quinta-feira, 29 de abril de 2021

Pessoas vacinadas ainda podem transmitir o coronavírus?


Um roteiro didático para quem se vacinou ou vai se vacinar – e que já antecipa: a imunidade de rebanho, ou seja, a volta àquela vida normal de antes, ainda vai demorar algum tempo

 

A vacina não previne totalmente a infecção, mas reduz a praticamente zero as chances de o vacinado ficar gravemente doente.

 

Nota do editor: então você recebeu sua vacina contra o coronavírus, esperou duas semanas paratado de São Paulo/Wikimedia Commons que seu sistema imunológico respondesse à injeção e agora está totalmente vacinado. Isso significa que você pode percorrer o mundo como antigamente sem medo de espalhar o vírus? Deborah Fuller é microbiologista da Escola de Medicina da Universidade de Washington que trabalha com vacinas contra o coronavírus. Ela explica o que a ciência mostra sobre a transmissão pós-vacinação – e se novas variantes poderiam mudar essa equação.

 

1) A vacinação previne completamente a infecção?

A resposta curta é não. Você ainda pode se infectar depois de ser vacinado. Mas suas chances de ficar gravemente doente são quase zero.

Muitas pessoas pensam que as vacinas funcionam como um escudo, impedindo um vírus de infectar as células por completo. Mas, na maioria dos casos, uma pessoa que é vacinada está protegida contra doenças, não necessariamente contra infecções.

O sistema imunológico de cada pessoa é um pouco diferente. Então, quando uma vacina é 95% eficaz, isso significa que 95% das pessoas que recebem a vacina – mas que teriam ficado doentes se expostas ao vírus antes – não ficarão doentes. Essas pessoas podem estar completamente protegidas da infecção ou podem estar sendo infectadas, mas permanecem assintomáticas porque seu sistema imunológico elimina o vírus muito rapidamente. Os 5% restantes das pessoas vacinadas – se expostas ao vírus – podem ser infectadas e adoecer. Mas é extremamente improvável que elas sejam hospitalizadas.

A vacinação não evita 100% que você seja infectado. Mas, em todos os casos, dá ao seu sistema imunológico uma grande vantagem sobre o coronavírus. Seja qual for o seu resultado – seja proteção completa contra infecção ou algum nível de doença –, você ficará melhor depois de encontrar o vírus do que se não tivesse sido vacinado.

 

2) Infecção sempre significa transmissão?

A transmissão ocorre quando partículas virais suficientes de uma pessoa infectada entram no corpo de uma pessoa não infectada. Em teoria, qualquer pessoa infectada com o coronavírus poderia transmiti-lo potencialmente. Mas uma vacina reduzirá a chance de isso acontecer.

Em geral, se a vacinação não prevenir completamente a infecção, reduzirá significativamente a quantidade de vírus que sai do nariz e da boca – um processo chamado eliminação – e encurtará o tempo de eliminação do vírus. Esse é um grande negócio. Uma pessoa que espalha menos vírus tem menos probabilidade de transmiti-lo a outra pessoa.

Esse parece ser o caso das vacinas contra o coronavírus. Em um estudo recente em pré-impressão, que ainda não foi revisado por pares, pesquisadores israelenses testaram 2.897 pessoas vacinadas quanto a sinais de infecção por coronavírus. A maioria não tinha vírus detectável. Mas as pessoas infectadas tinham um quarto da quantidade de vírus em seus corpos em relação às pessoas não vacinadas testadas em momentos semelhantes após a infecção.

Menos coronavírus significa menos chance de propagá-lo. Se a quantidade de vírus em seu corpo for baixa o suficiente, a probabilidade de transmiti-lo pode chegar a quase zero. No entanto, os pesquisadores ainda não sabem onde está esse limite para o coronavírus e, uma vez que as vacinas não fornecem 100% de proteção contra infecções, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, dos EUA) recomendam que as pessoas continuem a usar máscaras e a manter distanciamento social mesmo depois de ser vacinadas.

 

3) E quanto às novas variantes do coronavírus?

Novas variantes do coronavírus surgiram nos últimos meses. Estudos recentes mostram que as vacinas são menos eficazes contra alguns, como a variante B1351 identificada pela primeira vez na África do Sul.

Cada vez que o SARS-CoV-2 se replica, ele obtém novas mutações. Nos últimos meses, os pesquisadores descobriram novas variantes que são mais infecciosas – o que significa que uma pessoa precisa respirar menos vírus para se infectar – e outras variantes que são mais transmissíveis – o que significa que aumentam a quantidade de vírus que uma pessoa espalha. E os pesquisadores também descobriram pelo menos uma nova variante que parece ser melhor para escapar do sistema imunológico, de acordo com os primeiros dados.

 

Então, como isso se relaciona com vacinas e transmissão?


Para a variante da África do Sul, as vacinas ainda fornecem mais de 85% de proteção contra doenças graves com covid-19. Mas quando você conta os casos leves e moderados, eles fornecem, na melhor das hipóteses, apenas cerca de 50%-60% de proteção. Isso significa que pelo menos 40% das pessoas vacinadas ainda terão uma infecção forte o suficiente – e vírus suficiente em seu corpo – para causar pelo menos uma doença moderada.

 

Se as pessoas vacinadas têm mais vírus em seus corpos e levam menos desse vírus para infectar outra pessoa, haverá maior probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir essas novas cepas do coronavírus.

 

Se tudo correr bem, as vacinas muito em breve reduzirão a taxa de doenças graves e morte em todo o mundo. Na verdade, qualquer vacina que reduza a gravidade da doença também está, no nível da população, reduzindo a quantidade de vírus a ser eliminada em geral. Mas, devido ao surgimento de novas variantes, as pessoas vacinadas ainda têm o potencial de eliminar e espalhar o coronavírus para outras pessoas, vacinadas ou não. Isso significa que provavelmente levará muito mais tempo para que as vacinas reduzam a transmissão e as populações atinjam a imunidade de rebanho do que se essas novas variantes nunca tivessem surgido. Exatamente quanto tempo isso levará é um equilíbrio entre a eficácia das vacinas contra as cepas emergentes e o quão transmissíveis e infecciosas essas novas cepas são.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/pessoas-vacinadas-ainda-podem-transmitir-o-coronavirus/ - Texto: Deborah Fuller  - é professora de Microbiologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington (EUA) - Crédito: cromaconceptovisual/Pixabay

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Prática de exercícios é grande aliada da boa saúde


Seja para prevenir doenças ou colaborar com a reabilitação de pacientes de diferentes diagnósticos, uma boa pedida é manter o corpo em movimento, praticando exercícios. E os profissionais de Educação Física estão entre os mais indicados para garantir resultados eficazes com total segurança. Quando o assunto é promoção da saúde, esses profissionais são parceiros indispensáveis dos médicos.

 

“A Educação Física afasta as pessoas do sedentarismo e traz uma série de benefícios de efeitos biológicos, psicológicos e sociais. Ela vai promover melhoras na aptidão cardiorrespiratória, na aptidão da musculatura esquelética, vai proporcionar mais bem-estar e colaborar com a socialização, no caso de práticas em grupo”, explica Diogo Andrade, educador físico e diretor-técnico da Triação Assessoria Esportiva.

 

O profissional destaca que o principal papel do educador físico é estimular e conscientizar a população acerca da importância de praticar exercícios de forma regular e segura. “Quebrar esses paradigmas do corpo perfeito; levar, de fato, a consciência de que o indivíduo tem que fazer exercício, mas também precisa descansar e se alimentar bem. Tudo isso tem que fazer parte das atividades diárias”, orienta.

 

Problemas de saúde como diabetes, hipertensão, obesidade e até mesmo o câncer são impactados com a prática regular de atividades físicas. “Além de você conseguir atenuar as chances de desenvolver essas doenças, para aquelas pessoas que já têm um quadro instalado, lado a lado com a parte farmacológica, o exercício contribui com o tratamento”, assegura Diogo.

 

Mais que isso. A atividade física é uma importante aliada da Medicina na recuperação cardiovascular e motora. “Quando o paciente é submetido a uma cirurgia cardíaca, ele tem uma perda muito grande da capacidade funcional e isso precisa ser revertido. Normalmente, é indicado que ele faça uma reabilitação cardíaca com o objetivo de melhorar os componentes da aptidão física relacionados à saúde”, pontua o professor universitário fisiologista Antonio Marcos Motta. “Além de melhorar a capacidade funcional, você acaba, também, ajudando no próprio tratamento da doença, porque o exercício físico causa adaptações importantes no sistema cardiovascular e, também, em vários outros órgãos e sistemas”, completa o professor. Entre os benefícios, ele destaca a melhora da função cardíaca, a diminuição de processos inflamatórios e da resistência à insulina e, ainda, o controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol, entre outros.

 

Nos casos de reabilitação motora, o exercício é capaz de proporcionar o aumento da força e da resistência muscular, além de melhorar a condição física geral. “É importante ressaltar que existem fases específicas do programa de reabilitação em que o professor de Educação Física faz intervenção. Há fases em que outros profissionais  atuam. Dessa forma, o profissional pode compor uma equipe multidisciplinar”, conta o professor Carlos Amorim. De acordo com ele, várias atividades podem fazer parte do programa de reabilitação como ginástica, caminhada, exercícios resistidos, atividades aquáticas e esportes. “Dependendo do caso em questão, podemos dispor dessas atividades, sempre respeitando os objetivos do programa”, explica.

 

Em ambos os casos, é necessária a avaliação médica prévia. “A avaliação do médico é superimportante para nós sabermos o estado clínico do paciente, conhecermos o diagnóstico, o procedimento pelo qual passou, medicação usada e se ele foi submetido a um teste de esforço. Precisamos desses dados para fazer a prescrição. E o médico também vai indicar qual o risco daquele paciente quanto à prática de exercício”, enfatiza o professor Motta.

 

Amorim destaca, além da parceria com o médico, a participação de outros profissionais. “Todo trabalho de reabilitação  deve ser feito em equipe. Somente através do atendimento interdisciplinar é possível otimizar os resultados desejados”, ressalta.

 

Mas, atenção! A prática de atividades físicas, principalmente as de alta intensidade, deve ser sempre supervisionada por profissionais especializados. “Exercício é igual a remédio: ele pode ser bom, mas também pode ser um veneno. Os benefícios do exercício são muito amplos, mas para que você, de fato, tenha esses benefícios, é preciso ter cuidados”, alerta Diogo. Ele ressalta que é importante que uma pessoa que vai iniciar um programa de exercício e teve ou tem alguma doença passe por uma avaliação médica e procure um profissional de educação física. “Esse profissional tem que ser graduado e estar em dia com seu conselho de classe. É a referência que você vai ter”, conclui.

 

Fonte: https://www.revistaabm.com.br/blog/boa-saude-tambem-e-movimento

terça-feira, 27 de abril de 2021

Síndrome pós-Covid: os sintomas que precisam de atenção


Por ser uma doença inflamatória multissistêmica que afeta vários órgãos, principalmente o pulmão e os sistemas hematológico e cardiovascular, podendo comprometer também os rins e o sistema nervoso, as sequelas decorrentes da Covid-19 atingem grande parte dos pacientes, e podem persistir por meses após a infecção pelo vírus. Estudos indicam que até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma por até quatro meses depois do fim da infecção.

 

Os males causados por quem já se recuperou da doença ainda estão sendo desvendados e requerem atenção especial dos serviços médicos, mas a orientação é que os cuidados não devem ser encerrados após o fim dos sintomas, conforme alerta a Dra. Giovanna Orrico, infectologista do Centro de Tratamento da Covid do Hospital Espanhol, em Salvador. “A continuidade do acompanhamento se faz necessária para garantir o retorno às atividades, principalmente quando há quadros graves”.

 

Sequelas e acompanhamento


De acordo com a infectologista, alguns acompanhamentos médicos são indicados, geralmente para quem teve a forma moderada e grave, e com internação em enfermaria ou UTI. Os casos leves habitualmente não necessitam de acompanhamento, apenas em situações específicas, como perda de olfato prolongado, alterações neurológicas ou depressão.

 

As sequelas mais frequentes e que necessitam de atenção:

Para quem teve a forma mais grave: fibrose pulmonar, diminuição da capacidade respiratória, insuficiência coronariana, tromboembolismo pulmonar, alterações neurológicas, como acidentes isquêmicos/hemorrágicos e depressão.

Para quem teve a forma mais leve: fadiga extrema, tonturas, palpitações e mialgia (dores musculares).

Em todos os casos são recomendados exames de laboratório, como hemograma, função renal, coagulograma e provas inflamatórias como VHS e PCR.

Exames de imagem podem ser necessários, principalmente para quem teve quadro de pneumonias graves com fibrose residual.

Exames de avaliação cardiológica e pulmonar são recomendados nos casos que necessitaram de internação hospitalar.

 

 Síndrome pós-Covid-19


A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como síndrome o conjunto de sintomas prolongados apresentados por pacientes no pós-covid-19. Alguns dos sintomas mais frequentes:

• Dor de cabeça persistente

• Perda de memória

• Déficit de atenção

• Ansiedade

• Depressão

• Alterações cardíacas, como taquicardia e dispneia após atividades

• Problemas digestivos

• Insônia

• Fadiga extrema

 

Dra. Giovanna explica que esta síndrome precisa de uma abordagem multidisciplinar com médicos, nutricionistas e fisioterapeutas para reabilitação pulmonar e motora, além de apoio psicológico e psiquiátrico, principalmente para pacientes que ficaram em UTI por muito tempo. “A Covid representa um grande desafio para as equipes de saúde, e o esforço coletivo tem contribuído muito para o retorno mais rápido dos pacientes às suas atividades e à vida normal”, avalia.

 

Estudo brasileiro e simpósio OMS

 

No último mês de fevereiro, a OMS convocou especialistas internacionais para um simpósio dedicado exclusivamente à Síndrome pós-Covid-19 para melhor definir a enfermidade, ampliar os conhecimentos, alinhar métodos de estudos e planejar estratégias globais de atendimento. O Brasil participou do evento apresentando a pesquisa Coalizão VII, do Coalizão Covid-19 Brasil, estudo que analisa os impactos a longo prazo e a qualidade de vida após a alta hospitalar de pacientes que tiveram a doença. O estudo é um dos nove desenvolvidos pela aliança formada por diversos hospitais e institutos de saúde no país.

 

Fonte: https://revistaabm.com.br/blog/sindrome-pos-covid-os-sintomas-que-precisam-de-atencao

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Estresse de longo prazo associado ao aumento do risco de ataque cardíaco


O estresse de longo prazo pode levar a ataques cardíacos? A maioria das pessoas provavelmente responderia afirmativamente, mas as evidências científicas disso são escassas. Um novo estudo realizado por pesquisadores da Linköping University, na Suécia, revela que os níveis do hormônio do estresse cortisol aumentaram nos meses anteriores a um ataque cardíaco. Os resultados, publicados na Scientific Reports , sugerem que o estresse de longo prazo é um fator de risco para ataques cardíacos.

 

"Os níveis do hormônio do estresse cortisol diferem entre as pessoas que tiveram um ataque cardíaco e as não afetadas. Isso sugere que o cortisol no cabelo pode ser um novo marcador de risco para ataques cardíacos. Devemos levar o estresse a sério", disse o professor Tomas Faresjö, o Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Linköping University, principal investigador do estudo.

 

O estresse é uma parte natural da vida hoje, mas ainda há muito que não sabemos sobre os efeitos do estresse de longo prazo em nossos corpos. É bem sabido que o estresse físico ou emocional repentino, como desastres naturais ou eventos sérios semelhantes, pode desencadear ataques cardíacos. Mas e quanto ao estresse de longo prazo? É difícil medir o estresse de longo prazo devido à falta de métodos confiáveis. O grupo de pesquisa aprimorou o uso de um novo biomarcador, no qual mede os níveis do hormônio do estresse cortisol no cabelo. Isso permite medições dos níveis de cortisol retroativamente, semelhantes aos anéis de crescimento em uma árvore. No momento, esse método de análise está disponível apenas em ambientes de pesquisa.

 

“Se você perguntar a alguém que sofreu um ataque cardíaco se estava estressado antes do ataque cardíaco, muitos responderão que sim. Mas essa resposta pode ser influenciada pelo evento cardíaco. Evitamos esse problema com nosso método, pois usamos um marcador biológico que pode medir retrospectivamente e mostrar objetivamente os níveis de estresse nos meses anteriores ao ataque cardíaco ", diz Tomas Faresjö.

 

No presente estudo, "Stressheart", os pesquisadores usaram amostras de cabelo com comprimento entre 1 e 3 centímetros, correspondendo a 1-3 meses de crescimento do cabelo. Eles mediram os níveis de cortisol em amostras de cabelo de 174 homens e mulheres na vida profissional que foram internados por infarto do miocárdio em clínicas de cardiologia no sudeste da Suécia. Como grupo de controle, os pesquisadores usaram amostras de cabelo de mais de 3.000 participantes com idades semelhantes no estudo sueco SCAPIS (Swedish CardioPulmonary bioImage Study).

 

Os pesquisadores mostraram que os pacientes que sofreram um ataque cardíaco apresentaram níveis mais elevados de cortisol estatisticamente significativos durante o mês anterior ao evento. Eles ajustaram outros fatores de risco cardiovasculares estabelecidos, como pressão alta, níveis elevados de lipídios no sangue, tabagismo, histórico de ataques cardíacos, hereditários para ataques cardíacos e diabetes, e descobriram que o nível elevado de cortisol continua sendo um forte fator de risco para o coração ataque.

 

"É surpreendente que este biomarcador de estresse de longo prazo pareça ser forte mesmo em comparação com os fatores de risco cardiovascular tradicionais", disse Tomas Faresjö.

 

Um ataque cardíaco é uma lesão do músculo cardíaco devido à falta de fornecimento de oxigênio a uma parte do coração. Na maioria das vezes, se forma um coágulo sanguíneo que impede o sangue de fluir pelas artérias coronárias que fornecem sangue rico em oxigênio ao coração. A causa subjacente da maioria dos ataques cardíacos é a aterosclerose (endurecimento das artérias). Isso pode começar a surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas. Uma questão importante é se, e em caso afirmativo como, o estresse de longo prazo e a aterosclerose estão associados.

 

"Vamos investigar mais os mecanismos que podem explicar como os níveis de estresse afetam o risco de ataque cardíaco. Estamos particularmente interessados em vários marcadores de inflamação e calcificações nos vasos sanguíneos. Queremos investigar se eles estão relacionados ao estresse de longo prazo", disse Susanna Strömberg, clínica geral e estudante de doutorado no Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Universidade de Linköping.

 

Os pesquisadores não podem explicar completamente o que causa os altos níveis de cortisol observados nos participantes do estudo. Isso se deve ao fato de que o estresse pode ser resultado de fatores internos, como outra doença, ou externos, como dificuldades econômicas ou eventos importantes da vida. Eles ressaltam que a vivência do estresse nem sempre coincide com o estresse biológico. Um indivíduo pode se sentir estressado, sem ter nenhuma medida objetiva de estresse. E o oposto também pode ser verdadeiro: os sistemas de estresse do corpo podem ser altamente ativos, mesmo que o indivíduo não se sinta estressado.

 

O estudo recebeu apoio financeiro da AFA Insurance.

 

Fonte https://www.sciencedaily.com/releases/2021/02/210210133320.htm - Fonte: Linköping University - Foto UOL

domingo, 25 de abril de 2021

Falta de vitamina D pode aumentar risco para Covid-19, sugere estudo


Pesquisa feita pela Universidade de Chicago associou a carência do hormônio às chances de apresentar a infecção provocada pelo coronavírus

 

Pessoas com níveis reduzidos de vitamina D na corrente sanguínea correm mais risco de desenvolver a Covid-19, sugere um novo estudo conduzido pela Universidade de Chicago. A pesquisa, feita com 4.368 voluntários, descobriu que a deficiência da substância pode aumentar em até 7% as chances de infecção pelo coronavírus. Para as pessoas negras com níveis baixos de vitamina D, o risco encontrado foi 2,6 vezes maior. A pesquisa foi publicada na revista científica The Journal of the American Medical Association (JAMA) .

 

A vitamina D é, na verdade, um hormônio que atua no funcionamento saudável do sistema imunológico. Ela é responsável por regular o metabolismo ósseo do corpo, pois facilita a absorção de cálcio, elemento químico essencial para a saúde dos ossos e dos dentes. Além disso, a substância ajuda a prevenir doenças, como diabetes e obesidade, combate o envelhecimento precoce, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde cardiovascular.

 

O estudo mostrou que pessoas brancas com níveis sanguíneos de vitamina D abaixo de 40 ng/mL tinham um risco 7,2% maior de testar positivo para a Covid-19. Negros com níveis entre 30 e 40 ng/mL apresentaram 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença. Os participantes negros também apresentaram quase três vezes mais probabilidade de serem hospitalizados e duas vezes mais probabilidade de morrer por conta da infecção por Sars-CoV-2.

 

Os pesquisadores frisam, contudo, que o estudo não prova que a ingestão de vitamina D protege contra a Covid-19, mas sugere que quantidades suficientes da substância podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença.

 

Estudos futuros

Segundo David Meltzer, chefe de medicina hospitalar da Universidade de Chicago Medicina e principal autor do estudo, os resultados são um indício da necessidade de novos ensaios clínicos que testem se a vitamina D pode ou não ser uma intervenção viável para reduzir o risco da doença, especialmente em pessoas negras.

 

De acordo com a pesquisa, atualmente a ingestão de vitamina D recomendada para adultos é de 600 a 800 unidades internacionais (UI) por dia. “A National Academy of Medicine afirma que tomar até 4 mil UI por dia é seguro para a grande maioria das pessoas, e o risco de hipercalcemia (condição em que o cálcio se acumula na corrente sanguínea e causa náuseas, vômitos, fraqueza e micção frequente) aumenta em níveis acima de 10 mil UI por dia”.

 

A vitamina D estimula a produção de glóbulos brancos, que patrulham a corrente sanguínea e estão entre as primeiras linhas de defesa contra a infecção por bactérias e vírus, incluindo o vírus Sars-CoV-2, que causa a Covid-19. A substância também diminui a inflamação, que geralmente fica fora de controle em pacientes infectados pelo coronavírus.

 

Além da suplementação, outra forma de aumentar os níveis de vitamina D no sangue é via alimentação, com uma dieta rica em peixes oleosos como salmão, carne vermelha ou gema de ovo. Algumas folhas, como a couve, também ajudam na produção de substâncias.

 

Fonte: https://www.metropoles.com/saude/falta-de-vitamina-d-pode-aumentar-risco-para-covid-19-sugere-estudo - Glaucia Chaves - iStock

sábado, 24 de abril de 2021

O exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, segundo estudo


Os resultados aumentam as evidências de que programas de exercícios podem ajudar adultos mais velhos a retardar o início da perda de memória e demência

 

Não são apenas as pernas e o coração que treinam quando você caminha rapidamente; o exercício também afeta o cérebro. Um novo estudo mostra que, quando adultos mais velhos com leve perda de memória seguiram um programa de exercícios por um ano, o fluxo sanguíneo para o cérebro aumentou.

 

Não são apenas as pernas e o coração que treinam quando você caminha rapidamente; o exercício também afeta o cérebro. Um novo estudo realizado por pesquisadores da UT Southwestern mostra que quando adultos mais velhos com leve perda de memória seguiram um programa de exercícios por um ano, o fluxo sanguíneo para seus cérebros aumentou. Os resultados foram publicados online hoje no Journal of Alzheimer's Disease .

 

"Isso é parte de um crescente corpo de evidências que liga o exercício à saúde do cérebro", disse o líder do estudo Rong Zhang, Ph.D., professor de neurologia da UTSW. "Nós mostramos pela primeira vez em um estudo randomizado com esses adultos mais velhos que o exercício faz com que mais sangue flua para o cérebro."

 

Até um quinto das pessoas com 65 anos ou mais têm algum nível de comprometimento cognitivo leve (MCI) - pequenas mudanças no cérebro que afetam a memória, a tomada de decisões ou as habilidades de raciocínio. Em muitos casos, o MCI progride para demência, incluindo doença de Alzheimer.

 

Cientistas demonstraram anteriormente que níveis mais baixos do que o normal de fluxo sanguíneo para o cérebro e vasos sanguíneos mais rígidos que levam ao cérebro estão associados a MCI e demência. Estudos também sugeriram que exercícios aeróbicos regulares podem ajudar a melhorar a cognição e a memória em idosos saudáveis. No entanto, os cientistas não estabeleceram se há uma ligação direta entre exercícios, vasos sanguíneos mais rígidos e fluxo sanguíneo cerebral.

 

"Ainda há muito que não sabemos sobre os efeitos do exercício no declínio cognitivo mais tarde na vida", diz C. Munro Cullum, Ph.D., professor de psiquiatria da UTSW e co-autor sênior do estudo. "MCI e demência são provavelmente influenciados por uma interação complexa de muitos fatores, e pensamos que, pelo menos para algumas pessoas, o exercício é um desses fatores."

 

No estudo, Zhang, Cullum e seus colegas acompanharam 70 homens e mulheres com idades entre 55 e 80 anos que haviam sido diagnosticados com MCI. Os participantes foram submetidos a exames cognitivos, testes de condicionamento físico e exames de ressonância magnética (MRI) do cérebro. Em seguida, eles foram aleatoriamente designados para seguir um programa de exercícios aeróbicos moderados ou um programa de alongamento por um ano. O programa de exercícios envolveu três a cinco sessões de exercícios por semana, cada uma com 30-40 minutos de exercícios moderados, como uma caminhada rápida.

 

Em ambos os programas, fisiologistas do exercício supervisionaram os participantes durante as primeiras quatro a seis semanas, depois fizeram com que os pacientes registrassem seus exercícios e usassem um monitor de frequência cardíaca durante o exercício.

 

Quarenta e oito participantes do estudo - 29 no grupo de alongamento e 19 no grupo de exercícios aeróbicos - completaram o ano inteiro de treinamento e retornaram para testes de acompanhamento. Entre eles, aqueles que realizaram exercícios aeróbicos mostraram diminuição da rigidez dos vasos sanguíneos do pescoço e aumento do fluxo sanguíneo geral para o cérebro. Quanto mais o consumo de oxigênio (um marcador de aptidão aeróbica) aumenta, maiores são as alterações na rigidez dos vasos sanguíneos e no fluxo sanguíneo cerebral. Mudanças nessas medidas não foram encontradas entre as pessoas que seguiram o programa de alongamento.

 

Embora o estudo não tenha encontrado nenhuma mudança significativa na memória ou em outras funções cognitivas, os pesquisadores dizem que pode ser devido ao pequeno tamanho ou curta duração do teste. Mudanças no fluxo sanguíneo podem preceder mudanças na cognição, dizem eles. Eles já estão realizando um estudo maior de dois anos, Redução de Risco para Doença de Alzheimer (rrAD), que investiga a ligação entre exercícios e declínio cognitivo.

 

“Provavelmente, existem algumas pessoas que se beneficiam mais com os exercícios do que outras”, diz Cullum. "Mas com o tamanho da amostra neste estudo, foi difícil analisar subgrupos de pessoas para tirar essas conclusões."

 

Ainda assim, os dados são importantes para ajudar a explicar os efeitos dos exercícios no cérebro e por que podem ser benéficos, dizem Zhang e Cullum, membros do Peter O'Donnell Jr. Brain Institute.

 

"Ter descobertas fisiológicas como essas também pode ser útil para os médicos quando conversam com seus pacientes sobre os benefícios dos exercícios", diz Zhang. "Agora sabemos, com base em um ensaio randomizado e controlado, que o exercício pode aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro, o que é uma coisa boa."

 

Cullum detém o Distinguished Professorship Pam Blumenthal em Psicologia Clínica na UT Southwestern.

 

Esta pesquisa foi financiada com fundos do National Institutes of Health (R01AG033106 e R01HL102457).

 

Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2021/03/210323131213.htm

sexta-feira, 23 de abril de 2021

O que limpar quando chegar do mercado durante a pandemia?


Especialistas tiram dúvidas sobre se é necessário higienizar alimentos, sacolas, embalagens e roupas depois que voltar do supermercado

 

Para evitar que aumente o número de casos de infecção pelo novo coronavírus, a recomendação é que as pessoas só saiam de casa para atividades essenciais, ou seja, para comprar alimentos e suplementos para a casa.

 

No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como evitar o contágio quando tiverem que ir ao supermercado. Por isso, o médico infectologista do Hospital Dona Helena, Luiz Henrique Melo, e a enfermeira especialista em controle de infecção, Juliana Almeida Nunes, esclarecem algumas dúvidas sobre como se prevenir nesses casos.

 

1. É necessário higienizar alimentos quando voltar do supermercado?

Segundo Luiz Henrique, os alimentos que não são cozidos devem ser lavados como sempre foram, não havendo a necessidade de uma higienização diferente ou mais frequente.

 

2. É necessário higienizar as embalagens e sacolas?

O infectologista explica que não é necessário e nem prático higienizar tudo que se toca. O mais efetivo é limpar as mãos antes de tocar o rosto ou a boca e manter a distância de 2 metros das outras pessoas que estiverem no mercado.

 

3. É necessário sempre lavar a roupa quando voltar do supermercado?

O mesmo se aplica para as vestimentas. A enfermeira Juliana Almeida diz que não há evidências de transmissão de coronavírus pelas roupas.

"É exagero. Se a pessoa sente que precisa, não é proibido, mas não é essencial e nem obrigatório. A falta dessa higienização das roupas não vai ser essencial nas transmissões", explica Luis Henrique.

 

4. É necessário sempre tomar banho depois que voltar do supermercado?

"Banho é necessário por uma questão de boa prática e higiene pessoal, não pelo coronavírus", explica a enfermeira Juliana.

 

Ambientes ventilados x limpar as compras

Ficar em ambientes ventilados é uma prática mais eficaz do que limpar as compras dos supermercados. Já se sabe que a chance de uma pessoa contrair COVID-19 por meio de contato com uma superfície contaminada é menor que 1 em 10 mil segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência de saúde pública dos Estados Unidos.

 

No dia 05 de abril de 2021, o órgão atualizou as informações sobre transmissão do coronavírus por superfícies e afirmou que o risco é baixo em comparação com contato direto, transmissão por gotículas ou transmissão aérea.

 

Um comunicado conjunto feito pela Food and Drugs Administration (FDA) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que a transmissão de coronavírus por alimentos e por suas embalagens é muito improvável.

 

"Considerando os mais de 100 milhões de casos de covid-19, não vimos evidências epidemiológicas de alimentos ou embalagens de alimentos como a fonte de transmissão da SARS-CoV-2 para humanos", disse o comunicado.

 

Higienizar as compras do mercado não é uma prática proibida, afinal a intenção é boa: evitar a contaminação ao tocar uma superfície contaminada e depois tocar no rosto. Mas como vimos, não é uma alternativa totalmente eficaz no combate à transmissão da COVID-19.

 

Além disso, algumas pessoas acabam se preocupando mais com esse tipo de higiene e deixam em segundo plano o fato de que a transmissão é também pelo ar.

 

Portanto, evitar ambientes cheios, fechados ou mal ventilados ainda é a melhor alternativa para não contrair COVID-19 ao ir às compras. Melhor do que somente limpar as compras do mercado é priorizar ambientes bem arejados, usar uma máscara de qualidade que fique ajustada ao rosto e fazer o distanciamento físico.

 

Como se prevenir da COVID-19?

Confira abaixo as medidas que são realmente eficazes e necessárias para a prevenção do coronavírus:

 

Utilizar máscara que cubra o nariz e a boca sempre que sair de casa

Lavar as mãos com água e sabão frequentemente

Higienizar as mãos sempre que possível com álcool gel

Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca

Utilizar lenço descartável para higiene nasal

Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir

Higienizar as mãos após tossir ou espirrar

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas

Manter os ambientes bem ventilados

Evitar contato físico com pessoas que tenham sintomas de gripe

Evitar aglomerações

Manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber muita água.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/36139-o-que-limpar-quando-chegar-do-mercado-durante-a-pandemia - Escrito por Bárbara Correa - Redação Minha Vida

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Alimentação tem papel importante na recuperação da COVID-19


Imunidade alta ajuda na recuperação da COVID-19; saiba quais alimentos consumir e quais evitar

 

Com a repercussão que as fake news tomam nas redes sociais você já deve ter visto alimentos milagrosos que supostamente "curam a COVID-19", não é mesmo? Já foi provado que isso é mentira e que não existe nenhum alimento capaz de acabar com a pandemia.

 

Mas uma coisa que não podemos negar é que a alimentação é primordial para passar pelo período de recuperação da COVID-19. Sobretudo para pacientes que se infectaram e conseguem se tratar em casa e até mesmo os que receberam alta do hospital e devem receber cuidados no lar.

 

"Sabemos que o estado nutricional adequado é fundamental para a manutenção e recuperação da saúde. Quem possui uma boa alimentação e apresenta um estado nutricional adequado, garante o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, uma recuperação mais rápida no caso de qualquer doença, o que não será diferente com a COVID-19", explica a nutricionista Simone Silva, especialista da Clínica Simone Neri.

 

Alimentação saudável na recuperação da COVID-19

O sistema imunológico é um conjunto de células que desempenham a função de proteger o corpo contra micro-organismos estranhos, como os vírus. Portanto, quando a imunidade está baixa, o corpo fica desprotegido e propenso a infecções.

 

A alimentação tem o papel de manter esse sistema atuante, fornecendo a ele os nutrientes capazes de ajudá-lo a responder aos invasores. "Uma ótima forma de não termos uma baixa na imunidade é apostar em uma refeição ajustada e completa, com alimentos ricos em vitaminas, minerais e outras substâncias que auxiliam na manutenção do sistema imunológico de forma natural", indica a nutricionista Simone Silva.

 

Opte sempre por alimentos in natura como frutas, legumes, verduras, diversos tipos de grãos, tubérculos, oleaginosas, raízes, carnes e ovos. "Inclua na alimentação fontes de vitaminas A, C e D, ômega-3, zinco e ferro, que podemos encontrar em alimentos como limão, laranja, abacaxi, kiwi, brócolis, couve, espinafre, feijão, beterraba, grão de bico, aveia, amêndoas e castanhas, peixe, banana, leite", recomenda a nutricionista Nathali Loyola.

 

Evite alimentos ultraprocessados

As recomendações do Guia Alimentar Brasileiro apontam que a base de uma alimentação saudável é aquela com alimentos in natura ou minimamente processados. Os ultraprocessados, como cereais matinais, caldos e temperos instantâneos, biscoitos, sorvete, refrigerantes, produtos congelados, fast-food entre outros devem ser evitados por serem ricos em aditivos, açúcar, sódio e conservantes. "Esses alimentos são inflamatórios, prejudicando o sistema imunológico e contribuindo para a vulnerabilidade ao vírus", fala Nathali.

 

A nutricionista Simone Silva esclarece que os alimentos ultraprocessados e com alta densidade calórica são nutricionalmente desbalanceados, o que exige um esforço maior do organismo para metabolização. O seu consumo em excesso está diretamente associado ao desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão - fatores de risco para a COVID-19.

 

Hidratação é essencial

Beber água é fundamental para transportar nutrientes e oxigênio no sangue. E se a hidratação é essencial quando estamos saudáveis, quando estamos enfermos ela é ainda mais necessária. "Uma desidratação pode piorar o quadro de saúde, atrapalhando o funcionamento adequado das células e prejudicando o sistema imunológico contra a infecção", fala Simone. Para adultos, a recomendação média é de dois litros de água por dia.

 

Hidratação é essencial

Beber água é fundamental para transportar nutrientes e oxigênio no sangue. E se a hidratação é essencial quando estamos saudáveis, quando estamos enfermos ela é ainda mais necessária. "Uma desidratação pode piorar o quadro de saúde, atrapalhando o funcionamento adequado das células e prejudicando o sistema imunológico contra a infecção", fala Simone. Para adultos, a recomendação média é de dois litros de água por dia.

 

Exemplo de cardápio saudável

A nutricionista Simone descreve como um bom café da manhã aquele que tem uma boa fonte de proteína (ovo, leite, iogurte), preparações à base de carboidratos (pães integrais, tubérculos), sementes fonte de fibras (quinoa, chia, linhaça) e frutas rica em vitamina C, antioxidante que aumenta a resistência do organismo (laranja, goiaba, limão, acerola, abacaxi).

 

Já no almoço e jantar, ela indica incluir uma fonte de carboidrato (arroz, batata, mandioca), proteína (carnes magras) associadas a leguminosas (feijão, lentilha), legumes e verduras.

 

Confira abaixo um exemplo de cardápio ensinado pela nutricionista Nathali Loyola. Lembrando que este é apenas um exemplo, sendo necessário consultar especialistas da área de nutrição para que o seu caso seja avaliado individualmente, assim como as porções indicadas.

 

Café da manhã: suco de acerola sem açúcar + 2 fatias de pão integral com queijo + uma porção de frutas com mix de grãos;

Lanche da manhã: 1 copo de água de coco;

 

Almoço: arroz + feijão + salada verde escura ( rúcula, couve, espinafre) + frango em cubos com açafrão;

Sobremesa: 1 laranja; Lanche da tarde: iogurte com granola e 1 suco de limão;

 

Jantar: Legumes refogados (abobrinha, cenoura, quiabo, vagem) + omelete com queijo e gergelim + suco de uva natural;

Ceia: chá de erva doce + maracujá.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/37504-alimentacao-tem-papel-importante-na-recuperacao-da-covid-19?utm_source=news_mv&utm_medium=MS&utm_campaign=9049273 - Escrito por Raisa Cavalcante

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Exercícios físicos mais intensos aumentam longevidade


Estudo amplo mostrou que o aumento da proporção de exercícios vigorosos reduz mortalidade em 17% na comparação com o grupo que realiza apenas atividades moderadas

 

A prática de atividades vigorosas como a natação (acima) resulta em maior longevidade.

 

A prática regular de atividade física já está mais que estabelecida como uma forma eficaz de garantir qualidade de vida e reduzir a mortalidade. Um estudo recente publicado na revista “JAMA Internal Medicine” mostrou, no entanto, que não só a regularidade, mas também a intensidade da atividade física resultam em maior longevidade.

 

A conclusão é de um estudo realizado com base em dados de 403.681 pessoas, em que se comparou a redução da mortalidade associada a diferentes combinações de exercícios de intensidades moderadas e vigorosas dentro do tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 150 a 300 minutos por semana.

 

 “Qualquer tipo de atividade física regular é melhor do que nada. No entanto, o que vimos no nosso estudo foi que incluir exercícios vigorosos – como futebol e corrida, por exemplo – na prática semanal está associado à redução de mortalidade. Na comparação com adultos que realizaram apenas atividades moderadas, aqueles que fazem metade ou 75% de atividade vigorosa do total da semana tiveram 17% de redução da mortalidade em geral, que inclui entre diferentes causas a mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer”, diz Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) que coordenou o estudo.

 

Atividade moderada ou vigorosa?

Rezende, que foi bolsista da Fapesp na pesquisa de doutorado e pós-doutorado, tem realizado análises com base em dados populacionais para identificar associações entre atividade física, nutrição e redução de doenças crônicas, especialmente o câncer, bem como estudos de modelagem do impacto de intervenções e políticas públicas voltadas à alimentação saudável e promoção de atividade física na redução de doenças e gastos com saúde.

 

Nesse artigo publicado no “JAMA”, ele contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Wuhan (China), Universidade de Santiago do Chile (Chile) e da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (Espanha). Rezende utilizou dados populacionais do The National Health Interview Survey, realizado nos Estados Unidos, que acompanha 403.681 pessoas anualmente com questionários e análises sobre a prática de atividade física e referente à saúde.

 

“Com a análise conseguimos responder a uma antiga pergunta: o que é melhor, atividade moderada ou vigorosa? Mostramos que as duas são importantes, mas que dar maior intensidade à atividade física regular reduz ainda mais a mortalidade. O resultado do estudo reforça a recomendação da OMS de pelo menos de 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente das intensidades das atividades”, diz.

 

Magnitude maior

A intensidade de uma atividade física é medida pela unidade de equivalente metabólico, ou a quantidade de gasto energético – que é produzido por quilo de peso por minuto. Atividades moderadas, como uma caminhada leve de deslocamento, passear de bicicleta ou atividades domésticas que envolvem gasto energético, variam de 3 a 6 unidades de equivalente metabólico. Já natação, dança, pedalar em uma velocidade mais alta, correr, e praticar esportes como futebol, handebol e boxe são atividades vigorosas, que correspondem a mais de 7 unidades de equivalente metabólico.

 

“Primeiro comparamos os adultos que não praticavam atividade física com aqueles que praticavam alguma atividade física na semana, independentemente da intensidade. Com isso, vimos que adultos que praticavam alguma atividade física, a despeito da idade e de outros fatores, apresentavam menor mortalidade [comparado com quem nunca deixou de ser sedentário]. Não importa se a atividade é moderada ou vigorosa. Só que a magnitude dessa redução da mortalidade é maior para atividade vigorosa que para atividades moderadas. Esses resultados corroboram as últimas recomendações da OMS para atividade física”, afirma.

 

Na análise dos que realizaram pelo menos alguma atividade física durante a semana, os pesquisadores calcularam a porcentagem de exercícios vigorosos e moderados na prática semanal.

 

Ajuste de fatores

“Um indivíduo que faz 75 minutos de atividade física vigorosa realiza o equivalente a 150 minutos de atividade moderada no percentual da participação da atividade vigorosa no total de atividade física semanal”, explica Rezende.

 

Para “calibrar” os dados de um grande número de indivíduos com diferentes históricos, os pesquisadores precisaram incluir outros fatores que poderiam interferir no resultado final, evitando assim “vieses”. “Foi necessário ajustar a análise com o que chamamos de variáveis de confusão, que poderiam interferir no resultado de um estudo relacionado à longevidade, que monitora essas pessoas por anos. Com isso precisamos ajustar fatores como tabagismo, doenças existentes no início do estudo, consumo de álcool e outras variáveis que poderiam explicar essas associações”, diz.

 

O artigo Association of Physical Activity Intensity With Mortality A National Cohort Study of 403â?¯681 US Adults (doi: 10.1001/jamainternmed.2020.6331), de Yafeng Wang, Jing Nie, Gerson Ferrari, Juan Pablo Rey-Lopez, Leandro F. M. Rezende, pode ser lido em https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2772939.

 

Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/exercicios-fisicos-mais-intensos-aumentam-longevidade/ - Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência Fapesp16/03/2021 - Crédito: Piqsels

terça-feira, 20 de abril de 2021

Café forte meia hora antes do exercício aumenta a queima de gordura


Como poucos suplementos alimentares ajudam realmente a perder peso, o café pode se mostrar uma alternativa válida e barata.

 

Café para queimar gordura

 

A cafeína (cerca de 3 mg/kg, o equivalente a um café forte) ingerida meia hora antes do exercício aeróbico aumenta significativamente a taxa de queima de gordura.

 

E, se o exercício for realizado à tarde melhor, porque os efeitos da cafeína são mais marcantes do que pela manhã.

 

"A recomendação de se exercitar com o estômago vazio pela manhã para aumentar a oxidação das gorduras é comum. No entanto, essa recomendação pode carecer de embasamento científico, pois não se sabe se esse aumento se deve ao exercício pela manhã ou por não comer por um período mais longo," explica o Dr. Francisco Gahete, da Universidade de Granada (Espanha).

 

Participaram da pesquisa 15 homens (idade média de 32 anos), realizando um teste de exercício quatro vezes em intervalos de sete dias.

 

Os participantes ingeriram 3 mg/kg de cafeína ou um placebo às 8h e às 17h (cada indivíduo completou os testes em todas as quatro condições em ordem aleatória). As condições anteriores a cada teste de exercício (horas decorridas desde a última refeição, exercício físico ou consumo de substâncias estimulantes) foram estritamente padronizadas e foi medida a oxidação de gordura durante o exercício.

 

"Os resultados do nosso estudo mostraram que a ingestão aguda de cafeína 30 minutos antes de realizar um teste de exercício aeróbio aumentou a oxidação máxima de gordura durante o exercício, independentemente da hora do dia," detalhou Francisco Amaro, coautor do estudo.

 

Queima de gordura ao longo do dia

 

A queima da gordura ocorreu em maior nível nos dois horários, mas o experimento confirmou a existência de uma variação diurna na oxidação das gorduras durante o exercício, sendo os valores maiores no período da tarde do que na manhã para tempos iguais de jejum.

 

Para comparação, a cafeína aumentou a oxidação da gordura durante os exercícios matinais de maneira semelhante à observada à tarde sem a ingestão de cafeína.

 

Em resumo, os resultados deste estudo sugerem que a combinação de ingestão de cafeína e exercícios aeróbicos realizados em intensidade moderada à tarde fornecem o cenário ideal para pessoas que buscam aumentar a queima de gordura durante o exercício físico.

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Caffeine increases maximal fat oxidation during a graded exercise test: is there a diurnal variation?

Autores: Mauricio Ramírez-Maldonado, Lucas Jurado-Fasoli, Juan del Coso, Jonatan R. Ruiz, Francisco J. Amaro-Gahete

Publicação: Journal of the International Society of Sports Nutrition

Vol.: 18, Article number: 5

DOI: 10.1186/s12970-020-00400-6

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cafe-forte-meia-hora-antes-exercicio-aumenta-queima-gordura&id=14665&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: University of Granada