terça-feira, 17 de abril de 2018

Fake news: como identificar e não espalhar mentiras na internet

Notícias falsas podem ser tipificadas como crime e queimam seu filme tanto nas redes sociais quanto na vida real

Basta abrir o Facebook, o Twitter ou algum grupo com muita gente no Whatsapp para ter altas chances de se deparar com uma notícia falsa. Pior ainda é quando você mesma cai em uma delas e acaba sendo a propagadora das mentiras, mais conhecidas como fake news.

O caso notório mais recente de fake news foi no mês passado, logo após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Por motivos políticos, começaram a brotar pelas redes sociais informações mentirosas sobre Marielle, tanto para difamá-la quanto para deslegitimar suas lutas. A bola de neve foi tão grande que um grupo de advogadas se uniu para encaminhar os posts à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Elas não fizeram isso à toa: produzir fake news pode ser classificado como crime contra a honra – isso já foi defendido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E tramitam dois projetos de lei para criminalizar e punir tanto quem produz quanto quem dissemina notícias falsas para prejudicar pessoas, a saúde, a segurança, a economia ou o processo eleitoral. Para que você fique por dentro, estes PLs são o 6.812/2017, do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e o 473/2017, do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Ou seja, o cerco está se fechando para quem compartilha fake news, não importa se por maldade ou por inocência.

Queima filme
Uma forma muito eficaz de queimar seu filme rapidinho nas redes sociais e na vida “ao vivo”, fora delas, é compartilhando fake news. Sempre haverá alguém que sabe que aquilo não é verdade e que já olhará torto para você. E isso pode ser prejudicial tanto para sua imagem pessoal quando para a profissional. Empresas não gostam de funcionários mentirosos, clientes evitam empreendedores que espalham boatos e mentiras, as pessoas se afastam de quem tem esse mau hábito.

“A rede social é uma vitrine, e quando você compartilha um conteúdo, está tomando para si o discurso nele escrito. Não à toa, o número de compartilhamentos é uma das principais métricas de redes sociais”, explica Laura Fraga, especialista em marketing digital.

Ela confirma que esse comportamento pode comprometer a reputação de quem clicou no compartilhar sem pensar nas consequências: “Isso é básico, não pega bem em nenhum tipo de relação. Não esqueça que você não está em um ambiente privado. A rede social, por mais filtros de privacidade que você use, é pública. Tudo dito ali será utilizado contra ou a favor de você.”

Na opinião de Armindo Ferreira, especialista em novas tecnologias da comunicação, esperar que as próprias redes sociais criem ferramentas de filtro ou de denúncia de fake news é perda de tempo. “É necessário que cada pessoa entenda o impacto que uma notícia falsa pode trazer para a sociedade”, afirma.

Guia prático para identificar e não espalhar fake news
Laura e Armindo dão as dicas mais importantes para que você não corra o risco de cometer um crime nem de queimar sua imagem com colegas, clientes, familiares e amigos. Identificar fake news não é tão difícil; só requer um pouco de atenção, discernimento e pesquisas na própria internet.

– Verifique a reputação da fonte da notícia
“As pistas mais evidentes são sites estranhos, de que você nunca ouviu falar, e estudos sem nomes que credibilizam alguma coisa. Toda matéria precisa de uma fonte, jogar o nome da pessoa no Google e ver se ela existe e realmente atua naquela área é fácil”, diz Laura.
 Checar a veracidade das informações pela internet é fácil e evita que você dissemine fake news
Checar a veracidade das informações pela internet é fácil e evita que você dissemine fake news (StockRocket/Thinkstock)

– É uma matéria ou uma opinião?
Armindo destaca que, muitas vezes, o conteúdo é um artigo opinativo, não uma matéria jornalística que ouviu todos os lados e oferece as fontes da informação com links para que você possa consultar. E, muitas vezes, as pessoas compartilham opiniões como se fossem fatos, incorrendo nas “notícias” falsas.

– Cheque se grandes veículos estão falando sobre o assunto
A “notícia” é bombástica: “Político X será preso hoje à noite”. Mas só um site está falando sobre ela. Ou, ainda, o texto – exatamente igual – está replicado em diversos sites com o mesmo viés político, e apenas neles. Os grandes portais, jornais e veículos de comunicação não têm nada sobre o assunto. Tudo facilmente verificável em qualquer site de busca. Fuja, miga, é fake news na certa.

– Atenção aos sites com nomes quase iguais aos de grandes veículos
Laura observa que muitos sites de fake news têm nomes e URLs muito parecidos com os de veículos de comunicação confiáveis, colocando apenas um número no final, por exemplo.

– Questione-se sobre as fontes do texto
Para dar credibilidade ao texto, os sites de fake news muitas vezes mencionam grandes jornalistas como fontes que teriam dito algo controverso. Questione-se: essa pessoa realmente falaria isso? Por quê? Se ela é do Grupo X ou do Jornal Y, por que falaria para um site desconhecido sobre algo polêmico? E, mais uma vez: procure no Google se há alguma chance de isso ser real.

– O texto político é muito contundente em relação ao que você acredita?
Não importa se sua posição política é à esquerda ou à direita: desconfie se um texto que se apresenta como notícia for muito certeiro em relação às suas convicções. Matérias jornalísticas normalmente ouvem os dois lados e mantêm a isenção. Tudo que for diferente disso é opinião e, caso se encaixe em outros itens desta lista, tem grandes chances de ser fake news.

– É um conteúdo de ataque direto contra um político ou partido?
Isso já é controverso normalmente, e tende a piorar muito daqui para a frente, já que estamos em ano de eleições. Se o texto que você ler tiver como objetivo claro atacar um politico, candidato ou partido, sem embasamento ou fontes confiáveis, pode saber que é fake news. “Vão tentar destruir a reputação de todos os políticos, independentemente da orientação política, e transformar os eleitores em propagadores de mentiras”, prevê Laura. Não seja essa pessoa que se deixa ser usada como massa de manobra.

– Duvide de áudios de Whatsapp
Você está de boas no seu trabalho e de repente recebe no Whatsapp um áudio creditado a um delegado de polícia falando algo super polêmico e pedindo para que o áudio seja compartilhado. Isso tem as palavras FAKE NEWS piscando ao redor. “É fácil uma pessoa se passar por outra. Cuidado com as paixões”, alerta Laura.

– Só compartilhe o que você falaria ao vivo sem medo de passar vergonha
“Reflita sobre a real importância daquilo e, principalmente, sobre o impacto que aquilo pode trazer”, orienta Armindo. Laura complementa, para finalizar: “Costumo brincar com meus alunos que em rede social a gente só fala ou posta o que puder ser dito em uma roda com sua avó, seu chefe e sua melhor amiga. Se algum deles não puder escutar, ou souber que não é verdade, melhor não dizer”.


segunda-feira, 16 de abril de 2018

O que acontece com o corpo quando você para de tomar refrigerante

Deixar o refrigerante de lado ajuda a reduzir o risco de diversas doenças e contribui para o emagrecimento

Embora tenha um sabor irresistível, o refrigerante é um dos principais vilões da alimentação por não ter nenhum valor nutricional. Devido grande quantidade de açúcar, sódio e diversas substâncias artificiais, a bebida gaseificada traz diversos prejuízos à saúde.

De acordo com Regina Carrijo, Coordenadora de Nutrição do Hospital Santa Catarina (SP), o consumo excessivo e a longo prazo dos refrigerante traz resultados preocupantes ao corpo como: aumento de peso, retenção de líquidos, redução da absorção de nutrientes, desconforto abdominal, refluxo e insônia quando a base de cola.

O consumo de refrigerantes leva a uma diminuição do consumo de água e sucos naturais, que são fundamentais em uma alimentação equilibrada. Além disso, a bebida contribui para redução da saciedade, assim você sentirá fome a todo momento.

Deixar de beber refrigerante pode parecer impossível, mas, em longo prazo, o corpo agradece. Veja algumas coisas que podem acontecer com o seu corpo se você cortar de vez o refrigerante da alimentação:

1. Emagrece
O refrigerante é um dos principais colaboradores para a epidemia de obesidade. Isso ocorre porque o refrigerante é uma bebida extremamente calórica e geralmente consumida em grande quantidade, levando ao ganho de peso.
"Por ser uma bebida com alta concentração de açúcar e sal ocorre um aumento na retenção de líquidos. Então, deixar de consumir a bebida contribui para perda de peso", afirma Regina Carijo.

2. Reduz riscos de disfunção erétil
A disfunção erétil pode ter vários fatores de risco, sendo principalmente causado por doenças cardiovasculares como infarto e derrame.

"O alto teor de sódio e os elevados níveis de açúcar na bebida podem, em última análise, agravar quadros de hipertensão arterial e diabetes. Estas são sabidamente doenças que atacam a função erétil do paciente", afirmou Paulo Roberto Salustiano, urologista e membro da SBU-RJ.

3. Reduz riscos de câncer
Segundo Carijo, considerando que o refrigerante possui em sua formulação sódio, corantes, acidulantes e demais aditivos químicos, especialmente bisfenol - A, que podem favorecer alterações metabólicas importantes, que pela cronicidade podem favorecer o surgimento de doenças mais graves, incluindo o câncer.
Um estudo realizado por especialista da Lund University, na Suécia, descobriram que o consumo da bebida favorece o surgimento de tipos agressivos de câncer de próstata. Saiba mais sobre a pesquisa aqui!

4. Rejuvenesce a pele
Como dito anteriormente, o refrigerante possui diversas substâncias maléficas para o nosso organismo. Entre as mais prejudiciais estão o sódio e o açúcar que contribui para retenção de líquidos e para o desenvolvimento de celulites.
"A excessiva quantidade de açúcar desses produtos é capaz de promover na pele um processo chamado glicação, reação química em que uma molécula de açúcar se liga ao colágeno e a decompõe gerando envelhecimento celular e por consequência rugas e flacidez", comenta a dermatologista Kaliandra Caineli.

5. Previne diabetes
Deixar de tomar refrigerante é o mesmo que evitar o consumo de aproximadamente 10 colheres de açúcar, que podem causar a redução da ação da insulina, levando ao aumento de glicose no sangue. "A substituição do refrigerante por suco de frutas naturais acrescenta nutrientes e excluem aditivos e conservantes, além do açúcar. Portanto, uma escolha saudável", disse Carijo.
Uma pesquisa europeia, desenvolvido pelo Imperial College London, 340 ml refrigerante por dia, o equivalente a uma lata, aumenta em 22% o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Entenda mais sobre o estudo!

6. Protege contra problemas de fígado
Os refrigerantes, quando absorvidos no intestino, liberam uma grande quantidade de açúcar, ácido fosfórico e substâncias tóxicas que sobrecarregam o fígado, transformando o açúcar em gordura.
"Há uma substância chamada bisfenol - A, que no fígado possui uma ação tóxica e transforma o açúcar em gordura, que fica lá depositada causando problemas importantes e que podem ser crônicos", revela Regina.

7. Reduz incidências de infecção urinária
Embora os refrigerantes tenham água em sua composição, eles acabam por causar desidratação e a redução do fluxo urinário, pode causar maior risco de infecção urinária.
"Não há nenhuma comprovação direta desse efeito através de um grande estudo científico. Mas na dúvida é melhor evitar. Lembrando também que o açúcar presente nessas bebidas são normalmente em grande quantidade e podem agravar um quadro de diabetes que, por si só, já aumenta o risco de infecção urinária", disse Paulo Salustiano.

8. Prevenir o envelhecimento precoce
De acordo com a nutricionista clínica Jane Carvalho, o fosfato, substância presente nos refrigerantes, acelera o envelhecimento das células e prejudica as funções renais e musculares. Dessa forma, o fosfato é um dos responsáveis pelo envelhecimento. Portanto a retirada da bebida, pode aumentar o tempo de vida útil das células.

9. Afasta doenças cardíacas
O excesso de sódio nos refrigerantes aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como o inferno. Reduzir o consumo de bebidas açucaradas ajuda diminuir a pressão arterial.
Um estudo feito pela Harvard School of Public Health (EUA) aponta que ingerir bebidas açucaradas diariamente, como refrigerantes, podem aumentar o risco de doenças cardíacas em homens. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam durante 22 anos 43 mil homens, que tinham idades entre 40 e 75 anos quando o estudo começou.
Ao longo do estudo, foram registrados 3.683 ataques cardíacos. Com base nos relatórios preenchidos pelos participantes, foi possível observar que os homens que bebiam um copo de refrigerante por dia tinham um risco 20% maior de sofrer uma doença cardíaca do que os demais. Veja tudo sobre a pesquisa aqui.

10. Previne a osteoporose
A nutricionista Jane Carvalho revela também que o ácido fosfórico contido nos refrigerantes, induz a excreção de cálcio do organismo, que a longo prazo, pode causar deficiência desse nutriente e predispor a osteoporose.
Além disso, o consumo de refrigerantes compromete na formação dos ossos e dentes em crianças de 2 a 14 anos. Retirar a bebida, ajuda na prevenção e tratamento da osteoporose.

O que acontece no seu corpo quando você toma refrigerante?
De acordo com a nutricionista Jane Carvalho, tomar refrigerante causa prejuízos ao seu corpo em poucos minutos. Confira:

Primeiros 10 minutos: é como se tivesse ingerido 10 colheres de chá de açúcar
Depois de 20 minutos: O nível de açúcar eleva muito em seu sangue, forçando um acúmulo de insulina no sangue. O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em gordura
Depois de 40 minutos: leva o cálcio, magnésio e zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo. As altas doses de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina
Depois de 60 minutos: as propriedades diuréticas da cafeína entram em ação, eliminado com ela vários nutrientes necessários à sua saúde.

Quais as melhores substituições para refrigerante
Retirar algo da alimentação não é uma tarefa fácil, especialmente quando estamos falando de bebidas com alto teor de açúcar. No entanto, sabemos que o seu consumo pode prejudicar nosso organismo, então, para tornar essa missão mais tranquila, é possível fazer algumas substituições no cardápio.

Muitas pessoas acreditam que substituir o refrigerante comum pelo diet ou light já é uma excelente escolha. No entanto as versões diet e light contém uma quantidade maior de sódio, o que acaba não sendo saudável também.

O ideal é trocar o refrigerante por itens ricos em vitaminas, fibras e sais minerais, como:
Água mineral
Água de coco
Sucos naturais.


domingo, 15 de abril de 2018

Atividade física do dia todo é que importa - incluindo esforços esporádicos

Um pouco de cada vez

Durante décadas, temos sido inundados por uma confusão de mensagens sobre a melhor forma de combater os riscos para a saúde do estilo de vida sedentário: caminhar 10 mil passos por dia, fazer um treino de sete minutos usando um aplicativo de celular e até rodar pneus pesados em acampamentos de fim de semana.

Acontece que qualquer tática de atividade física - mesmo quando feita em pequenos períodos ao longo do dia - resulta na redução do risco de doenças e morte por qualquer causa, afirmam pesquisadores.

"Nos últimos 30 anos, as diretrizes têm sugerido que atividades moderadas a vigorosas podem trazer benefícios à saúde apenas se você mantiver a atividade por 10 minutos ou mais. Isso está estampado nas recomendações de saúde pública que aconselham a subir escadas em vez de usar o elevador e estacionar mais longe do seu destino. Mas isso não leva 10 minutos, então por que eles são recomendados?" questiona o professor William Kraus, da Universidade Duke (EUA).

Os experimentos feitos pela equipe do professor Kraus constataram que breves viagens subindo e descendo escadas de fato devem ser levados em conta e somados aos minutos de exercícios acumulados - você não precisa fazer 10 minutos de uma vez só e menos ainda passar horas na academia, desde que a intensidade dos seus minutos de exercício atinja um nível moderado ou vigoroso.

O esforço moderado foi definido como caminhada rápida em um ritmo que dificulta a conversação. Aumentar esse ritmo para uma corrida seria um exercício vigoroso para a maioria das pessoas.

Recomendações de exercícios físicos estão exageradas

Soma dos esforços físicos

As melhorias mais dramáticas quanto ao risco geral de morte e doença ocorreram com uma quantidade relativamente pequena de esforço distribuído ao longo do dia - ainda que, quanto mais você fizer, melhores serão os benefícios, disse Kraus.

Pessoas que fizeram menos de 20 minutos de atividade total moderada ou vigorosa a cada dia tiveram o maior risco de morte. Aquelas com 60 minutos por dia reduziram o risco de morte em mais da metade - 57%. Fazer pelo menos 100 minutos de atividade moderada ou vigorosa por dia reduziu o risco de morte em 76%.

As diretrizes atuais do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, publicadas em 2008, recomendam pelo menos 150 minutos de exercício moderado ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana, distribuídos durante vários dias, disse Kraus. Essas diretrizes estão sendo atualizadas e deverão ser anunciadas ainda este ano.

Os resultados foram publicados no Journal of the American Heart Association.


sábado, 14 de abril de 2018

10 fatores de risco para o AVC

Fugir deles aliviaria dramaticamente os índices do segundo problema de saúde que mais causa estragos no planeta - e de seus sintomas limitantes

Você está prestes a conhecer o maior e mais importante roteiro sobre como evitar um acidente vascular cerebral (AVC) – e seus sintomas – já elaborado até agora. É assim que pode ser definido o InterStroke, estudo publicado no renomado periódico científico The Lancet.

Capitaneado pela Universidade McMaster, no Canadá, ele reúne informações de 26 mil pessoas de 32 nações diferentes – incluindo o Brasil. Metade dos indivíduos analisados chegou ao hospital após sofrer o entupimento ou o rompimento de um vaso sanguíneo que irriga a cabeça. A outra parcela, por sua vez, não passou por esse baque e serviu de base para a comparação dos resultados.

A primeira conclusão a chamar a atenção: 90% dos casos de AVC não ocorreriam se controlássemos dez fatores que lesam as artérias cerebrais (pressão alta, tabagismo, diabete…). Se isso fosse seguido à risca, o número de atingidos todos os anos no mundo cairia de 15 milhões para 1,5 milhão. Só em nosso país reduziríamos em 450 mil episódios a taxa anual de eventos do tipo. É o equivalente a salvar a cada 12 meses um contingente similar à população de Florianópolis, em Santa Catarina.

O derrame disputa com o infarto a cabeceira no inglório ranking das doenças que mais matam em todo o globo. Como se não bastasse, aqueles que sobrevivem ao ataque convivem com uma série de limitações, como dificuldades para falar e se locomover. “Precisamos implementar com urgência as medidas de controle sobre esses dez fatores de risco”, afirma o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e coordenador do InterStroke em terras brasileiras. A seguir, você confere detalhes e orientações em relação a cada um dos agentes promotores do AVC. Evitá-los é primordial para garantir vida longa e funcional ao cérebro.

1) Hipertensão
Se controlada, diminuiria as taxas de AVC em 47,9%
Ela é disparado o fator de risco campeão. Ajustar a pressão já faria cair ao meio as estatísticas de AVC. “A hipertensão desgasta e provoca lesões nas paredes dos vasos”, explica o médico Marcus Malachias, presidente daSociedade Brasileira de Cardiologia. Imagine uma mangueira submetida por um bom tempo a uma pressão de água forte. Concorda que uma hora ela vai corroer e rasgar? Pois é algo parecido o que acontece com as artérias do cérebro. “Para piorar, 90% dos hipertensos não apresentam sintomas e só 20% deles estão com os níveis de pressão equilibrados”, alerta Malachias.

O que você pode fazer
Não exagere no sal.
Capriche no consumo de vegetais.
Verifique a pressão de tempos em tempos.
Se for diagnosticado com hipertensão, tome direitinho os medicamentos prescritos.

2) Sedentarismo
Se controlado, diminuiria as taxas de AVC em 35,8%
Ficar parado por muito tempo é péssimo para a saúde como um todo. O desdobramento imediato do sedentarismo é o acúmulo das calorias dos alimentos. Isso vai desembocar em ganho de peso, hipertensão, diabete… Já percebeu onde vamos parar, não é? Na contramão, investir numa rotina de atividade física impede esse turbilhão de complicações e, mais importante, tem efeito direto no sistema vascular. “Quem se exercita com regularidade se beneficia com a produção de substâncias que evitam a formação de placas de gordura e aumentam a capacidade de o vaso contrair e relaxar”, justifica a neurologista Gisele Sampaio, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

O que você pode fazer
Escolha um esporte que lhe dê prazer.
Crie uma programação semanal de treinos.
Busque suporte de profissionais de educação física para ter orientações.
Se persistência for seu fraco, forme grupos para suar a camisa. Assim um anima o outro.

3) Colesterol alto
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 26,8%
“O LDL e os outros tipos do colesterol ruim são os principais responsáveis pelo surgimento de placas que obstruem os vasos”, avisa o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. Segundo o médico, ainda restavam poucas dúvidas sobre o papel do excesso de gorduras na probabilidade de um AVC dar as caras – e a nova publicação acaba com qualquer inquietação. Curiosamente, os estudiosos não mediram no trabalho o LDL e o HDL dos voluntários. Eles preferiram usar a diferença entre a apolipoproteína B (ApoB) e a apolipoproteína A1 (ApoA1), partículas de proteína ligadas ao colesterol (entenda as razões à direita).

O que você pode fazer
Maneire nos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.
Faça checkups para ver a quantas anda o seu colesterol todos os anos.
Se o médico decidir lançar mão de remédios como as estatinas para abaixar os níveis, siga rigorosamente o tratamento.

4) Dieta ruim
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 23,2%
Junto com a atividade física, a alimentação constitui o pilar fundamental de uma vida saudável. “Alguns nutrientes, como o ômega-3 dos peixes e das nozes, têm ação nas artérias, preservando-as de processos inflamatórios e da formação de coágulos”, exemplifica a nutricionista Rosana Perim, do Hospital do Coração, em São Paulo. O estudo tomou como base de uma dieta ideal o Alternate Healthy Eating Index, roteiro criado nos Estados Unidos que traz recomendações gerais de nutrição. Dá pra conferir as suas premissas à direita.

O que você pode fazer
O novo guia separa em três partes as diretrizes alimentares
Consumir seis componentes com frequência:
Verduras
Frutas
Grãos integrais
Castanhas
Legumes
Ômega-3

Usufruir de um item de forma moderada:
Álcool
Ingerir com muita moderação:
Bebidas açucaradas
Carne vermelha e processada
Gordura trans
Sódio

5) Obesidade
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 18,6%
Os quilos extras andam de mãos dadas com hipertensão, colesterol nas alturas, diabete… “Fora que a obesidade central, quando a gordura se acumula na região da barriga, é particularmente nociva porque libera substâncias perigosas para as artérias”, informa Malachias. No InterStroke, para saber se um voluntário estava acima do peso, foi levada em conta a relação cintura-quadril, uma medida simples e fácil de ser feita. “Ela é mais fidedigna que o popular índice de massa corporal, o IMC”, compara Malachias.

O que você pode fazer
Aprenda a calcular sua relação cintura-quadril: com uma fita métrica, meça o diâmetro de sua cintura, perto da altura do umbigo. Repita o procedimento para obter o tamanho do quadril, nas nádegas. Divida o primeiro valor pelo segundo. Números maiores que 0,8 para mulheres e 0,9 para homens são sinal de encrenca. Atenção: as brasileiras costumam ter o quadril largo, o que confundiria os prognósticos.
Se preciso, peça ajuda de um expert para emagrecer.

6) Estresse
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 17,4%
Tensão exacerbada e transtornos como ansiedade e depressão figuram em sexto lugar no ranking dos malfeitores. “O InterStroke considerou como o estresse abala o sujeito em quatro domínios: família, sociedade, trabalho e finanças”, descreve Avezum. A partir de entrevistas, os autores chegavam à conclusão de como se encontrava o bem-estar mental de cada um. Isso é significativo porque há uma relação direta entre nervosismo constante e alterações circulatórias capazes de gerar uma pane cerebral. “No sentido contrário, quem é espiritualizado e calmo possui um risco menor de enfrentar o problema”, nota Sheila Martins. Motivo extra para descansar e esfriar a cabeça de uma vez por todas.

O que você pode fazer
Reserve um horário de seu dia para fazer coisas que deem prazer e alegria.
Não consegue se desligar? Que tal apostar em técnicas como a meditação e o mindfullness?

7) Tabagismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 12,4%
Eis um vilão antigo e que ainda cobra campanhas. O cigarro lesa a camada interna dos vasos, deixa os tubos sanguíneos mais estreitos e acelera o aparecimento de placas de gordura – quadro propício para infartos e AVCs. “Felizmente, o hábito de fumar vem diminuindo bastante no Brasil nos últimos anos, graças ao movimento de conscientização e às novas leis”, comemora Sheila.

O que você pode fazer
Existem diversos métodos e até remédios que auxiliam a largar o vício.
Elabore uma lista com fatos decisivos para desistir do tabaco. Assim, fica mais fácil resistir se vier a tentação de voltar.
Grupos de apoio apaziguam as aflições da abstinência.

8) Doenças cardíacas
Se controladas, diminuiriam a taxa de AVC em 9,1%
A arritmia, distúrbio em que as batidas do coração ficam fora de ritmo, dáum incentivo danado para o surgimento de coágulos. “E, algumas vezes, eles viajam até o cérebro e causam AVC”, relata o neurologista Márcio Bezerra, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Para evitar essa repercussão, pessoas diagnosticadas com a condição necessitam engolir alguns comprimidos, como anticoagulantes.

O que você pode fazer
Visite o cardiologista de tempos em tempos. Um simples eletrocardiograma é suficiente para flagrar arritmias.
Uma vez que a falha no peito é detectada, converse com o doutor sobre os recursos terapêuticos disponíveis.

9) Alcoolismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 5,8%
“Em pequenas quantidades diárias, o que significa no máximo uma taça de vinho, as bebidas levam a um relaxamento dos vasos”, adianta Rosana Perim. Se exceder no álcool, porém, dá-lhe encrenca. “As artérias ficam mais apertadas e rígidas, o que dificulta e até trava o transporte de nutrientes”, completa a nutricionista. O recado, mais uma vez, é moderação: fique esperto e nada de abusar dos drinques. Caso não tenha o costume de beber, não há necessidade de criar o hábito pensando em saúde.

O que você pode fazer
Maneire nas doses
Se for o caso, converse com um profissional

10) Diabete
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 3,9%
O relato dos participantes e o exame de hemoglobina glicada (que mostra a variação nas taxas de açúcar de três meses)serviram para determinar quem era diabético. Mas a influência desse problema no risco de AVC ficou abaixo do esperado, o que gerou estranheza. “Sabemos que o diabete faz subir o risco de lesões nos vasos, mas talvez seu peso seja inferior ao da pressão e do colesterol”, reflete o cardiologista Otavio Gebara, diretor médico do Hospital Santa Paula, na capital paulista.

O que você pode fazer
Seja comedido nos doces e nos carboidratos em geral.
Adotar uma vida ativa mantém a glicose dentro dos parâmetros saudáveis.
A glicemia de jejum precisa sempre estar menor que 99 mg/dl. Entre 100 e 125 mg/dl é pré-diabete. Acima de 126 mg/dl já se instalou a doença.
Se for diabético, monitore a glicemia e siga o esquema terapêutico.

O papel do ambiente
Outro estudo de peso recém-publicado no The Lancet foi o Global Burden Disease, que fez uma análise da mortalidade de uma série de enfermidades pelo mundo. E os dados apontam que 29% dos casos de AVC são atribuíveis à poluição. De 1990 a 2013, houve um aumento de 33% na atuação das partículas tóxicas como estopins de derrames. O combate à poluição é crucial inclusive à saúde pública.

Como socorrer alguém que teve um derrame?
A dica é ficar atento aos sinais. “Entre eles, destacam-se perda de força e dormência nos membros, dificuldade para enxergar ou se comunicar, tontura, falta de equilíbrio e dor de cabeça súbita e insuportável”, enumera a neurologista Sheila Martins, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Se você notar alguns deles, ligue para o serviço de emergência. O atendimento rápido poupa vidas e a maioria das sequelas graves.


sexta-feira, 13 de abril de 2018

Quem deve tomar a vacina da gripe?

A campanha de vacinação contra os vírus influenza começa nas próximas semanas. Confira quem precisa visitar o posto de saúde em breve

A maioria dos brasileiros pode tomar a vacina que protege contra a gripe. Porém, como não há imunizantes disponíveis para toda a população, o governo define alguns públicos que são mais suscetíveis à doença, correm um risco maior de sofrer complicações após a infecção inicial ou têm contato diário com várias pessoas e, assim, transmitiriam o vírus para muita gente. São eles os que recebem gratuitamente a vacinação durante a campanha:

Crianças de 6 meses a 5 anos
Gestantes
Mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias
Pessoas com mais de 60 anos
Profissionais da saúde
Professores da rede pública e particular
População indígena
Portadores de doenças crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide
Indivíduos imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia
Portadores de trissomias, como as síndromes de Down e de Klinefelter
Pessoas privadas de liberdade
Adolescentes internados em instituições socioeducativas, como a Fundação Casa

A campanha de imunização promovida pelo Ministério de Saúde começa no dia 23 de abril e vai até 1 de junho. Se você faz parte dos grupos listados acima, basta ir até a unidade de saúde mais próxima de casa para tomar a sua dose. Assim, você se resguarda e ainda diminui a probabilidade de repassar o vírus influenza, causador da gripe, para seus familiares e amigos.

Caso você não se encaixe em nenhum desses perfis e quiser se vacinar, é possível obter a sua dose em clínicas privadas. A Sociedade Brasileira de Imunizações, por exemplo, indica o imunizante para todas as pessoas com mais de 6 meses de vida – e que não tenham contraindicações.

Na rede privada, a vacina custa entre 100 e 200 reais e tem a mesma ação do produto disponibilizado na rede pública. Em alguns estabelecimentos, é oferecida uma versão quadrivalente, que imuniza contra quatro cepas diferentes de vírus (geralmente o H1N1, o H3N2 e os influenzas do tipo B da linhagem Victoria e Yamagata).

Nos postos de saúde públicos, só existe o produto trivalente, que protege contra três tipos: o H1N1, o H3N2 e uma linhagem do tipo B (Victoria ou Yamagata). Ele já é suficiente para evitar a grande maioria dos casos.

E quem não pode?
Não há muitas contraindicações em tomar a vacina da gripe. Ela está proibida somente para quem tem alergia grave ao ovo, uma condição rara. Isso se deve ao fato de os antígenos que são colocados no imunizante serem cultivados dentro da casca e utilizarem a gema e a clara para se replicarem durante o processo de fabricação. Se você estiver em dúvida, melhor conversar com seu médico.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-gripe-quem-deve-tomar/ - Por André Biernath - Foto: Eduardo Svezia/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Os novos limites para pressão alta – e os tratamentos contra ela

As taxas da pressão arterial consideradas saudáveis ficaram mais rígidas. Mas há remédios contra a hipertensão e causas do problema que você pode evitar

Não há doença mais democrática que hipertensão. Em meio a 1 bilhão de vítimas pelo planeta, ela não distingue cor, sexo, religião ou classe social. “A pressão alta está entre as principais culpadas por infarto, acidente vascular cerebral, entre outros males”, afirma o cardiologista Marcus Malachias, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Ou seja, financia as primeiras causas de morte no Brasil e em boa parte do mundo.

Fatos tão preocupantes cobram uma medida enérgica. E foi o que fizeram a Associação Americana do Coração e o Colégio Americano de Cardiologia ao atualizar as recomendações de diagnóstico e tratamento da pressão alta. Antes, o sujeito era hipertenso se o aparelhinho mostrasse números acima de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Agora, 130 por 80 (o popular 13 por 8) já é doença, e situações que variam de 120 a 129 por 80 – antes normais – acionam o sinal amarelo.

“Essa foi a maior ação de prevenção cardiovascular realizada pelo bem da humanidade”, diz o cardiologista Flavio Fuchs, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mais abaixo, você confere as novas taxas em detalhes.

Debates à parte – alguns médicos acham os novos limites muito radicais -, a questão é que flagrar (e controlar) o problema mais cedo faz diferença. Com mudanças no estilo de vida, é possível domar uma pressão mais elevada a ponto de impedir ou postergar sua conversão para a hipertensão – e sem apelar a remédios.

Ajustes na dieta e exercícios derrubam até 20 mmHg. Parece pouco? “A cada redução de 2 mmHg, o risco de um AVC cai em 10%”, calcula o cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

Como saber se eu tenho pressão alta
Veja como eram e como ficaram as recomendações americanas para pressão arterial. A última diretriz brasileira já apontava a mesma tendência

Como ficou nos EUA

Normal – abaixo de 120 por 80
Pré-hipertensão / pressão elevada* – de 120 a 129 por 80 (antes era de 120 por 80 a 139 por 89)
Hipertensão – acima 130 por 80 (antes era acima de 140 por 90)

Como é no Brasil

Normal – abaixo de 120 por 80
Pré-hipertensão / pressão elevada* – de 121 por 81 a 139 por 89
Hipertensão – acima de 140 por 90
*não existe mais o termo “pré-hipertensão” por aqui

Os remédios que combatem a pressão alta
Por mais que as mudanças de estilo de vida sejam vitais, muitos casos não conseguem escapar dos medicamentos. E não enxergue essa necessidade como sinal de fracasso.
Eles são prescritos quando a pressão está acima dos 140 por 90 mmHg, ou se o risco cardíaco é elevado (se o paciente é mais velho, fuma, tem colesterol alto ou diabetes…) ou ainda se as medidas de alimentação, atividade física e manejo do estresse não trouxeram os resultados esperados após alguns meses de tentativas. Hoje, 60% dos hipertensos tomam dois ou mais remédios.
Todas as classes farmacológicas são bastante seguras e efetivas. “Nós escolhemos o tipo de remédio a ser usado de acordo com as particularidades de cada um”, explica o cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração e da Universidade Nove de Julho, ambos na capital paulista. O tratamento é contínuo e exige a adesão do paciente: não dá pra se esquecer ou desistir de tomar os comprimidos.
Existem até aplicativos de celular com lembretes da hora de usar a medicação. “O controle é a cura da hipertensão”, reflete o cardiologista Marcelo Sampaio, da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Diuréticos (clortalidona, metolazona…): retiram o excesso de sódio que está impregnado no organismo. Esse conteúdo é descartado no xixi.

IECA (captopril, enalapril…): bloqueiam a fabricação da angiotensina, um hormônio produzido nas glândulas suprarrenais (na parte de cima dos rins) que contrai os vasos sanguíneos.

BRA (losartana, valsartana…): também atuam na angiotensina. A diferença é que essas drogas impedem que a substância se ligue a receptores nas células.

BCC (amlodipina, felodipina…): regulam a ação do cálcio, mineral que participa ativamente dos movimentos de contração e dilatação das artérias.

Betabloqueadores (atenolol, nebivolol…): inibem o aperto dos vasos por onde o sangue transita. Porém, são utilizados somente em casos mais específicos.

Coquetel para baixar a pressão
E quando os fármacos não dão conta do recado? O quadro, conhecido por hipertensão resistente, acontece ao não se chegar nos 140 por 90 mmHg nem com três remédios combinados e todas as reformas no estilo de vida. “Nesse contexto, podemos lançar mão de uma quarta e até uma quinta medicação para fugir das complicações”, conta Luiz Bortolotto.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/os-novos-limites-para-pressao-alta-e-os-tratamentos-contra-ela/ - Por André Biernath - Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 11 de abril de 2018

5 hábitos da vida moderna que provocam dor de cabeça e como evitá-los

O estilo contemporâneo criou novos gatilhos que provocam o incômodo. Mas ajudamos você a identificar cinco deles – e a se prevenir também!

Você está sempre conectada nas mídias sociais? Costuma cobrar perfeição em tudo o que faz? Mora em uma cidade barulhenta? Se respondeu sim a alguma (ou todas) dessas perguntas, quer dizer que você pode ser a mais nova refém dos principais gatilhos que provocam dor de cabeça no mundo cotidiano, segundo a pesquisa O Futuro da Dor de Cabeça, realizada pela WGSN e encomendada pela Neosaldina. “Apesar de muita gente não perceber, a tecnologia tem um papel fundamental como desencadeador do incômodo”, diz a médica Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Abaixo, mostramos como evitar cinco hábitos que aumentam o desconforto.

1. A era da ansiedade
No Brasil, estima-se que 9,3% da população sofra de ansiedade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso quer dizer que lideramos o ranking mundial no assunto. “Geralmente, essas pessoas vivem pensando no futuro de um modo quase sempre pessimista, como se temessem fracassar”, diz a psicóloga Juliane Peres Mercante. A ansiedade, inclusive, foi adicionada como patologia na 3ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais (DSM), uma espécie de enciclopédia da psiquiatria.
Essa angústia ainda causa interrupções no sono, compulsão alimentar e problemas de concentração. “Você também pode sentir falta de ar, suor em excesso e tensão muscular”, diz Célia – e , tudo isso, aumenta as chances de desenvolver dor de cabeça.
Coloque em prática: E, como toda essa sensação de urgência é acentuada pela internet, o site internacional Time to Log Off ensina táticas para você se desconectar um pouco – experimente usar uma câmera digital em vez do celular para tirar fotos em viagens. Já o Dumb Phone, que vem se espalhando pela Europa e pelos Estados Unidos, não possui aplicativos e serve apenas para ligação e SMS. “Algumas vezes por dia, faça respirações profundas e um pouco de meditação, inclusive com técnicas de mindfulness”, orienta Juliane.

2. Esgotamento cerebral
Fato: as pessoas estão sempre online e a todo momento novas informações chegam aos nossos olhos e ouvidos. Essa sobrecarga acaba criando uma cultura de distração, na qual você tenta prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, mas não consegue estar concentrada em nada, efetivamente. “As consequências são picos de stress e cansaço mental”, diz Célia.
A cobrança em cima das mulheres é ainda pior, já que precisamos ser supermães, superprofissionais e superfitness. “Dividir as tarefas com os colegas e o parceiro é fundamental para reduzir a ansiedade e, consequentemente, a possibilidade de desenvolver dor de cabeça”, diz Célia.
Coloque em prática: Quão difícil é responder um e-mail ou ler um livro sem ser interrompida por outra tarefa? Se quem a atrapalha são as mídias sociais, baixe o aplicativo Moment ou o Watermelon Sugar, que calculam quanto tempo você perde lendo fake news e atualizando seu feed (o segundo até cria um bichinho virtual que adoece conforme você perde hora nas redes).

3. A dor da pós-verdade
Com certeza você já escutou história de pessoas que deixaram de se falar por causa de discussões na internet. “Hoje, somos mais influenciados pelos sentimentos do que pelos fatos e tendemos a acreditar naquilo com o qual concordamos”, diz Luís, diretor da WGSN. Assim, as informações falsas e as opiniões extremistas ganham força, causando stress e suspeita – em 2017, o estudo global Edelman Trust Barometer revelou a maior queda já registrada na confiança em todas as instituições (empresas, governo, ONGs e mídia).
Coloque em prática: Para fugir da pós-verdade – termo escolhido como uma das palavras do ano pelo dicionário de Oxford –, certifique-se de onde vem a informação que você está lendo e fuja da bolha das mídias sociais (o Facebook, por exemplo, tende a mostrar apenas as opiniões que são parecidas com as suas).

4. Autoexigência
Você acorda, abre o Instagram e vê que metade dos seus amigos já foi à academia. Os outros 50% parecem tão felizes que você se sente dentro de um comercial de margarina. “A cultura do perfeito não permite que a gente erre, o que gera uma falta de empatia com nós mesmos. Não há autocompaixão”, diz Juliane. Outra situação comum: a sensação de que precisa lotar a agenda com compromissos. “Sucesso e produtividade não deveriam estar associados com excesso de atividade e de trabalho, o que também aumenta os episódios de dor de cabeça.”
O problema é que a ansiedade e a frustração impulsionadas por essa autocobrança quase sempre acaba no garfo – e não só no exagero de chocolate e carboidrato. “As pessoas acham que se alimentar de forma saudável tem a ver com a imposição de seguir diversas restrições”, diz a nutricionista Marcia Daskal. “Na verdade, você precisa consumir o que gosta com equilíbrio. Se eliminar muitos nutrientes, o intestino terá um mau funcionamento, o que pode desencadear cefaleia.”

5. Barulho 2.0
Você pode não perceber, mas está rodeada de ruídos que aumentam sua cefaleia: buzinas, liquidificador, televisão, conversas altas… “A gente não consegue ficar em silêncio porque dá a sensação de solidão, como se não estivéssemos fazendo nada”, diz Célia. Mas vale o esforço porque as consequências podem ser ainda piores: na Europa, 3% dos ataques cardíacos fatais foram causados pela poluição sonora do trânsito, de acordo com a OMS.


terça-feira, 10 de abril de 2018

Necessidades nutricionais das mulheres

Veja quais os nutrientes necessários para a mulher de acordo com cada faixa etária!

A nutricionista Clarissa Fujiwara idealizou um guia que indica quais as necessidades nutricionais das mulheres em cada etapa da vida. Confira:

Infância
Deve-se considerar que é o momento de criar bases para uma boa saúde. A partir dos seis meses, é importante fornecer nutrientes como ferro, cálcio, vitaminas C e A.

Adolescência
Nesse período de crescimento e desenvolvimento físico, há um aporte de nutrientes maiores, além disso ocorre a primeira menstruação. Por isso, o consumo de nutrientes como o ferro se torna importante. Além disso, é preciso estar de olho no zinco, na vitamina E e na dupla cálcio e vitamina D.

Vida adulta
O período fértil da mulher é um período de pensar em uma boa gravidez e garantir um envelhecimento saudável. No caso da preparação para uma possível gestação, destacamos a necessidade nutricional da mulher para o ácido fólico, que previne problemas na formação neurológica do bebê.

Menopausa
Na fase em que ocorre a última menstruação, a alimentação pode amenizar alguns sintomas, com nutrientes como isoflavonas (presentes na soja e seus derivados) e ácidos graxos essenciais (principalmente o ômega 3), que têm ação anti-inflamatória e ajudam na saúde neurológica.

Pós-menopausa
Aqui há um maior risco de fraturas ósseas e osteopenia, o que valoriza o consumo de vitamina D e cálcio. Além dele, um cuidado com o consumo de fósforo e magnésio que também influenciam neste caso.

Idade madura
Após os 60 anos, é importante controlar o consumo de alguns elementos, como as doenças crônicas (hipertensão, diabetes etc). Nesta fase, antioxidantes são importantes para proteção das células contra os radicais livres, que causam envelhecimento precoce e câncer. Alimentação colorida é fundamental neste aspecto.