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quarta-feira, 25 de março de 2020

Gripe: por que os idosos devem tomar a vacina


Embora o coronavírus seja o centro da preocupação, nossa colunista reforça o papel da vacinação na prevenção da gripe entre as pessoas mais velhas

Embora a bola da vez seja o coronavírus, causador da Covid-19, outro vírus preocupa nós, médicos que trabalhamos com os idosos. É o influenza, que está por trás da gripe.

A campanha de vacinação contra a doença em 2020 começa mais cedo, no dia 23 de março, um mês antes do que no ano anterior. Além da apreensão com o coronavírus, há indícios de que o influenza circula mais cedo este ano.

E, assim como estão no grupo de risco para a Covid-19, os idosos sofrem mais as consequências da gripe. A diferença crucial nessa história é que tem vacina contra a gripe.

E por que é indicado tomá-la todos os anos? Se você já se fez essa pergunta, saiba que não está sozinho. Só no Google podemos encontrar mais de 5,4 milhões de resultados relacionados ao questionamento.

Vou dar cinco razões médicas e científicas para os idosos, que estão na primeira chamada da campanha de imunização do Ministério da Saúde, receberem sua dose.

1. O primeiro ponto é que, após estudos e experiências na vida real, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera essa a estratégia mais eficaz para proteger os idosos contra o influenza.

2. Todos os anos, a OMS emite um novo indicativo das cepas de gripe circulantes (em linhas gerais, dos tipos de vírus). A vacina deve ser ajustada periodicamente, porque os vírus da gripe estão constantemente sofrendo mutações. Essa tática permite resguardar a população contra três ou quatro das cepas mais prováveis.

3. Estudos apontam que a vacinação é essencial para prevenir infecções graves, complicações, hospitalizações e mortes decorrentes da gripe. Isso é especialmente importante entre os grupos de alto risco, como os idosos.

4. Há, de forma natural, um declínio imunológico quando envelhecemos. Em decorrência disso, os idosos são mais vulneráveis à gripe e ao desenvolvimento de complicações como pneumonia bacteriana, além dos agravos em condições crônicas como diabetes, insuficiência cardíaca e renal, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)… A infecção por influenza pode resultar também no declínio funcional de idosos frágeis.

5. Não é preciso ter medo da imunização. As vacinas contra o influenza contêm vírus mortos, ou seja, eles não podem causar a doença. Geralmente são bem toleradas e seguras em idosos. Eventos adversos graves e clinicamente importantes são raros. As reações comuns à vacina incluem vermelhidão, dor ou inchaço onde foi dada a picada, e elas podem levar de um a dois dias para passar.

O momento ideal para a vacinação é antes que a temperatura baixe, período em que aumenta a circulação do vírus. A gripe é uma doença evitável por meio da vacina. Em tempos de coronavírus, manter o calendário de vacinação em dia é crucial para deixar o corpo protegido.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/chegue-bem/gripe-por-que-os-idosos-devem-tomar-a-vacina-2/ - Por Dra. Maisa Kairalla - Foto: Getty Images/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Cuidar do coração dos mais velhos é um ato de amor e responsabilidade


Um médico conta ao que prestar atenção para evitar ou tratar direito as doenças cardiovasculares nos mais velhos

Diante da tendência global de crescimento do contingente de idosos, é fundamental a atenção à saúde desses cidadãos. Segundo projeções do IBGE, 30% dos brasileiros terão mais de 60 anos em 2050. Hoje, 12% dos habitantes da cidade de São Paulo já pertencem à chamada terceira idade. É uma amostragem relevante, considerando tratar-se da maior metrópole de nosso país e uma das mais populosas do mundo.

O envelhecimento é um desafio para o sistema médico-hospitalar, pois o aumento da expectativa de vida resulta em maior número de usuários dos serviços. Por isso, uma das prioridades deveria ser garantir bom atendimento aos idosos no setor público – até porque 75% deles utilizam exclusivamente o SUS, conforme dados do Ministério da Saúde.

Nesse universo, as doenças cardiovasculares merecem especial atenção. Elas são as mais letais e se incluem entre as que mais limitam a qualidade da vida e/ou deixam sequelas nos pacientes. Não à toa, aquelas típicas recomendações de saúde, válidas para indivíduos de todas as faixas etárias, são ainda mais importantes na terceira idade.

Refiro-me a manter alimentação equilibrada, não fumar, só beber álcool com muita moderação e fazer exercícios (sempre com orientação médica e respeitando os limites físicos de cada um). Além disso, é importantíssimo controlar a pressão arterial, o peso e, periodicamente, os níveis sanguíneos de colesterol, triglicérides e açúcar.

Embora o aspecto relativo ao coração seja decisivo, é cada vez mais relevante uma abordagem multidisciplinar da saúde dos idosos. E isso vale para a prevenção e mesmo para o tratamento dos cardiopatas. O atendimento a eles muitas vezes envolve cardiologistas, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e até médicos de outras especialidades, principalmente quando o paciente apresenta mais de uma enfermidade.

O ideal é proporcionar uma atenção ampla, que aborde saúde mental, uso de medicamentos, alimentação, atividade física, reabilitação cardiovascular, aspectos preventivos e saúde bucal. Os cuidados paliativos também precisam ser considerados entre pacientes terminais.

Se o sistema médico-hospitalar, público ou privado, pode e deve fazer muito pela saúde da terceira idade, também cabe ressaltar a responsabilidade dos familiares. Isso, aliás, está previsto no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), cujo artigo terceiro estabelece o seguinte: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

Acima de qualquer marco legal, a atenção e o carinho com pais, avós e parentes mais velhos constituem um ato de puro amor. É um compromisso com os mais nobres ideais humanitários, que abrange desde cuidados simples (como mantê-los hidratados, principalmente no verão) até o acompanhamento de sua rotina médica e de exames periódicos, passando por sua integração familiar e social.

Tudo o que estiver ao nosso alcance deve ser feito para que os idosos tenham a melhor qualidade de vida possível. Trata-se de uma atitude responsável e solidária perante a vida, que, acreditem, faz muito bem ao coração de todos nós!

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/guenta-coracao/cuidar-do-coracao-dos-mais-velhos-e-um-ato-de-amor-e-responsabilidade/ - Por João Fernando Monteiro Ferreira, cardiologista - Ilustração: Daniel Almeida/SAÚDE é Vital

domingo, 12 de janeiro de 2020

Os principais cuidados que os idosos devem ter no verão


Desidratação e hipertermia estão entre os problemas que afetam especialmente os mais velhos nesta época do ano. Entenda o porquê e se proteja!

Os idosos devem tomar alguns cuidados especiais para evitar problemas de saúde comuns durante o durante o verão. Entre outras coisas, eles estão mais sujeitos a desidratação e hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal devida ao calor.

Com o processo de envelhecimento, a quantidade de água no corpo dos mais velhos diminui. O mesmo ocorre com a sensação de sede. Ao juntar esses pontos com a maior exposição ao calor, sobe o risco de desidratação e perda de sais minerais. Por isso, é importante não só beber líquidos, como também consumir legumes, frutas e verduras para repor esses nutrientes perdidos pela transpiração.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, entre os sinais de que o corpo do idoso está desidratado estão: lábios e língua secos e redução da quantidade de urina. Também podem ser observadas alterações como confusão mental, dor de cabeça, tonturas, fadiga e mal-estar.

De acordo com a entidade, os sintomas de alerta para hipertermia são contraturas musculares, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fraqueza e até mesmo convulsões. O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, explica ainda que uma das complicações decorrentes do calor é a queda repentina da pressão. Isso, por sua vez, aumenta o risco de quedas, o que pode ser sério nas pessoas com mais de 60 anos.

Diante disso tudo, o médico recomenda tomar bastante água e sucos no dia e ter uma alimentação leve. No mais, ela pede para as pessoas ficarem especialmente atentas com comidas que se deterioram mais rapidamente. Isso porque elas podem levar a uma intoxicação alimentar, com diarreia e vômitos que pioram o quadro de desidratação.

Quanto à atividade física feita ao ar livre, Uehara pede para preferir os horários com temperatura mais amenas. Usar protetor solar e bonés também é muito importante.

Por fim, o geriatra lembra que pacientes que usam diuréticos ou consomem cafeína e bebida alcoólica (que aumentam estimulam as idas ao banheiro para fazer xixi), devem ficar ainda mais de olho nos sinais de uma possível desidratação.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-principais-cuidados-que-os-idosos-devem-ter-no-verao/ - Por Ana Cristina Campos (Agência Brasil) - Ilustração: Otavio Silveira/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Os cômodos da casa com maior perigo de queda para os idosos


Ao contrário do que se pensa, uma pesquisa sugere que o local mais associado a tombos entre pessoas acima de 60 anos não é o banheiro

Fechado e escorregadio, o banheiro sempre foi visto como um local onde as quedas acontecem com frequência, especialmente entre os idosos, que já estão mais sujeitos a cair. Pois uma nova pesquisa indica que o cômodo mais propício para tombos é, na verdade, o quarto.

O trabalho foi conduzido pela TeleHelp, uma empresa especializada em assistência à terceira idade, que oferece um botão de emergência para ocorrências como as quedas.

Dos 600 chamados do tipo atendidos entre janeiro e setembro de 2019, 34% foram para ajudar pessoas que caíram no próprio dormitório. A sala ficou com 16% dos pedidos de socorro, seguida pelo banheiro, com 12%. Cozinha, corredor e áreas externas responderam por 9%, 3% e 3%, respectivamente.

“Quartos e salas podem ser perigosos quando têm tapetes escorregadios, objetos que impedem a circulação e móveis que demandam muito esforço da pessoa para se acomodar ou levantar”, explicou o CEO da Telehelp, Bruno Mouco, em comunicado à imprensa.

O levantamento apontou ainda que esses acidentes acontecem com maior frequência em dois horários: às 11h e às 19h.

Como evitar as quedas
Prejuízos na massa muscular, visão e equilíbrio fazem com que os tombos sejam mais comuns depois dos 60 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 35% dos indivíduos nessa faixa etária sofrem pelo menos uma queda por ano. O número sobe para 42% na turma acima dos 70 anos.

Como cair é uma ameaça à qualidade e à expectativa de vida — por causa das fraturas —, os especialistas recomendam fazer adaptações na casa para impedir uma ocorrência do tipo.

No quarto, por exemplo, evite deixar tapetes (exceto os antiderrapantes), mantenha uma fonte luz por perto e tenha um criado-mudo firme para servir de apoio, caso seja necessário. Escadas precisam ter corrimão, iluminação e degraus bem sinalizados.

Já a sala, segunda colocada naquele ranking inglório, deve ser um ambiente fácil de se movimentar, sem mesas de centro e outros objetos que fiquem no meio do caminho. O banheiro exige planejamento especial, com colocação de barras de apoio e pisos que evitem derrapadas.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/os-comodos-da-casa-com-maior-perigo-de-queda-para-os-idosos/ - Por Chloé Pinheiro - Ilustração: Barlavento Estúdio/SAÚDE é Vital

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Nunca é tarde para começar a se exercitar


Exercícios na terceira idade

Pessoas idosas que nunca participaram de programas de exercícios físicos têm a mesma capacidade de construir massa muscular que atletas altamente treinados de idade semelhante.

Reforçando o conceito de que nunca é tarde para começar a fazer atividades físicas, pesquisadores da Universidade de Birmingham (Reino Unido) demonstraram que, mesmo aqueles que não estão acostumados a se exercitar, podem se beneficiar de exercícios de resistência, como o treinamento com pesos.

A equipe comparou a capacidade de construção muscular em dois grupos de homens mais velhos. O primeiro grupo foi classificado como "atletas mestres" - pessoas na faixa dos 70 e 80 anos de idade que se exercitaram a vida toda e ainda competem nos níveis mais altos do esporte. No segundo, indivíduos saudáveis de idade semelhante, que nunca haviam participado de programas de exercícios estruturados.

Cada participante ingeriu um isótopo marcador e depois participou de uma única sessão de exercícios, envolvendo treinamento com pesos em uma máquina de exercícios - o rastreador de isótopos serviu para mostrar como as proteínas estavam se desenvolvendo dentro do músculo.

Os pesquisadores fizeram biópsias musculares dos participantes nas 48 horas imediatamente antes e logo após o exercício, e as examinaram para procurar sinais de como os músculos estavam respondendo ao exercício.

A expectativa era que os atletas mestres tivessem uma capacidade maior de construir músculos devido a seus níveis superiores de condicionamento físico por um período prolongado de tempo.

Na verdade, os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram uma capacidade igual de construir músculos em resposta ao exercício.

"Nosso estudo mostra claramente que não importa se você não se exercitou regularmente ao longo da vida, você ainda pode se beneficiar do exercício sempre que começar," disse o Dr. Leigh Breen, coordenador da pesquisa. "Obviamente, um compromisso de longo prazo com a boa saúde e exercícios físicos é a melhor abordagem para alcançar a saúde de todo o corpo, mas mesmo começando mais tarde na vida ajudará a retardar a fragilidade e a fraqueza muscular relacionadas à idade."

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=nunca-tarde-comecar-se-exercitar&id=13646&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay

domingo, 1 de setembro de 2019

Andar ajudaria os idosos a viver mais


Estudo revela que as pessoas mais velhas que caminham por aí têm menor risco de morrer precocemente. E nem é preciso dar uma grande quantidade de passos

Especialistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, recrutaram 16 mil mulheres com idade média de 70 anos e disponibilizaram a elas acelerômetros, dispositivos que medem a quantidade de passos dados.

Após um acompanhamento de quatro anos, período em que ocorreram cerca de 500 mortes, o cruzamento dos dados mostrou uma taxa significativamente menor de óbitos entre as voluntárias que davam 4 400 passos por dia, na comparação com as que ficavam em 2 700 no mesmo período. O índice de mortalidade foi caindo progressivamente até os 7 500 passos, quando se estabilizou.

Para I-Min Lee, epidemiologista que encabeça a pesquisa, não existe um número mágico para assegurar menor risco de mortalidade — como os 10 mil passos às vezes pregados por aí.

“A principal mensagem que queremos registrar com esse estudo é: caminhe sempre. Por poucos que sejam os passos, já serão úteis para a sua saúde”, incentiva a professora de Harvard.

Os números do estudo
41% foi a redução de mortes com 4 400 passos diários
53% foi a baixa no risco entre quem deu 5 900 passos
65% foi a queda da taxa a partir de 7 500 passos por dia

A inatividade provoca ou agrava muitos problemas de saúde
Obesidade: sem o gasto calórico da atividade física e uma dieta fora de controle, os quilos se acumulam perigosamente.

Colesterol alto: a falta de exercícios dificulta também a queima de gordura acumulada na corrente sanguínea.

Câncer: ficar parado contribui para o ganho de peso e a inflamação crônica, fator de risco para diversos tumores.

Hipertensão: o sedentarismo propicia o enrijecimento das artérias, o que complica a passagem do sangue e eleva a pressão.

Diabetes: o corpo parado pode desregular o balanço entre glicose e insulina, desencadeando a doença.

Apneia do sono: os roncos e engasgos noturnos tendem a piorar com a inatividade, até em razão dos quilos extras.

Como medir os passos?
A contagem varia de acordo com o ritmo e o tamanho da perna, claro, mas são cerca de 2 mil passos em marcha acelerada para cobrir 1 quilômetro. Pulseiras e relógios inteligentes facilitam essa medição e ainda coletam dados de cadência, velocidade e distância percorrida.

Da mesma forma, diferentes aplicativos de celular registram o movimento, associando a contagem de passos com recursos como cálculo de calorias queimadas. Versões mais atuais de smartphones, tanto Android quanto iOS, já trazem contadores de passo em seus aplicativos nativos de saúde.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/andar-ajudaria-os-idosos-a-viver-mais/ - Por Goretti Tenorio - Ilustração: Sadora e Leontura/Getty Images

domingo, 7 de julho de 2019

Pouca massa muscular em braços e pernas elevaria risco de morte em idosos


Estudo com população acima de 65 anos mostrou que mortalidade sobe consideravelmente quando faltam músculos nos membros

Avaliar a composição corporal de pessoas com mais de 65 anos – particularmente a massa muscular localizada nos braços e nas pernas (apendicular) – pode ser uma estratégia eficaz para estimar a longevidade, mostrou um estudo feito na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

Depois de acompanhar um grupo de 839 idosos ao longo de aproximadamente quatro anos, os pesquisadores observaram que o risco de mortalidade geral durante o período foi quase 63 vezes maior entre as mulheres com pouca massa muscular apendicular. Entre os homens que já na primeira avaliação apresentavam baixa porcentagem de músculos nos membros, a chance de morrer foi 11,4 vezes maior.

Resultados da pesquisa, apoiada pela Fapesp, foram divulgados no Journal of Bone and Mineral Research.

“Avaliamos a composição corporal da nossa população, com ênfase na massa muscular apendicular, gordura subcutânea e gordura visceral. Em seguida, buscamos identificar quais desses fatores poderiam predizer a mortalidade nos anos seguintes. A quantidade de massa magra nos membros superiores e inferiores foi o que mais se destacou na análise”, disse Rosa Maria Rodrigues Pereira professora da Disciplina de Reumatologia da FM-USP e coordenadora da pesquisa, à Agência FAPESP.

Os voluntários foram examinados por uma técnica conhecida como densitometria por emissão de raios X de dupla energia (DXA, na sigla em inglês). O equipamento foi adquirido com auxílio da FAPESP durante um projeto anterior coordenado por Pereira, cujo objetivo era avaliar a prevalência de osteoporose e de fraturas em idosos residentes no bairro do Butantã, zona oeste da capital paulista. Em ambos os projetos foi estudada a mesma população acima de 65 anos.

“Selecionamos os voluntários com base nos dados do censo do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. Trata-se de uma amostra representativa da população de idosos do Brasil”, disse Pereira.

Na análise final foram incluídos 323 (39%) homens e 516 mulheres (61%). A frequência de baixa massa muscular nessa amostra foi em torno de 20% em ambos os sexos.

Mal silencioso
A perda generalizada e progressiva de massa muscular associada ao envelhecimento é conhecida como sarcopenia. Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia indicam que a condição chega a afetar 46% dos indivíduos acima de 80 anos.

Principalmente quando combinada à osteoporose, a sarcopenia pode aumentar a vulnerabilidade dos idosos, tornando-os mais propensos a quedas, fraturas e outros traumas físicos. A relação entre baixa densidade mineral óssea no fêmur e mortalidade foi também demostrada em estudos feitos com essa comunidade, publicados em 2016.

O grupo coordenado por Pereira desenvolveu uma equação para determinar, com base nas características da população estudada, quais indivíduos poderiam ser considerados sarcopênicos.

“Pelos critérios mais usados [ajuste da massa muscular apendicular pela altura ao quadrado], a maioria dos indivíduos identificados como sarcopênicos é magra. Como a população que estudamos apresentava, em média, um IMC [índice de massa corporal] mais elevado, ajustamos o cálculo da massa muscular de acordo com a gordura corporal dos voluntários. Aqueles que apresentavam um índice de massa muscular 20% abaixo da média foram classificados como sarcopênicos”, explicou Pereira.

O tema foi abordado pelos pesquisadores da Disciplina de Reumatologia da FM-USP em artigos publicados na revista Osteoporosis International em 2013.

Além do exame de densitometria, também foram realizadas análises de sangue e aplicados questionários para avaliação da dieta, grau de atividade física, consumo de tabaco e álcool e presença de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemia.

Após quatro anos de seguimento, 15,8% (132) dos voluntários haviam morrido. Desses, 43,2% por problemas cardiovasculares. O índice de óbito entre os homens foi de 20%, enquanto entre as mulheres foi de 13%.

“Fizemos então uma série de análises estatísticas para entender em que os voluntários que morreram se diferenciavam dos que permaneceram vivos. A pergunta do trabalho era: com base na composição corporal medida pela densitometria é possível predizer se a pessoa vai morrer?”, disse Pereira.

Diferenças
De modo geral, os indivíduos que morreram eram mais velhos, faziam menos atividade física, sofriam mais de diabetes e de problemas cardiovasculares. Além disso, no caso das mulheres, apresentavam um índice de massa corporal (IMC) mais baixo. No caso dos homens, possuíammaior chance de sofrer quedas. Todas essas variáveis foram acrescentadas no modelo estatístico e ajustadas para não interferirem no resultado final, que indicaria qual fator da composição corporal estaria associado com o risco de morte.

No caso das mulheres, consideradas as variáveis de ajuste, apenas o índice de massa muscular baixo se mostrou significativo. Já entre os homens, a gordura visceral também foi um fator relevante. A chance de morrer tornava-se duas vezes maior a cada aumento de seis centímetros quadrados na adiposidade abdominal. Curiosamente, um índice mais alto de gordura subcutânea teve efeito protetor para os homens estudados.

“Observamos que nos homens outros parâmetros também influenciaram negativamente a mortalidade, diminuindo do ponto de vista estatístico o peso da massa muscular apendicular. Nas mulheres, por outro lado, a massa muscular se destacou de forma isolada e, por esse motivo, teve maior influência”, disse Pereira.

A perda de massa muscular, que naturalmente ocorre após os 40 anos, pode passar despercebida pelo ganho de peso, também comum após essa idade. Estima-se que, após os 50 anos, entre 1% e 2% da massa muscular seja perdida anualmente. Entre os fatores que podem acelerar o fenômeno estão sedentarismo, dieta pobre em proteínas, doenças crônicas e hospitalização.

Além da importância evidente para a postura, o equilíbrio e o movimento, a musculatura tem outras funções essenciais ao organismo. Ajuda a regular os níveis de glicose no sangue (consome energia durante a contração), a temperatura corporal (o corpo treme quando sentimos frio) e produz mensageiros hormonais, como a mioquinase, que promovem a comunicação com diferentes órgãos e influenciam respostas inflamatórias.

A boa notícia é que a sarcopenia é um problema que pode ser evitado e até mesmo revertido com a prática de exercícios físicos, principalmente musculação. Cuidados com a ingestão de proteínas também são recomendados.

Este conteúdo é da Agência Fapesp.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/pouca-massa-muscular-em-bracos-e-pernas-elevaria-risco-de-morte-em-idosos/ - Por Karina Toledo (Agência Fapesp) - Ilustração: Matheus Costa/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Atividades aquáticas ajudam a prevenir quedas em pessoas mais velhas


Os treinos na piscina preparam o corpo em vários sentidos para evitar tombos e lesões após os 60 anos de idade

Há quatro anos, o professor de educação física espanhol Eduardo Guillamón iniciou uma série de estudos e iniciativas com o objetivo de evitar quedas entre as pessoas mais velhas. Sua maior inspiração foi a avó, que apresenta bastante dificuldade para caminhar, mesmo com o auxílio de um andador.

Um dos resultados desse trabalho foi a publicação de um artigo, assinado em conjunto com especialistas da Universidade Católica de Múrcia, na Espanha, e da Universidade de Bournemouth, na Inglaterra, que avaliou a eficácia de exercícios aquáticos nas faixas etárias mais avançadas.

“Modalidades como natação e hidroginástica melhoram diversas aptidões que conferem proteção contra esses acidentes, como flexibilidade, força muscular e equilíbrio”, destaca Guillamón.

Confira abaixo algumas dicas para tirar proveito das práticas esportivas realizadas na piscina:

A piscina não serve só para prevenir quedas
Coração em dia: mexer o corpo nesse ambiente está relacionado ao controle da pressão arterial e do colesterol.

Juntas azeitadas: por ter um impacto menor, essas atividades são boas para quem sofre com dores nas articulações.

Emagrecimento: quando feitas numa intensidade adequada, elas ajudam a manter ou até baixar o peso.

Socialização: as aulas coletivas são momentos perfeitos para fazer novas amizades e criar um vínculo com o grupo todo.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/atividades-aquaticas-ajudam-a-prevenir-quedas-em-pessoas-mais-velhas/ - Por André Biernath - Ilustração: Daniel Almeida/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Exercícios físicos para idosos: dicas e benefícios!


Atividades físicas regulares são essenciais para a qualidade de vida em qualquer idade. Confira dicas para se manter sempre ativo!

Atividades físicas regulares e alimentação saudável são essenciais para uma boa qualidade e expectativa de vida. Segundo o médico cardiologista Nabil Ghorayeb, o tempo ideal de movimentos moderados é um total de 150 minutos por semana, tanto para jovens quanto para a população acima dos 60 anos. Quem pratica esportes ou se mantém ativo desde a juventude provavelmente tem mais disposição para continuar nesse ritmo em idades mais avançadas, mas isso não quer dizer que, na terceira idade, não se pode começar do zero. Segundo o Nabil, os exercícios físicos para idosos trazem inúmeros benefícios.

“Entre eles, estão o aumento do HDL (colesterol), a redução dos triglicerídeos, diminuição da pressão arterial, redução da gordura corporal devido ao aumento do gasto calórico diário, ganho de massa muscular propiciando ao idoso maior autonomia funcional, diminuição de lesões causadas por quedas, além de ajudar a prevenir doenças cardíacas e vasculares, hipertensão arterial, diabetes, câncer de mama e próstata, osteoporose, depressão, etc”.

Na prática!
Para o bom aproveitamento sem muito desgaste, o profissional recomenda exercícios bem balanceados. “O ideal é fazer duas vezes na semana somente exercícios aeróbios como a caminhada, hidroginástica, bicicleta, etc. Nos dias restantes, priorizar os exercícios de fortalecimento muscular, sempre acompanhados de um personal trainer. É importante que seja feito o controle da frequência cardíaca por meio do monitor cardíaco, e que a pessoa permaneça pelo menos 50% do tempo total do exercício dentro da frequência cardíaca de treino”, pontua o especialista.

Exercícios físicos para idosos
Confira algumas atividades recomendadas pelo profissional e seus benefícios:

Andar de bicicleta: é uma boa opção de exercício para idosos porque ajuda a fortalecer as articulações, especialmente as dos joelhos, tornozelos e quadril, além de contribuir para o fortalecimento dos músculos das pernas e do abdômen. Além disso, andar de bicicleta ajuda a baixar a pressão arterial e a aliviar as dores provocadas pela artrite;

Alongamentos: melhoram a flexibilidade, a circulação sanguínea e a amplitude dos movimentos. Os exercícios de alongamento ajudam a diminuir a rigidez das articulações e músculos e a evitar o aparecimento de lesões;

Hidroginástica: na hidroginástica, todos os músculos do corpo são exercitados. A água favorece o relaxamento das articulações, aliviando as dores e desenvolvendo a força e resistência do corpo. Além disso, a hidroginástica melhora o ritmo cardíaco e a saúde dos pulmões;

Natação: a natação é um dos melhores exercícios para a terceira idade. Tem muitos benefícios, como alongar e fortalecer os músculos e articulações do corpo, aliviar as dores causadas pela artrite, evitar a perda óssea e diminuir o risco de doenças como diabetes ou hipertensão;

Yoga: o yoga varia exercícios de força com de equilíbrio. Ajuda a melhorar a postura, estabilidade e flexibilidade do corpo. Ademais, ajuda a alongar e tonificar os músculos e relaxar as articulações.


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Conheça as doenças que ameaçam o cérebro antes da velhice


Elas costumam aparecer em idosos, mas às vezes podem surpreender também pessoas mais jovens. Saiba mais sobre as demências pré-senis.

Alzheimer
O que é
Essa é a demência (nome dado a alterações cognitivas, comportamentais e de personalidade) que mais atinge indivíduos com menos de 60 anos de idade. Trata-se de uma doença neurodegenerativa caracterizada por afetar, inicialmente, a memória e as funções executivas. “É comum o paciente esquecer, por exemplo, nomes de pessoas e onde colocou objetos”, explica o geriatra Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. “Além disso, a pessoa pode apresentar dificuldade para realizar atividades cotidianas, como gerenciar sua conta bancária”, complementa.

As causas
A origem exata do mal de Alzheimer ainda está sendo estudada, mas sabe-se que fatores como doenças cardiovasculares, depressão e baixa escolaridade contribuem para que a doença dê as caras.

Como identificar
Repare se a pessoa sofrer frequentemente falhas de memória (principalmente em relação a fatos) ou se não conseguir gravar informações trocadas em uma conversa, por exemplo.

O tratamento
Não há cura para o Alzheimer. O que existe são medicamentos cuja função é apenas adiar a piora dos sintomas.

Demência vascular cerebral
O que é
Esse é o segundo tipo mais comum de declínio cognitivo e costuma afetar adultos com idades entre 50 e 65 anos. Na maioria dos casos, ele é fruto de lesões vasculares (pequenos derrames) que ocorrem no cérebro e que, somadas, levam a um quadro de demência.

As causas
O acidente vascular cerebral (AVC) é decorrente, principalmente, de uma pressão arterial descontrolada e que vive nas alturas. O histórico familiar também aumenta o risco de ocorrer um AVC.

Como identificar
Uma pessoa com essa demência apresenta alterações importantes de humor, dificuldade para se locomover e também pode ter membros como braços e pernas paralisados.

O tratamento
Não há como reverter a situação, mas o paciente pode tentar uma reabilitação por meio de fisioterapia, por exemplo. É fundamental se proteger de novos episódios – daí a importância de controlar a pressão e o colesterol, parar de fumar, fazer atividade física e adotar uma alimentação balanceada.

Demência fronto temporal
O que é
Eis outra doença degenerativa que não acomete só idosos, mas também indivíduos na fase pré-senil . Ela altera a personalidade e o comportamento.

As causas
“Ocorre a morte de neurônios da região frontal do cérebro, responsável pelo comportamento, atenção, cálculo…”, esclarece o geriatra Alexandre Busse, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A origem disso pode ser falta de suprimento sanguíneo ou até acúmulo de substâncias nocivas às células nervosas.

Como identificar
Uma mudança de personalidade é o que mais chama a atenção na demência fronto temporal. A pessoa pode tanto se tornar apática quanto ficar mais desinibida do que o normal. “Ela pode começar a se engajar em causas que antes não tinha interesse, se vestir de forma diferente ou até se comportar de maneira bizarra”, exemplifica Busse.

O tratamento
É importante que o paciente se mantenha ativo, fazendo exercícios físicos e fisioterapia, por exemplo. O médico também pode prescrever remédios antidepressivos ou que previnam convulsões.


terça-feira, 11 de setembro de 2018

A importância de ajustar a casa das pessoas mais velhas


Descubra como adequar a casa para evitar acidentes e facilitar a vida de quem já passou dos 60 anos

Foi a própria experiência com seus avós que fez a arquiteta Flávia Ranieri buscar uma especialização em gerontologia (ciência que estuda os fenômenos relacionados ao envelhecimento) e montar o Estúdio da Longevidade, uma casa inteiramente adaptada para moradores mais vividos.

O trabalho está exposto na edição 2018 da CASACOR, um dos maiores eventos de arquitetura, design e paisagismo do país. “Não precisa deixar seu lar com cara de hospital. É possível ter cômodos seguros e bonitos ao mesmo tempo”, afirma Flávia.

Essa adequação faz todo o sentido: de acordo com o Ministério da Saúde, 70% dos acidentes com indivíduos mais velhos acontecem no ambiente doméstico. Realizar pequenas reformas no quarto, na sala, na cozinha e no banheiro reduziria essa taxa em 40%.

Mãos à obra
A arquiteta montou uma cartilha com dicas de mudanças que já fazem a diferença – você pode baixar o documento completo clicando aqui. Abaixo, veja algumas dicas da especialista.

Quarto
Bote um abajur ao lado da cama para facilitar caminhadas noturnas.
Prefira um colchão firme e denso, que proteja contra eventuais desequilíbrios e dificuldades para se levantar.
Armários com iluminação interna auxiliam no momento de se vestir.

Cozinha
Reorganize panelas, potes, talheres e afins para que eles fiquem numa altura adequada para você.
Ponha amortecedores nas portas e nas gavetas.
Instale um detector de fumaça ou um fogão que corta o fornecimento de gás caso a chama se apague.

Área de serviço
Grude fitas antiderrapantes no piso.
Para levar as roupas sujas do banheiro ou do quarto, use sempre um carrinho.
Compre um varal que seja leve e fácil de puxar (para aqueles modelos que ficam pendurados no teto).

Banheiro
Aposte em espelhos que amplificam a imagem para enxergar melhor.
Utilize um banco na hora de limpar pernas e pés.
Uma barra de apoio na altura da cintura resguarda contra escorregões.

Entrada
Pinte o chão com cores contrastantes para indicar o melhor caminho.
Alargue a porta e a passagem de corredores o máximo possível.
Fixe uma prateleira ou um apoio para colocar sacolas e pacotes que você estiver trazendo da rua.

Escada
Contrate um eletricista para colocar interruptores de luz na base e no topo da escada.
Aqui também vale ter as faixas antiderrapantes na beira dos degraus.
Pinte o primeiro e último degraus com cores vibrantes.

Sala de estar
Prenda as estantes na parede ou até no piso.
Evite tapetes, mesas de centro ou fios soltos jogados pelo caminho.
Retire qualquer objeto ou móvel de vidro que tiver.

Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/a-importancia-de-ajustar-a-casa-das-pessoas-mais-velhas/  - Por André Biernath - Ilustração: Henri Campeã/SAÚDE é Vital

sábado, 28 de abril de 2018

6 medidas para envelhecer com saúde e manter a independência

A Organização Mundial da Saúde listou as principais estratégias para garantir a autonomia dos mais velhos e preservar a qualidade de vida

Durante o Congresso Internacional de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas, a médica brasileira Islene Araujo de Carvalho anunciou as medidas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para preservar a chamada capacidade intrínseca das pessoas mais velhas. A meta é, por meio de certas ações, reduzir em 15 milhões o número de idosos dependentes de terceiros até 2025.

Mas o que define a capacidade intrínseca? “É o conjunto de habilidades físicas e mentais das pessoas, que garante a autonomia e o bem-estar”, disse Islene, que trabalha na OMS, em sua palestra na abertura do congresso.

Ou seja, da audição à visão, passando pelo potencial de os músculos garantirem a força para diversas atividades do dia a dia, tudo faz parte da capacidade intrínseca. E manter essas funções em alta é sinônimo de independência e qualidade de vida, não importa a idade.

O desafio é justamente alcançar a maturidade e seguir por ela sem grandes perdas nesse sentido. E é aí que entram as seis recomendações da OMS. Confira a lista:

1) Melhorar a função musculoesquelética, a mobilidade e a vitalidade
Não tem segredo: para deixar músculos e ossos em plena capacidade, a regra de ouro é fazer exercício físico – com orientação profissional – e comer bem. Deficiências de nutrientes como cálcio, vitamina D e proteínas devem ser contra-atacados.
Se não der para cobrir isso na alimentação (ou com banhos de sol, no caso da vitamina D), a suplementação surge como opção. Só não vale apelar para as cápsulas sem consultar um profissional.

2) Manter a capacidade de enxergar e ouvir direito
Diversas causas de perda de visão ou auditiva são, sim, preveníveis. A retinopatia diabética, que causa cegueira, pode ser evitada mantendo os níveis de glicose no sangue sob controle e realizando exames regulares. E muitas infecções, como a toxoplasmose, afetam as estruturas que ficam dentro da orelha.
E, se os olhos ou o ouvido não estão funcionando tão bem, ainda há o que fazer. Óculos de grau e aparelhos auditivos costumam melhorar bem a situação.
Com essas funções em ordem, fica mais fácil dar conta das tarefas do dia a dia e evitar quedar ou tropeções que às vezes provocam consequências sérias.

3) Evitar quedas
Principalmente diante da osteoporose, um tombo às vezes resulta em ossos quebrados. E fraturas no quadril ou no fêmur, por exemplo, estão entre as grandes causas de perda de dependência. Como se não bastasse, muitas delas são associadas a maiores taxas de mortalidade.

4) Cuidar de problemas relacionados à idade, como a incontinência urinária
Várias encrencas mais frequentes com o avançar dos anos abalam a capacidade intrínseca. A OMS chega a mencionar diretamente a incontinência urinária pelo fato de ela não raro isolar seus portadores em casa. Acima disso, a perda de urina faz o indivíduo se apressar para ir ao banheiro – o que facilita tropeções e, com isso, fraturas.
Ao tratar essa e outras doenças, o idoso consegue seguir com sua vida mais tranquilamente.

5) Prevenir déficits cognitivos (ou demências) e promover o bem-estar psicológico
Quando a cabeça não está legal, fica complicado cumprir quaisquer afazeres. Demência, depressão e outras enfermidades do tipo merecem um olhar cuidadoso. Não pense que a perda de memória e a melancolia são naturais com a idade.

6) Dar apoio aos cuidadores
Um profissional treinado e disposto aumenta muito as chances de restabelecer as forças de um idoso que passou por algum entrevero. Do outro lado, um atendimento inadequado chega a agravar problemas.


Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/6-medidas-para-envelhecer-com-saude-e-manter-a-independencia/ - Por Theo Ruprecht - Ilustração: Joana Velozo/SAÚDE é Vital

domingo, 26 de novembro de 2017

10 atitudes para aumentar a expectativa de vida durante a terceira idade

O seu desafio é focar nas atividades positivas e adquirir uma rotina de bons hábitos para viver cada vez mais e melhor? Consultamos um especialista para dar dicas de atitudes para aumentar a expectativa de vida durante a terceira idade. Confira e coloque já em prática!

A aposta em hábitos saudáveis no dia a dia pode influenciar diretamente na longevidade e na qualidade de vida durante a terceira idade. Portanto, deixar de lado o cigarro, a ingestão de bebidas alcoólicas, o excesso do consumo de alimentos industrializados, assim como o sedentarismo e o estresse, pode fazer toda a diferença quando a perspectiva é viver cada vez mais e melhor.

Para André Baião, geriatra do Hospital Caxias D’Or, o segredo está relacionado à busca pela autonomia e pela capacidade funcional. “Ter o controle sobre a vida, tomar decisões pessoais sobre como e que se deve viver diariamente, além de manter as habilidades físicas e mentais, aliadas às atitudes positivas e o cuidado em realizar check-ups regulares, são atitudes preventivas que propiciam o envelhecimento com saúde”, afirma e recomenda algumas atitudes para quem deseja aumentar a expectativa de vida durante a terceira idade. Confira!

1. Não fume e não ingira bebida alcóolica em excesso;
2. Adote uma dieta equilibrada para manter o peso e a saúde em dia;
3. Pratique atividades físicas;
4. Mantenha relacionamentos estáveis;
5. Seja flexível e lide de forma tranquila com mais variadas situações;
6. Atualize a caderneta de vacinação;
7. Fique atento aos sinais precoces de possíveis danos auditivos e visuais, alteração de humor e perdas cognitivas;
8. Previna a deficiência nutricional;
9. Evite o isolamento social;
10. Lembre-se que a perda de autonomia e independência também merecem atenção.


Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/10-atitudes-para-aumentar-a-expectativa-de-vida-durante-a-terceira-idade/7076/ - Por Kelly Miyazzato | Foto Marcelo Resende | Shutterstock (Coleção VivaSaúde Especial - Alzheimer e Outras Doenças Degenerativas do Cérebro) | Agradecimentos ao geriatra André Baião, do Hospital Caxias D’Or.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

É possível envelhecer bem

Não há receita para a juventude eterna. Mas algumas medidas simples, aliadas a um acompanhamento médico podem ajudar a fugir do sedentarismo e de doenças. Acompanhe as dicas dos especialistas

 Em uma recente projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a população de idosos crescerá de maneira vertiginosa nos próximos anos. A estimativa é que em 2050, a proporção será de 172,7 idosos para cada centena de crianças e adolescentes. Estima-se também que a expectativa de vida do brasileiro aumentará para 81,29 anos. Para Cássio Machado de Campos Bottino, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenador do Programa Terceira Idade (Protero) envelhecimento saudável está ligado à diminuição dos riscos de doenças, ao bom funcionamento do organismo e à manutenção das relações sociais. É ter o menor número possível de limitações, preservar as funções do organismo (renal, cardíaca, pulmonar, entre outras) e manter a capacidade de executar tarefas, como coordenar as compras da casa, pagar as contas no banco ou tomar uma condução para deslocar- se pela cidade. “O idoso pode até ter doenças. Mas que sejam enfermidades que não o impeçam de realizar as atividades cotidianas", completa Roberto Miranda, vice-chefe da disciplina de Geriatria e Gerontologia das atividades cotidianas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor clínico do Instituto Longevità (SP).

O segredo está na prevenção
O geriatra adianta: “Não existe fórmula ou pílula mágica. Quem está buscando isso deve desistir. O envelhecimento saudável está relacionado à forma como tratamos o nosso corpo ao longo da vida e da maturidade. As pessoas devem ter essa consciência e planejar- se, de modo que, quando essa fase da vida chegar, elas possam lidar com os problemas decorrentes dela de maneira adequada”. De acordo com Sonia Martins Fontes, médica geriatra da Clínica Sainte-Marie Hospice e Cuidados Paliativos (SP), a prática de exercícios físicos como forma de evitar o sedentarismo é essencial, assim como ter uma alimentação balanceada. “Não é bom ter uma dieta excessivamente rica em gorduras e açúcar. Se você fugir dos excessos ou, pelo menos, fazer com que eles sejam esporádicos, na verdade estará fazendo um bem para a sua saúde como um todo. Procure consumir álcool em pequenas quantidades e priorize a ingestão de vegetais, legumes, frutas, grãos integrais, carnes magras e peixes”, afirma.

Menos estresse!
A médica ressalta a necessidade de combater o estresse e a ansiedade, e estimular o cérebro com atividades que desenvolvam o raciocínio lógico, a memória e também a linguagem. Assim, cria-se uma reserva cognitiva que poderá ser usada no futuro e que ajuda na prevenção de quadros de demência. Acompanhamento médico é importante para identificar problemas de saúde crônicos que podem agravar-se na velhice. É o caso da hipertensão, que, por ser assintomática, acaba sendo descoberta em consultas de rotina. “O problema de pressão alta piora com o avanço da idade. Não tratada, haverá alto risco de derrame e infarto. Com a detecção precoce, esse risco é minimizado”, alerta Miranda.

Dieta sob controle
Para não agravar quadros clínicos e evitar desnutrição, a dieta também precisa de supervisão médica. No caso de o paciente não possuir nenhum problema de saúde específico, recomenda-se uma redução no consumo de sal e um aumento no de líquidos, frutas, assim como no de vegetais. Manter uma rede de relacionamentos interpessoais é outra medida que contribui para o bem-estar na terceira idade. “Quanto melhor a rede de suporte social do sujeito, ele envelhece melhor. Amigos, família, comunidade em que está inserido, poder público... Se ele viver qualquer necessidade, poderá contar com essas pessoas”, destaca Miranda.

Remédios, quais remédios?
Passar por consultas médicas regularmente é imprescindível. Um idoso saudável deve fazer uma consulta por ano, no mínimo. O ideal é que, na ocasião, ele apresente seu histórico de saúde e antecedentes familiares. Além disso, deve levar os últimos exames e a relação completa de medicamentos que usa. Esta última recomendação deve ser seguida à risca para que não haja interação medicamentosa. “Remédios para dormir ou para o intestino são tomados há tanto tempo que não são relatados na consulta”, lembra Wilson Jacob Filho, diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. “O médico até pergunta, mas o paciente não sabe as dosagens com exatidão. Aí ele sai da consulta com uma nova receita que pode não combinar com os remédios que está tomando”, acrescenta a médica Sonia.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/familia/e-possivel-envelhecer-bem/180/ - Texto: Cristiana Almeida e Diego Benine/Foto: Shutterstock/Adaptação: Letícia Maciel