decorrentes das características particulares do envelhecimento e das condições orais de cada indivíduo. Dessa forma, não há uma idade específica para começar a se preocupar", explica ele.

Com que frequência devemos visitar o dentista?
Consultas regulares com o dentista são essenciais para a prevenção de problemas bucais e do envelhecimento dentário. Além de realizar procedimentos profissionais de limpeza, necessários para a remoção da placa bacteriana e o tártaro dos dentes, ele é o especialista que saberá avaliar como estão seus hábitos de higiene bucal.

"A recomendação é a de fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista. Elas deverão ser orientadas pelo profissional em função das condições gerais dos pacientes e devido a doenças preexistentes, como o diabetes, que requer um acompanhamento com mais frequência. O ideal é fazer uma visita em um período mínimo de 6 meses a no máximo 12 meses", recomenda o cirurgião-dentista Mario Sérgio.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Insuficiência cardíaca: quando a máquina quer pifar


Levantamento sobre a doença entre os brasileiros aponta os desafios para prevenir e remediar esse problema tão ligado ao estilo de vida

O que é insuficiência cardíaca
Após décadas de trabalho estressante, no limite da capacidade, o coração pediu arrego. Ele fez tudo o que podia para garantir que o sangue fosse distribuído pelo organismo: acelerou as batidas, ficou mais forte, ganhou até volume… Mas nada trouxe resultado. Todas essas mudanças de padrão, pelo contrário, só pioraram as coisas. Até que o músculo cardíaco já não pena sozinho. O corpo inteiro padece. Na prática, isso significa que o fôlego acaba em uma caminhada mais intensa até a esquina. Literalmente.

Essa novela, que pode terminar no colapso do órgão, se desenrola todos os dias no peito de 6 milhões de brasileiros. Eles sofrem de insuficiência cardíaca. “Nessa situação, o coração não consegue bombear o sangue direito”, resume a cardiologista Sabrina Bernardez Pereira, do Hospital do Coração, na capital paulista.

Apesar de tão séria e comum, não existia um balanço das características desse problema em nosso país. Para suprir a lacuna, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) fez um levantamento focado na insuficiência cardíaca. Os médicos acompanharam 1 263 pacientes com a enfermidade espalhados por 51 hospitais das cinco regiões do território. O objetivo era conferir como andam o diagnóstico, o tratamento e a evolução do quadro ao longo dos anos — e quais condições e hábitos estão associados ao seu aparecimento.

O cenário que os especialistas desvendaram não é nada animador. “O número de indivíduos que morrem de insuficiência quando chegam ao hospital é duas vezes mais alto do que nos Estados Unidos e três vezes mais elevado em relação à Europa”, calcula o cardiologista Fernando Bacal, diretor da Unidade Clínica de Transplante Cardíaco do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, e um dos autores do estudo.

Como se não bastasse, quase 30% dos doentes que tiveram alta voltam a ser internados após alguns meses, um reflexo da falha no acesso a medicamentos e na escassez de informações sobre como se cuidar. “O paciente só chega ao médico quando o problema já está avançado e difícil de tratar”, lamenta Bacal. Já está ruim? Pois pode piorar: com o envelhecimento da população, nos próximos 15 anos a turma dos corações cansados ganhará a companhia de 2 milhões de brasileiros — afinal, a idade é um fator de risco para a complicação.

O que está por trás da insuficiência cardíaca
Apesar de insidiosa, a insuficiência cardíaca tem um ponto vulnerável: sua evolução é lenta. Ela demora décadas para alcançar o estágio gravíssimo. Portanto, o sonho dos cardiologistas é flagrá-la em uma fase em que o órgão ainda não teve avarias e cortar os elementos de agressão. E é aí que entra o estilo de vida. Hoje a principal condição que patrocina a insuficiência é a pressão alta. O levantamento acusa que ela afeta sete em cada dez pessoas com o coração doente.

Na hipertensão, as artérias ficam mais estreitas, o que dificulta a passagem de sangue. “Para vencer a resistência, o coração começa a bater com força e se sobrecarrega”, ensina o cardiologista Denilson Albuquerque, coordenador do trabalho da SBC e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Se a pressão não for controlada, o órgão trabalha feito louco por anos e anos. E o que acontece com ele? Pense numa academia de ginástica: se você exigir muito dos seus músculos, eles vão crescer. O mesmo vale para o coração. Ele se avoluma, o que prejudica o baticum e a função de ejetar o sangue para a circulação.

Outras duas condições que botam fichas a favor da insuficiência cardíaca são o colesterol alto e o diabetes, comuns em 35% dos participantes da pesquisa. Mas seu papel nesse desfecho é mais indireto. “O excesso de gordura e glicose nos vasos propicia infartos”, aponta Sabrina. Quando se escapa ao ataque cardíaco, o coração fica com uma cicatriz, o que limita os movimentos de contração e relaxamento. Com o tempo, ele tende a entrar naquele estado de fadiga. Dê uma olhada no infográfico abaixo:

A investigação da SBC também foi capaz de mostrar as particularidades do problema em terras brasileiras. O melhor exemplo disso é o impacto da doença de Chagas no desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa praticamente não há relação entre as duas condições, no Brasil 10% dos corações cansados são consequência de uma picada do inseto barbeiro, que transmite o protozoário Trypanosoma cruzi.

O parasita pode se instalar no músculo cardíaco e viver lá durante anos sem dar nenhum sinal. “Depois de algumas décadas, ele dá início a um processo de inflamação ali, que resulta na dilatação do órgão”, aponta o médico Ricardo Pavanello, diretor de pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. É por isso que a gente ouve falar que o Chagas deixa o coração inchado. A miocardite, nome científico desse quadro, é bem comum no Centro-Oeste e no Sudeste.

Também chama atenção no levantamento o elo entre outro distúrbio, este bem mais comum nas cidades grandes, com a fadiga no peito: a apneia do sono. Marcada por roncos e interrupções no fluxo respiratório durante o repouso, ela incide em até 60% dos portadores de insuficiência. “Sabemos que a falta de oxigênio provoca a liberação de substâncias inflamatórias que afetam o coração”, diz o cardiologista Dirceu Rodrigues Almeida, da Universidade Federal de São Paulo. Considere que essa descarga de estresse é despejada no peito noite por noite, anos a fio. Uma hora isso rende algum chabu.

Já a depressão aparece em 13% dos que tinham insuficiência. Por ora, os médicos não sabem dizer se ela é causa ou consequência da pane cardíaca. O fato é que não conseguir realizar tarefas cotidianas, que exijam um pouquinho de esforço, é uma das características mais angustiantes da doença. “Imagine pessoas que caminhavam por quilômetros e agora sofrem para ir ao banheiro”, relata Sabrina. O impacto na autoestima e na rotina requer muitas vezes o apoio de um psicólogo, a fim de precaver que a tristeza conquiste terreno demais.

Uma questão de atitude
A regra número 1 para tratar (ou prevenir) a insuficiência cardíaca é mudar o estilo de vida. Ao adotar hábitos saudáveis nos primeiros estágios, dá para evitar que a enfermidade ganhe traços dramáticos. “É essencial emagrecer e restringir o consumo de gordura e açúcar”, exemplifica Almeida. Isso vai ajudar a evitar que o colesterol alto e o diabetes, dois gatilhos para o colapso cardíaco, se instalem de vez.

Boa parte das pessoas também tem de abandonar o álcool, pois ele pode lesar as células do coração. Os médicos liberam uma ou duas doses apenas em ocasiões especiais. “Também é preciso maneirar no sal e na ingestão de água e outras bebidas”, completa o cardiologista Alexandre Soeiro, supervisor da Unidade de Emergência do InCor. É que essa dupla é capaz de piorar a retenção de líquidos, o que acaba em inchaço nas pernas e na barriga — um traço típico da insuficiência.

Enquanto algumas práticas estão banidas, outras são incentivadas. Por muito tempo, o exercício físico foi proibido para quem tinha o coração fatigado. Se a pessoa mal caminha sem perder o fôlego, que dirá se aderir a um treino de ginástica… Mas esse pensamento caiu por terra. Hoje, praticar um esporte é um recurso valioso (e obrigatório) no controle da doença. “Exercícios relaxam os vasos, oxigenam os músculos e favorecem a capacidade de bombeamento do órgão”, enumera Almeida. Sem contar que dão aquele ânimo.

As sessões, que envolvem caminhada e musculação, devem ser feitas em clínicas de reabilitação especializadas, acompanhadas de um profissional de educação física. Tudo para que não se ultrapassem os limites seguros. Normalmente, a carga de treinamento é leve e a intensidade sobe de acordo com a melhora. Hidroterapia, ioga e tai chi são outras modalidades prescritas nesses casos.

Apesar de ajustes na rotina serem tão importantes para pessoas com insuficiência cardíaca, a pesquisa da SBC constatou que uma das principais falhas está na comunicação entre médico e paciente. Apenas 16% dos portadores foram informados sobre o papel da atividade física, enquanto só 34% receberam orientações de mudar a dieta, com a redução no consumo de sódio e de gordura.

“A ausência desse diálogo culmina no abandono das mudanças no estilo de vida e na falta de adesão à medicação”, analisa Bacal. Para reverter essas estatísticas, os experts apostam em mais tempo de consulta e nas equipes multiprofissionais, atentas a todos os detalhes do paciente.

Soluções na farmácia
Só que nem sempre basta mexer na alimentação e suar a camisa. Se a insuficiência progride e já há danos, medicamentos são mais que necessários. Os primeiros são os diuréticos, que incentivam a eliminação de líquidos pela urina e reduzem os inchaços pelo corpo.

Uma segunda classe de drogas tem ação vasodilatadora, ou seja, amplia o calibre de veias e artérias para facilitar a passagem do sangue e, assim, aliviar o trabalho do músculo cardíaco. Em terceiro lugar vêm os chamados betabloqueadores, que brecam a ação da adrenalina, hormônio que intensifica o ritmo cardíaco.

Por último, e não menos importante, estão os inibidores da enzima conversora de angiotensina, ou simplesmente IECA. Sua missão é impedir que moléculas estreitem os tubos sanguíneos. Quais o indivíduo terá de tomar ou quais as combinações ideais? Só o médico, após avaliar direitinho, poderá dizer.

Mas (e sempre tem um “mas”) existem pessoas que não obtêm bons resultados com esse quarteto farmacológico. Aí entram alternativas, como a droga ivabradina, que diminui a cadência dos batimentos. E há novidades promissoras por vir. Talvez a mais esperada seja um comprimido ainda em es-tudo da farmacêutica suíça Novartis.

Seu nome provisório é LCZ696 e seu potencial terapêutico foi apresentado e debatido no congresso da Associação Americana do Coração de 2014. Os pesquisadores compararam sua eficácia com o principal representante da classe dos IECA em 8 mil voluntários. Em relação ao medicamento já no mercado, o produto da Novartis reduziu em 20% as taxas de mortalidade e hospitalização, bem como o tempo de UTI e a necessidade de visitas ao pronto-socorro. “Achados tão expressivos vão antecipar a aprovação da droga nos Estados Unidos para o segundo semestre deste ano”, conta o médico Felix Ramires, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital do Coração. A expectativa é que ele ganhe o ok das agências regulatórias brasileiras em 2017.

Mas o que essa droga tão aguardada tem de especial? Logo de cara, ela reduz os níveis de angiotensina, elemento que, em excesso, faz os vasos sanguíneos ficarem no sufoco. “Além disso, estimula a liberação de uma proteína que protege especialmente o coração”, destaca Ramires. Essa dupla ação, inédita, é o que confere ao remédio o status de um dos maiores avanços na cardiologia desde os anos 1980.

Nos casos avançados da insuficiência, em que comprimidos não dão mais conta do recado, o jeito é recorrer a cirurgias de revascularização, que desobstruem as artérias, marca-passos para acertar as batidas e até mesmo ao coração artificial, um dispositivo que substitui a peça original. “Também há a opção do transplante cardíaco, mas esbarramos no número reduzido de doadores no país”, lembra Fernando Bacal. Em 2014, foram 311 operações dessa natureza por aqui, a maioria esmagadora para sanar a insuficiência cardíaca. Muito antes de chegar a esse ponto, porém, você já sabe que é possível adotar atitudes preventivas, investindo em um estilo de vida saudável. É o roteiro mais seguro para evitar que a máquina que abrigamos no peito dê sinal de cansaço.

Para deixar o coração tinindo
O flagra precoce e a terapia adequada permitem que o músculo continue trabalhando direito

O diagnóstico
A detecção da insuficiência cardíaca se dá no consultório. Se o indivíduo está com hipertensão, diabetes, falta de ar e pernas inchadas, há uma boa probabilidade de ter a doença. “Aí pedimos exames como o ecocardiograma para confirmar a suspeita”, explica o cardiologista Marcelo Sobral, do Hospital Beneficência Portuguesa, na capital paulista.

O tratamento
Além de cuidados como uma alimentação regrada e a prática de atividade física orientada de perto, o controle da insuficiência cardíaca depende de uma série de medicamentos. E um novo fármaco, previsto para 2017, deve revolucionar a luta contra a doença.

Estatísticas alarmantes
Os números da insuficiência cardíaca em nosso país

6 milhões de pessoas têm insuficiência cardíaca no Brasil, segundo as últimas projeções
10% dos brasileiros acima de 80 anos possuem o problema — entre os 40 e os 59 anos, a incidência cai para 1%
70% dos indivíduos com a doença também convivem com a hipertensão
A previsão é um aumento de 40% nos casos de insuficiência cardíaca no país até 2030
A média de idade dos participantes do levantamento brasileiro foi de 64 anos
34% deles foram orientados sobre o papel de uma boa alimentação, sem abuso de sal e de líquidos
16% dos pacientes recebiam conselhos para fazer uma atividade física
67% daqueles que têm insuficiência cardíaca declararam se lembrar de recomendações sobre o jeito certo de usar os remédios
29% das complicações da doença acontecem justamente por causa da baixa adesão ao tratamento e de equívocos na hora de tomar os remédios
A média de sobrevivência após o diagnóstico da insuficiência cardíaca no Brasil é de 5 anos

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/insuficiencia-cardiaca-quando-a-maquina-quer-pifar/ - Por André Biernath - Ilustração: Marcus Penna/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

7 hábitos que fazem mal ao seu coração


Seu estilo de vida pode estar, silenciosamente, afetando a saúde do seu coração. Pequenas mudanças evitam problemas sérios

Como anda a saúde do seu coração? A maioria de nós, mulheres, se preocupa muito com outras doenças e acaba descuidando dos problemas cardíacos. Sem muitos sintomas, as cardiopatias são a terceira maior causa de mortes de pessoas entre 30 e 50 anos no Brasil.

Já está provado que alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doenças que afetam o seu coração estão relacionados ao estilo de vida. Maus hábitos que dia após dia acabam provocando problemas sérios – mas que poderiam ser evitados com um pouco de atenção e cuidado.

Veja abaixo os 7 hábitos que você deve evitar para cuidar melhor do seu amigo do peito.

1. Fumar
Que o cigarro contém centenas de substâncias tóxicas e extremamente nocivas para a saúde, você já sabe. Mas talvez ainda não saiba que ele é responsável por aproximadamente 30% das mortes relacionadas à doença cardíaca, além de ser um alto fator de risco para certos tipos de câncer.
Por isso, se você quer bem ao seu coração mantenha-se longe do cigarro.

2. Descuidar do peso
Não é só uma questão estética. O excesso de peso sobrecarrega não somente o coração, mas todo o sistema circulatório (o que acaba aumentando a pressão arterial). De acordo com o doutor Fernando Costa, palestrante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a circunferência abdominal é um fator importante para a doença cardíaca, pois o tecido gorduroso que se acumula na barriga provoca o aumento do colesterol.
Uma alimentação rica em frutas e vegetais é uma forte aliada no combate a doenças cardiovasculares, mesmo quando existe uma tendência genética.

3. Exagerar no sal
O sal é importante para o organismo, mas o consumo exagerado tem feito os especialistas o considerarem como vilão na lista dos temperos prejudiciais à saúde. O motivo é simples: o excesso de sal causa hipertensão, aumentando a possibilidade de um ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral.
A recomendação é evitar alimentos industrializados (ricos em sódio) e pensar duas vezes antes de adicionar mais algumas pitadinhas de sal à batata frita ou pipoca.

4. Não praticar exercícios
Acredite: o sedentarismo também é classificado como uma doença e atinge cada vez mais pessoas. Fuja deste inimigo do coração saudável e pratique exercícios!
E é importante lembrar que quando falamos de exercícios físicos, eles não estão relacionados necessariamente apenas à prática de esportes. As atividades físicas podem fazer parte do seu dia a dia de forma simples – caminhadas até o trabalho, trocar o elevador pela escada, pedalar… As possibilidades são inúmeras.

5. Consumir bebidas alcoólicas (exageradamente)
Tomar uma bebida de vez em quando não fará mal ao seu coração, especialmente se você consumir vinho (cujos benefícios para a saúde são reconhecidos pelos médicos).
Mas se você consome bebida alcoólica regularmente, seu coração pode sentir as consequências em longo prazo. Além de afetar o fígado, o excesso de álcool no organismo eleva o risco de hipertensão e doenças cardíacas.
Por isso, não exagere na dose!

6. Dormir mal
A falta de sono prejudica a saúde do nosso coração sem apresentar sintomas. Casos crônicos de insônia são capazes de aumentar a pressão arterial porque é como se o coração nunca entrasse em repouso. E, lembrando, hipertensão é fator de risco para AVC ou insuficiência cardíaca.
Para manter seu coração saudável, não se prive de uma boa noite de sono. Caso sinta insônia com frequência, procure ajude médica.

7. Descuidar das emoções
Não é segredo que as emoções negativas afetam a saúde do coração. Ansiedade, estresse e depressão podem impactar menos sua saúde se você souber administrar as emoções.
Pessoas muito agitadas ou que trabalham demais estão suscetíveis aos infartos. O melhor remédio para o coração é divertir-se. “Tenha uma vida gostosa de viver. Sorria, faças as coisas que você gosta, brinque. Isto é importante para o seu coração.”, recomenda o médico Fernando Costa.

E você? O que tem feito para cuidar do seu coração?


quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Mídias sociais aumentam depressão principalmente entre meninas


Menos autoestima e menos sono

Meninas adolescentes são duas vezes mais propensas que os meninos da mesma idade a apresentar sintomas de depressão associada ao uso das redes sociais.

Uma em cada quatro meninas analisadas apresentou sinais clinicamente relevantes de depressão, enquanto o mesmo ocorreu com apenas 11% dos garotos. Foram analisados dados de quase 11 mil jovens no Reino Unido.

Os pesquisadores constataram que a taxa de depressão mais elevada deve-se ao assédio online, à perda de horas de sono e à baixa autoestima, acentuada pelo tempo nas mídias sociais.

"Aparentemente, as meninas enfrentam mais obstáculos com esses aspectos de suas vidas do que os meninos, em alguns casos consideravelmente mais," disse Yvonne Kelly, professora da Universidade College de Londres, que liderou a equipe responsável pela pesquisa.

As garotas de 14 anos representam o agrupamento de usuários mais incisivos das mídias sociais - 40% delas as usam por mais de três horas diárias, em comparação com 20% dos garotos.

Cerca de 75% das garotas de 14 anos que sofrem de depressão também têm baixa autoestima, estão insatisfeitas com sua aparência e dormem sete horas ou menos por noite.

O estudo também mostrou que 12% dos usuários considerados moderados e 38% dos que fazem uso intenso de mídias sociais (mais de cinco horas por dia) mostraram sinais de depressão mais grave.

Quando os pesquisadores analisaram os processos subjacentes que poderiam estar ligados ao uso de mídias sociais e depressão, eles descobriram que 40% das meninas e 25% dos meninos tinham experiência de assédio online ou cyberbullying.

Atenção dos pais e responsabilidade da indústria

Os resultados renovaram as preocupações com as evidências de que muito mais meninas e mulheres jovens apresentam uma série de problemas de saúde mental em comparação com meninos e homens jovens, e sobre os danos que os baixos índices de autoestima podem causar, incluindo autoflagelação e pensamentos suicidas.

Os pesquisadores pedem aos pais e responsáveis políticos que deem a devida importância aos resultados do estudo.

"Essas descobertas são altamente relevantes para a política atual de desenvolvimento em diretrizes para o uso seguro das mídias sociais. A indústria tem que regular de forma mais rigorosa as horas de uso das mídias sociais para os jovens," disse Kelly.


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Dor no peito: tipos, causas e como proceder em cada caso


Sentir dor no peito é sempre um motivo de preocupação. A dor pode ter diversas origens, mas por estar perto do coração, assusta quem a sente.

É importante se preocupar ao sentir dor no peito, já que doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo. Mas para não precisar correr para o hospital sem necessidade, saiba identificar o que pode significar cada tipo de dor.

Dor no peito: o que ela pode significar?
”A dor no peito pode ter várias causas”, afirma a cardiologista Eliane Guimarães. Além da mais temida dor cardíaca, a dor na região pode ser apenas uma dor muscular, ou até mesmo a irradiação de algum problema abdominal, elenca a médica.
Ao se deparar com uma dor no peito, os médicos consideram vários fatores para definir qual a origem do problema. Antes mesmo de exames, leva-se em consideração a idade e histórico do paciente, além das características momentâneas. Vamos saber mais sobre o tipo de cada dor:

Dor no centro do peito, em aperto
“A dor cardíaca é bem no meio do peito, atrás do esterno, uma dor em aperto”, explica a cardiologista sobre o tipo de dor no peito mais temida. As dores cardíacas podem irradiar para outras partes do corpo, além de serem frequentemente acompanhadas por suor, náuseas e vômito, de acordo com Eliane. Entre as doenças que podem ser sinalizadas por esse tipo, estão:
Infarto: “é a morte do tecido do coração que não foi nutrido pela artéria”, conta Eliane. Geralmente a causa é um bloqueio – chamado de lesão – na artéria, que não deixa o sangue passar.
Pericardite: “é a inflamação da capa que envolve o coração, o pericárdio”, define a cardiologista. Essa doença pode ser causada por diversos fatores e a dor é muito intensa, podendo ser confundida com a do infarto.
Arritmia: é o nome para a condição do descompasso das batidas do coração. Eliane explica que em alguns casos de arritmia, o coração pode não receber sangue o suficiente.
Dor no lado esquerdo do peito
Diferentemente do que muitos pensam, a dor cardíaca não tem origem do lado esquerdo do peito. A cardiologista explica que essa dor é o efeito irradiação, sintoma comum da dor cardíaca: “pode gerar irradiação para o lado esquerdo, braço esquerdo, mandíbula e costas”.

De risco, essa dor pode caracterizar aneurisma de aorta, que consiste no alargamento da aorta, artéria mais importante do corpo humano. “O sangue passa por entre as camadas da artéria, dilatando a artéria”, explica Eliane, que ainda esclarece que a dor proveniente do aneurisma de aorta pode irradiar bastante e é parecida com a dor cardíaca. Também trata-se de um quadro grave.

Dor no lado direito do peito
De acordo com a cardiologista, a dor no lado direito do peito não tem uma causa preestabelecida. Para ajudar a entendê-la é preciso levar em consideração as outras características da dor: se é em queimação, se apenas dói com movimento, por exemplo, para se enquadrarem em outros tipos.

Dor no peito e queimação
“Dor atrás do esterno, em queimação, que vem do estômago até a região da garganta”, descreve Eliane. A dor com queimação é característica de problemas relacionados ao sistema digestivo, especialmente no esôfago, que passa pela região torácica.
Outra característica dessa dor, explica a especialista, é estar relacionada com a alimentação: “Você pode senti-la depois de ingerir algum alimento específico”.
Ela pode sinalizar a esofagite. Trata-se da inflamação do esôfago, e acontece em pessoas que sofrem de refluxo. “O esôfago não está preparado para receber o suco gástrico, que é ácido, então quando esse volta, por meio do refluxo, causa inflamação do tecido, gerando a sensação de queimação”, conta Eliane.

Dor no peito ao respirar
Se você sente dor no peito ao respirar, acompanhada de falta de ar, provavelmente a causa é pulmonar, afirma a cardiologista. Atenção aos riscos:

Pneumonia: trata-se de infecção em um ou nos dois pulmões.
Embolia pulmonar: acontece quando um vaso do pulmão é entupido.
Dor no peito ao se movimentar
A dor no peito que surge apenas ao se movimentar pode ser de origem muscular. “Geralmente ao respirar fundo, este tipo de dor piora”, relata a médica, que descreve a dor como pontadas localizadas.

Para diagnosticar esse tipo de dor – que não tem perigo, se passageira – a cardiologista aconselha lembrar se fez algum esforço físico exagerado, como malhar ou carregar peso, nos dias anteriores à dor.

Dor nas mamas
A dor nas mamas é mais característica das mulheres e pode ser originária de mais de um fator. Se você não se lembra de ter batido a região que está dolorida, a orientação é procurar um ginecologista para investigar se não há riscos das doenças abaixo:
Mastite: a infecção do tecido mamário. Essa dor pode vir acompanhada de inchaço e região mais quente do que o restante do corpo.
Tumor: tumores nas mamas podem causar dores, por isso a especialista recomenda o autoexame e a consulta com o ginecologista.
Por indicar doenças que podem ser graves, pode surgir uma dúvida de como proceder nesses casos.

O que fazer?
A pergunta que surge na cabeça de todos: o que fazer ao sentir uma dor no peito? As informações acima são úteis para que saiba diferenciar os tipos de dores e não confundir uma simples dor muscular depois da academia com a dor causada por infarto.
A primeira orientação de Eliane é: se for uma dor muito forte, dirija-se a um hospital o quanto antes. Caso a dor não seja tão aguda, vale avaliar de acordo com os sintomas e características de dores listados acima.
Caso sinta uma dor cardíaca fraca que, sem motivo, “vai e volta”, marque uma consulta com seu cardiologista para fazer alguns exames.
Se pegou peso ou realizou atividade física nos últimos dias, provavelmente é uma dor muscular. Espere alguns dias, pois deve passar. Caso não passe, recomenda-se procurar um médico.
Se a dor que está sentindo é pulmonar, ou seja, ao respirar e acompanhada de falta de ar, Eliane aconselha marcar uma consulta com um pneumologista.
Caso tenha identificado uma dor característica de esofagite, marque uma consulta com um gastroenterologista para exames e orientações. O importante é: se a dor persistir e vier acompanhada de outros sintomas, não hesite em procurar um especialista.

Prevenção
Felizmente, existem algumas medidas que auxiliam na prevenção de problemas causadores da dor no peito. São elas:

Não fumar ou, ao menos, tentar largar este vício
Manter alimentação saudável
Fazer atividades físicas regularmente
Manter a pressão arterial controlada
Consultar-se com cardiologista ou outros médicos com regularidade
Realizar exames conforme solicitação médica

Fique atento aos sintomas e procure identificar qual é o tipo da sua dor. Não se assuste previamente: dores no peito nem sempre significam infarto. Na dúvida, busque por orientação de quem mais entende do assunto.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/dor-no-peito/ - Escrito por Fernanda Maranha - FOTO: ISTOCK

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Sintomas da menopausa: conheça os principais e saiba como aliviá-los


A menopausa é uma fase que traz dúvidas e inseguranças, já que carrega consigo sintomas que variam de organismo para organismo. Segundo a ginecologista e cosmetoginecologista Renata Guidoni, “a menopausa é a interrupção permanente da menstruação por mais de um ano, que ocorre devido à falência dos ovários com a diminuição de produção hormonal”. Os sintomas da menopausa já são bastante conhecidos mas ainda causam certo incômodo.

De acordo com a médica, a menopausa passa por dois estágios. O primeiro caracterizado como pré-menopausa (período de 3 a 5 anos que antecedem o término da menstruação) e o segundo sendo a menopausa em si, quando há a ausência definitiva da menstruação por mais de um ano. Algumas mulheres ainda podem sofrer de menopausa precoce, que é a ausência da menstruação antes dos 40 anos. Confira abaixo a lista de sintomas da menopausa:

Sintomas da menopausa
Fogachos: calores noturnos principalmente no rosto com sensação de queimação.
Sudorese: excesso de suor principalmente no rosto e nos membros superiores.
Dores: dor de cabeça frequente, nas articulações, no trato urinário e na vagina.
Insônia: dificuldade para dormir.
Secura vaginal: dificuldade de lubrificação que pode provocar dor durante as relações sexuais.
Incontinência urinária leve: perda involuntária da urina.
Alterações de humor: sintomas de ansiedade, nervosismo, exaustão mental, irritabilidade e, em alguns casos, depressão.
Peso: possível ganho ou perda de peso.
Menstruação: menstruação ausente, irregular ou anormal.
Pele: alterações na pele, que pode ficar seca ou com textura diferente da normal.
Tenho todos os sintomas: o que fazer?

Depois de identificados os primeiros sintomas, você pode seguir algumas recomendações. Tenha sempre em mente que isso faz parte do ciclo natural da mulher e que não há motivo para pânico.

Antes de mais nada, procure um médico especialista
Se você tiver entre 40 e 50 anos e notar alguns sintomas da menopausa, o primeiro passo a ser dado é buscar orientação médica para seguir o tratamento adequado.

Quais os principais tratamentos e formas de aliviar os sintomas?
Terapia de reposição hormonal, medicamentos que aliviam as ondas de calor, medicamentos fitoterápicos, alimentação equilibrada e prática de atividades físicas.

Existem tratamentos alternativos?
“Laser vaginal e radiofrequência vaginal são tratamentos não hormonais que podem auxiliar no alívio de alguns sintomas geniturinários, como atrofia vaginal e ardência vaginal, urgência urinária e dor durante as relações sexuais”, explica Guidoni.

A menopausa traz alterações para o corpo e metabolismo da mulher?
“Sim. É possível que a menopausa provoque mudanças no depósito de gordura do corpo da mulher, aumente os riscos de osteoporose, provoque alterações vasculares e acentue os sintomas depressivos nas mulheres que já tinham tendência à depressão”, finaliza a médica.

A menopausa é uma fase inevitável na vida de qualquer mulher e, claro, o processo de mudanças no corpo é algo que precisamos cuidar com carinho e atenção. Por mais que os sintomas sejam desagradáveis, a medicina moderna traz diversos tratamentos que contribuem para o alívio dos sintomas e para a estabilização dos níveis hormonais. Por isso, buscar orientação adequada e zelar pela própria saúde com hábitos saudáveis sãos os principais caminhos para conquistar a qualidade de vida.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/sintomas-da-menopausa/ - Escrito por Andrea Sakugawa