Ir bem em provas e concursos depende, antes de mais
nada, de esforço próprio. Dito isso, há sempre maneiras de melhorar seu
desempenho realizando pequenas atitudes.
Confira 11 dicas que a ciência descobriu que podem
te ajudar a ter desempenho ou notas melhores:
11. Beber água
Um grupo de pesquisadores que analisou 447 universitários
de diferentes anos descobriu que os que levavam água para beber nas provas se
saíam melhor. A hidratação pode ter algo a ver com esse resultado. “O simples
ato de levar água para as provas está ligado a notas maiores. Há uma série de
razões psicológicas e fisiológicas que podem explicar esse benefício”, afirma
Chris Pawson, um dos cientistas envolvidos no estudo. “Entre elas, está o
efeito físico nas funções mentais. Há também a possibilidade do consumo de água
aliviar a ansiedade, que é uma das principais inimigas das boas notas”.
10. Escrever em um papel suas qualidades e valores
Essa dica é especial para mulheres. Cientistas
afirmam que o fato delas ainda ficarem atrás dos homens
nos campos das ciências exatas, tecnologia, engenharia e matemática pode ser em
parte um problema psicológico. Segundo eles, o estereótipo de que os homens são
melhores do que as mulheres em matemática e ciência pode exercer pressão sobre
as meninas que se preocupam se o estereótipo aplica-se a elas.
Assim, a pesquisa mostrou que as mulheres em idade
universitária que afirmaram a sua identidade através de um exercício de redação
foram muito melhores do que as outras em uma prova de física. A redação – na
qual elas escreveram sobre os seus valores pessoais mais importantes, como
amigos e familiares – é um exercício que pode as proteger contra essa ameaça
psicológica, de acordo com o estudo.
A mesma melhora do desempenho não foi vista entre
homens, no entanto.
9. Não fazer tanta lição de casa
Essa dica é especial para as crianças. Segundo
um estudo australiano, muita lição de casa, ao contrário do
senso comum, não as ajuda a ir melhor na escola. Na verdade, pode diminuir suas
notas.
Eles analisaram os resultados de vários estudos
recentes que investigaram a relação entre o tempo gasto em lições de casa e o
desempenho acadêmico dos alunos. De acordo com Richard Walker, psicólogo
educacional da Universidade de Sydney, os dados mostram que, em países onde
mais tempo é gasto em lições de casa, os alunos apresentam resultados
inferiores em um teste padronizado chamado de Programa de Avaliação
Internacional de Estudantes, ou PISA, na sigla em inglês.
A conclusão dos pesquisadores é que uma ou duas
horas de lição de casa por semana são suficientes e não costumam afetar os
resultados dos testes nas escolas.
Por fim, lições de casa só reforçam o desempenho
acadêmico dos alunos durante os três últimos anos de escola primária. Para a
maioria dos estudantes de ensino médio, pouco benefício é visto.
De acordo com os cientistas, a mesma conclusão é
válida em todo o mundo.
8. Aprender de forma confusa
Segundo
o psicólogo e cientista da computação Sidney D’Mello,
da Universidade de Notre Dame (EUA), intencionalmente confundir os alunos
enquanto eles aprendem temas difíceis pode fazer com que eles absorvam melhor o
conteúdo e o apliquem melhor em novos problemas.
Em uma série de experimentos, os participantes
acompanhavam a discussão de dois personagens sobre pesquisas em que cometeram
erros críticos. Para confundir os “alunos”, em determinado ponto os personagens
começavam a discordar e expressar ideias contraditórias e informações falsas.
Depois, os participantes tinham de dizer qual das duas opiniões eles achavam
que tinha mais mérito científico e, em seguida, resolver testes sobre o tema
estudado.
Curiosamente, aqueles que ficaram mais confusos se
saíram melhor nas provas e, ainda por cima, conseguiram identificar erros mais
facilmente nas aulas seguintes.
“A confusão, se for bem regulada, pode ser boa para
o aprendizado porque leva o aluno a processar as informações de forma mais
profunda para resolvê-la”, explica D’Mello.
7. Mascar chiclete
Segundo
um estudo japonês publicado na revista Brain and
Cognition, a goma de mascar pode fazer muito bem para o cérebro. Mascar
chiclete pode impulsionar o pensamento e o estado de alerta – o tempo de reação
dos mastigadores, de acordo com os pesquisadores, é até 10% mais rápido do que
de não mastigadores.
Uma teoria para explicar este resultado é que mascar
aumenta a excitação e leva a melhorias temporárias no fluxo de sangue para o
cérebro.
Outro estudo do psicólogo Serge Onyper também já
havia sugerido que estudantes que mascam chiclete durante cinco minutos antes
de fazer um teste têm notas melhores. Onyper disse que o impulso no desempenho
acadêmico era provavelmente devido à “excitação induzida pela mastigação”, que
durou, no entanto, apenas cerca de 20 minutos.
6. Entender melhor ciência
Estudantes
da Universidade de Medicina e Ciência Charles R. Drew (EUA) foram convidados a
dar aula de ciência para alunos da quarta série em Los Angeles. O curto período
(10 aulas de uma hora) foi suficiente para que as crianças tivessem melhoras
significativas em suas notas de matemática e inglês, além de mostrar um
interesse maior em leitura.
As crianças nem sequer foram os únicos que se
beneficiaram: os estudantes da Drew aprimoraram sua habilidade de descrever
temas complexos seguindo a premissa de que, se você consegue ensiná-los a um
aluno de quarta série, então você consegue ensinar a qualquer pessoa.
Por que a ciência teve um papel tão importante em
diferentes aspectos na vida de ambos crianças e adultos?
Os pesquisadores do estudo concluíram que, além de
efetivas por si só, as aulas de ciência podem servir como “uma fagulha para
acender em uma criança o desejo de aprender em todas as áreas ao longo da
vida”.
5. Pagar melhor professores
Esse item muitas vezes não depende do aluno – a não
ser que ele esteja pagando um professor particular –, mas existem evidências de
que escolas que dão um bônus aos seus docentes conforme o desempenho de seus
alunos produzem resultados melhores.
A pesquisa, realizada
em uma escola de Chicago (EUA), mostrou que os
professores cujos alunos tiveram as melhores notas foram os que haviam ganho
esse bônus antes das aulas começarem – e que poderiam perdê-lo (ou devolver
parte dele) se não cumprissem certas metas.
Apesar de parecer cruel, isso motivou os professores
a dar seu melhor e os alunos tiveram melhor desempenho ao longo de todo o ano.
Vale lembrar que os estudantes foram avaliados com testes padronizados – não
somente levando-se em conta as notas que os professores deram para eles – para
que a ponderação fosse mais justa.
4. Jogar videogame
Outra dica especial para os pequenos. Um estudo realizado
por uma equipe de pesquisadores de Buenos Aires concluiu que expor as crianças
a jogos de computador especializados podem levar a melhores notas na escola.
Os pesquisadores analisaram 111 alunos da primeira
série na Argentina. Eles eram no geral estudantes de baixa renda, muitos dos
quais tinham dificuldades de comparecimento à escola devido a problemas em
casa.
Cada um foi retirado das atividades escolares
regulares três vezes por semana e levado a uma área separada onde metade jogou
um game especialmente projetado para melhorar a memória e planejamento por 15
minutos, por um período de 10 semanas. A outra metade jogou jogos de videogames
comuns.
As crianças foram monitoradas para ver se o jogo
teve qualquer impacto sobre suas notas. Trabalho e testes em sala de aula
permaneceram inalterados e os professores não foram informados da natureza do
estudo até que ele tivesse acabado.
Ao analisar os dados, os pesquisadores descobriram
que as crianças que jogaram o jogo especial, e que antes do estudo tinham as
notas mais baixas devido principalmente à presença infrequente, alcançaram
pontuações mais altas em seus trabalhos escolares e inclusive chegaram ao mesmo
nível (mesmas notas em matemática e português) que as crianças que frequentavam
regularmente a escola.
3. Meditar
Meditar pode levar a melhores notas, de acordo com
um estudo experimental da Universidade George Mason e da Universidade de
Illinois (ambas nos EUA).
Três experimentos em sala de aula em uma
Universidade da Califórnia foram feitos para ver se a meditação podia ajudar os
alunos a se concentrar melhor e reter informações. Em um deles, usando uma
seleção aleatória de estudantes, os que meditaram antes de uma palestra
pontuaram melhor em um quiz que se seguiu sobre ela do que os alunos que não
meditaram.
Curiosamente, os pesquisadores também mostraram que
o efeito da meditação era mais forte nas classes com mais calouros, mostrando
que a meditação pode ter um efeito maior sobre os alunos iniciantes.
A meditação pode ser útil para a clareza mental,
foco e autodisciplina, de forma que pode ajudar em uma variedade de
configurações e objetivos.
2. Ir à igreja
Jennifer Glanville, socióloga da Universidade de
Iowa (EUA), afirmou que, se você quiser aumentar a média de notas de seu filho
adolescente, deve levá-lo à igreja – ou encontrar alguma atividade social
semelhante para envolvê-lo.
Ela e seus colegas pesquisadores descobriram que a
frequência à igreja tem um efeito sobre as notas de adolescentes semelhante ao
efeito de seus pais terem um diploma universitário. Estudantes que iam à igreja
semanalmente também tinham menores taxas de evasão e se sentiam mais
“integrados” às suas escolas.
O estudo não sugere que Deus está por trás das notas
dos alunos. Em vez disso, identifica várias razões para eles irem melhor na
escola, como: terem contato regular com adultos de várias gerações que servem
como modelos; seus pais serem mais propensos a se comunicar com os pais de seus
amigos; desenvolverem amizades com colegas que têm normas e valores
semelhantes; serem mais propensos a participar de atividades extracurriculares.
1. Fazer exercício físico
O campeão na hora de ajudar a melhorar o desempenho
escolar e as notas é o exercício físico. Diversos estudos já concluíram que
fazer atividades pode, de fato, levar a um melhor resultado acadêmico.
Por exemplo, um
estudo espanhol descobriu que as garotas, mas não os meninos, que vão a pé
ou de bicicleta para a escola tem um desempenho melhor em testes de habilidades
verbais e matemáticas. Quanto mais longo o trajeto, maior a pontuação das
meninas nos testes, independentemente do quanto elas se exercitavam fora da
escola. Ainda assim, não está claro se o trajeto em si importa, ou se apenas se
exercitar em geral ou algum outro fator está em jogo.
Por outro lado, uma
pesquisa da Universidade de Illinois (EUA) concluiu que
crianças fisicamente aptas absorvem e retém novas informações de forma mais
eficaz do que crianças que estão fora de forma.
As crianças mais fisicamente aptas se saíram melhor
que as outras especialmente em tarefas de memorização complexas. Isso sugere
que altos níveis de aptidão física têm o seu maior impacto nas situações mais
difíceis que as crianças enfrentam intelectualmente.
Outra pesquisa da mesma
universidade dividiu as crianças em dois
grupos, e apenas um foi estimulado a fazer exercícios físicos (como correr,
caminhar ou jogar bola) antes de fazer uma avaliação escrita. Ao comprar os
resultados, os cientistas verificaram que as crianças que haviam feito
exercícios antes tiveram resultados melhores.
Por fim, um estudo da Universidade Estadual de
Michigan (EUA) descobriu que a atividade física vigorosa melhora as notas das
crianças também.
Enquanto as que faziam aulas de educação física
regular não foram melhor do que crianças sedentárias nas provas, aquelas que
andavam de skate ou jogavam futebol pelo menos três vezes por semana tinham
notas melhores em matemática, ciências, Inglês e estudos sociais.
Ou seja: não custa incluir atividade física no seu
dia a dia para melhorar sua cognição e aprendizado. Na “pior” das hipóteses,
você “só” vai ficar mais saudável. [LiveScience 1 e 2, MedicalXpres 1 e 2]