sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Insuficiência cardíaca: quando a máquina quer pifar


Levantamento sobre a doença entre os brasileiros aponta os desafios para prevenir e remediar esse problema tão ligado ao estilo de vida

O que é insuficiência cardíaca
Após décadas de trabalho estressante, no limite da capacidade, o coração pediu arrego. Ele fez tudo o que podia para garantir que o sangue fosse distribuído pelo organismo: acelerou as batidas, ficou mais forte, ganhou até volume… Mas nada trouxe resultado. Todas essas mudanças de padrão, pelo contrário, só pioraram as coisas. Até que o músculo cardíaco já não pena sozinho. O corpo inteiro padece. Na prática, isso significa que o fôlego acaba em uma caminhada mais intensa até a esquina. Literalmente.

Essa novela, que pode terminar no colapso do órgão, se desenrola todos os dias no peito de 6 milhões de brasileiros. Eles sofrem de insuficiência cardíaca. “Nessa situação, o coração não consegue bombear o sangue direito”, resume a cardiologista Sabrina Bernardez Pereira, do Hospital do Coração, na capital paulista.

Apesar de tão séria e comum, não existia um balanço das características desse problema em nosso país. Para suprir a lacuna, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) fez um levantamento focado na insuficiência cardíaca. Os médicos acompanharam 1 263 pacientes com a enfermidade espalhados por 51 hospitais das cinco regiões do território. O objetivo era conferir como andam o diagnóstico, o tratamento e a evolução do quadro ao longo dos anos — e quais condições e hábitos estão associados ao seu aparecimento.

O cenário que os especialistas desvendaram não é nada animador. “O número de indivíduos que morrem de insuficiência quando chegam ao hospital é duas vezes mais alto do que nos Estados Unidos e três vezes mais elevado em relação à Europa”, calcula o cardiologista Fernando Bacal, diretor da Unidade Clínica de Transplante Cardíaco do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, e um dos autores do estudo.

Como se não bastasse, quase 30% dos doentes que tiveram alta voltam a ser internados após alguns meses, um reflexo da falha no acesso a medicamentos e na escassez de informações sobre como se cuidar. “O paciente só chega ao médico quando o problema já está avançado e difícil de tratar”, lamenta Bacal. Já está ruim? Pois pode piorar: com o envelhecimento da população, nos próximos 15 anos a turma dos corações cansados ganhará a companhia de 2 milhões de brasileiros — afinal, a idade é um fator de risco para a complicação.

O que está por trás da insuficiência cardíaca
Apesar de insidiosa, a insuficiência cardíaca tem um ponto vulnerável: sua evolução é lenta. Ela demora décadas para alcançar o estágio gravíssimo. Portanto, o sonho dos cardiologistas é flagrá-la em uma fase em que o órgão ainda não teve avarias e cortar os elementos de agressão. E é aí que entra o estilo de vida. Hoje a principal condição que patrocina a insuficiência é a pressão alta. O levantamento acusa que ela afeta sete em cada dez pessoas com o coração doente.

Na hipertensão, as artérias ficam mais estreitas, o que dificulta a passagem de sangue. “Para vencer a resistência, o coração começa a bater com força e se sobrecarrega”, ensina o cardiologista Denilson Albuquerque, coordenador do trabalho da SBC e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Se a pressão não for controlada, o órgão trabalha feito louco por anos e anos. E o que acontece com ele? Pense numa academia de ginástica: se você exigir muito dos seus músculos, eles vão crescer. O mesmo vale para o coração. Ele se avoluma, o que prejudica o baticum e a função de ejetar o sangue para a circulação.

Outras duas condições que botam fichas a favor da insuficiência cardíaca são o colesterol alto e o diabetes, comuns em 35% dos participantes da pesquisa. Mas seu papel nesse desfecho é mais indireto. “O excesso de gordura e glicose nos vasos propicia infartos”, aponta Sabrina. Quando se escapa ao ataque cardíaco, o coração fica com uma cicatriz, o que limita os movimentos de contração e relaxamento. Com o tempo, ele tende a entrar naquele estado de fadiga. Dê uma olhada no infográfico abaixo:

A investigação da SBC também foi capaz de mostrar as particularidades do problema em terras brasileiras. O melhor exemplo disso é o impacto da doença de Chagas no desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa praticamente não há relação entre as duas condições, no Brasil 10% dos corações cansados são consequência de uma picada do inseto barbeiro, que transmite o protozoário Trypanosoma cruzi.

O parasita pode se instalar no músculo cardíaco e viver lá durante anos sem dar nenhum sinal. “Depois de algumas décadas, ele dá início a um processo de inflamação ali, que resulta na dilatação do órgão”, aponta o médico Ricardo Pavanello, diretor de pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. É por isso que a gente ouve falar que o Chagas deixa o coração inchado. A miocardite, nome científico desse quadro, é bem comum no Centro-Oeste e no Sudeste.

Também chama atenção no levantamento o elo entre outro distúrbio, este bem mais comum nas cidades grandes, com a fadiga no peito: a apneia do sono. Marcada por roncos e interrupções no fluxo respiratório durante o repouso, ela incide em até 60% dos portadores de insuficiência. “Sabemos que a falta de oxigênio provoca a liberação de substâncias inflamatórias que afetam o coração”, diz o cardiologista Dirceu Rodrigues Almeida, da Universidade Federal de São Paulo. Considere que essa descarga de estresse é despejada no peito noite por noite, anos a fio. Uma hora isso rende algum chabu.

Já a depressão aparece em 13% dos que tinham insuficiência. Por ora, os médicos não sabem dizer se ela é causa ou consequência da pane cardíaca. O fato é que não conseguir realizar tarefas cotidianas, que exijam um pouquinho de esforço, é uma das características mais angustiantes da doença. “Imagine pessoas que caminhavam por quilômetros e agora sofrem para ir ao banheiro”, relata Sabrina. O impacto na autoestima e na rotina requer muitas vezes o apoio de um psicólogo, a fim de precaver que a tristeza conquiste terreno demais.

Uma questão de atitude
A regra número 1 para tratar (ou prevenir) a insuficiência cardíaca é mudar o estilo de vida. Ao adotar hábitos saudáveis nos primeiros estágios, dá para evitar que a enfermidade ganhe traços dramáticos. “É essencial emagrecer e restringir o consumo de gordura e açúcar”, exemplifica Almeida. Isso vai ajudar a evitar que o colesterol alto e o diabetes, dois gatilhos para o colapso cardíaco, se instalem de vez.

Boa parte das pessoas também tem de abandonar o álcool, pois ele pode lesar as células do coração. Os médicos liberam uma ou duas doses apenas em ocasiões especiais. “Também é preciso maneirar no sal e na ingestão de água e outras bebidas”, completa o cardiologista Alexandre Soeiro, supervisor da Unidade de Emergência do InCor. É que essa dupla é capaz de piorar a retenção de líquidos, o que acaba em inchaço nas pernas e na barriga — um traço típico da insuficiência.

Enquanto algumas práticas estão banidas, outras são incentivadas. Por muito tempo, o exercício físico foi proibido para quem tinha o coração fatigado. Se a pessoa mal caminha sem perder o fôlego, que dirá se aderir a um treino de ginástica… Mas esse pensamento caiu por terra. Hoje, praticar um esporte é um recurso valioso (e obrigatório) no controle da doença. “Exercícios relaxam os vasos, oxigenam os músculos e favorecem a capacidade de bombeamento do órgão”, enumera Almeida. Sem contar que dão aquele ânimo.

As sessões, que envolvem caminhada e musculação, devem ser feitas em clínicas de reabilitação especializadas, acompanhadas de um profissional de educação física. Tudo para que não se ultrapassem os limites seguros. Normalmente, a carga de treinamento é leve e a intensidade sobe de acordo com a melhora. Hidroterapia, ioga e tai chi são outras modalidades prescritas nesses casos.

Apesar de ajustes na rotina serem tão importantes para pessoas com insuficiência cardíaca, a pesquisa da SBC constatou que uma das principais falhas está na comunicação entre médico e paciente. Apenas 16% dos portadores foram informados sobre o papel da atividade física, enquanto só 34% receberam orientações de mudar a dieta, com a redução no consumo de sódio e de gordura.

“A ausência desse diálogo culmina no abandono das mudanças no estilo de vida e na falta de adesão à medicação”, analisa Bacal. Para reverter essas estatísticas, os experts apostam em mais tempo de consulta e nas equipes multiprofissionais, atentas a todos os detalhes do paciente.

Soluções na farmácia
Só que nem sempre basta mexer na alimentação e suar a camisa. Se a insuficiência progride e já há danos, medicamentos são mais que necessários. Os primeiros são os diuréticos, que incentivam a eliminação de líquidos pela urina e reduzem os inchaços pelo corpo.

Uma segunda classe de drogas tem ação vasodilatadora, ou seja, amplia o calibre de veias e artérias para facilitar a passagem do sangue e, assim, aliviar o trabalho do músculo cardíaco. Em terceiro lugar vêm os chamados betabloqueadores, que brecam a ação da adrenalina, hormônio que intensifica o ritmo cardíaco.

Por último, e não menos importante, estão os inibidores da enzima conversora de angiotensina, ou simplesmente IECA. Sua missão é impedir que moléculas estreitem os tubos sanguíneos. Quais o indivíduo terá de tomar ou quais as combinações ideais? Só o médico, após avaliar direitinho, poderá dizer.

Mas (e sempre tem um “mas”) existem pessoas que não obtêm bons resultados com esse quarteto farmacológico. Aí entram alternativas, como a droga ivabradina, que diminui a cadência dos batimentos. E há novidades promissoras por vir. Talvez a mais esperada seja um comprimido ainda em es-tudo da farmacêutica suíça Novartis.

Seu nome provisório é LCZ696 e seu potencial terapêutico foi apresentado e debatido no congresso da Associação Americana do Coração de 2014. Os pesquisadores compararam sua eficácia com o principal representante da classe dos IECA em 8 mil voluntários. Em relação ao medicamento já no mercado, o produto da Novartis reduziu em 20% as taxas de mortalidade e hospitalização, bem como o tempo de UTI e a necessidade de visitas ao pronto-socorro. “Achados tão expressivos vão antecipar a aprovação da droga nos Estados Unidos para o segundo semestre deste ano”, conta o médico Felix Ramires, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital do Coração. A expectativa é que ele ganhe o ok das agências regulatórias brasileiras em 2017.

Mas o que essa droga tão aguardada tem de especial? Logo de cara, ela reduz os níveis de angiotensina, elemento que, em excesso, faz os vasos sanguíneos ficarem no sufoco. “Além disso, estimula a liberação de uma proteína que protege especialmente o coração”, destaca Ramires. Essa dupla ação, inédita, é o que confere ao remédio o status de um dos maiores avanços na cardiologia desde os anos 1980.

Nos casos avançados da insuficiência, em que comprimidos não dão mais conta do recado, o jeito é recorrer a cirurgias de revascularização, que desobstruem as artérias, marca-passos para acertar as batidas e até mesmo ao coração artificial, um dispositivo que substitui a peça original. “Também há a opção do transplante cardíaco, mas esbarramos no número reduzido de doadores no país”, lembra Fernando Bacal. Em 2014, foram 311 operações dessa natureza por aqui, a maioria esmagadora para sanar a insuficiência cardíaca. Muito antes de chegar a esse ponto, porém, você já sabe que é possível adotar atitudes preventivas, investindo em um estilo de vida saudável. É o roteiro mais seguro para evitar que a máquina que abrigamos no peito dê sinal de cansaço.

Para deixar o coração tinindo
O flagra precoce e a terapia adequada permitem que o músculo continue trabalhando direito

O diagnóstico
A detecção da insuficiência cardíaca se dá no consultório. Se o indivíduo está com hipertensão, diabetes, falta de ar e pernas inchadas, há uma boa probabilidade de ter a doença. “Aí pedimos exames como o ecocardiograma para confirmar a suspeita”, explica o cardiologista Marcelo Sobral, do Hospital Beneficência Portuguesa, na capital paulista.

O tratamento
Além de cuidados como uma alimentação regrada e a prática de atividade física orientada de perto, o controle da insuficiência cardíaca depende de uma série de medicamentos. E um novo fármaco, previsto para 2017, deve revolucionar a luta contra a doença.

Estatísticas alarmantes
Os números da insuficiência cardíaca em nosso país

6 milhões de pessoas têm insuficiência cardíaca no Brasil, segundo as últimas projeções
10% dos brasileiros acima de 80 anos possuem o problema — entre os 40 e os 59 anos, a incidência cai para 1%
70% dos indivíduos com a doença também convivem com a hipertensão
A previsão é um aumento de 40% nos casos de insuficiência cardíaca no país até 2030
A média de idade dos participantes do levantamento brasileiro foi de 64 anos
34% deles foram orientados sobre o papel de uma boa alimentação, sem abuso de sal e de líquidos
16% dos pacientes recebiam conselhos para fazer uma atividade física
67% daqueles que têm insuficiência cardíaca declararam se lembrar de recomendações sobre o jeito certo de usar os remédios
29% das complicações da doença acontecem justamente por causa da baixa adesão ao tratamento e de equívocos na hora de tomar os remédios
A média de sobrevivência após o diagnóstico da insuficiência cardíaca no Brasil é de 5 anos

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/insuficiencia-cardiaca-quando-a-maquina-quer-pifar/ - Por André Biernath - Ilustração: Marcus Penna/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

7 hábitos que fazem mal ao seu coração


Seu estilo de vida pode estar, silenciosamente, afetando a saúde do seu coração. Pequenas mudanças evitam problemas sérios

Como anda a saúde do seu coração? A maioria de nós, mulheres, se preocupa muito com outras doenças e acaba descuidando dos problemas cardíacos. Sem muitos sintomas, as cardiopatias são a terceira maior causa de mortes de pessoas entre 30 e 50 anos no Brasil.

Já está provado que alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doenças que afetam o seu coração estão relacionados ao estilo de vida. Maus hábitos que dia após dia acabam provocando problemas sérios – mas que poderiam ser evitados com um pouco de atenção e cuidado.

Veja abaixo os 7 hábitos que você deve evitar para cuidar melhor do seu amigo do peito.

1. Fumar
Que o cigarro contém centenas de substâncias tóxicas e extremamente nocivas para a saúde, você já sabe. Mas talvez ainda não saiba que ele é responsável por aproximadamente 30% das mortes relacionadas à doença cardíaca, além de ser um alto fator de risco para certos tipos de câncer.
Por isso, se você quer bem ao seu coração mantenha-se longe do cigarro.

2. Descuidar do peso
Não é só uma questão estética. O excesso de peso sobrecarrega não somente o coração, mas todo o sistema circulatório (o que acaba aumentando a pressão arterial). De acordo com o doutor Fernando Costa, palestrante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a circunferência abdominal é um fator importante para a doença cardíaca, pois o tecido gorduroso que se acumula na barriga provoca o aumento do colesterol.
Uma alimentação rica em frutas e vegetais é uma forte aliada no combate a doenças cardiovasculares, mesmo quando existe uma tendência genética.

3. Exagerar no sal
O sal é importante para o organismo, mas o consumo exagerado tem feito os especialistas o considerarem como vilão na lista dos temperos prejudiciais à saúde. O motivo é simples: o excesso de sal causa hipertensão, aumentando a possibilidade de um ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral.
A recomendação é evitar alimentos industrializados (ricos em sódio) e pensar duas vezes antes de adicionar mais algumas pitadinhas de sal à batata frita ou pipoca.

4. Não praticar exercícios
Acredite: o sedentarismo também é classificado como uma doença e atinge cada vez mais pessoas. Fuja deste inimigo do coração saudável e pratique exercícios!
E é importante lembrar que quando falamos de exercícios físicos, eles não estão relacionados necessariamente apenas à prática de esportes. As atividades físicas podem fazer parte do seu dia a dia de forma simples – caminhadas até o trabalho, trocar o elevador pela escada, pedalar… As possibilidades são inúmeras.

5. Consumir bebidas alcoólicas (exageradamente)
Tomar uma bebida de vez em quando não fará mal ao seu coração, especialmente se você consumir vinho (cujos benefícios para a saúde são reconhecidos pelos médicos).
Mas se você consome bebida alcoólica regularmente, seu coração pode sentir as consequências em longo prazo. Além de afetar o fígado, o excesso de álcool no organismo eleva o risco de hipertensão e doenças cardíacas.
Por isso, não exagere na dose!

6. Dormir mal
A falta de sono prejudica a saúde do nosso coração sem apresentar sintomas. Casos crônicos de insônia são capazes de aumentar a pressão arterial porque é como se o coração nunca entrasse em repouso. E, lembrando, hipertensão é fator de risco para AVC ou insuficiência cardíaca.
Para manter seu coração saudável, não se prive de uma boa noite de sono. Caso sinta insônia com frequência, procure ajude médica.

7. Descuidar das emoções
Não é segredo que as emoções negativas afetam a saúde do coração. Ansiedade, estresse e depressão podem impactar menos sua saúde se você souber administrar as emoções.
Pessoas muito agitadas ou que trabalham demais estão suscetíveis aos infartos. O melhor remédio para o coração é divertir-se. “Tenha uma vida gostosa de viver. Sorria, faças as coisas que você gosta, brinque. Isto é importante para o seu coração.”, recomenda o médico Fernando Costa.

E você? O que tem feito para cuidar do seu coração?


quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Mídias sociais aumentam depressão principalmente entre meninas


Menos autoestima e menos sono

Meninas adolescentes são duas vezes mais propensas que os meninos da mesma idade a apresentar sintomas de depressão associada ao uso das redes sociais.

Uma em cada quatro meninas analisadas apresentou sinais clinicamente relevantes de depressão, enquanto o mesmo ocorreu com apenas 11% dos garotos. Foram analisados dados de quase 11 mil jovens no Reino Unido.

Os pesquisadores constataram que a taxa de depressão mais elevada deve-se ao assédio online, à perda de horas de sono e à baixa autoestima, acentuada pelo tempo nas mídias sociais.

"Aparentemente, as meninas enfrentam mais obstáculos com esses aspectos de suas vidas do que os meninos, em alguns casos consideravelmente mais," disse Yvonne Kelly, professora da Universidade College de Londres, que liderou a equipe responsável pela pesquisa.

As garotas de 14 anos representam o agrupamento de usuários mais incisivos das mídias sociais - 40% delas as usam por mais de três horas diárias, em comparação com 20% dos garotos.

Cerca de 75% das garotas de 14 anos que sofrem de depressão também têm baixa autoestima, estão insatisfeitas com sua aparência e dormem sete horas ou menos por noite.

O estudo também mostrou que 12% dos usuários considerados moderados e 38% dos que fazem uso intenso de mídias sociais (mais de cinco horas por dia) mostraram sinais de depressão mais grave.

Quando os pesquisadores analisaram os processos subjacentes que poderiam estar ligados ao uso de mídias sociais e depressão, eles descobriram que 40% das meninas e 25% dos meninos tinham experiência de assédio online ou cyberbullying.

Atenção dos pais e responsabilidade da indústria

Os resultados renovaram as preocupações com as evidências de que muito mais meninas e mulheres jovens apresentam uma série de problemas de saúde mental em comparação com meninos e homens jovens, e sobre os danos que os baixos índices de autoestima podem causar, incluindo autoflagelação e pensamentos suicidas.

Os pesquisadores pedem aos pais e responsáveis políticos que deem a devida importância aos resultados do estudo.

"Essas descobertas são altamente relevantes para a política atual de desenvolvimento em diretrizes para o uso seguro das mídias sociais. A indústria tem que regular de forma mais rigorosa as horas de uso das mídias sociais para os jovens," disse Kelly.


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Dor no peito: tipos, causas e como proceder em cada caso


Sentir dor no peito é sempre um motivo de preocupação. A dor pode ter diversas origens, mas por estar perto do coração, assusta quem a sente.

É importante se preocupar ao sentir dor no peito, já que doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo. Mas para não precisar correr para o hospital sem necessidade, saiba identificar o que pode significar cada tipo de dor.

Dor no peito: o que ela pode significar?
”A dor no peito pode ter várias causas”, afirma a cardiologista Eliane Guimarães. Além da mais temida dor cardíaca, a dor na região pode ser apenas uma dor muscular, ou até mesmo a irradiação de algum problema abdominal, elenca a médica.
Ao se deparar com uma dor no peito, os médicos consideram vários fatores para definir qual a origem do problema. Antes mesmo de exames, leva-se em consideração a idade e histórico do paciente, além das características momentâneas. Vamos saber mais sobre o tipo de cada dor:

Dor no centro do peito, em aperto
“A dor cardíaca é bem no meio do peito, atrás do esterno, uma dor em aperto”, explica a cardiologista sobre o tipo de dor no peito mais temida. As dores cardíacas podem irradiar para outras partes do corpo, além de serem frequentemente acompanhadas por suor, náuseas e vômito, de acordo com Eliane. Entre as doenças que podem ser sinalizadas por esse tipo, estão:
Infarto: “é a morte do tecido do coração que não foi nutrido pela artéria”, conta Eliane. Geralmente a causa é um bloqueio – chamado de lesão – na artéria, que não deixa o sangue passar.
Pericardite: “é a inflamação da capa que envolve o coração, o pericárdio”, define a cardiologista. Essa doença pode ser causada por diversos fatores e a dor é muito intensa, podendo ser confundida com a do infarto.
Arritmia: é o nome para a condição do descompasso das batidas do coração. Eliane explica que em alguns casos de arritmia, o coração pode não receber sangue o suficiente.
Dor no lado esquerdo do peito
Diferentemente do que muitos pensam, a dor cardíaca não tem origem do lado esquerdo do peito. A cardiologista explica que essa dor é o efeito irradiação, sintoma comum da dor cardíaca: “pode gerar irradiação para o lado esquerdo, braço esquerdo, mandíbula e costas”.

De risco, essa dor pode caracterizar aneurisma de aorta, que consiste no alargamento da aorta, artéria mais importante do corpo humano. “O sangue passa por entre as camadas da artéria, dilatando a artéria”, explica Eliane, que ainda esclarece que a dor proveniente do aneurisma de aorta pode irradiar bastante e é parecida com a dor cardíaca. Também trata-se de um quadro grave.

Dor no lado direito do peito
De acordo com a cardiologista, a dor no lado direito do peito não tem uma causa preestabelecida. Para ajudar a entendê-la é preciso levar em consideração as outras características da dor: se é em queimação, se apenas dói com movimento, por exemplo, para se enquadrarem em outros tipos.

Dor no peito e queimação
“Dor atrás do esterno, em queimação, que vem do estômago até a região da garganta”, descreve Eliane. A dor com queimação é característica de problemas relacionados ao sistema digestivo, especialmente no esôfago, que passa pela região torácica.
Outra característica dessa dor, explica a especialista, é estar relacionada com a alimentação: “Você pode senti-la depois de ingerir algum alimento específico”.
Ela pode sinalizar a esofagite. Trata-se da inflamação do esôfago, e acontece em pessoas que sofrem de refluxo. “O esôfago não está preparado para receber o suco gástrico, que é ácido, então quando esse volta, por meio do refluxo, causa inflamação do tecido, gerando a sensação de queimação”, conta Eliane.

Dor no peito ao respirar
Se você sente dor no peito ao respirar, acompanhada de falta de ar, provavelmente a causa é pulmonar, afirma a cardiologista. Atenção aos riscos:

Pneumonia: trata-se de infecção em um ou nos dois pulmões.
Embolia pulmonar: acontece quando um vaso do pulmão é entupido.
Dor no peito ao se movimentar
A dor no peito que surge apenas ao se movimentar pode ser de origem muscular. “Geralmente ao respirar fundo, este tipo de dor piora”, relata a médica, que descreve a dor como pontadas localizadas.

Para diagnosticar esse tipo de dor – que não tem perigo, se passageira – a cardiologista aconselha lembrar se fez algum esforço físico exagerado, como malhar ou carregar peso, nos dias anteriores à dor.

Dor nas mamas
A dor nas mamas é mais característica das mulheres e pode ser originária de mais de um fator. Se você não se lembra de ter batido a região que está dolorida, a orientação é procurar um ginecologista para investigar se não há riscos das doenças abaixo:
Mastite: a infecção do tecido mamário. Essa dor pode vir acompanhada de inchaço e região mais quente do que o restante do corpo.
Tumor: tumores nas mamas podem causar dores, por isso a especialista recomenda o autoexame e a consulta com o ginecologista.
Por indicar doenças que podem ser graves, pode surgir uma dúvida de como proceder nesses casos.

O que fazer?
A pergunta que surge na cabeça de todos: o que fazer ao sentir uma dor no peito? As informações acima são úteis para que saiba diferenciar os tipos de dores e não confundir uma simples dor muscular depois da academia com a dor causada por infarto.
A primeira orientação de Eliane é: se for uma dor muito forte, dirija-se a um hospital o quanto antes. Caso a dor não seja tão aguda, vale avaliar de acordo com os sintomas e características de dores listados acima.
Caso sinta uma dor cardíaca fraca que, sem motivo, “vai e volta”, marque uma consulta com seu cardiologista para fazer alguns exames.
Se pegou peso ou realizou atividade física nos últimos dias, provavelmente é uma dor muscular. Espere alguns dias, pois deve passar. Caso não passe, recomenda-se procurar um médico.
Se a dor que está sentindo é pulmonar, ou seja, ao respirar e acompanhada de falta de ar, Eliane aconselha marcar uma consulta com um pneumologista.
Caso tenha identificado uma dor característica de esofagite, marque uma consulta com um gastroenterologista para exames e orientações. O importante é: se a dor persistir e vier acompanhada de outros sintomas, não hesite em procurar um especialista.

Prevenção
Felizmente, existem algumas medidas que auxiliam na prevenção de problemas causadores da dor no peito. São elas:

Não fumar ou, ao menos, tentar largar este vício
Manter alimentação saudável
Fazer atividades físicas regularmente
Manter a pressão arterial controlada
Consultar-se com cardiologista ou outros médicos com regularidade
Realizar exames conforme solicitação médica

Fique atento aos sintomas e procure identificar qual é o tipo da sua dor. Não se assuste previamente: dores no peito nem sempre significam infarto. Na dúvida, busque por orientação de quem mais entende do assunto.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/dor-no-peito/ - Escrito por Fernanda Maranha - FOTO: ISTOCK

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Sintomas da menopausa: conheça os principais e saiba como aliviá-los


A menopausa é uma fase que traz dúvidas e inseguranças, já que carrega consigo sintomas que variam de organismo para organismo. Segundo a ginecologista e cosmetoginecologista Renata Guidoni, “a menopausa é a interrupção permanente da menstruação por mais de um ano, que ocorre devido à falência dos ovários com a diminuição de produção hormonal”. Os sintomas da menopausa já são bastante conhecidos mas ainda causam certo incômodo.

De acordo com a médica, a menopausa passa por dois estágios. O primeiro caracterizado como pré-menopausa (período de 3 a 5 anos que antecedem o término da menstruação) e o segundo sendo a menopausa em si, quando há a ausência definitiva da menstruação por mais de um ano. Algumas mulheres ainda podem sofrer de menopausa precoce, que é a ausência da menstruação antes dos 40 anos. Confira abaixo a lista de sintomas da menopausa:

Sintomas da menopausa
Fogachos: calores noturnos principalmente no rosto com sensação de queimação.
Sudorese: excesso de suor principalmente no rosto e nos membros superiores.
Dores: dor de cabeça frequente, nas articulações, no trato urinário e na vagina.
Insônia: dificuldade para dormir.
Secura vaginal: dificuldade de lubrificação que pode provocar dor durante as relações sexuais.
Incontinência urinária leve: perda involuntária da urina.
Alterações de humor: sintomas de ansiedade, nervosismo, exaustão mental, irritabilidade e, em alguns casos, depressão.
Peso: possível ganho ou perda de peso.
Menstruação: menstruação ausente, irregular ou anormal.
Pele: alterações na pele, que pode ficar seca ou com textura diferente da normal.
Tenho todos os sintomas: o que fazer?

Depois de identificados os primeiros sintomas, você pode seguir algumas recomendações. Tenha sempre em mente que isso faz parte do ciclo natural da mulher e que não há motivo para pânico.

Antes de mais nada, procure um médico especialista
Se você tiver entre 40 e 50 anos e notar alguns sintomas da menopausa, o primeiro passo a ser dado é buscar orientação médica para seguir o tratamento adequado.

Quais os principais tratamentos e formas de aliviar os sintomas?
Terapia de reposição hormonal, medicamentos que aliviam as ondas de calor, medicamentos fitoterápicos, alimentação equilibrada e prática de atividades físicas.

Existem tratamentos alternativos?
“Laser vaginal e radiofrequência vaginal são tratamentos não hormonais que podem auxiliar no alívio de alguns sintomas geniturinários, como atrofia vaginal e ardência vaginal, urgência urinária e dor durante as relações sexuais”, explica Guidoni.

A menopausa traz alterações para o corpo e metabolismo da mulher?
“Sim. É possível que a menopausa provoque mudanças no depósito de gordura do corpo da mulher, aumente os riscos de osteoporose, provoque alterações vasculares e acentue os sintomas depressivos nas mulheres que já tinham tendência à depressão”, finaliza a médica.

A menopausa é uma fase inevitável na vida de qualquer mulher e, claro, o processo de mudanças no corpo é algo que precisamos cuidar com carinho e atenção. Por mais que os sintomas sejam desagradáveis, a medicina moderna traz diversos tratamentos que contribuem para o alívio dos sintomas e para a estabilização dos níveis hormonais. Por isso, buscar orientação adequada e zelar pela própria saúde com hábitos saudáveis sãos os principais caminhos para conquistar a qualidade de vida.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/sintomas-da-menopausa/ - Escrito por Andrea Sakugawa   

domingo, 6 de janeiro de 2019

Férias com saúde: saiba quais são os hábitos mais importantes para manter nessa época do ano


É verão, e é normal entrarmos em ritmo de férias (mesmo que não literalmente). A gente desacelera um pouco, acaba parando de se cobrar tanto e dá mais escapadas na dieta. Normal, né, quem nunca?

O mais importante nesses períodos é não chutar o balde muito longe! Pode, sim, relaxar um pouco mais, aproveitar outros programas, mas vale a pena também não sair taaanto da linha assim… com a manutenção de pequenos hábitos, nós garantimos que o “estrago” não seja tão grande e, o melhor, que o retorno ao plano original seja mais rápido e fácil.

Veja seis dicas importantes para seguir e ter férias com saúde:

1) Beba líquido ao longo do dia
Essa é uma das primeiras coisas que a gente esquece de fazer: beber água! Saiu da rotina e pronto, já compromete a hidratação do corpo todo. Chás gelados, águas aromatizadas, suchás (mistura de sucos e chás) estão valendo também. Só não vale refrigerante, bebidas alcoólicas e sucos integrais (eles trazem muito açúcar, nada de fibras e muitas calorias). Mantenha sempre uma garrafinha por perto!

2) Exagerou na comilança num dia? Opte por um cardápio mais leve no outro
Não fique sem comer nada para “compensar” o excesso de calorias. Isso é uma estratégia altamente ineficaz. Além de gerar ainda mais estresse no organismo, pode provocar períodos de compulsão alimentar, o que vai desequilibrar tudo novamente. Lembre-se que muitos alimentos podem ajudar na “desintoxicação” do organismo. Aposte em saladas, smoothies, muitos vegetais (crus e cozidos), comida de verdade (arroz, feijão, frutas). Fuja dos alimentos gordurosos (por exemplo queijos, molhos brancos), produtos muito industrializados, que são cheios de sódio e aditivos alimentares, frituras e carnes muito pesadas.

3) Evite ficar petiscando o tempo todo
Faça a maior parte das suas refeições de forma equilibrada, porque assim, mesmo quando você “sair da dieta”, ainda estará nutrindo seu corpo no restante do tempo, e com isso, diminui a gula por alimentos de baixo valor nutricional.

4) Tenha boas noites de sono
Mesmo que de férias, é importante descansar bem. Caso contrário, ao voltar para o trabalho, você estará mais cansada do que quando saiu de férias! Além disso, comer pouco dá mais fome e dá mais preguiça, duas coisas que, juntas, são os maiores gatilhos para atrapalhar a manutenção de bons hábitos de saúde.

5) Mantenha o #30tododia
Por indicação do Colégio Americano de Medicina Esportiva, é importante para a saúde a manutenção da prática de atividade física diária por 30 minutos, podendo essa ser de moderada intensidade. Sei que na praia ninguém quer se “enfiar” em academia, ou nem tem uma disponível, mas não se preocupe, nesse contexto estamos buscando apenas a redução de danos. Se estiver na praia, aquela caminhada na beira do mar por, pelo menos, trinta minutos, vale muito! Além de garantir o estímulo aeróbico, também garante a conversão de vitamina D, que é tão importante para nosso metabolismo.

6) Programe sua alimentação
Na beira da praia, é muito comum cedermos à tentação de ficar comendo tudo o que aparece. E não é por mal, passamos longos períodos na areia, e o tempo todo aparece algum ambulante vendendo alguma coisa para comer. É milho na espiga, picolé, casquinha doce, queijo coalho, pastel, castanha de caju, peixinho frito… e por aí vai. Não quero que você se prive de tudo, mas planeje seus dias! Leve alguns lanchinhos saudáveis para a beira da praia (e acabe economizando também) ou escolha um dos lanches por dia: coma milho e água de coco num dia, coma picolé e queijo coalho no outro, depois castanha de caju e casquinha doce, e por aí vai. Dessa forma, você não passa vontade, mas mantém um certo “equilíbrio”.

E bora aproveitar a época mais alegre do ano!


sábado, 5 de janeiro de 2019

8 dicas para dormir bem e aumentar a produtividade durante o dia


Está com dificuldade para ter uma boa noite de sono? Veja abaixo alguns hábitos que podem ajudar a driblar a insônia

Dar ao corpo as horas de descanso necessárias é essencial para manter a saúde física e mental. Além de restabelecer diversas funções químicas do organismo e até evitar doenças, o sono é responsável por nos manter focados, com a memória funcionando e de bom humor.

Porém, com a rotina cada vez mais intensa que vivemos, nem sempre é fácil alcançar um repouso de qualidade. Para driblar alguns dos problemas mais comuns que afetam o sono, conversamos com especialistas e listamos abaixo 8 dicas que vão te ajudar a dormir melhor. Confira!

1.Descubra o seu ritmo
Analisar como o seu organismo funciona nos diferentes momentos do dia faz toda a diferença na hora de regular o sono, explica Andrea Bacelar, neurologista e presidente da Associação Brasileira do Sono. “Saber se o seu cronotipo é matutino ou vespertino ajuda a estabelecer qual é a melhor hora para dormir e acordar. Quem tem um rendimento melhor à noite, pode optar por dormir mais tarde e, também, acordar mais tarde. O mesmo serve para quem é mais ativo pela manhã e começa a se sentir cansado cedo”, explica a médica.  


2.Crie uma rotina do sono
Tenha regularidade no horário de deitar e levantar. O corpo funciona como um ciclo e, quando criamos uma rotina, ele entende que deve segui-la. Por isso, se você exercitar o seu organismo para dormir às 23h, por exemplo, ele compreenderá que essa é a sua hora de ir para a cama e se preparará para isso.

3.Desconecte-se
O celular e o computador também podem atrapalhar uma boa noite de descanso. A luz azul emitida por esse tipo de aparelho interfere na secreção do hormônio melatonina, que ajuda o corpo a pegar no sono. O indicado é parar de utilizá-los, pelo menos, uma hora antes de dormir.

4.A insônia bateu? Não fique rolando na cama
Ficar virando de um lado para o outro na cama, torcendo para dormir, só faz com que a ansiedade aumente e o sono fique mais distante. “Nesse caso, levantar e fazer alguma atividade para dispersar o cérebro pode ajudar. Deixar o ambiente com uma luz baixa e ler um livro, por exemplo, é uma boa alternativa”, explica Andrea.

5.Pratique exercícios físicos
A prática de exercícios é essencial para a saúde e traz inúmeros benefícios. Além de aumentar o fluxo sanguíneo, ativar o metabolismo e produzir hormônios necessários, movimentar o corpo também ajuda a diminuir o estresse e ansiedade, que são vilões de noites bem dormidas por dificultarem o relaxamento do organismo e da mente.

6.Evite alimentos pesados à noite
“Não é indicado comer em grande quantidade ou ingerir alimentos pesados antes de dormir, pois o organismo não está preparado para fazer uma digestão complexa nesse momento. O ideal é se alimentar, no máximo, até três ou quatro horas antes de deitar para evitar desconforto e até casos mais graves, como refluxo”, aconselha o nutricionista Carlos Canavez Basualdo, da clínica Mais Excelência Médica, de São Paulo, SP.

7.Esvazie a mente
“Desacelerar também é uma atitude que pode ajudar. Antes de dormir, anote as preocupações e comece a esvaziar e mente. Isso aliviará o funcionamento excessivo do cérebro e vai contribuir para o descanso”, explica Andrea Bacelar.

8.Fique confortável
Sentir-se bem ajuda a relaxar o corpo e a mente, o que facilita a chegada do organismo ao estado de repouso. “Para ficar confortável, vá desligando aos poucos. Tome um banho, coloque uma roupa confortável e beba um chá de camomila ou erva doce, que são alimentos indutores do sono”, diz Carlos.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Você vai ficar impressionado ao descobrir por onde a gordura sai do seu corpo


O cientistas australiano Ruben Meerman, mais conhecido como O Cientista Surfista, foi surfar em uma praia de Fiji em 2012. Ele se divertiu bastante, tirou muitas fotos, e em uma delas notou que sua barriga estava muito maior do que ele gostaria. “Então eu fiz o que eles mandam, e comi menos e me mexi mais, e em apenas três meses descobri que perdi 6kg”, conta ele em uma palestra do TEDxQUT.

Mas para onde foi a massa que ele perdeu? Todo mundo aprendeu nas aulas de química que “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Mas a gordura se transformou em o que, exatamente, e em qual proporção?

Vira energia?

Fórmula química da gordura humana
Para saber se só ele tinha essa dúvida, ele saiu às ruas para perguntar para pessoas comuns o que elas acham que acontece com a gordura quando ela perde peso. A maioria falou que ela vira energia ou calor. A matéria, porém, não pode se transformar em energia. Ela até pode liberar energia durante a sua reação, mas matéria continua sendo matéria depois da reação.

Para acabar com este mistério, ele começou “do começo”: relembrou como as plantas geram os açúcares que são ingeridos por nós – ou pelos animais que nós comemos – e transformados em gordura. A fotossíntese é um processo que utiliza o dióxido de carbono e água para obter glicose através da energia solar. 12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O + C6H12O6. Ou seja: água + dióxido de carbono → oxigênio + água + glicose. Esse processo acontece com absorção de energia da luz solar.

Desde os anos 1960, químicos sabem que a fórmula química da gordura humana é C55H104O6. Mas como a gordura é metabolizada? A reação é a seguinte: C55H104O + O2 → 55CO2 + 55H2O. Ou seja: gordura + oxigênio → dióxido de carbono + água. Esse processo acontece com liberação de energia usada para o aquecimento e para a movimentação (ou crescimento) do corpo

Então conseguimos concluir que a gordura reage com o oxigênio da nossa respiração e vira dióxido de carbono e água. O dióxido de carbono é liberado em nossa respiração sem a gente nem perceber, e a água é excretada pelas fezes, urina, lágrima ou suor. Então basta você respirar para perder gordura? Sim.

Oxigênio e dióxido de carbono

Bexiga com O2 líquido e CO2 sólido
Como não conseguimos ver o oxigênio ou o dióxido de carbono, tendemos a pensar que eles não têm massa. Mas eles têm sim. Quando uma bexiga com ar humano é congelada com nitrogênio líquido, o oxigênio fica líquido e o dióxido de carbono fica sólido. Quando o cientista faz este experimento simples, fica mais fácil lembrar que esses gases têm massa.

Mas a questão é que quando estamos parados, respiramos muito menos, então este processo é muito demorado. Quando nos movemos, respiramos mais e o processo é mais rápido.

A respiração é a chave
“Mas e se eu ficar parado e respirar bem rápido?”, é a primeira pergunta que todos fazem para Meerman. “Você vai hiperventilar”, responde ele. Na hiperventilação, a ventilação pulmonar é maior do que a necessária para a eliminação de CO2 dissolvido no sangue. Com a diminuição do teor de dióxido de carbono, a hiperventilação aumenta o pH sanguíneo, o que causa sensação de flutuação, tontura, desmaios, dores no peito, taquicardia, visão borrada e náusea. Nada agradável.
A segunda pergunta que ele mais ouve é “perder peso acelera o aquecimento global?”. A resposta é “não!”. Esse CO2 liberado pela respiração já existia no sistema. O que causa o aquecimento global é a liberação de gases do efeito estufa pela queima repentina de combustíveis fósseis e outros acúmulos antigos de CO2.

Pequenos truques para emagrecer e manter a perda de peso, por um professor de Harvard
Proporção das moléculas
E qual é, exatamente, a proporção entre dióxido de carbono e água liberados no processo de quebra da gordura humana? Segundo cálculos do cientista, a cada 10kg de gordura perdidos, 8,4kg são CO2 (são expelidos pela expiração) e 1,6kg são H2O (água).

A maior parte da massa perdida quando você emagrece sai pelas suas narinas sem você notar. A menor parte sai nas fezes, urina, suor e lágrimas. [TEDxQUT]


quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Saiba qual a idade real do seu corpo


Calculadora “Real Age”, prestes a chegar no Brasil, revela se o seu organismo é mais jovem ou velho do que a idade aponta. E ensina a ganhar anos de energia

Mais de 42 milhões de pessoas já fizeram o teste Real Age (ou “Idade Real”, em tradução livre). Em 1999, quando foi apresentado no programa de televisão da americana Oprah Winfrey, a rede de internet de toda a Costa Oeste dos Estados Unidos caiu — de tanta gente que acessou o site da ferramenta. Mas o que ela tem de tão fenomenal?

“Nós pegamos evidências científicas sólidas do que afeta a longevidade e traduzimos para algo que realmente motiva as pessoas”, resume Michael Roizen, médico da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, e criador do Real Age, à SAÚDE. É simples: após se inscrever e preencher um questionário online, o usuário vê “a verdadeira idade do seu organismo”.

A partir daí, o programa ressalta quais atitudes poderiam, digamos, rejuvenescer o corpo. Mas tem um detalhe: em vez de se concentrar no tempo de vida, o Real Age indica o que cada indivíduo poderia fazer para conquistar a energia de anos atrás. “Sentir-se mais jovem e vigoroso é um desejo comum, que incentiva mudanças saudáveis”, relata Roizen (veja abaixo a entrevista completa com ele).

Embora seja atualizado constantemente com base em novos estudos sobre fatores de risco para a saúde (pressão alta, tabagismo, isolamento social e por aí vai), a iniciativa existe há bastante tempo. A boa nova é que finalmente deve desembarcar no Brasil com uma versão traduzida e adaptada, em parceria com a empresa Healthways. A ideia inicial é disponibilizá-la ainda este ano.

Para quem entende inglês, dá pra matar a curiosidade com a versão americana. Clique aqui, preencha um cadastro e comece a responder as perguntas. Já adiantamos: o questionário leva cerca de 15 minutos, até porque vários fatores entram na conta. Alguns itens, inclusive, nem parecem ter a ver com saúde e bem-estar em um primeiro momento.

Agora que você entendeu as linhas gerais do Real Age, confira abaixo uma entrevista com seu criador. Nela, Michael Roizen não revela sua idade cronológica exata, mas fala quantos anos ganhou em disposição graças a atitudes saudáveis!

MICHAEL ROIZEN: Tudo começou em 1993, quando estava tentando motivar um paciente que iria fazer uma operação a parar de fumar. Ele me disse que, como tinha 49 anos, o cirurgião havia afirmado que não corria muitos riscos de complicações. Aí eu respondi, com base nos poucos dados disponíveis, que fumando um maço de cigarros por dia, ele na verdade estava com o corpo na casa dos 57 anos.

O paciente parou e me olhou preocupado. Então contou que nenhum homem da sua família tinha chegado a essa idade. Nessa hora, eu puxei outras informações da minha cabeça e falei que, se ele parasse, rejuvenesceria 1 ano em três meses e 2 anos em sete meses. E o surpreendente é que ele parou de verdade.

Daí em diante eu experimentei esse método com outras pessoas e tive bons resultados. Até que um dia fiz o mesmo com um homem que não queria tomar seus remédios para pressão alta. Eu mencionei que, se ele começasse a se medicar direito, ganharia o vigor de alguém tantos anos mais jovem. Depois de conferir comigo as pesquisas que comprovavam isso, perguntou se poderíamos fazer essas contas com outros fatores, tirou um cheque do bolso com 50 mil dólares e me mandou trabalhar. [risos]

Ele disse que nunca tinha se sentido motivado a tomar os remédios até então e queria expandir isso. E daí fomos crescendo aos poucos até chegarmos onde estamos hoje.

Por que o senhor acha que o Real Age faz tanto sucesso?
Nós pegamos evidências científicas sólidas do que afeta a longevidade e traduzimos para algo que realmente motiva as pessoas. Em vez de se concentrar só no tempo de vida, o Real Age mostra o que a faria ter a energia e o vigor de gente muito mais jovem.
E é bem personalizado. Suas respostas no questionário fazem com que o programa ofereça soluções específicas em pontos que você pode melhorar. Ao colocá-las em prática, dá pra ver sua idade real diminuir.

O que mais influencia a idade no programa?
São várias coisas. Mas o que chama atenção é a quantidade de amigos. Ter uma grande rede de verdadeiros amigos e familiares afeta mais o Real Age do que tomar remédio para reduzir a pressão, por exemplo. E os dados para isso são consistentes. Os relacionamentos sociais, entre outras coisas, amenizam os efeitos do estresse, um problema bem importante.
Além disso, fumar um maço de cigarros por dia envelhece bastante. Aliás, quem fica perto dos fumantes também acaba sendo prejudicado.

Quais as vantagens de essa plataforma chegar ao Brasil?
A tradução e a adaptação ajudam. Lembre-se de que estamos falando de problemas mundiais. Estamos gastando dinheiro demais e perdendo qualidade de vida com doenças crônicas. O Real Age muda o foco para a prevenção e mostra quão significativa ela é.
Isso pode economizar milhões de reais no Brasil, tanto do governo como de cada indivíduo. Mais do que isso, é uma forma de ganharmos vitalidade. O tema se encaixa com sua revista, não? [risos]

O que o Real Age ensinou ao senhor sobre prevenção?
Quando começamos, eu basicamente ficava atento ao tabagismo e à pressão arterial. Não dava tanta atenção para a carne vermelha, o açúcar e a alimentação, por exemplo. Eu mesmo era um amante de manteiga e refrigerante. Inclusive, gostava tanto de refrigerante que pedia para entrega-los em caixas grandes. E ainda comprava mais daquelas máquinas de bebida.
Com o avanço das pesquisas e do próprio Real Age, vi quanto isso influenciava minha disposição e comecei a mudar. Agora só bebo água e café! [risos]

Qual sua idade cronológica e sua “idade real”?
Eu tenho um pouco mais de 70, mas meu Real Age está na casa dos 51 anos. Estou melhor do que a maioria dos respondentes, mas tem gente que consegue resultados mais impressionantes!

Quais são seus vícios?
[risos] Olha, eu não durmo muito. O sono não é um fator forte se o isolarmos, mas mexe com vários comportamentos, então acaba atrapalhando. Sozinha, a falta de sono envelhece alguém em mais ou menos dois anos.

É difícil convencer alguém a mudar de hábito?
Não vamos conseguir pela força de vontade. Por milhares de anos, viver intensamente cada dia era importante para a sobrevivência da nossa espécie. Ou você matava o mamute que estava entrando na sua caverna e comia toda a sua carne, ou ele faria o mesmo com você. Nós somos programados para aproveitar cada momento.
Para lidar com isso, temos de tornar nossas atitudes saudáveis automáticas. Além de saber que tal hábito não é bom, é importante mexer nas estruturas e no ambiente que o estimula. Por exemplo: não tenha muito daquela comida calórica em casa. Compre alimentos que você ama, mas que amem você de volta.
Nesse sentido, o Real Age mostra o que fazer. Ele instrumentaliza o usuário, além de falar o que é bom e ruim. E isso de maneira bem personalizada.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/saiba-qual-a-idade-real-do-seu-corpo/ - Por Theo Ruprecht - Ilustração: Adams Carvalho/SAÚDE é Vital