Pesquisa feita pela Universidade de Chicago associou a carência do hormônio às chances de apresentar a infecção provocada pelo coronavírus
Pessoas com níveis reduzidos de vitamina D na
corrente sanguínea correm mais risco de desenvolver a Covid-19, sugere um novo
estudo conduzido pela Universidade de Chicago. A pesquisa, feita com 4.368
voluntários, descobriu que a deficiência da substância pode aumentar em até 7%
as chances de infecção pelo coronavírus. Para as pessoas negras com níveis
baixos de vitamina D, o risco encontrado foi 2,6 vezes maior. A pesquisa foi
publicada na revista científica The Journal of the American Medical Association
(JAMA) .
A vitamina D é, na verdade, um hormônio que atua no
funcionamento saudável do sistema imunológico. Ela é responsável por regular o
metabolismo ósseo do corpo, pois facilita a absorção de cálcio, elemento
químico essencial para a saúde dos ossos e dos dentes. Além disso, a substância
ajuda a prevenir doenças, como diabetes e obesidade, combate o envelhecimento
precoce, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde cardiovascular.
O estudo mostrou que pessoas brancas com níveis
sanguíneos de vitamina D abaixo de 40 ng/mL tinham um risco 7,2% maior de
testar positivo para a Covid-19. Negros com níveis entre 30 e 40 ng/mL
apresentaram 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença. Os
participantes negros também apresentaram quase três vezes mais probabilidade de
serem hospitalizados e duas vezes mais probabilidade de morrer por conta da
infecção por Sars-CoV-2.
Os pesquisadores frisam, contudo, que o estudo não
prova que a ingestão de vitamina D protege contra a Covid-19, mas sugere que
quantidades suficientes da substância podem ajudar a reduzir o risco de
desenvolver a doença.
Estudos futuros
Segundo David Meltzer, chefe de medicina hospitalar
da Universidade de Chicago Medicina e principal autor do estudo, os resultados
são um indício da necessidade de novos ensaios clínicos que testem se a
vitamina D pode ou não ser uma intervenção viável para reduzir o risco da
doença, especialmente em pessoas negras.
De acordo com a pesquisa, atualmente a ingestão de
vitamina D recomendada para adultos é de 600 a 800 unidades internacionais (UI)
por dia. “A National Academy of Medicine afirma que tomar até 4 mil UI por dia
é seguro para a grande maioria das pessoas, e o risco de hipercalcemia
(condição em que o cálcio se acumula na corrente sanguínea e causa náuseas, vômitos,
fraqueza e micção frequente) aumenta em níveis acima de 10 mil UI por dia”.
A vitamina D estimula a produção de glóbulos
brancos, que patrulham a corrente sanguínea e estão entre as primeiras linhas
de defesa contra a infecção por bactérias e vírus, incluindo o vírus
Sars-CoV-2, que causa a Covid-19. A substância também diminui a inflamação, que
geralmente fica fora de controle em pacientes infectados pelo coronavírus.
Além da suplementação, outra forma de aumentar os
níveis de vitamina D no sangue é via alimentação, com uma dieta rica em peixes
oleosos como salmão, carne vermelha ou gema de ovo. Algumas folhas, como a
couve, também ajudam na produção de substâncias.
Fonte: https://www.metropoles.com/saude/falta-de-vitamina-d-pode-aumentar-risco-para-covid-19-sugere-estudo
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